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LARISSA MENEZES – PEDIATRIA III INTRODUÇÃO • Antigamente era um capítulo do Guideline dos adultos. Em 2004 surgiu o primeiro Guideline direcionado para crianças e em 2017 foi atualizado • Ler o Manual da Sociedade Brasileira de Ped que é resumo do Guideline PREVALÊNCIA • Vem ocorrendo aumento da prevalência ao longo do tempo • Meninos > Meninas • Ainda é subdiagnosticada porque não dão importância de aferir a pressão na criança • Aproximadamente 3,5% na população hígida • Taxas mais elevadas: ▪ Sobrepeso e obesidade (24,8%) ▪ SAOS (14%): Sd da apneia obstrutiva do sono IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO • Numerosos estudos mostraram que aumento da PA na infância aumenta o risco de HAS e síndrome metabólica no adulto • Comprovada correlação com aumento de RCV • Risco de lesão de órgão-alvo: ▪ Hipertrofia de VE ▪ Retinopatia ▪ DRC ▪ AVC ▪ Diagnostico tem sido realizado tardiamente NOVAS TABELAS • Baseado em medidas pelo método auscultatório obtidos de 50 mil crianças • Excluiu as crianças obesas e as taxas de PA foram menores, por isso mais crianças diagnosticadas • Não inclui aqueles com sobrepeso/obesidade QUANDO AFERIR A PA • PA deve ser aferida na consulta de rotina, pelo menos uma vez ao ano, em todas as crianças acima de 3 anos • >3 anos ou adolescentes obesos, tomam medicamentos que podem elevar a PA, com doença renal, diabéticos ou tem história de obstrução do arco aórtico ou coarctação da aorta, a PA deve ser medida em toda consulta médica • Ou seja, criança hígida 1x/ano, criança com comorbidade em toda a consulta MEDIDA DA PA ANTES DOS 3 ANOS o Quando tiver algum fator de risco que aumente a chance de ser hipertensão LARISSA MENEZES – PEDIATRIA III o Internação em UTI usa ampigenta que é nefrotóxico o Cateterismo umbilical: coagulação/trombose que podem ir para aorta e vasos renais, levando a hematúria e HA na criança. Se precisou de UTI subentende que teve cateter umbilical METODOLOGIA DE AFERIÇÃO • Seguindo o Guideline afere do lado direito • De primeira vez pode medir deitado, para a criança não estranhar tanto • Escolher o manguito adequado ▪ Colocar o manguito de adulto na perna da criança não funciona ▪ 1º passo: medir a distância do acrômio ao olecrano ▪ 2º passo: marcar o ponto médio da distância entre o acrômio e o olecrano ▪ 3º passo: medir a circunferência do braço nesse ponto médio • A parte inflável do manguito precisa ter de 80 a 100% da circunferência do braço, porque quando envolver o manguito ao redor do braço vai cobrir quase todo ou todo o braço ▪ A altura da bolsa precisa ser de pelo menos 40% da circunferência ▪ Os manguitos mais novos já vêm com o tamanho da circunferência que cabe escrito, não precisa calcular LARISSA MENEZES – PEDIATRIA III CLASSIFICAÇÃO • Não pode arredondar, tem que olhar cada tracinho • Caso a PA se apresente elevada (acima do p90) deve-se aferir mais duas vezes na mesma visita; a média das 3 medidas obtida é lançada na tabela para realizar a classificação. Essa média é o que colocamos na tabela • HAS = valores de PAS e/ou PAD iguais ou superiores ao percentil 95 para sexo, idade e percentil de altura em três ou mais ocasiões diferentes • Sempre classifica de acordo a pressão mais elevada CONDUTA • Elevada: modificações do estilo de vida (MEV) e reavaliar em no máximo 6 meses • Se persistir elevada deve reforçar orientações + PA nos 4 membros. Reavaliar em 6 meses ▪ Principal doença para triar medindo a PA nos 4 membros é a coarctação de aorta. Além disso avalia também vasculites de grandes vasos ▪ A diferença esperada é de que os MMII tenham uma PA com até 20mmHg a mais que nos MMSS ▪ Na coarctação de aorta, a PA dos MMII vai estar menor, tem a inversão do normal ▪ Na comparação do braço esquerdo/perna esquerda ou braço direito/perna direita espera uma diferença de até 10mmHg • Ainda elevada deve solicitar MAPA, iniciar investigação diagnostica, considerar encaminhar ao especialista • Só diagnostica hipertensão após 3 consultas Estágio I o MEV e reavaliar em 1-2 semanas o Persistiu estágio I: checar peso e dieta + PA nos 4 membros. Reavaliar em 3 meses o Ainda em estágio I: MAPA, seguir investigação e encaminhar ao especialista. Iniciar tratamento? o Se não fez MEV, a chance do estágio I pode ser por isso. Então insiste em MEV o Mas se fez MEV, sem obesidade, persiste em estágio I já pode iniciar o tratamento medicamentoso Estágio II o Acima do P95 + 12 o MEV + PA nos 4 membros. Reavaliar em 1 semana se assintomático o Persistiu em estágio II: MAPA, seguir investigação e encaminhar ao especialista + iniciar tratamento o Estágio II + sintomas é urgência hipertensiva! o Estágio II pode encaminhar direto ao especialista HA PRIMÁRIA OU ESSENCIAL • Não tem uma causa atribuível e identificável • Sugestivo de HA 1ª: ▪ Mais de 6 anos de idade ▪ História familiar para HÁ essencial ou são relatadas complicações em parentes próximos (1º grau) LARISSA MENEZES – PEDIATRIA III ▪ Sobrepeso/Obesidade • Maioria assintomática (cefaleia é o sintoma mais comum quando tem) • Exame físico pobre HA DO AVENTAL BRANCO • Fenômeno frequente observado em adultos e adolescentes • Níveis pressóricos aferidos no consultório são superiores aos obtidos por meio da monitoração ambulatorial da PA (MAPA) e aos aferidos em casa ou por outras pessoas que não são medicos HA SECUNDÁRIA • Mais comum em pediatria • Investigar mais extensivamente: ▪ Crianças muito pequenas ▪ Estágio II ▪ Maior elevação de PAD ▪ Sinais clínicos que sugerem causa secundaria: manchas café-com-leite, neurofibromas (axilas, lábios e região inguinal) • Baixa estatura pode indicar doença crônica • História de cateterismo umbilical • Aferir PA nos 4 membros • Coarctação de aorta: ▪ Pulsos femorais fracos ou ausentes ▪ PA menor em MMII CAUSAS SECUNDÁRIAS o Feocromocitoma é a principal causa endócrina de HAS o Doença renal e renovascular são as causas mais comuns de hipertensão na criança o Sempre pensa em doença renal e renovascular em pacientes pediátricos hipertensos particularmente naqueles <6 anos INVESTIGAÇÃO CLÍNICO- LABORATORIAL • Urocultura é controverso • Se tiver que escolher um exame de imagem: USG renal e se possível com doopler URGÊNCIA HIPERTENSIVA LARISSA MENEZES – PEDIATRIA III • Estabilidade clínica, sem comprometimento de órgãos-alvo • Paciente com hipertensão estágio II e sintomático • 30mmHg ou mais do que p95 ou >180/120mmHg em adolescentes • Conduta: encaminhar para o serviço de urgência • Reduzir PA lentamente em 1 a 2 dias ou mais. Se normalizar muito rápido pode diminuir a perfusão do SNC, gerando hipoperfusão cerebral TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO • Redução de peso • Exercício físico • Restrição de sódio na dieta • Rica em potássio, cálcio e magnésia • Dieta DASH TRATAMENTO FARMACOLÓGICO • Quando iniciar: ▪ Falha no tto não-farmacológico (MEV) ▪ HÁ sintomática ▪ Hipertensão estágio 2 ▪ Qualquer estágio de hipertensão + DRC/DM • Objetivo: PA abaixo de p90 ou 130/80 mmHg, o que for menor • Criança pequena normalmente Captopril, Enalapril (IECA) • BRA em crianças maiores de 6 anos • Casos agudos, como glomerulonefrite, é uma urgência hipertensiva, com taxa de filtração glomerular reduzida. A primeira escolha vai ser o bloqueador de canal de cálcio • Diurético não é anti-hipertensivo, ajuda no controle da pressão quando o fator que causa hipertensão tiver relação com hipervolemia • IECA e BRA produz relaxamento de arteríola eferente com redução da pressão hidrostática capilar glomerular, o que representa risco de lesão renal aguda em situaçõesde hipovolemia. Da mesma forma, o emprego dessas medicações constitui-se em contraindicação absoluta para pacientes com estenose bilateral de artéria renal • IECA diminui o hiperfluxo glomerular, diminuindo a perda de proteínas; piora a lesão renal aguda, causa e/ou piora a hipercalemia
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