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Gestão Financeira e Orçamentária II Prof. Msc. Sildácio Lima Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa ENTENDENDO AS ESTATÍSTICAS DE RISCO CAP 16 Entender o conceito de eficiência de mercado e sua importância na analise de risco. Explicar as principais medidas estatísticas de risco e descrever suas aplicações em finanças. Expor as definições e propriedades do retorno esperado, risco e volatilidade. Entender a teoria das probabilidades aplicada a analise de risco, relacionando essa teoria com as operações do mercado financeiro. Abordar a definição de risco no contexto de um portfolio de investimento, destacando a gestão do risco para cada classe de ativos. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • Na prática, as decisões financeiras não são tomadas em ambiente de total certeza com relação a seus resultados. • Toda vez que a incerteza associada à verificação de determinado evento possa ser quantificada por meio de uma distribuição de probabilidades dos diversos resultados previstos, diz-se que a decisão está sendo tomada sob uma situação de risco. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • O risco é, na maioria das vezes, representado pela medida estatística do desvio-padrão, ou variância, indicando-se o valor médio esperado e representativo do comportamento observado. Eficiência do mercado Na hipótese de eficiência, o preço de um ativo qualquer é formado com base nas diversas informações publicamente disponíveis aos investidores. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • Um mercado é eficiente quando seus preços refletirem todas as informações disponíveis. No conceito de eficiência, os preços dos ativos estão em equilíbrio, e se ajustam adequadamente de acordo com as novas informações. • O que caracteriza o mercado eficiente é a competitividade entre os investidores e o conhecimento das informações. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa As mais importantes hipóteses básicas do mercado eficiente são explicadas a seguir: a) nenhum participante do mercado tem a capacidade de sozinho influenciar os preços de negociações, alterando-os segundo exclusivamente suas expectativas; b) o mercado, de maneira geral, é constituído de investidores racionais, decidindo sobre alternativas que promovam o maior retorno possível para determinado nível de risco, ou o menor risco possível para certo patamar de retorno; c) todas as informações estão disponíveis aos participantes do mercado, de maneira instantânea e gratuita. Nessa hipótese, nenhum investidor apresenta qualquer acesso privilegiado às informações, identicamente disponíveis a todos os agentes; Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa d) em princípio, o mercado eficiente trabalha com a hipótese de inexistência de racionamento de capital, permitindo que todos os agentes tenham acesso equivalente às fontes de crédito; e) os ativos objetos do mercado são perfeitamente divisíveis e negociados sem restrições; f) as expectativas dos investidores são homogêneas, isto é, apresentam o mesmo nível de apreciação com relação ao desempenho futuro do mercado. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa Mercados bem organizados e com alto volume de negociações, como o mercado financeiro de Londres e a Bolsa de Valores de New York, podem ser considerados como mercados eficientes. A consequência do aumento da competitivi- dade dos mercados e o maior acesso às informações, é que torna cada vez mais difícil para um investidor identificar ativos com preços em forte desequilíbrio. Com isso, os preços das ações (e outros ativos) ficam próximos de seu equilíbrio, de seu valor “justo”, promovendo a eficiência do mercado. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • oportunidades de investimentos que produzem NPV positivo são também mais difíceis de serem mantidas pelas empresas. A concorrência tende a eliminar este ganho adicional das empresas, e trazer o NPV a zero. • Assim, toda vez que uma empresa identificar uma oportunidade de investimento que crie riqueza deve questionar: até quando? • Em resumo: nessas condições discutidas de eficiência de mercado, nenhum investidor seria capaz de identificar, consistentemente, ativos com preços em desequilíbrio. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • No estudo de avaliação de investimentos e risco, é comum que seus vários modelos sejam construídos e discutidos conceitualmente com base nas hipóteses de um mercado eficiente. • essas hipóteses de perfeição de comportamento do mercado costumam ser abandonadas, de maneira que o modelo sugerido reflita a realidade, nem sempre perfeita, desse mercado. Algumas Imperfeições do Mercado • não há uma homogeneidade nas estimativas dos investidores com relação ao comportamento esperado do mercado e de seus diversos instrumentos financeiros. • o mercado não é composto unicamente de investidores racionais. Há um grande número de participantes com menor qualificação e habilidade de interpretar mais acuradamente as informações relevantes. • o mercado não é sempre eficiente em precificar seus ativos negociados, sofrendo decisivas influências de políticas econômicas adotadas pelo governo, oriundas em grande parte de taxações das operações e restrições monetárias adotadas. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • As flutuações diárias dos ativos, principalmente de ações, não indicam a ineficiência dos mercados, ou a suposição de que estejam precificados em desequilíbrio. • Embora a eficiência do mercado direcione, muitas vezes, os modelos financeiros, a preocupação da unidade tomadora de decisões deve estar preferencialmente voltada à identificação dos inúmeros eventos que indicam as imperfeições do mercado. • Não é somente ocorrências temporárias que fazem o mercado perder temporariamente sua eficiência, mas também desequilíbrios estruturais e desajustes da economia. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • os preços costumam responder rapi damente às novas informações disponíveis a respeito do desempenho atual e projeções da empresa, e do mercado como um todo. • É fundamental que todas as projeções financeiras sejam executadas a partir de modelos mais sofisticados, e não tenham por base somente as informações que se publicam nos mercados. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa Medidas estatísticas – médias • A estatística é um método científico que permite aos usuários analisar, interpretar e tomar decisões sob condições de incerteza. • Primeiramente, deve-se deixar clara a diferenciac ̧ão entre população e amostra. A ideia básica da amostragem é efetuar determinada mensuração so- bre uma parcela pequena (amostra), mas típica, de determinada população (conjunto todo) e utilizar essas informações para se fazer inferências sobre toda a população. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa Médias • Existem vários tipos de média: média aritmetica simples, média aritmética ponderada, média geométrica e média harmônica. • A média aritmética simples, denotada por x, é a soma dos valores das informações divididos pela quantidade de informações. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • A média ponderada é utilizada quando se atribuem pesos (importâncias) diferentes para cada elemento do conjunto de dados.• A média geométrica de uma série de n valores observados é a raiz n- ésima do produto desses valores. É usada principalmente quando se deseja analisar certo padrão de crescimento ou uma razão de crescimento em certa variável, Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa Medidas estatísticas – dispersão e risco • As medidas de dispersão ou variabilidade indicam a dispersão (distribuição) dos valores do conjunto em torno de sua média. Variância e desvio-padrão O desvio-padrão e a variância são as mais importantes e utilizadas medidas de risco de um ativo. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • O desvio-padrão pode ser calculado sobre toda a população envolvida, sendo então denotado pela letra grega sigma (s), ou ainda pode ser calculado segundo os dados de uma amostra (uma parte da população que bem representa a população), e é denotado por S. • A variância é definida como sendo o quadrado do desvio-padrão ou, analogamente, o desvio- padrão é a raiz quadrada da variância. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa Coeficiente de variação (CV) • O coeficiente de variação é uma medida estatística que indica a dispersão relativa, isto é, o risco unitário de um ativo. É calculada pela seguinte expressão: • O coeficiente de variac ̧ão, geralmente expresso em porcentagem, indica a dispersão relativa, ou seja, o risco por unidade de retorno esperado. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • Quanto maior o coeficiente de variação, maior sera ́ o risco do ativo. • Observe que o nível de risco, medido pelo desvio-padrão, é igual para ambas as alternativas de investimento. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • No entanto, essa medida não leva em conta o cálculo do desvio- padrão por unidade de retorno esperado, e está baseada exclusivamente em valores totais. • Pelo critério do coeficiente de variação, a alternativa B é a que apresenta menor dispersão (risco), considerando que oferece um risco de 0,667 para cada unidade esperada de retorno, inferior a 0,833 da alternativa A. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • Nessa hipótese, o projeto de menor risco relativo passa a ser o A, que apresenta também o mais baixo retorno esperado. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa Fundamentos de probabilidade • O conceito básico de probabilidade refere-se à possibilidade (ou chance), expressa normalmente em porcentagem, de ocorrer determinado evento. • A distribuição de probabilidades não se resume geralmente a um único resultado (evento) esperado, mas a diversos valores possíveis de ocorrer. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • O raciocínio básico é dividir os resultados esperados (elementos de incerteza da decisão) nos valores possíveis de se verificar, e identificar, em cada um deles, uma probabilidade de ocorrência. • Nesse caso, há um conjunto de eventos incertos (variáveis alea- tórias), representado pelos resultados possíveis de ser gerados, e estruturados sob a forma de uma distribuição de probabilidades. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • Todo projeto de investimento, por mais bem elaborado que possa ser, está sujeito a oscilações que podem alterar sua decisão de investimento. Essas oscilações podem ser: erros de projeção dos fluxos futuros, oscilações nas taxas de juros e o próprio risco conjuntural do mercado. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • Uma probabilidade é definida como objetiva quando se adquire uma experiência passada, e sobre a qual há uma expectativa de que se repetirá no futuro. • a probabilidade subjetiva decorre de eventos novos, sobre os quais não se tem nenhuma experiência prévia relevante. • Admita ilustrativamente que se esteja avaliando o risco de dois investimentos: A e B. Baseando-se em sua experiência de mercado e em projeções econômicas. • o investidor desenvolve a seguinte distribuição de probabilidades dos resultados monetários previstos: Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • A primeira medida importante para o estudo do risco a ser mensurada é o valor esperado de cada distribuição de probabilidades considerada. E(R) = R = retorno (valor) esperado PK = probabilidade de ocorrência de cada evento RK = valor de cada resultado considerado Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • As duas alternativas de investimentos apresentam o mesmo valor esperado de $ 700, podendo-se considerar, em termos de retorno prometido, como indiferente a implementação de uma ou outra. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • A medida do valor esperado não demonstra o risco associado a cada proposta de investimento, o que faz com que seja necessário conhecer o grau de dispersão dos resultados em relação à média calculada de $ 700. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • Racionalmente, o investidor dá preferência a alternativas de investimento que ofereçam maior retorno esperado e menor risco associado. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa Distribuic ̧ão normal • Uma variável estatística pode ser classificada como discreta ou contínua. • Uma variável é discreta quando assume um número finito de valores, contínua quando assume um conjunto contínuo (infinito) de valores. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa Ao assumir valores infinitos é definida para a variável uma distribuição de probabilidade normal, representada por uma curva contínua e simétrica em forma de sino. A distribuição de probabilidade contínua (normal) é amplamente empregada no estudo dos métodos quantitativos em finanças, principalmente na avaliação de investimentos pelo fato da grande aproximação à curva normal dos retornos esperados e outros eventos financeiros. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • Na distribuição contínua, o valor da probabilidade é calculada unicamente para determinado intervalo de valores. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • Não é necessário processarem-se os cálculos dessa fórmula para se determinar as áreas sob a curva normal que ela gera. Seus resultados são tabelados. • Para utilizar essas tabelas de cálculo, é necessário determinar uma variável padronizada Z. Sua expressão de cálculo é a seguinte: • Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • Onde Z é a variável padrão que significa o número de desvio-padrão existente a partir da média. • Considere um ativo (uma ação, por exemplo) que tenha retorno esperado de 30% e risco (desvio-padrão) de 12%. Pode-se obter o valor da variável padrão para cada um dos pontos limites da área desejada, entre 30% e 48%, como pode ser visto: Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • Para os valores calculados de Z = 0 e Z = 1,5 obtidos na ilustração acima, tem-se para Z = 0 o valor de 0,00, e para Z = 1,50 o valor de 0,43320, que significa que existem 43,32% de probabilidade da taxa de retorno esperado do ativo situar-se entre 30% e 48%. Covariância (COV) • As medidas estatísticas que procuram relacionarduas variáveis com objetivo de identificar o comportamento das mesmas são a covariância e a correlação. • A covariância, assim como a medida da correlac ̧ão, visa identificar como determinados valores covariam ou se correlacionam entre si. Em outras palavras, medem como duas variáveis, x e Y, movimentam- se ao mesmo tempo em relação a seus valores médios. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa Se dois ativos apresentam covariâncias positi- vas (COV > 0), admite-se que as taxas de retorno esperadas apresentam comportamento de mesma tendência, A valorização de um ativo reflete tendência de valorização em outro, e vice-versa. Nesse caso, diz-se que os ativos são positivamente relacionados. A covariância é negativa (COV < 0) quando dois ativos apresentam relações inversas. Nessa situação, o retorno de um ativo tende a assumir o comportamento inverso do outro. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • Evidentemente, não se verificando associac ̧ão alguma entre dois ativos, a covariância é nula (COV = 0). Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • esses dois ativos com COV < 0 estão contrabalançados, reduzindo o risco da carteira. Ocorrendo a desvalorização de um ativo, é esperada a valorização do outro. Essa situação é também conhecida por hedging. • Se a covariância calculada para esses ativos fosse positiva, a expectativa era apresentarem tendência de retorno de mesmo sentido, isto é, valorizac ̧ões ou desvalorizações conjuntas. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • Deve ser ressaltada, no estudo da covariância, a dificuldade de interpretação de seu resultado numérico, ficando sua avaliação mais concentrada nas tendências de seus resultados por apresentar unidade quadrada de medida. • A análise numérica da combinação entre valores é desenvolvida pelo coeficiente de correlação. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa Coeficiente de correlação • A correlação visa explicar o grau de relacionamento verificado no comportamento de duas ou mais variáveis. • Quando se trata unicamente de duas variáveis, tem-se a correlação simples. Quando se relacionam mais de duas variáveis, tem-se a correlação múltipla. • A medida do grau de relacionamento entre as variáveis dispostas por meio de valores de X e Y em torno de uma reta é feita pelo coeficiente de corre- lação. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • O coeficiente de correlação varia entre –1 e +1. O coeficiente de correlação pode ser calculado para valores amostrais e para valores populacionais, dependendo da origem dos dados, se são amostrais ou populacionais. • O coeficiente de correlação amostral é dado pela letra r e o populacional pela letra grega ρ. Suas expressões de cálculo são: Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • Calculando a correlação entre o Ibovespa e o dólar com os mesmos dados do exemplo anterior, tem-se: Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • Investimentos em ativos com semelhantes coeficientes de correlação não contribuem para redução do risco total, visto que todos eles convergem para ganhos quando a situação econômica lhes for favorável, e para perdas em épocas desfavoráveis. • O indicativo que diz se há ou não há correlação, ou se ela é positiva ou negativa, é o coeficiente de correlação, que é um número que varia de -1 a +1. quanto mais próximo de 1 seja negativo ou positivo maior é a correlação. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • Ao diversificar a natureza das aplicações, o risco do portfólio reduz-se, sendo os prejuízos eventualmente apurados no setor absorvidos por somente uma parte das aplicações realizadas, e não pelo seu total. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa Retorno esperado de um portfólio • A teoria do portfólio trata essencialmente da composição de uma carteira ótima de ativos, tendo por objetivo principal maximizar a utilidade (grau de satisfação) do investidor pela relação risco/retorno. • O retorno esperado de uma carteira composta por mais de um ativo é definido pela média ponderada do retorno de cada ativo em relação a sua participação no total da carteira. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • Admita que uma carteira seja composta por duas ações (X e Y). O retorno esperado da ação × é de 20% e o da ação Y, de 40%. Suponha, ainda, que 40% da carteira estejam aplicados na ação X, sendo os 60% restantes representados pela ação Y. Logo, o retorno esperado ponderado da carteira pode ser obtido pela seguinte expressão de cálculo: Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • Se toda a carteira estivesse representada pela ação X, o retorno esperado atingiria 20%, subindo para 40% se todo o capital fosse aplicado na ação Y. Por apresentar um investimento equivalente a 40% em × e 60% em Y, o retorno esperado ponderado da carteira atinge 32%. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • Para uma carteira constituída por n ativos, o retorno esperado é obtido pela seguinte expressão de cálculo: • onde: Wj representa a proporção do capital total investido no ativo j; n, o número total de ativos que compõem a carteira e Rj, o retorno esperado do ativo j. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa Risco de um portfólio • O risco, conforme foi desenvolvido nas seções precedentes, envolve o estudo de decisões de uma carteira composta preferencialmente de um só ativo. • É importante para o estudo do mercado financeiro que se analise o risco de uma carteira composta por mais de um ativo. • A orientação formulada que se assume nessas decisões financeiras é selecionar alternativas que levem à melhor diversificação e, consequentemente, redução do risco dos investimentos e produza, ao mesmo tempo, um retorno admitido como aceitável no âmbito dos investidores de mercado. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • A diversificação tem por objetivo reduzir o risco de uma carteira pela diluição do capital em muitos ativos. Com isso, procura-se evitar o risco da concentração dos investimentos em um ou poucas alternativas. • O risco de uma carteira é eliminado quando os investimentos apresentarem comportamento inverso (oposto), ou seja, coeficiente de correlação igual a –1. • Um resultado negativo de um investimento é perfeitamente compensado pelos lucros do outro. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • A existência de aplicações perfeita e negativamente correlacionadas (Figura 16.4) indica a formação de carteiras com investimentos que produzem retornos inversamente proporcionais. • Na carteira perfeita e negativamente correlacionada, ocorre a eliminação total do risco da carteira, sendo os resultados desfavoráveis verificados em alguns ativos perfeitamente compensados pelo desempenho positivo de outros. • Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • A opção por projetos positiva e perfeitamente correlacionados, conforme demonstra a Figura 16.5, define maior risco dos ativos da empresa por convergirem seus resultados para uma única decisão. • Uma carteira perfeita e positivamente corre- lacionada pode gerar altos lucros e também elevados prejuízos. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • Diversificac ̧ão na prática: Na prática, no entanto, é extremamentedifícil a existência de investimentos com perfeitas correlações positivas ou negativas, conforme ilustradas. • O risco de uma carteira de ativos raramente é anulado pela presença de ativos perfeita e opostamente relacionados, devendo a unidade decisória preocupar-se, nessas condições efetivas, em minimizar seu valor, mediante a seleção de ativos cujos retornos apresentam correlações as mais divergentes possível. • Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • Em suma, o objetivo básico do estudo de carteiras de ativos, de acordo com a moderna teoria formulada do portfólio, é selecionar a carteira definida como ótima com base no critério de investimento proposto na seção anterior: • A) selecionar a carteira que oferece o maior retorno possível para determinado grau de risco; ou, de forma idêntica; • B) selecionar a carteira que produza o menor risco possível para determinado nível de retorno esperado. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • a ideia fundamental inserida nessa teoria do portfólio é que o risco particular de um único ativo é diferente de seu risco quando mantido em carteira. Uma grande vantagem das carteiras é que elas permitem que se reduza o risco mediante um processo de diversificação dos ativos que as compõem. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa Diversificac ̧ão do risco • O risco de um ativo qualquer, conforme foi amplamente comentado, pode ser mensurado pela variabilidade dos retornos projetados em torno do retorno esperado, ou seja, pelo grau de dispersão dos retornos em relação à média. • A medida estatística usualmente adotada para quantificar o risco de um ativo, como detalhado anteriormente, é o desvio-padrão. • Quanto maior o desvio-padrão de um ativo, mais difíceis são as suas projeções de resultados (ganhos ou perdas), e maior o risco da decisão. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • Importante: desde que os retornos dos ativos não sejam perfeita e positivamente correlacionados entre si, há sempre redução do risco da carteira pela diversificação. • Limite da Diversificação: no entanto, essa redução constatada em uma carteira diversificada ocorre até certo limite, sendo impraticável a elimi- nação total do risco da carteira. Isso é explicado pela enorme dificuldade em encontrar-se na prática investimentos com correlação perfeitamente negativa. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • O que se consegue, em verdade, é a minimizac ̧ão do risco, e não sua eliminação completa. A diversificação procura combinar títulos que apre- sentam alguma relação inversa entre si, de forma a promover a redução do risco da carteira. • Essas colocações destacam duas importantes classes de risco associadas a um ativo: • • risco sistemático, ou não diversificável; e • • risco diversificável, ou não sistemático. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • O denominado risco diversificável é o que pode ser total ou parcialmente diluído pela diversificac ̧ão da carteira. Está relacionado mais diretamente com as características específicas do título ou da empresa. • O risco sistemático é o que não pode ser eliminado (ou reduzido) mediante a diversificação, estando sempre presente na estrutura do portfólio. Carteira de investimentos com correlação inversa consegue reduzir o risco total pela eliminação de parte (ou do total) do risco diversificável, mantendo-se, contudo, o risco sistemático comum a todos os ativos. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa • O risco de uma carteira pode ser reduzido mediante a diversificação, permanecendo unicamente a parcela do risco denominado de sistemático, que está relacionado com o comportamento do mercado em geral. • Dessa forma, ao compor uma carteira de ativos, sua medida relevante passa a ser o risco sistemático, ja ́ que o componente não sistemático pode ser eliminado pela diversificação. Gestão Financeira Orçamentária II Prof. Ms. Sildácio Lima da Costa
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