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Anestésicos Locais (AL) - Parte 3 - Fatores que interferem nas ações dos AL

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Estrutura química dos anestésicos locais:
Podem ser ésteres ou amidas:
Radical aromático > confere sua porção lipofílica
Responsável pela penetração na céls > pela membrana de fosfolipideos com gordura ○
PABA no grupo éster○
Xilidina no grupo amida○
-
Cadeia intermediária > pode ser um éster ou uma amida 
Responsável pela potência, pela toxicidade e pelos efeitos distintos entre os anestésicos ○
-
Grupo amina > hidrofílica > hidrossolúvel
Determina a velocidade de ação ○
-
O anestésico local pode chegar no canal iônico de duas formas: 
Quando estiver conjugado > hidrossolúvel > ele entra se o canal iônico está aberto > via hidrofílica-
Quando estiver não ionizado > lipossolúvel > ele consegue atravessar a membrana e chegar até o canal 
mesmo se estiver fechado > essa base não conjugada penetra a membrana e precisa conjugar de novo, pois 
esse anestésico local só consegue se ligar ao receptor dentro do canal iônico quando ele está conjugado > 
então quando ele chega na passagem do canal, ele encontra um íon H+ e se liga a ele para ficar conjugado > 
via hidrofóbica
Essa porção lipossolúvel consegue agir mais rápido pois não precisa esperar canal abrir○
-
Ésteres > tetracaína, benzocaína e procaína
São menos utilizados que as amidas > pois estão relacionados a alguns efeitos indesejáveis-
Grande maioria hidrolisada pela colinesterase plasmática e tem curta durabilidade sem conservantes > 
possuem duração menor diferente das amidas
-
O metabolismo da maioria dos ésteres ersult na produção de ácido paraminobenzóico (PABA) que pode ser 
associado a reações alérgicas
-
Anestésicos locais
segunda-feira, 3 de maio de 2021 08:50
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associado a reações alérgicas
Amidas > prilocaína, mepivacaína, bupivacaína e lidocaína
Estáveis não podem ser hidrolisados pela colinesterase e têm degradação enzimática hepática > precisam ser 
metabolizadas no fígado para terem sua metabolização
-
Prilocaína, mepivacaína não são muito utilizadas na medicina veterinária > a pri é usada em odonto-
Fatores que interferem na ação dos anestésicos locais:
Tamanho molecular-
Solubilidade lipídica-
Tipo de fibra bloqueada-
pH do meio-
Concentração do anestésico-
Associação com vasoconstritores-
Peso molecular (tamanho molecular):1.
Está relacionado a movimentação dos anestésicos locais no canal de sódio (canais iônicos) e apresenta 
influência na taxa de dissociação
-
Influencia no tempo de duração do efeito do anestésico local-
Quando maior o tamanho da molécula, mais tempo ele se fixa no receptor no canal iônico-
Moléculas menores > tempo de ação reduzido (desprende mais facilmente do receptor) -
Vantagens > moléculas maiores agem por mais tempo-
Solubilidade lipídica:2.
Determinante de potência anestésica > chega ao canal iônico mais facilmente
Consegue alcançar o interior do canal iônico de maneira mais eficiente pois ele não depende desse 
canal aberto para entrar 
○
-
Quando maior a lipossolubilidade, maior a toxicidade e menor a margem de segurança do anestésico local-
Potência > relação direta com a lipossolubilidade do fármaco -
Quando maior a lipossolubilidade > maior a potência, mais facilmente atravessa as membranas, mais 
facilmente entra no canal e maior efeito teremos 
-
Eles são bases fraca que se ligam em íons H+ com maior facilidade > eles precisam do canal iônico aberto 
pra fazer seu efeito > se ele é bastante lipossolúvel, ele tem uma grande quantidade de bases não conjugadas 
ele consegue atravessar a membrana, se ligar ao íon H+ e entrar tanto se o canal iônico estiver fechado ou 
aberto > vai chegar mais fácil
-
Tipo de fibra bloqueada3.
Fibras de condução lenta > efeito mais rápido > fibra C > não tem mielina não conduz rapidamente > o 
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Fibras de condução lenta > efeito mais rápido > fibra C > não tem mielina não conduz rapidamente > o 
anestésico local atravessa as membranas mais facilmente. Quando maior a grossura, mais mielina tem > é 
mais difícil o anestésico atravessar > tem efeito mais lento.
Primeiro bloqueia a C e depois a A delta○
Fibra C > dor crônica○
Fibra A delta > dor aguda○
-
Grossas e de condução rápida > efeito lento-
Sequência de bloqueio:
Dor > bloqueia primeiro a dor-
Frio-
Calor -
Tato e compressão profunda-
Função motora > bloqueia por último a função motora-
pH do meio4.
Anestésicos locais são normalmente bases fracas > recebem H+ facilmente (ionizam em meio ácido)-
Forma hidrossolúvel x lipossolúvel (hidrofóbica) > quando mais conjugado, mais hidrossolúvel e quanto 
menos conjugado, mais lipossolúvel
-
Grau de ionização (pKa) > constante de dissociação > capacidade de desconjugar > quando maior o pKa, 
menor é a velocidade de ação (maior latência) > quando maior o pKa mais hidrossolúvel esse fármaco fica > 
tem uma dificuldade maior de atravessar as membranas
-
Se for comparar:
Lidocaína pKa 7,7 ou bupivacaína pKa 8,1 > quem age primeiro (menor latência)?
A lidocaína pois tem pKa menor > fica com maior dificuldade de se conjugar >-
No pH fisiológico:
O pKa de 7,7 tem maior concentração de forma não-ionizada, sem íons H+ > mais lipossolúvel
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O pKa de 7,7 tem maior concentração de forma não-ionizada, sem íons H+ > mais lipossolúvel-
O pKa 8,1 tem maior facilidade de receber íons H+-
Outros fatores relacionados a pH:
Tecidos infectados tendem a ter meio mais ácido que o habitual > a disponibilidade de íons H+ naquela região 
é muito maior em regiões infectadas
-
Como há redução no pH local, há menor fração não-ionizada de anestésico local e por isso o efeito será 
mais lento e reduzido > grande parte do anestésico vai se conjugar ficando mais hidrossolúvel > cai na 
corrente sanguínea e é eliminado
-
Tecidos infectados também podem apresentar maior fluxo sanguíneo local-
**Em casos de peritonite, a lidocaína pela via peritoneal vai ter atividade antimicrobiana, antiinflamatória e vai 
promover processo de melhora no quadro inflamatório. Em contrapartida, temos um pH ácido no meio e uma 
irrigação muito maior > acontece a absorção dessa lidocaína que vai promover uma analgesia também. Causa 
excelente analgesia visceral pela via intravenosa e aumento do peristaltismo.
Associação dos anestésicos locais com bicarbonato:
Alcalinizar a solução-
Produzindo maior quantidade da forma não-ionizada > início de ação mais rápido-
Bicarbonato de sódio > 0,3mL + 10mL de anestésico local-
Concentração do anestésico5.
Anestésico local mais concentrado tem uma capacidade maior de bloquear mais canais de Na+-
A maior dose aumentará a eficácia total, reduzindo a latência e aumentando a duração > efeito maior-
Relação direta com o grau de ligação às proteínas plasmáticas > relacionada com o fármaco livre para fazer 
seu efeito > quanto maior a ligação com proteína plasmática, maior a latência
-
Dose tóxica dos fármacos
Ex.: Lidocaína dose tóxica 7mg/kg ○
Cão com peso de 10kg > concentração lidocaína 2% > (10x7)/20 = 3,5 mL○
-
Associação com vasoconstritores 6.
Epinefrina (5mcg/mL) > xylestesin (lido + epinefrina) > compra os dois juntos > não faz diluição-
Reduzir a velocidade de absorção 
Anestésico local tende a promover uma paralisia vasomotora > promovem vasodilatação > aumenta a 
probabilidade de absorção e eliminação do anestésico local daquela região
○
-
Aumenta o tempo de anestesia pelo menos 50% > se durava 1h, a ação vai durar 1,5h-
Contraindicação >Aplicação intravenosas, extremidades corpóreas e cardiopatas
Lidocaína via intravenosa diminui a CAM do anestésico local > não aplicar lido + epinefrina IV○
Em extremidades não podemos usar lido + epinefrina > pode fazer uma vasoconstrição muito grande 
-
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Em extremidades não podemos usar lido + epinefrina > pode fazer uma vasoconstrição muito grande 
e causar necrose na região
○
Em cardiopatas, a epinefrina pode sensibilizar o miocárdio e promover arritmias cardíacas,talvez 
aumento da resistência vascular e aumento do retorno cardíaco
○
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