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LARISSA MENEZES – TÉC. CIRÚRGICAS E ANESTESIO ANESTÉSICOS LOCAIS NERVO PERIFÉRICO O anestésico local age no nervo periférico FISIOLOGIA MECANISMO DE AÇÃO Anestésicos locais bloqueiam os canais de sódio em tecido eletricamente excitados (SNC e musculatura cardíaca) bloqueado a transmissão do impulso nervoso, com isso a célula não é despolarizada Agem em todos os tecidos, mas nos eletricamente excitados precisam de um cuidado maior Peridural ou raquidural: injeta na coluna diretamente nas fibras nervosas para bloquear a transmissão do impulso da dor, do tato, da propriecepção, de temperatura As fibras são bloqueadas de forma diferente e em tempos diferentes, as mais finas são bloqueadas mais rapidamente. As fibras motoras são muito grossas, demora do anestésico local fazer efeito ESTRUTURA QUÍMICA E CLASSFICAÇÃO O anel benzênico garante a lipossolubilidade do anestésico local e está em todos os anestésicos locais Grupamento amina terciário ou quaternário garante a hidrossolubilidade O que diferencia em amida ou éster é a cadeia intermediaria Aminoésteres: o Sofre metabolização pela enzima colinesterase plasmática, sua metabolização é no plasma o Benzocaína o Tetracaína o Cloroprocaína o Procaína Aminoamidas (tem 2 i no nome): o Metabolização hepática o Lidocaína o Prolocaína LARISSA MENEZES – TÉC. CIRÚRGICAS E ANESTESIO o Etidocaína o Mepivacaína o Bupivacaína o Ropivacaína o Levobupivacaína CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS ANESTÉSICOS LOCAIS SÃO BASES FRACAS: PKA ➢ pKa: 50% está na forma ionizada e 50% está na forma não ionizada no seu pKa ➢ Como o pKa é diferente do humano, ao colocar no pH humano não vai ser 50%/50% ➢ Fração não ionizada é a lipossolúvel e a ionizada é a hidrossolúvel LIPOSSOLUBIDADE ➢ Anel benzênico ➢ Precisa atravessar a membrana celular, então quanto mais lipossolúvel maior potência e maior duração de ação pela deposição (prolongando o tempo do anestésico local) ➢ O anestésico local mais potente é o que possui maior coeficiente de solubilidade ➢ A duração de ação tem relação com a ligação proteica, quanto maior a ligação proteica, maior a duração de ação INICIO DE AÇÃO ➢ Mais rápido se menor pKa (tem mais fração não ionizado), concentração, dose DURAÇÃO DE AÇÃO ➢ Ligação proteica, metabolização ESTEROISOMERIA (DEXTRÓGENOXLEVÓGERO) ➢ Alguns anestésicos locais tem misturas racêmicas (tem o dextrógeno e o levófero), como a bupi ➢ A levobupi é apenas a porção levógero ➢ Os canais de sódio são dextrógeno, logo a bupi tem mais afinidade pelas canais de sódio ➢ Levobupivacaína: • Isômero da bupivacaína • Menos toxico que a bupivacaína • Mesma potência e duração • Levogiro 75% e dextrogiro 25% OBS: Anestésico local em inflamação (ácido) não pega, porque vai dissociar na reação ácido-base; a fração ionizada vai ser muito alta, não vai conseguir penetrar na fibra nervosa; vai usar o anestésico local, mas precisa de uma dose ou concentração maior e esperar um tempo maior para fazer efeito OBS: Alcalinizar a solução, acrescentando bicarbonato de sódio, é aumentar a fração não ionizada deixando o início de ação mais rápido FARMACOCINÉTICA ABSORÇÃO ➢ Local de injeção: bloqueio intercostal é o que tem mais risco de absorção sistêmica porque é muito vascularizado ➢ Vascularização: sempre aspirar antes, se vier sangue não coloca porque vai direto para o cérebro e no coração em concentração muito alta LARISSA MENEZES – TÉC. CIRÚRGICAS E ANESTESIO ➢ Propriedades da droga ➢ Adição de epinefrina/adrenalina/vasoconstrictor: menor absorção sistêmica e maior duração; a ropi por si só já tem propriedade vaso, a bupi não tem e é necessário administrar com o vaso (geralmente já vem a solução pronta) DRISTRIBUIÇÃO ➢ Modelo bicompartimental ➢ Desaparecimento rápido ➢ Desaparecimento lento ➢ Mais vascularizado ➢ Menos vascularizado ➢ Depende do fluxo sanguíneo órgão, da ligação proteica e extração pulmonar METABOLIZAÇÃO DOS ÉSTERES ➢ Normalmente não é usado mais, grande potencial alergênico ➢ Pesucocolinesterase ➢ Cocaína: é a exceção porque a metabolização é hepática ➢ Depois de ser metabolizado no plasma vira ácido para-amino benzoico (PABA) que é alergênico METABOLIZAÇÃO DAS AMIDAS ➢ Metabolização hepática ➢ Ácido amino carboxílico ➢ Hepatopatia EXCREÇÃO ➢ Amida: renal ➢ Menos 5% inalterada ➢ Ésteres praticamente não aparecem na urina CUIDADO! ➢ Idade (idosos), insuficiência hepática e insuficiência renal → Tem baixa proteína, menos massa muscular, então a fração livre que é a que entra dentro da célula é maior, mais droga vai entrar dentro da célula, está livre para fazer mais efeitos no SNC e no coração. Nesses paciente a dose tem que ser menor pela hipoproteinemia ➢ RN: imaturidade do sistema de metabolização, do citocromo P450 TOXICIDADE ➢ Fatores de risco: • Dose toxica: quanto maior a dose, maior a chance de intoxicação Lidocaína sem vasoconstricção: 5mg/kg - 7 mg/kg Lidocaína com vasoconstrictor: 7 mg/kg - 10mg/kg Bupivacaína sem vasoconstrictor: 3 mg/kg Bupivacaína com vasoconstrictor ou ropivacaína: 5 mg/kg • Local de injeção: regiões vascularizadas tem maior chance de intoxicação • Tipo de AL: a bupi é a mais cardiotóxica por ter grande afinidade pelo canal de sódio e pelo canal de cálcio dos miócitos • Uso de vasoconstrictores ➢ SNC: • Cruzam a BHE • Absorção direto ou injeção intravascular • Dose dependente: Baixas doses: depressão Altas doses: excitação, convulsão (se a dose da sedação for alta o paciente não convulsiona, não da para perceber a intoxicação) e depressão • Lidocaína é o AL com maior potencial neurotoxico • Fatores predisponentes: Acidose respiratória (aumento PaCO2) e acidose metabólica: precisa tratar com bicarbonato ou oferta de oxigênio para que o anestésico local saia de dentro do neurônio Altas doses Diminuição da ligação proteica: idosos, hepatohepatas, nefropatas Diminuição do clearance Estado hiperdinâmico • Fatores protetores: Adição de epinefrina diminui a absorção e as concentrações séricas por uma vasoconstricção Adição vasoconstritor a lidocaína diminui em 42% o limiar convulsivo LARISSA MENEZES – TÉC. CIRÚRGICAS E ANESTESIO ➢ SCV: • Doses maiores que SNC: normalmente o paciente já vinha dando sinais do intoxicação do SNC que provavelmente passou despercebida por uma sedação exacerbada • Lidocaína: hipotensão, bradicardia e hipóxia • Potentes: PCR e BAVT • Efeito direto no miocárdio e vasos sanguíneos • Efeito indireto no bloqueio da atividade eferente autônoma • Inibição das fibras de Purkinje no musculo ventricular • Diminuição potencial de ação e período refratário → Aumento do intervalo PR, prolongamento QRS, inibição nó sinusal • Bupivacaína: CUIDADO! Maior depressão direta ao miocárdio Inibe canais de cálcio, além dos de sódio Maior afinidade pelos canais de Na+ por ser 50% R(+) Inibe metabolismo mitocondrial e produção AMPC Anestésico local mais cardiotóxico ➢ Tratamento da intoxicação • Suspender administração AL • O2 • Ventilação • Sedativos • Tratar convulsões • Drogas vasoativas • Antiarrítmicos • Cardioversão • Emulsão lipídica: Tratar a intoxicação pela bupi Resgata AL nos tecidos Alta afinidade a bupivacaína 100 mL emulsão 20% (1,5mg/kg) em 1 nub Repetir dose se necessário até 8 mL/kg ➢ Mistura de anestésicos: cuidado • Evidencia atual não permite conclusões da efetividade de mistura • Toxicidade sistêmica pode ser aditiva USOS CLÍNICOS Tópico: gel, spray, pomada (mucosa e pele) Infiltrativa: local (pequena cirurgias) Venoso:bloqueio Bier, antiarrítmico, adjuvante Troncular: raquianestesia, peridural e bloqueio periféricos
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