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Texto Dissertativo Sobre Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro (Edgard Morin)

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Texto Dissertativo Sobre “Os Sete Saberes Necessários à 
Educação do Futuro” (Edgard Morin) 
 
 
 
 
 
Renê Ripardo Calixto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................13 
2 DESENVOLVIMENTO ..........................................................................................14 
2.1 AS CEGUEIRAS DO CONHECIMENTO: O ERRO E A ILUSÃO .....................14 
2.2 OS PRINCÍPIOS DO CONHECIMENTO PERTINENTE ...................................15 
2.3 ENSINAR A CONDIÇÃO HUMANA ..................................................................15 
2.4 ENSINAR A IDENTIDADE TERRENA ..............................................................16 
2.5 ENFRENTAR AS INCERTEZAS .......................................................................16 
2.6 ENSINAR A COMPREENSÃO .........................................................................16 
2.7 A ÉTICA DO GÊNERO HUMANO ....................................................................17 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................18 
REFERÊNCIAS .......................................................................................................19 
 
 
13 
1 INTRODUÇÃO 
A estrutura da educação em um país é debatida todo ano para tentar manter 
o ensino e a aprendizagem em todos os níveis. Para isso, é pontuado o número de 
professores e alunos em sala de aula, as ações do ministério da educação, se os 
pais e mães estão auxiliando na educação dos filhos e dentre outras. Para Jarauta e 
Imbernón (2015), isso não ocorre por causa de causalidade ou capricho, mas porque 
acredita-se que vale a pena e os resultados são satisfatórios para a educação. 
A educação bem aplicada no país proporciona uma mão de obra qualificada, 
conserva a identidade, preserva a cultura e a civilização. É comum as pessoas 
refletirem sobre como deveria ser a educação no futuro, mas não é fácil predizer 
qual será a educação do futuro devido às mudanças que ocorrem anualmente em 
relação à economia, tecnologia, leis e outras formas que são majoritárias nos modos 
da sociedade. Por exemplo, as pessoas exigem variedade de formas de 
aprendizagem e nisso está presente uma melhor mobilidade, conectividade, 
flexibilidade. Para Figueiredo (1995), as escolas tradicionais estão mal equipadas 
para oferecer estas formas de aprendizagem que exigem o uso de tecnologias 
modernas. De acordo com Mota (2010) e Abrami et al (2011), a tendência é as 
escolas acompanharem os avanços tecnológicos para flexibilizar os meios de 
informação. A forma de ensino também é outro ponto a observar, pois a maneira 
que a escola trabalha os conteúdos são decisivas para a aprendizagem. 
Segundo Japiassu (1999), no Brasil, a composição da educação básica, 
dividida em séries e componentes curriculares, divide e distancia os saberes. Para 
Gerhard e Rocha Filho (2016), isso resulta em uma crise no sistema de ensino, que 
pode ser observada pela frustração e fraqueza dos alunos e pela impotência dos 
mestres. Portanto, estudos sempre devem estar presente para entender como os 
saberes se manifestam no meio escolar, buscando identificá los e compreendê los. 
Este trabalho tem como objetivo abordar e refletir sobre “Os Sete Saberes 
Necessários à Educação do Futuro” do livro Morin (2014). Os 7 saberes necessários 
à educação do futuro são divididos em capítulos no livro, onde Morin menciona os 
saberes que toda sociedade deveria aprender e aplicar na vida. 
14 
2 DESENVOLVIMENTO 
Neste capítulo são abordados e debatidos Os Sete Saberes Necessários à 
Educação do Futuro” do livro Morin (2014). Os saberes são: as cegueiras do 
conhecimento: o erro e a ilusão, os princípios do conhecimento pertinente, ensinar a 
condição humana, ensinar a identidade terrena, enfrentar as incertezas, ensinar a 
compreensão e a ética do gênero humano. 
 
2.1 AS CEGUEIRAS DO CONHECIMENTO: O ERRO E A ILUSÃO 
Neste saber o autor menciona a origem e como cai nos erros e ilusões da 
vida. A princípio é dito da capacitada e possibilidade de enganar a si mesmo, as 
interpretações equivocadas e também quando se joga a culpa para as outras 
pessoas. Além destes 3 itens, que são importantes e que geram muitos erros a partir 
da visão de mundo, Morin classifica algumas formas de erros. 
Primeiro o autor menciona os erros mentais, self-deception, em que a 
pessoa mente pra si mesma e também o egoísmo. O egoísmo é a capacidade de 
jogar a culpa sempre nos outros. Para Schopenhauer (2001), o egoísmo é colossal, 
ele comanda o mundo. Já sobre a memória é utilizado o termo rememoração, 
quando a pessoa não consegue obter as informações da sua memória ou quando 
apenas só lembra aquilo que lhe agrada. Segundo erro é o intelectual, isso está 
relacionado a uma doutrina que se nega a mudar, repensar ou se auto criticar. Neste 
caso, quem segue esse tipo de doutrina acaba errando. 
O autor traz os erros da razão, em que se trabalha com o termo 
racionalidade e racionalização. Estes dois termos compartilham a lógica da 
construção, a argumentação e a organização, porém a racionalização não realiza 
autocrítica e muito menos verifica outros pontos. Para Morin, os paradigmas é o 
inconsciente que afeta o consciente. É um erro quando o indivíduo não realiza 
autocrítica sobre as regras e as crenças que acredita. 
 
15 
2.2 OS PRINCÍPIOS DO CONHECIMENTO PERTINENTE 
O autor diz que as pessoas precisam reformar seus pensamentos ou 
procurar rever se precisa pensar de uma nova forma. Para Morin, existem 
informações que foram bastante fragmentadas que a humanidade não consegue ver 
no global. Por exemplo, dentro da educação a avaliação foi separada do ato de 
ensinar de forma que não faz sentido. 
Outro ponto em destaque é o contexto, em que os fatos isolados não fazem 
sentido e é necessário verificar o fato a partir do local onde acontece. Os dados 
isolados são insuficientes para entender o todo, portanto é necessário que os 
contextos sejam ligados e isso forma o global. A partir do global o autor fala do 
multidimensional, pois a sociedade comporta as dimensões histórica, econômica, 
sociológica, religiosa e entre outros. Por fim, mencionado a tendência da redução do 
que é complexo ao simples e a dispersão que é a ideia fragmentada em que não 
deixa ver como o mundo é complexo. 
 
2.3 ENSINAR A CONDIÇÃO HUMANA 
É necessário promover grande desmembramento dos conhecimentos 
oriundos das ciências naturais, a fim de situar a condição humana no mundo, dos 
conhecimentos derivados das ciências humanas para colocar em evidência a 
multidimensionalidade e a complexidade humanas (MORIN, 2014). Em outra obra, 
Morin (2003), Morin defende que o pensamento complexo abre o caminho para 
compreender melhor os problemas humanos. 
Para a condição humana, o autor aborda as dimensões das pessoas, de 
como os seres humanos são complexos. Para isso, é dito sobre o circuito 
cérebro/mente/cultura, circuito razão/afeto/pulsão, circuito 
indivíduo/sociedade/espécie, Homo Sapiens (o sábio) e Homo Demens (o louco). 
Portanto, os humanos são racionais e irracionais, capazes de medidas e 
desmedidas, sujeito de afetividade intensa e instável. 
 
16 
2.4 ENSINAR A IDENTIDADE TERRENA 
Nessa era global de acesso e transferência rápida de informações e na 
complexidade do mundo, as pessoas têm dificuldade em compreender o mundo. 
Isso ocorre porque há um modo de pensar que atrofiou em nós, em vez de 
desenvolver, a aptidão de contextualizar e de globalizar, uma vez que a exigência da 
era planetária é pensar sua globalidade, a relação todo e partes, sua 
multidimensionalidade e sua complexidade. 
Neste sentido, Morin fala que a forma do pensamento não é linear, ou seja, 
um fato ocorre e depois outro. Morin diz sobre o pensamento policêntrico, onde 
existem culturas do mundo, porisso global. Outro fato colocado são as heranças do 
século XX. Por exemplo, as heranças de morte: as armas nucleares, os perigos das 
doenças como aids, a morte ecológica, drogas como a heroína e a arma 
termonuclear. 
 
2.5 ENFRENTAR AS INCERTEZAS 
O futuro é sempre aberto e imprevisível, portanto as pessoas precisam 
abandonar a ideia de futuro linear. Existe a dificuldade em prever o novo e toda 
evolução é considerado um desvio bem sucedido. Por exemplo, a coca cola foi 
criada para ser um remédio e acabou sendo o refrigerante mais vendido do mundo. 
Outro ponto destacado pelo o autor é a destruição. Um exemplo da 
destruição está na bomba de Hiroshima, em que a bomba veio a partir das 
descobertas do físico Albert Einstein. É dentro dessa lógica que o autor usa o termo 
inter-retro-ações, a ação não corre apenas o risco de fracasso, mas de desvio ou de 
perversão de seu sentido inicial, e pode até mesmo voltar-se contra seus iniciadores. 
Esta reflexão é para dizer que a história é uma ação consecutiva de organização e 
desorganização. Essa é a ideia do pêndulo pode estar no polo positivo e negativo. 
 
2.6 ENSINAR A COMPREENSÃO 
Ensinar a compreensão é a missão propriamente espiritual da educação: 
ensinar a compreensão entre as pessoas como condição e garantia da solidariedade 
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intelectual e moral da humanidade. Isso inclui um processo de empatia, de 
identificação e de projeção. Sempre intersubjetiva, a compreensão pede abertura, 
simpatia e generosidade. 
O exercício de compreender o outro não pode prejudicar a compreensão, 
assim como os vários sentidos de uma noção, ignorância dos ritos e costumes do 
outro, incompreensão dos valores imperativos e éticos da cultura e incompreensão 
das ideias ou os argumentos de outra visão do mundo. 
 
2.7 A ÉTICA DO GÊNERO HUMANO 
Neste assunto o autor mostra o instrumento como se deve fazer a análise da 
complexidade humana ou seja, qual a ciência para fazer essa reflexão. Essa área do 
saber é chamada Antropoética e assume a condição humana 
indivíduo/sociedade/espécie, alcançar a humanidade em nós mesmos em nossa 
consciência pessoal e assumir o destino humano em suas antinomias e plenitude. 
Neste assunto, Morin defende a democracia que é uma forma de 
organização humana que combina mais com a complexidade dos humanos, porém 
ele menciona alguns cuidados em relação à democracia. Morin relata que 
democracia pode ser frágil devido aos conflitos e também pode existir regressões. 
Isso pode acontecer quando grande parte dos cidadãos são afastados da política ou 
das decisões. Morin menciona que é preciso fortalecer a democracia com a 
regeneração do civismo, isso quer dizer ter respeito às instituições, práticas da 
política e dentre outras. 
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Este trabalho tem como objetivo abordar e refletir sobre “Os Sete Saberes 
Necessários à Educação do Futuro” do livro Morin (2014). Para isso, foi realizado 
várias reflexões, críticas e definições sobre os saberes: as cegueiras do 
conhecimento: o erro e a ilusão, os princípios do conhecimento pertinente, ensinar a 
condição humana, ensinar a identidade terrena, enfrentar as incertezas, ensinar a 
compreensão e a ética do gênero humano. 
Morin aborda os temas fundamentais para a educação contemporânea de 
forma prática e com exemplos que ocorrem na vida real para defender suas ideias. 
Os assuntos propostos por Morin devem fazer parte de debates sobre políticas 
educacionais e educação inclusiva perante a sociedade. Os temas devem ser 
repassados para o desenvolvimento do ser humano, pois estão ligados ao conceito 
de cidadania. Por fim, os sete saberes não são normas que obrigatoriamente devem 
estar presentes na escola, estes saberes são orientações e guias que podem 
motivar o educador e o educando. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
REFERÊNCIAS 
ABRAMI, P. C.; BERNARD, R. M.; BURES, E. M.; BOROKHOVSKI, E.; TAMIM, R. 
M. Interaction in distance education and online learning: Using evidence and theory 
to improve practice. Journal of computing in higher education, v. 23, n. 2, p. 82-103, 
2011. 
FIGUEIREDO, A. Dias. O futuro da educação perante as novas tecnologias. 1995. 
GERHARD, A. C. E ROCHA FILHO J. B. A fragmentação dos saberes na educação 
científica escolar na percepção de professores de uma escola de ensino médio. 
Investigações em Ensino de Ciências, v. 17, n. 1, p. 125-145, 2016. 
JAPIASSU, H. Um desafio à educação: repensar a pedagogia científica. Letras & 
Letras, 1999. 
Jarauta, B.; Imbernón, F. Pensando no futuro da educação: uma nova escola para o 
século XXII. Penso Editora, 2015. 
MORIN, E. Os setes saberes necessários à educação do futuro. Cortez Editora, 
2014. 
MORIN, E. Da necessidade de um pensamento complexo. Para navegar no século 
XXI, v. 2, p. 19-42, 2003. 
MOTA, R. Olhando para o futuro: visões da educação brasileira para os próximos 
dez anos. Palavra do Presidente, p. 26, 2010. 
SCHOPENHAUER, A. O mundo como vontade e representação. Rio de Janeiro: 
Contraponto, 2001.

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