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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO Departamento de Economia Rua Marquês de São Vicente, 225 22453-900 - Rio de Janeiro Brasil Eco 1115 – Economia Política Índice de Preços Conceito: Índices de preços são medidas de inflação. São números que agregam e representam os preços de uma determinada cesta de produtos. Sua variação mede, portanto, a variação média dos preços dos produtos da cesta. Podem se referir a, por exemplo, preços ao consumidor, preços ao produtor,custos de produção ou preços de exportação e importação. Há uma série de parâmetros implícitos nas medidas de inflação: – A região/cidade e a faixa de renda da população coberta; – A pesquisa de orçamentos familiares (POF) para identificar a cesta de consumo da população da região e da faixa de renda selecionada; – A metodologia empregada no cálculo, de forma a combinar em uma única medida estatística a variação do preço do conjunto de bens e dos serviços pesquisados; – A definição da periodicidade e das fontes para a coleta de preços (tipo e tamanho de pontos comerciais, coleta de informações de preços de serviços e aluguéis, entre outras). Principais índices de preços: Os principais índices de inflação no Brasil são calculados por três institutos de pesquisa: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (Fipe) e Fundação Getúlio Vargas (FGV).Esses índices se diferenciam de diversas maneiras: em relação à metodologia de cálculo, abrangência, população-alvo e composição das cestas de produtos e serviços . 1. Índices de Preços ao consumidor: 1.1 IPCA : O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o mais importante índice de preços ao consumidor do país e é utilizado como referência para o regime de metas de inflação. O índice é calculado pelo IBGE desde 1980 e mede a variação dos preços da cesta de consumo das famílias com rendimento mensal de 1 a 40 salários mínimos,qualquer que seja a fonte de renda. O período de coleta do IPCA estende- se, aproximadamente, do dia 1 ao dia 30 do mês de referência e os resultados são divulgados em torno do dia 10 do mês subsequente. Na sua composição, o IPCA é dividido em nove grupos, 19 sub-grupos, 52 itens e 384 sub-itens . Principais Grupos do IPCA 1.1.1 Preços administrados ou monitorados por contrato Esse grupo representa aproximadamente 24% no IPCA. Em geral, a maior parte das tarifas de serviços públicos são reajustadas em determinadas épocas do ano sendo estabelecidas contratualmente a fim de compensar as concessionárias pela variação dos seus custos desde o último reajuste. A definição dos valores dos reajustes fica a cargo das agências regulatórias setoriais, tais como a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), ANP entre outras. Desse modo, os preços são determinados por regras contratuais que visam repassar variações de custos, não sendo assim influenciados diretamente pelas condições de demanda e oferta. Alguns dos principais preços administrados são Energia elétrica residencial, telefonia fixa, telefone público, ônibus interestadual, taxa de água e esgoto, produtos farmacêuticos, gasolina, diesel. Os principais componentes dos preços administrados são: • Preços regulados diretamente pelos três níveis de governo, como impostos e taxas; • Preços controlados por agências reguladoras, como energia elétrica, telecomunicações e serviços de transporte público • Preços de derivados de petróleo – nas refinarias, os preços dos derivados de petróleo (óleo diesel, gás de bujão e gasolina) comercializados no mercado brasileiro são fixados pela Petrobras. A empresa busca alinhar os preços desses produtos à tendência de longo prazo apresentada pelos preços 23% 15% 5% 7%21% 11% 10% 4% 5% Alimentação e Bebidas Habitação Artigos de Residência Vestuário Transportes Saúde e Cuidados Pessoais Despesas Pessoais Educação Comunicação internacionais, por meio de uma estratégia que procura suavizar flutuações de preços dos combustíveis no mercado doméstico. 1.1.2 Preços Livres Os preços livres representam aproximadamente 76% do índice IPCA de maio. Os preços livres ou competitivos são determinados em mercado pelas condições de oferta e demanda. De acordo com as características dos componentes do grupo de bens com preços livres, pode-se dividir o grupo em dois: • Serviços (aproximadamente 34% do IPCA) – em geral, apresentam maior correlação com a inflação passada e sensibilidade à variação do custo da mão-de-obra, o que confere maior rigidez inflacionária aos serviços. Ex: Educação, Pessoais (empregada doméstica, cabeleireiro,...), Residenciais e Médicos. • Ex-serviços (aproximadamente 42% do IPCA) – em geral, são bastante sensíveis à variação da taxa de câmbio, à concorrência com os produtos importados e aos preços de commodities (principalmente agrícolas). Ex: Alimentos, Bens duráveis, semi-duráveis e intermediários. 1.2 IPCA-15: O IPCA-15, divulgado pelo IBGE desde maio de 2000, segue a mesma metodologia e estrutura de ponderação do IPCA, apenas com diferente período de coleta. A coleta de preços para o IPCA-15 ocorre aproximadamente, entre o dia 16 do mês anterior ao mês de referência e o dia 15 do mês de referência, e é divulgado em torno do dia 25 do mês de referência. O IPCA-15 é utilizado como indicador de tendência para o IPCA. . 1.3 INPC: O índice nacional de preços ao consumidor INPC, calculado pelo IBGE desde 1979, reflete a variação dos preços de uma cesta de bens e serviços consumida por famílias com rendimento mensal de 1 a 8 salários mínimos e cujos chefes sejam assalariados com carteira assinada em suas ocupações principais. As áreas urbanas cobertas e o período de coleta da pesquisa do INPC são iguais aos do IPCA. A cesta de consumo utilizada na pesquisa do INPC apresenta poucas diferenças de composição em relação a do IPCA, sendo que as diferenças mais significativas se concentram na ponderação dos componentes . Por exemplo, o peso dado a alimentação, habitação e vestuário é maior no INPC do que no IPCA. Em contrapartida, o peso dado a Transportes, Despesas Pessoais e Educação é menor, se comparado ao IPCA. 1.4 IPC –FIPE : É de abrangência exclusiva da região metropolitana de São Paulo .O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-Fipe) sucedeu o Índice de Preços ao Consumidor do Município de São Paulo, criado pela Prefeitura de São Paulo em 1939 com o objetivo de calcular os reajustes salariais dos servidores municipais. Em 1968, esse índice passou a ser calculado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas da USP (IPEUSP) e em 1973 pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo), passando a ser conhecido como IPC-Fipe. A população alvo do índice são famílias que recebem entre 1-20 salários mínimos. 2. Índices Gerais de Preços (IGP-DI, IGP-10,IGP-M) A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulga o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) desde 1947, com a série histórica do índice começando em janeiro de 1944. De início, o IGP-DI resultava da média entre o Índice de Preços por Atacado (IPA) e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC). A partir de 1950, o índice passou a incluir um componente adicional, o Índice de Custos da Construção (ICC), que originou o Índice Nacional de Custos da Construção (INCC). Segundo a FGV, a escolha desses três componentes do IGP-DI deveu-se à avaliação de que esses índices refletiam a evolução de preços de atividades produtivas passíveis de serem sistematicamente pesquisadas. O peso de cada um dos índices na composição do IGP-DI foi fixado à época de sua construção (meados dos anos 40) visando refletir a importância relativa de cada um desses grupos (atacado, varejo e construção civil) no cômputo da despesa interna bruta (Gráfico 12). Segundoa FGV, o acompanhamento sistemático da ponderação dos três componentes na despesa interna mostra baixa variabilidade dos pesos em relação à estrutura atual (60% atacado, 30% varejo e 10% construção civil). Em função disso, a FGV nunca alterou a distribuição dos pesos dos componentes desde a criação do IGP-DI. A FGV passou a divulgar o IGP-M em maio de 1989 e o IGP-10 em setembro de 1993. Os dois índices têm a mesma metodologia do IGP-DI, porém são coletados em períodos diferentes do mês. O período de coleta do IGP-10 é entre dia 11 do mês anterior e dia 10 do mês de referência. O IGP-M considera a coleta entre o dia 21 do mês anterior e o dia 20 do mês de referência. Já o IGP-DI considera realiza a coleta do dia 1 ao dia 31 do mês de referência. Entre os índices divulgados pela FGV, o IGP-M é um dos mais conhecidos e utilizados. O IGP-M é o único IGP que possui apurações parciais a cada 10 dias, chamadas “prévias”. A divulgação das apurações parciais do primeiro e do segundo decêndios (acompanhamento dos preços em blocos de dez dias) permite antecipar as variações do IGP-M fechado do mês. Os IGPs são os índices de mais ampla cobertura do mercado brasileiro, pois medem as variações de preços ao longo do processo produtivo, sendo compostos por: • Índice de Preços ao Atacado – matérias-primas brutas (agrícolas e industriais), bens intermediários e bens finais no mercado atacadista (60%) • Índice de Preços ao Consumidor – bens e serviços no varejo (30%) • Índice Nacional da Construção Civil – materiais, serviços e custo da mão-de-obra na construção civil.(10%) 2.1: IPA : O índice de preços ao atacado tem peso de 60% no IGP e é o mais importante índice de preços ao atacado. Os pesos dos produtos no IPA são definidos pelo valor que cada um representa no total de bens disponíveis na comercialização interna. A amostra de preços do IPA é agrupada, usualmente, por três critérios diferentes: • Destino que se atribui aos bens, subdivididos entre bens de consumo (cerca de 34% do IPA) e bens de produção (cerca de 66% do IPA) • Origem de produção destes bens: subdivididos entre produtos agrícolas (cerca de 25% do IPA) e produtos industriais (cerca de 75% do IPA) • Estágio de processamento dos bens: matérias primas brutas (cerca de 24% do IPA), bens intermediários (cerca de 46% do IPA) e bens finais (cerca de 30% do IPA). O IPA é um Indicador de tendência para futuras variações dos IPCs: Além de ser o componente mais importante do IGP, a inflação IPA também tem a utilidade de antecipar movimentos que terão impacto sobre os índices de preços ao consumidor. 2.2 IPC : O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) tem peso de 30% no IGP, e mede a variação de preços de um conjunto de bens e serviços que compõem a cesta de consumo habitual de famílias com nível de renda entre 1 e 33 salários mínimos. O índice é calculado para sete das principais capitais do País (Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador eSão Paulo). A amostra de produtos utilizada no cálculo do IPC, assim como os pesos de cada produto no índice, foi definida a partir da POF elaborada pelo Instituto Brasileiro de Economia/Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV) no biênio 2002/2003. Desde janeiro de 2003, o IBRE/FGV publica o IPC-S, que representa o índice quadrissemanal do IPC. Esse índice possui a mesma estrutura de ponderação do IPC-DI. As coletas de preços normalmente se encerram nos dias 7, 15, 22 e 30 de cada mês e a divulgação ocorre no dia seguinte ao fim da coleta. Assim como o IPC- Fipe, o IPC-S também pode ser utilizado como indicador de tendência para o IPCA. 2.3 INCC: O índice incorpora incorporar sete capitais (Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre) A partir de dezembro de 2000, o Índice Nacional de Custo da Construção passou a incorporar Florianópolis, Brasília, Belém e Goiânia, abrangendo 12 importantes regiões metropolitanas do país. O INCC é calculado a partir da média ponderada da variação dos custos de mão-de- obra e materiais e serviços. 3. Quadro Resumo: Fontes: IBGE, FGV, BC, CS.
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