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Metodologias usadas na construção dos principais índices de preços utilizados no Brasil

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Metodologias usadas na construção dos principais índices de preços 
utilizados no Brasil 
 
1. Introdução 
Os índices de preços podem ser definidos como indicadores que medem a oscilação nos preços de 
produtos e serviços no Brasil. Como são inúmeros os produtos e serviços existentes, não há um índice 
que consiga medir essa variação total, portanto existem vários índices e cada um se destina a apenas 
um setor ou setores do mercado. 
Os índices podem diferir entre si de diversas maneiras, destacando-se as variações nas cestas de 
bens e serviços ofertadas no mercado. Desse modo, são construídos índices que medem preços ao 
produtor, preços ao consumidor, custos de produção, entre outros. Como esses refletem uma situação 
“pontual”, o que se espera na prática é que o consumidor sinta o peso da inflação de maneira diferente 
daquela expressa nos índices, pois esse usufrui de serviços e produtos das mais variedades. 
Apesar de não expressarem correlação exata com os preços vistos no dia a dia, os índices de 
inflação permitem acompanhar evoluções históricas e identificar tendências de mercado. Ademais, 
também conseguem demonstrar variações regionais. 
Dentre os diversos índices de preços existentes no Brasil, pode – se citar o Índice Geral de Preços 
- Disponibilidade Interna (IGP-DI), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da 
Fundação Getúlio Vargas (FGV); o Índice de Preços ao Consumidor (IPC); o Índice Nacional de 
Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE) e a tabela FIPE, criada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. 
 
2. Índices de preços 
 
2.1. IGP – DI 
O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) é um indicador o movimento de 
preços que serve como um termômetro da inflação brasileira a comunidades econômicas 
nacionais e internacionais. Além disso, o IGP – DI também é utilizado como referência para 
correções de preços e valores contratuais, diretamente empregado no cálculo do Produto Interno 
Bruto (PIB) e das contas nacionais em geral. 
O IGP – DI, como o próprio nome sugere, se refere à média de preços de atividades 
especificamente brasileiras, desse modo, os produtos exportados não são contabilizados. 
Atualmente, a principal função desse índice é registrar as movimentações comerciais e atuar como 
deflator, ou seja, corrigir o valor real de um produto ou serviço. 
O índice está projetado para captar a movimentação geral de preços entre o primeiro último 
dia de cada mês, sendo que nessa pesquisa, cobre-se o preço de todo processo produtivo, desde 
matérias-primas agrícolas e industriais, passando pelos bens e serviços intermediários até chegar 
no produto final. 
Para o cálculo do IGP – DI, é realizada a soma ponderada de outros índices, ocorrendo da 
seguinte forma: 
a) 60% representados pelo IPA-DI equivalem ao valor adicionado pela produção de 
bens agropecuários e industriais, nas transações comerciais em nível de produtor; 
b) 30% de participação do IPC-DI equivalem ao valor adicionado pelo setor varejista 
e pelos serviços de consumo; 
c) 10% representados pelo INCC-DI, equivalem ao valor adicionado pela indústria da 
construção civil. 
Algebricamente, o cálculo do IGP – DI em um mês “j” qualquer é dado da seguinte maneira: 
𝐼𝑗 = 0,6 𝑋𝑗 + 0,3 𝑌𝑗 + 0,1 𝑍𝑗 
Onde, 
Ij = Número índice do IGP-DI no período de referência ‘j’; 
Xj = Número índice do IPA-DI no período de referência ‘j’; 
Yj = Número índice do IPC-DI no período de referência ‘j’; 
Zj = Número índice do INCC-DI no período de referência ‘j’. 
Esses três índices que fazem parte do IGP-DI são calculados através da mesma fórmula 
básica, qualificada como “Laspeyres encadeada de base móvel” e expressa da seguinte maneira: 
 𝐼𝑡,𝑜 =∏ 𝐼𝐽, 𝐽−1
𝑡
𝐽=1 (1) 
sendo: 
 𝐼𝐽, 𝐽−1 =
1
∑ 𝑊𝑗
𝑖 . ∑ 𝑊𝑗
𝑖.
𝑃𝑗
𝑖
𝑃𝑗−1
𝑖
𝑛
𝑖=1 (2) 
Onde, 
It, o = índice do mês ‘t’ em relação à base ‘0’; 
I j, j-1 = índice do mês ‘j’ em relação ao mês imediatamente anterior; 
 𝑊𝑗
𝑖 = 𝑊0
𝑖 .
𝑃𝑗−1
𝑖
𝑃0
𝑖 (3) 
 j = 1,2,...t (meses); i = 1,2,....n (itens)  
𝑃𝑗
𝑖 = preço do item ‘i’, no mês ‘j’; 
𝑊0
𝑖 = ponderação do ítem ‘i’, no mês básico, 
tal que ∑ 𝑊0
𝑖𝑛
𝑖=1 = 1 
É observado na equação (1) que o índice acumulado (It,o) corresponde a um processo 
de encadeamento de índices mensais de base móvel, cada qual relacionado ao período que o 
precede (Ij,j-1). Verifica-se, também, na fórmula (3), que as ponderações (Wi j) são móveis, 
corrigidas por relativos acumulados de preços (relação 𝑃𝑗−1
𝑖 / 𝑃0
𝑖 , que se aplica sobre a 
ponderação inicial 𝑊0
𝑖). 
As estruturas de pesos e a relação de produtos integrantes dos índices que compõem o 
IGP-DI são revistas periodicamente, incorporando pesquisas estatísticas recentes. Com esse 
procedimento, mantém-se a capacidade do IGP-DI de aferir corretamente o movimento geral 
de preços. 
 
2.2. IPC 
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) mede a oscilação de preços de um conjunto fixo de 
bens e serviços componentes de despesas rotineiras de famílias com nível de renda entre 1 e 33 
salários mínimos mensais. Seu principal uso é a medição do poder de compra do consumidor nas 
cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre e Brasília. 
O cálculo do IPC é realizado com base nas despesas de consumo obtidas através da Pesquisa 
de Orçamentos Familiares (POF) realizada entre 2008 e 2009 pelo IBGE. As informações do 
levantamento possibilitaram construir as estruturas de ponderação que expressam, em termos 
percentuais, a importância monetária dos bens e serviços que compõem a amostra do IPC. 
Com base na POF construiu-se a composição final das versões do Índice de Preços ao 
Consumidor. Os bens e serviços que integram a amostra foram classificados em oito grupos ou 
classes de despesa, 25 subgrupos, 85 itens e 338 subitens. As oito classes de despesa são: 
Alimentação, Habitação, Vestuário, Saúde e Cuidados Pessoais, Educação, Leitura e Recreação, 
Transportes, Despesas Diversas e Comunicação. 
No sistema de apuração do IPC há também um conjunto de índices especiais, o Índice de 
Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i), que mede a variação de preços de bens e 
serviços destinados às famílias compostas, majoritariamente, por indivíduos com mais de 60 anos 
de idade e o Índice de Preços ao Consumidor Classe 1 (IPC-C1), que é um indicador mensal que 
mede a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços para famílias com renda entre 1 e 
2,5 salários mínimos mensais. 
As versões que fazem parte do sistema de divulgação do IGP seguem um calendário 
previamente definido. As versões IPC-S, IPC-3i e IPC-C1 possuem calendário próprio. O IPC -S 
baseia-se em um sistema de coleta quadrissemanal, com encerramento em quatro datas pré-
estabelecidas (07, 15, 22 e 31), onde a apuração das taxas de variação leva em conta a média dos 
preços coletados nas quatro últimas semanas até a data de fechamento. O IPC-3i e o IPC-C1 
possuem período de coleta que se estende do dia primeiro ao último dia de cada mês. No caso do 
IPC-3i, a divulgação dos resultados ocorre trimestralmente. 
 
2.3.IPCA 
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA objetiva medir a variação de um 
conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das 
famílias com rendimentos entre 1 e 40 salários mínimos, independente da fonte, que sejam 
residentes nas áreas urbanas das regiões de abrangência do SNIPC, as quais são: regiões 
metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador,Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, 
São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia, Campo 
Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju. 
Essa faixa de renda foi criada com o objetivo de garantir uma cobertura de 90% das famílias 
pertencentes às áreas urbanas de cobertura do Sistema Nacional de Índices de Preços ao 
Consumidor - SNIPC. 
Esse índice de preços tem como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de prestação 
de serviços, concessionária de serviços públicos e internet e sua coleta estende-se do primeiro ao 
último dia do mês. 
Já quanto ao cálculo, esse é um índice de Laspeyres e sua fórmula é dada por: 
𝐿𝑡 = 
Σ 𝑝𝑖,𝑡 𝑞𝑖,0
Σ𝑝𝑖,0 𝑞𝑖,0
 
Onde, 
𝑝𝑖,𝑡 = preço do bem i no período t; 
𝑞𝑖,0 = quantidade consumida do bem i. 
Essa equação pode ser desenvolvida para que os efeitos da ponderação da quantidade 
consumida fiquem claros: 
𝐿𝑡 = Σ𝑤𝑖,0
𝑝𝑖,𝑡
𝑝𝑖,0
 
Em que, 
𝑤𝑖,0 = 
𝑝𝑖,0 𝑞𝑖,0
Σ 𝑝𝑖,0 𝑞𝑖,0 
 
Desse modo, 𝑤𝑖,0 é a participação do gasto com o bem i no período inicial no total de gastos 
do consumidor. 
Nesse índice, a função utilidade é do tipo Leontief, ou seja, a elasticidade preço é zero, não 
sendo captado o efeito-substituição no consumo, o que gera uma taxa de inflação superestimada. 
2.4.IPC - FIPE 
O índice de Preços ao Consumidor do Município de São Paulo, abrange indivíduos residentes 
na cidade de São Paulo com renda familiar entre 1 e 10 salários mínimos. É um dos índices mais 
antigos do Brasil, com início em 1939. 
No cálculo, o IPC – FIPE toma como base as informações sobre bens e serviços consumidos 
e seus respectivos pesos no orçamento familiar contidas na Pesquisa de Orçamentos Familiares 
(POF). De acordo com o indicador, o período de análise consta entre o primeiro e último dia de 
cada mês e também quadrissemanal, que engloba 8 semanas de coletas. 
No cálculo de variações quadrissemanais de preços, a média dos preços computada em um 
grupo de quatro semanas consecutivas é comparada com a média dos preços referente às quatro 
semanas consecutivas anteriores. 
As categorias de despesa são: alimentação, habitação, vestuário, saúde, despesas pessoais, 
educação e transporte. 
Matematicamente, o IPC – FIPE é dado por: 
𝐼𝐺𝑡 = Π (
𝑝𝑖,𝑡
𝑝𝑖,0
)𝑤𝑖,0 
Onde, 
∏ = produto dos relativos de preços 
𝑝𝑖,𝑡
𝑝𝑖,0
, ponderado pela participação de cada bem no gasto 
total (𝑤𝑖,0). 
Nesse caso, a função utilidade é do tipo Cobb-Douglas com elasticidade preço igual a um. Essa 
metodologia permite a substituição do consumo de bens e serviços que tiveram aumento relativo de 
preços por aqueles que permaneceram relativamente mais baratos, captando o referido efeito 
substituição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Referências 
Banco Central do Brasil (org.). Índices de preços. Disponível em: 
https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/indicepreco. Acesso em: 06 out. 2021. 
EQUIPE ANDRÉ BONA. 6 Índices de inflação que vale a pena conhecer. 2021. Disponível em: 
https://andrebona.com.br/6-indices-de-inflacao-que-vale-a-pena-conhecer/. Acesso em: 06 out. 2021. 
Instituto Brasileiro de Economia (org.). Índices de preços ao consumidor. 2020. Disponível em: 
https://portalibre.fgv.br/estudos-e-pesquisas/indices-de-precos/ipc. Acesso em: 07 out. 2021. 
Instituto Brasileiro de Economia. Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna: metodologia. 
2016. Disponível em: http://www.ipeadata.gov.br/doc/METODOLOGIA%20IGP-DI.pdf. Acesso 
em: 06 out. 2021. 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IPCA - Índice Nacional de Preços ao Consumidor 
Amplo. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/precos-e-custos/9256-
indice-nacional-de-precos-ao-consumidor-amplo.html?=&t=o-que-e. Acesso em: 07 out. 2021. 
IPCA, IPC - Fipe e IPC - Br: Diferenças metodológicas e empíricas. Diferenças metodológicas e 
empíricas. 2004. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/htms/relinf/port/2004/06/ri200406b2p.pdf. 
Acesso em: 07 out. 2021 
REDAÇÃO EU QUERO INVESTIR. Entenda como o IPC-Fipe mede a inflação da cidade de 
São Paulo. 2021. Disponível em: https://www.euqueroinvestir.com/o-que-e-ipc-fipe-e-para-que-
serve/. Acesso em: 07 out. 2021.

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