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RESENHA CRÍTICA DO TEXTO ‘’A MORTE, A MEDICINA E HOSPITAIS’’ Levando em consideração não só a disseminação negativa universal de falar, debater e entender a morte, quanto também a constatação do quanto essa pauta é importante sempre que alguma situação do cotidiano, seja conosco ou com alguém que conheçamos, nos mostra o quão sensível e divisor de águas na vida de alguém conversar acerca disso pode ser. Mas por que será que mesmo sendo de conhecimento generalizado que a morte é um rito de passagem que todos um dia passarão, esse ainda é um tópico visto como tabu e desconfortável de se lidar? E ainda, por que até as pessoas que lidam com a morte iminente todos os dias em suas profissões têm dificuldade e despreparo em lidar com esse tema? O texto ‘’a morte, a medicina e hospitais ‘’ trata sobre essa temática e busca entender um pouco desse fenômeno que se repete em hospitais por todo o mundo. A morte é sem dúvidas um tópico que destrincha o medo, a incerteza e o receio na maioria das pessoas, inclusive nos médicos e profissionais de saúde que lidam com ela em sua rotina. Assim como o texto, eu acredito que isso possa vir a estar associado a duas principais razões, sendo a primeira relacionada com o afastamento natural que ocorreu com o passar do tempo entre o ser humano ‘’corpo’’ e o ser humano ‘’alma’’, em que foi difundido por muito tempo, às vezes até inconscientemente, que os médicos teriam por dever tratar o corpo orgânica e mecanicamente e não permitir que outras frentes atrapalhem o exercício pleno da sua função, ocorrendo o fenômeno de objetificação do corpo/doença e renunciação do ser humano como pessoa. Isso é extremamente danoso para o paciente, que em seu momento de maior vulnerabilidade não vai ter o norte que necessita daquele que cuidou dele até ali. E é igualmente danoso para o médico, que por não saber lidar com a causa, gerando um sentimento de frustração, fracasso e incompetência. Por outra via, se há objetificação do corpo dos pacientes, há também uma objetificação e uma ‘’robotização’’ do corpo dos médicos, e é aí que entra a segunda razão citada: a profissão médica vêm associada, e às vezes até romantizada por características como privação de sono, excessiva carga de trabalho e responsabilidade, pressão, estudo e expectativa, o que faz com que seu corpo seja visto como infalível e imortal, e isso acontece tanto por visão externa de outras pessoas quanto deles mesmos, o que reforça, novamente o ciclo vicioso de não lidar-se com a morte, já que a iminência de morte simboliza o fim do que se é possível de se realizar por um corpo, e passando assim para o próximo paciente, corroborando o ciclo vicioso de escanteio a morte, seja pela objetificação do corpo, seja por uma carga de trabalho tão absurda que não se acha tempo para lidar com ser humanos em leito de morte, seja por desleixo pessoal ou por disseminação ao longo da história acerca da temática. Porém, apesar de todos esses argumentos que estimulam o escanteio à morte, discussões acerca desse tema se fazem de extrema importância e pauta para debates e intervenções resolutivas, sempre buscando o bem maior: promover um estado de bem-estar físico, mental e social à todos os indivíduos, e quando não mais possível o mantimento desse estado, ‘’curar às vezes, aliviar frequentemente, confortar sempre.’’ - Hipócrates.
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