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Cons e Leg de Pequenas e Medias empresas

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Cons e Leg de Pequenas e Medias empresas
Aula 01
As pequenas e microempresas têm uma importância relevante na economia brasileira, porque são fontes geradoras de empregos tanto no setor industrial quanto no comércio e prestação de serviços.
De acordo com os historiadores, já havia sinais de direito comercial, por volta de 1694 A.C., quando foi redigido o Código de Hamurabi, que contém regras sobre agricultura, pecuária, funcionários, médicos, e, inclusive, sobre o comércio, principalmente o marítimo. Com a ascensão e queda do Império Romano do Ocidente, no período descrito de 476 D.C (depois de Cristo), em que se fragmentou o poder político e se iniciou o sistema feudal, é que temos a existência da denominação de comércio, em decorrência de que os vassalos (pessoas que ofereciam fidelidade e trabalho ao senhor da terra em troca de proteção e um lugar no sistema de produção), cansados da exploração de mão de obra que viviam partem para as cidades (burgos) e abrem seus próprios negócios com a exploração de atividades industriais rudimentares e artesanais.
Nessa época, desenvolveu-se uma economia essencialmente agrícola, destinada à satisfação das necessidades vitais e não mercantis realizadas nos campos pelos mais humildes, denominados de vassalos, sob o comando dos senhores feudais, donos da terra. O Feudalismo foi um modo de organização social e político baseado nas relações servo-contratuais (servis). Tem suas origens na decadência do Império Romano e predominou na Europa durante a Idade Média. A sociedade feudal era composta por duas classes sociais básicas: senhores e servos.
A estrutura social praticamente não permitia mobilidade, sendo, portanto, a condição de um indivíduo determinada pelo nascimento, ou seja, quem nasce servo será sempre servo. Utilizando os conceitos predominantes hoje, podemos dizer que, o trabalho, o esforço, a competência, etc., eram características que não podiam alterar a condição social de um homem.
As atividades burguesas foram se desenvolvendo, até que, a partir do século XII, os mercadores e artesãos passaram a associar-se em corporações, para proteger seus interesses, uma vez que inexistiam disposições que atendessem a essa classe, havendo apenas as regras do direito romano Justiniano e as de direito canônico.
As corporações eram formadas por mercadores e artesãos lá matriculados, tendo à sua frente os cônsules que, dentre as suas funções, deveriam dirimir os conflitos de interesses envolvendo seus associados, com base nos costumes mercantis e de práticas adotadas pelos comerciantes em suas relações comerciais.
As decisões dos cônsules, juntamente com as da assembleia e do conselho dos comerciantes, posteriormente eram compiladas e formavam os estatutos de cada corporação. Ato contínuo, face o desenvolvimento do comércio e o fortalecimento das corporações, passaram-se a compilar os referidos estatutos, os usos e costumes comerciais e as decisões dos cônsules em repositórios, com vistas à universalização das regras comerciais além dos limites das corporações e das fronteiras das cidades.
Esse direito passou a ser denominado de Jus Mercatorum “expressão que identifica esse direito novo, de caráter intercorporativo, costumeiro e internacional, que ultrapassou as corporações, migrou para as cidades, singrou os mares e se tornou o direito comum de todos os comerciantes da Europa Continental” GONÇALVES NETO, Alfredo de Assis. Manual de direito comercial. 2. ed. rev. e atual. Curitiba: Juruá, 2000. p. 43.
Foi na Idade Média que surgiu o direito comercial. Depois da elaboração do Código Comercial Francês de 1807 e após a publicação do primeiro Código Comercial Alemão, em 1861, em que se diferenciavam os comerciantes plenos ou normais dos pequenos comerciantes, foi promulgado o Régio Decreto nº. 262 de 16/03/1942, no qual foi aprovado o novo Código Civil Italiano, que adotou, pela primeira vez, a teoria jurídica da empresa em seu ordenamento legal, em decorrência dos desdobramentos históricos que foram sucedendo, a partir da Idade Média e que culminou com essa teoria.
No Brasil, adotava-se a legislação portuguesa; a primeira legislação brasileira que trata do tema comércio é o Código Comercial de 1850 que foi revogado em parte pelo Código Civil em 2002, que adota a definição de sociedade empresária aquela formada por duas ou mais pessoas que exercem, profissionalmente, atividade econômica organizada para a produção e circulação de bens e serviços, constituindo, desta forma, o elemento empresa.
Todavia a regulamentação e campo de atuação das pequenas e micro empresas estão atualmente na Lei Complementar nº 123 de 14 de dezembro de 2006.
Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002, devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que Vide a íntegra da Lei Complementar nº 123/2006.
Na parte relativa a situações tributárias, serão gerenciadas por um Comitê Gestor de Tributação das ME e EPP, vinculado ao Ministério da Fazenda, que é composto por dois representantes da Secretaria da Receita Federal e dois representantes da Secretaria da Receita Previdenciária, com representantes da União, dois dos Estados e do Distrito Federal e dois dos Municípios.
Conceito de pequena e micro empresa
Um fator importante que é característico desses tipos de empresa é que a estratégia geralmente é formulada pelo seu dirigente principal, que é também o proprietário. Por isso, na maioria dos casos, essas são empresas familiares, onde trabalham membros de uma mesma família e que, na maioria das vezes, não têm acesso a técnicas modernas de administração e planejamento financeiro. O capital dessa empresa é constituído por um indivíduo ou por um pequeno grupo, e sua área de operações é geralmente local (GOMES, 2004).
Desde os primórdios da civilização, quando o homem começou a fazer as primeiras trocas de bens, já se falava em comércio como uma das habilidades para a sua sobrevivência. Com o desenvolvimento da sociedade humana, o homem introduziu a moeda como meio de valorizar seus produtos. E foi no direito italiano que tivemos o melhor entendimento sobre empresa e conceituou-se a pequena empresa.
Desse modo, o termo PMEs (Pequenas e Médias Empresas) vem de longa data através da história, no qual os doutrinadores e legisladores têm por fim conceituá-la em razão do volume de negócios que a diferencia das demais empresas.
As pequenas e microempresas têm um papel fundamental na economia brasileira.
Os critérios que os doutrinadores utilizam para definir o conceito das Pequenas e Microempresas são vários. Mesmo em outros países, é comum encontrar uma variedade de critérios para sua definição, de acordo com os interesses específicos e políticos da sociedade local.
Tais critérios envolvem o faturamento, o número de empregos, o capital, as vendas, etc., em que estejam constituídas essas sociedades mercantis.
As pequenas e microempresas são oportunidades mercantis para países com problemas de economia como o Brasil, de instabilidade econômica e um grande número de pessoas na informalidade, pois geram empregos, renda e movimentação econômica no qual ocorre um aumento considerável do setor.
Porém, devido, muitas vezes, à questão política – o Brasil ainda tem muita dificuldade para implantar uma política em que efetivamente se estimule a criação dos pequenos negócios – ainda se encontra muita resistência de confiabilidade nos pequenos e médios empresários.
Nossa legislação não tem muita referência às pequenas e microempresas para solucionar problemas de infraestrutura na implantação da sociedade; até as questões trabalhistas e de concessão de benefícios aos empresários precisam encontrar soluções legislativas no menor espaço de tempo para uma tomada de decisão que vai influenciar, principalmente, o desempenho operacional e financeiro da sua empresa e, muitasvezes, comprometem o capital social.
A história da legislação das Pequenas e Microempresas no Brasil se origina a partir de 1984 quando surgiu a Lei nº 7.256 no dia 27 daquele ano. Denominou-se de Estatuto da Microempresa porque aglutinou, em uma só lei, diversos assuntos de interesse das microempresas. Durante a vigência dessa lei, foi concedido tratamento diferenciado, simplificado e favorecido às microempresas nas áreas administrativa, tributária, previdenciária, creditício, e de desenvolvimento empresarial. Diante da evolução que vinham sofrendo e adequando-se a novas realidades empresarias, foram criadas as Leis nº 8.864/94 e 9.317/96 (Lei do Simples), tendo vigorado até a publicação do atual Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.
Durante dez anos, as pequenas e micro-empresas foram regidas pela legislação acima, quando foi sancionada a Lei nº 8.864, de 28 de março de 1994, que veio inovar a receita bruta anual da microempresa e cria a figura do empresário de pequeno porte, conforme determinação da Constituição Federal de 1988. Todavia, seus artigos dependiam da aprovação de decretos regulamentares do Poder Executivo de modo especial o art. 11 que tratava da escrituração da microempresa:
Art. 11 - A escrituração da microempresa e da empresa de pequeno porte será simplificado nos termos a serem dispostos pelo Poder Executivo na regulamentação desta Lei.
Podemos dizer que as pequenas e micro empresas são pessoas de direito privado, decorrentes da união de pessoas que possuem fins econômicos, com a finalidade de exploração de uma atividade econômica e de repartir seus lucros entre seus participantes (art. 981 do Código Civil).
O empresário pode ser pessoa física ou pessoa jurídica. Quando tratar-se de pessoa física, estamos diante da figura do empresário individual e de pessoa jurídica de uma sociedade empresária.
Sabe-se que a atuação das sociedades empresárias no mundo empresarial é muito mais relevante do que a atuação dos empresários individuais.
Os empreendedores sempre procuram minimizar seu risco empresarial e a melhor maneira de fazê-lo é constituir uma sociedade em que haverá a separação patrimonial e a possibilidade de limitação de responsabilidade.
As pequenas e microempresas são formadas, em sua grande maioria, pelas chamadas sociedades uniprofissionais, formadas por profissionais intelectuais cujo objeto social é a exploração da respectiva profissão intelectual dos seus sócios. E a sociedade empresária tem por objeto o exercício da empresa (atividade econômica organizada de prestação ou circulação de bens e serviços).
A Lei 9.317/96, chamada de Lei do Simples, foi e é considerada uma das maiores conquistas das micro e pequenas empresas brasileiras.
Na prática, essa lei reduziu a carga tributária e simplificou a forma de recolhimento dos tributos federais, além de possibilitar a adesão de Estados e Municípios para concessão de benefícios do ICMS e do ISS, respectivamente, nesse tipo de sociedades.
A Lei do Simples revogou alguns dispositivos da Lei nº 7.256/84, especialmente o capítulo que dispunha sobre o tratamento fiscal da microempresa, e da Lei nº 8.864/94, pois estavam incompatíveis com as novas disposições legislativas.
O Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte recebeu esse nome em razão de ter recepcionado integralmente a lei do Simples e, principalmente, por tratar de assuntos diversos de interesse dessas empresas em um só diploma legal.
A diferença é que, enquanto o Estatuto tem por objetivo facilitar a constituição e o funcionamento da microempresa e da empresa de pequeno porte de modo a assegurar o fortalecimento de sua participação no processo de desenvolvimento econômico e social, o Simples estabelece tratamento diferenciado nos campos dos impostos e contribuições.
Cada qual tem o seu conceito de receita bruta e exigências para enquadramento, próprios.
Segundo Paulo Melchor em seu artigo na Jus Navigandi:
“Assim, nada impede que uma mesma empresa seja considerada microempresa perante o novo Estatuto e empresa de pequeno porte segundo a lei do Simples”.
Uma empresa com receita bruta anual igual a R$ 200.000,00 será considerada ME perante o novo Estatuto (desde que cumpridas as demais exigências da lei), mas não o será perante a lei do Simples a qual estabelece receita bruta anual igual ou inferior a R$ 120.000,00.
Nada impede, também, que uma mesma empresa esteja enquadrada como ME ou EPP segundo as regras do novo Estatuto, mas impedida de optar pelo sistema Simples.
As empresas que prestam serviços relacionados no Inc. XIII, do art. 9º da Lei nº 9.317/96 (sociedades de consultoria, assessoria, engenheiros, arquitetos, advogados, etc.) não podem aderir ao Simples; entretanto, não será fator impeditivo para que sejam enquadradas como ME ou EPP segundo as regras do novo Estatuto.
“O Estatuto da ME e EPP juntou dispositivos legais que estavam em vigor e resgataram outros que não mais vigoravam e que estavam dispostos nas Leis nº 7.256/84 e 8.864/94 e outras legislações esparsas”. (grifo nosso).
A possibilidade de opção pelo Simples às microempresas e empresas de pequeno porte tem por base os artigos 170 e 179 da Constituição Federal, os quais conferiram esse tratamento diferenciado e favorecido com a intenção de fomentar a formação e o desenvolvimento da atividade empresarial de pequeno vulto, amenizando dificuldades que possam lhe advir justamente em razão da pequena magnitude do negócio.
A Constituição conferiu à lei a competência para determinar quais os critérios para a classificação das pequenas e micro empresas.
Todavia, nova modificação legislativa veio reger essas sociedades o Decreto n.º 5.028/2004, que alterou os limites de enquadramento para fins de Estatuto da ME e EPP, mas não se aplica para fins da Lei n.º 9.317/1996.
Assim, Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, é a Lei Complementar nº 123/06, que é fundamentada no artigo 146 da Constituição Federal, que estabelece normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Podemos definir, dessa maneira, as microempresas como o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada que tenham, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais).
E a pequena empresa como o empresário, a pessoa jurídica ou a ela equipara, que obtenham, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais).
A receita bruta de uma empresa é o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia (operações realizadas pela empresa em nome de terceiros, ex.: venda em consignação, intermediação de negócios, etc.), não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos.
Atuação na área industrial
As pequenas e micro empresas são 99% da atividade empresarial no Brasil, e a competitividade entre essas empresas também é alta para se manter no mercado.
Muitos empresários, por várias razões, não estão capacitados para administrá-la de seus negócios, porque a maioria veio de outros ramos de atividade e resolveram abrir um negócio, porque alguém falou que era uma boa oportunidade para ganhar dinheiro.
Os empresários de alimentos entendem que a pequena empresa tem mais possibilidades que a grande, não só de conhecer as necessidades do consumidor, mas também de tomar decisões mais rápidas para atender às necessidades do mercado devido à proximidade entre as partes; todavia, não se atentam ao fato de que precisam de um processo estratégico para não ter comprometimento com o capital de giro do negócio.
Pesquisas recentes que foram realizadas pelo Sistema Brasileiro de Apoio às micros e pequenas empresas (SEBRAE) encontraram esse problema em cada dez empresas brasileiras que encerramsuas atividades antes dos cinco anos de vida, devido à falta de planejamento e capacitação por parte dos administradores.
Diante desse problema, vemos que a falta de uma controladoria em que os empresários poderão utilizar ferramentas essenciais, como fluxo de caixa e o orçamento baseados em fontes de dados da contabilidade e da administração da própria empresa, planejando, executando e mantendo o controle de suas atividades, evitará, assim, situações inesperadas.
O que o governo brasileiro pretende com a criação de novas legislações é criar incentivos no setor industrial, em especial nas pequenas e micro empresas, para torná-las mais competitivas e ampliar a produtividade principalmente visando à exportação de seus produtos e, assim, elevar o PIB. Essa melhoria pode ser obtida atuando-se em três variáveis:
Com a prática dessas modernas técnicas de gestão nas pequenas empresas, além do ganho em produtividade, tem-se o aumento de participação no esforço para exportação e o número de postos de trabalho.
Atuação na área industrial
O Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo (MICT), em articulação com outros ministérios e agências governamentais, elaborou um conjunto de iniciativas e de ações específicas para o desenvolvimento de uma nova política industrial em que a participação das pequenas e micro empresas é fundamental para a economia brasileira, tais como:
Automotivo, Complexo eletroeletrônico, etc
As MPE´s do segmento industrial possuem concentração de 25% na construção civil, 12% em confecções e 12% na fabricação de alimentos e bebidas, segundo fontes do SEBRAE e IBGE.
No Brasil, existem muitas empresas ilegais atuando em diversos setores da economia. Não se pode afirmar que seja uma questão cultural por si só, pois muitos apontam como a causa da ilegalidade a alta tributação e enorme burocracia sofrida pela empresa. Os atos regulatórios do governo brasileiro também podem colocar limites no comportamento das pequenas e micros empresas de modo especial como fornecedoras ou compradoras.
As pequenas e micro empresas são mais conhecidos no Brasil no setor de serviços e comércio aonde sua atuação chega a 56% deste segmento contra 14% do segmento industrial, o que nos leva maior concentração de atividades e emprego neste setor do mercado.
Atuação no setor de serviços e comércio
O setor de serviços tem papel fundamental no aumento de produtividade, competitividade e geração de emprego de qualidade no País.
O mercado que mais se tem atuação é o de alimentos direcionado diretamente ao consumidor. No caso do segmento de serviço, 33% das MPE´s se concentram em serviços de terceirização a médias e grandes empresas, 12% em serviços de alimentação e 11% em serviços de transporte segundo dados do SEBRAE.
A importância desse setor é suprir as necessidades existentes das grandes empresas que, para diminuírem os seus encargos e custos operacionais, se utilizam de empresas terceirizadas oriundas das MPE’s.
O papel das franquias
No século XII, encontramos em Londres, na Inglaterra, os primeiros exemplos de práticas que se assemelham ao que hoje chamamos de franquia; todavia, os doutrinadores consideram que a franquia surgiu nos EUA após o término da Guerra Civil no ano de 1860, quando a empresa Singer Sewing Machine, fabricante de máquinas de costura, criou um sistema de revendedores de seus produtos.
Todavia, no século XX, mais precisamente no ano de 1955, o sistema de franquia toma um grande impulso, quando os irmãos Dick e Maurice McDonald fundam uma das maiores empresa de alimentos com o conceito de lanchonete e cria a marca MC Donald’s, hoje uma das maiores franqueadoras do mundo.
No Brasil, a primeira franquia que se tem conhecimento ocorreu no Estado da Bahia, na década de 1940, e era relacionada a sapatos que o franqueado comprava no Rio de Janeiro e distribuía aos licenciados nos municípios do Estado. As franquias de escolas de inglês começaram na década de 1960. O grande momento vivido pela franquia no Brasil ocorreu na década de 1980, no qual também foi criado a ABF – Associação Brasileira de Franchising em 1987.
Mas a franquia não surgiu de um momento de inventividade de uma pessoa criativa, e sim a partir de ideias encontradas por empresários que estavam com problemas em desenvolver e aumentar seus negócios, sendo bem recebida pela sociedade e hoje ocorre de maneira natural, tornando seus produtos e serviços globalizados.
“De acordo com a ABF (Associação Brasileira de Franchising), sistema franchising ou franquia quer dizer: "Sistema onde alguém (franqueador) autoriza um terceiro (franqueado) a explorar os direitos de uso da marca, os direitos de distribuição de produtos e/ou serviços em um mercado definido e os direitos de utilizar um sistema de operação e gestão de um negócio de sucesso".
Como preceitua o art. 2º da Lei 8.955, de 15 de dezembro de 1994, do Código Comercial, franquia “é o sistema pelo qual o franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso e tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício.”
O sistema de franquias tem desenvolvido muito nos últimos anos e desafiam os empresários, principalmente os de pequenas e micro empresas, para fazer diferença na franchising brasileira, sobretudo o modo como vai agregar valor ao negócio, de forma que obtenham retorno do investimento aplicado e para que operar uma unidade franqueada seja gratificante e de realizações.
Os empresários das pequenas e micro empresas devem definir o tipo de estratégia, a diferenciação do serviço ou produto, foco no consumidor, liderança e construção de uma marca que o defina no mercado. Outro ponto é que o empresário deve entender se o valor da empresa está adequado às expectativas do mercado consumidor.
São três os tipos de franquia:
Modalidades de franquia:
A franquia fornece consultoria a seus franqueados incluindo aspectos jurídicos e legais, a Lei 8955/1994 dispõe sobre o contrato de franquia empresarial (franchising).
O franqueador que tiver interesse na implantação de sistema de franquia empresarial deverá fornecer ao interessado em tornar-se franqueado uma circular de oferta de franquia, por escrito e em linguagem clara e acessível, contendo obrigatoriamente informações sobre a atividade fim que a sua empresa oferece ao consumidor.
As taxas de franquia que são devidas pela utilização de marcas do franqueador são sempre devidas. O franqueador poderá determinar quotas de vendas ao franqueado.
O ilustre prof. Wilson Furtado ensina que, para haver retorno do investimento feito pelo franqueado, o prazo mínimo para não existir prejuízo seria de três anos. No contrato, deverá constar expressamente a intenção de renovação pelo franqueado.
Para o SEBRAE, franquia ”é uma modalidade de negócio comercial, em franca expansão no Brasil e no exterior, envolvendo a distribuição de produtos ou serviços, mediante condições estabelecidas em contrato, entre franqueador e franqueado”.
No Brasil, diferente de outros países, o franqueado tem que ter dinheiro para investir no negócio, porque as linhas de crédito são escassas e de difícil acesso para quem não atua no meio empresarial, principalmente porque tem que dar garantias de bens para conseguir abrir o negócio. Ao selecionar seus franqueados, é comum que a franqueador dê preferência a quem tem perfil de vendedor, a quem seja bom de relacionamento com o público.
A empresa franqueadora precisa assegurar ao franqueado capacitação, suporte e orientação em gestão, fornecendo-lhe manuais, softwares, checklists, consultoria de campo e outras ferramentas. É necessário contar com uma equipe qualificada que faça visitas frequentes às unidades franqueadas, prevenindo e corrigindo problemas, particularmente visando o consumidor do produto.
Na franquia, principalmentequando se trata de pequenos e micro empresas, o empresário tem sempre que estar à frente, atualizando-se constantemente com as últimas tendências de mercado.
Atualmente o grande “show” do mercado é a franquia virtual em especial pelo volume de produtos e dinheiro que mexe com o e-commerce. As lojas virtuais são um grande atrativo por oferecer uma oportunidade real de negócios para milhares de pessoas que navegam diariamente pela internet.
De acordo com Fran Martins, franchising é o “contrato que liga uma pessoa a uma empresa, para que esta, mediante condições especiais, conceda à primeira o direito de comercializar marcas ou produtos de sua propriedade sem que, contudo, a esses estejam ligadas por vínculo de subordinação”.
Os contratos de franquia, em geral, possuem um prazo determinado, razão pela qual, sempre contém uma cláusula prevendo sua prorrogação ou revogação.
Atualmente, o Brasil conta com cerca de 600 empresas que já franqueiam e aproximadamente 56.000 pontos de vendas em diversas localidades (Estados e Municípios) nos mais diversos segmentos.
Concluímos, dessa forma, que o contrato de franquia se constitui em mais uma eficaz forma de se comercializar produtos, mercadorias e serviços, possibilitando ao franqueador a ampliação de seu negócio, por meio de redes de distribuição, aumentando, com isso, o faturamento empresarial, proporcionando ao franqueado uma forma mais célere de constituir um negócio próprio, sob resguardo de uma empresa sucesso.
Conclusão
Aspectos positivos no ambiente econômico, como o controle da inflação, têm favorecido o desenvolvimento dos pequenos negócios no Brasil. Todavia O bom desempenho econômico do país não reverteu a taxa de informalidade das MPEs brasileiras. Hoje, menos da metade desses estabelecimentos possui constituição jurídica e empregados com carteira registrada. O que o Governo pretende é incentivar os novos talentos, principalmente os jovens investidores, através de uma legislação que não dificulte a operação de abertura e desenvolvimento dos negócios e reverta esse quadro. Um dos pontos que facilita essa entrada no mercado é que as pequenas e micro empresas também oferecem planos de incentivo a fim de premiar os profissionais a atingirem metas e se destacarem no ambiente de trabalho. Além de fatores como incremento na escolarização dos pequenos empreendedores e maior experiência profissional que têm contribuído para o aumento dos índices de sobrevivência das MPEs no Brasil.
Outra questão é que a competição baseada na inovação derruba, a cada dia, barreiras tradicionais de comércio e investimento fazendo, inclusive, com que os empresários e administradores seniores venham a buscar capacitação para continuarem a ser competitivos no mercado. Dificuldades na gestão fazem parte do cotidiano das MPEs brasileiras, o que requer políticas de apoio para melhorar seu desempenho. Por meio de ações como o incentivo à formação de distritos industriais e a implementação de projetos de apoio à criação de incubadoras de empresas, a administração pública pode fomentar a cultura empreendedora local. Políticas de auxílio à formação e capacitação profissional devem privilegiar iniciativas voltadas para as vocações econômicas de cada região do país, de forma a garantir o sucesso de empresas locais.
A atual estratégia brasileira de exportação, desenvolvida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, preconiza não apenas o crescimento das vendas externas das atuais empresas exportadoras, mas também a ampliação do número de empresas que participam do mercado externo, sobretudo pelo aumento da presença de MPEs na base exportadora, isso é de grande relevância nacional principalmente porque demonstra que a economia do país se encontra em franco desenvolvimento. 
A vantagem competitiva envolve não só a unidade de negócios como também o produto que oferece diferença entre os demais. Uma das vantagens mais presentes das micro e pequenas empresas são sua maior agilidade e flexibilidade de ação. Por sua proximidade do mercado, os micros e pequenos empresários captam os sinais de mudança com maior rapidez, o que lhes proporciona mais interjetividade. 
A maioria das micro e pequenas empresas possuem grande visão empresarial; assim sendo, não se precisa ser uma empresa de médio ou grande porte para se ter gestão empresarial de longo alcance. O importante é ter motivação empresarial e ouvir as orientações do consultor empresarial especialista na área escolhida porque ele tem mais conhecimento e vivência de mercado, ajudando a tirar dúvidas e resolvendo problemas que surjam no início da gestão empresarial. As pequenas e micro empresas são partes das peças de engrenagem que fazem o planeta Terra se desenvolver; por isso, não devemos desestimular esse tipo de empreendimento. 
Muitas pessoas sobrevivem graças ao trabalho gerado por elas, que é parte do sistema sustentável da sociedade num todo. Além do acesso a políticas, programas e benefícios voltados para as MPEs, o micro empresário individual que formalizar seu registro garante o direito à cobertura previdenciária. Todavia devemos ter cuidado com as MPE’s como qualquer outro tipo de empresa que envolva membros da família, pois correm o risco de uma rixa pessoal ou emocional entre os sócios que pode prejudicar as atividades e até o fechamento da empresa.
Não se inclui no regime diferenciado e favorecido previsto na Lei Complementar 123/ 2006, para nenhum efeito legal, a pessoa jurídica constituída sob a forma de cooperativas de consumo. Outro ponto importante para o fim do informalismo, é que a receita regulamentou a Lei dos Sacoleiros, permitindo que milhares de sacoleiros possam regularizar sua atividade pagando menos tributos. As microempresas que são optantes pelo Simples Nacional poderão optar pelo Regime de Tributação Unificada, conforme as regras da Instrução Normativa n.º 1.098/10 emitida pela Receita Federal do Brasil. Incluindo neste os sacoleiros. Os sacoleiros, principalmente os que importam de países como o Paraguai, deverão primeiramente constituir-se em microempresa com opção pelo Simples Nacional e encaminhar a documentação necessária para aderir ao RTU. 
Os optantes pelo RTU recolherão a alíquota única de 25% sobre o preço de aquisição das mercadorias importadas, mediante a apresentação da fatura comercial ou outro documento equivalente. Lembramos que atualmente o valor do imposto para os não optantes é 42,25%. Além desse tributo, o contribuinte somente deverá pagar o ICMS pelo valor do Estado. Ressaltamos que essa legislação só poderá ser aplicada para as pessoas cadastradas como microempresas, para turistas; para moradores que compram para consumo próprio ela não é aplicada.
O importante é que o empresário reserve um capital de giro porque todo negócio no início fatura pouco nos primeiros meses até seu efetivo crescimento. O ideal é que seja reservado 70% para cobrir os gastos e um capital adicional para cobrir até 50% dos gastos para os próximos seis meses. Os estoques também funcionam como capital de giro da empresa e aumentar o giro desses estoques pode ser uma alternativa para a saúde financeira da empresa.
Aula 02 A importância das mpe's para a economia - a relevância das mpe's no Brasil - empreendedor em potencial - dados sobre micro e pequenas empresas e empreendedorismo
Introdução
Nesta aula, iremos estudar a importância das MPE’s para a Economia. A relevância das MPE’s no Brasil - Empreendedor em potencial.  Com artigos de relevância das respectivas leis complementares que regulamentam as Pequenas e Micro empresas no Brasil.
Com a globalização e complexidade das relações econômicas entre empresas, sociedade e governo exigem dos profissionais de diferentes áreas a compreensão dos eventos econômicos que permeiam a tomada de decisão.
Os empresários assim como as demais pessoas que integram as sociedades empresárias necessitam de capacitação para que possam tomar decisões seguras para diminuir o risco decisório e a vulnerabilidades tecnológicas e econômicas da empresa.
Crescimento da participaçãodas pequenas e micros empresas na economia do País
O aumento da participação das pequenas e micro empresas em licitações do Estado reduziu o custo dos bens e serviços contratados por parte dos órgãos públicos tanto da administração direta como da indireta. O benefício que a Lei Geral trouxe contribuiu para a participação desse segmento de mercado em concorrências públicas.
Mas qual a importância do conhecimento da economia dentro das MPE’s?
As pessoas precisam se alimentar, vestir, receber educação escolar, ter acesso a médicos e hospitais e, para isso, necessitam de renda para satisfazer suas necessidades. E aí está a Economia que vai estruturar as questões relativas à satisfação das necessidades das pessoas e da sociedade de uma maneira geral. Ela estuda a maneira pela qual as pessoas e a sociedade fazem suas escolhas e tomam decisões e passam a contribuir da melhor maneira que irá satisfazer as necessidades da sociedade num todo e individual.
O conceito de necessidade humana se traduz na sensação de alguma coisa unida ao desejo de satisfazer, porque os desejos da sociedade não são estáveis. As necessidades são ilimitadas.
Modalidade de bens econômicos
Bens de Consumo: São direcionados diretamente às necessidades humanas.
Bens de Capital: Se dividem em bens duráveis – permitem o uso prolongado. Ex. geladeira, fogão, carro etc. E os bens não duráveis ou perecíveis. Ex. arroz, feijão, batata, ovos etc. E ainda os bens públicos ou coletivos cujo consumo é feito simultaneamente por várias pessoas. Ex: praças, bibliotecas públicas.
Bens Privados: 	São os produzidos e possuídos de forma particular. Ex. roupa, carro, etc.
E os serviços? Ah, eles estão relacionados com as distribuições de produtos. Ex. Agente de vendas ou transportador, professor, artista (que satisfazem as necessidades culturais). Eles não criam objetos naturais, mas atendem às necessidades das pessoas.
Recursos para incrementar as MPE’s
É o elemento básico utilizado na produção de bens e serviços que são classificados em terra, trabalho e capital. Custo de oportunidade de um bem ou serviço é a quantidade de outros bens ou serviços a que se deve renunciar para obtê-lo.
Atividade econômica de uma sociedade
Concretiza-se na capacidade trabalho, a sociedade é a organizadora e executora da produção. A organização dos fatores produtivos (terra, trabalho e capital) dentro das empresas, atinge tanto pessoas como grupos de caráter privado ou público.
Setor primário: Onde encontramos as bases dos recursos naturais, exemplo atividades agropecuárias e pesqueiras.
Setor secundário: Atividades industriais, mediante as quais são transformados os bens.
Setor terciário ou de serviços: Atividades que não são transformadas em bens materiais.
Começa, a partir daí, a reunião de pessoas físicas para constituírem as sociedades empresarias, porque o homem, por instinto de sobrevivência, tende a se reunir para formar força de trabalho e, ao final, esses bens serão compartilhados de acordo com a sua renda.
Atividade econômica de uma sociedade
Empresa é considerada a unidade de produção básica que contrata mão de obra, adquire bens para que possa fazer e vender e presta serviços.
No sistema econômico, devemos fazer e refletir três perguntas:
O que eu vou produzir? Como irei produzir? E para quem vou produzir?
Para responder a essas três perguntas, existe economia de livre mercado, economia de mercado ou sistema de livre iniciativa quando os agentes econômicos atuam de forma livre, sem a intervenção dos governos.
O mercado livre é defendido pelo liberalismo econômico atualmente sendo chamado de neoliberalismo.
E temos a Economia planificada ou Economia de estado, que é regulada pelo Estado. Ele fiscaliza a Economia para atender de modo especial os setores que ele considera prioritários como a segurança, educação, saúde, energia e demais que estejam elencados na Constituição como fundamentais a sociedade.
Mas como o Estado regula a Economia?
Através da medição e comparação das variáveis econômicas, que nada mais são que os índices de preços, que indicam uma medida adequada do nível médio de preços.
Os fatores que contribuem para a diminuição do déficit do balanço de pagamento de um país, que permite movimentação livre de capitais externos, é aumento da taxa de juros doméstica, redução do nível de atividade econômica e desvalorização real da taxa de câmbio.
A meta de inflação brasileira é definida e acompanhada pelo Conselho Monetário Nacional com base na inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE, calculado desde 1980, semelhante ao INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), porém refletindo o custo de vida para famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos. A pesquisa é feita em 11 regiões metropolitanas, tendo sido escolhido como alvo das metas de inflação ("inflation targeting") no Brasil.
O índice de preços é a medida de preços de um produto ou serviço.
O IGP-DI é outro índice de preços importante na economia brasileira e que os empresários querem acompanhar. Foi criado em 1944 com a finalidade de medir o comportamento de preços em geral. DI ou Disponibilidade Interna é a consideração das variações de preços que atingem diretamente as atividades econômicas brasileiras. É formado pela composição de um índice de preços no atacado, um índice de preços ao consumidor e um índice de preços da construção civil.
Analistas econômicos têm comentado que a economia brasileira não vem sofrendo grandes impactos das crises financeiras internacionais devido, dentre outros, ao fato de que recentemente o Estado aumentou a regulação do setor financeiro brasileiro, além de auxiliar sua consolidação, por meio de programas que sanearam instituições com problemas de solvência, vendendo a parte boa a outras instituições sólidas. Mais uma vez o Estado intervindo na economia.
No Brasil, existem várias instituições que calculam e publicam índices de preços, sendo as mais conhecidas o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a FGV (Fundação Getúlio Vargas), FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas da Universidade de São Paulo) entre outras.
A importância do conhecimento básico da economia nas pequenas e micro empresas está no fato do planejamento tributário e do balanço patrimonial e de pagamentos. Porque a capacidade aquisitiva do dinheiro e o capital disponível é que irão ditar se essa empresa irá crescer ou não no mundo empresarial. A demanda de um bem ou serviço e o valor agregado fazem com que o empresário planeje as novas etapas de desenvolvimento do seu negócio, inclusive aplicando taxas favoráveis para a captação de novos clientes.
Mas qual a origem das microempresas no Brasil?
Conforme nós estudamos na aula 01, as microempresas tiveram o seu conceito formado pela Lei n. 7.256/84 e, atualmente, é regulado pela Lei n. 9.841/1999, que foi revogada pela Lei Complementar nº 123/2006, e atualizada com a Lei Complementar nº 128/2007 - que estabelece normas também para as empresas de pequeno porte, conforme determinação contidos nos arts. 170 e 179 da Constituição Federal.
Por isso que é importante estudarmos as legislações abaixo para que possamos saber onde se enquadram as pequenas e microempresas brasileiras. Vamos lá!
Primeiramente veremos a Lei Complementar nº 123/2006, atualizada com a Lei Complementar nº 128/2007.
A seguir, iremos comentar os principais pontos das Leis: Criação de um conjunto de normas que determinam um tratamento diferenciado, simplificado e favorecido aos pequenos negócios. Simplifica a forma de pagar os tributos, obter crédito, ter acesso à tecnologia, exportar, vender para o governo formalizar - se. Com menos burocracia e mais oportunidades, os empresários vão ganhar mais, gerar emprego e renda.
No pagamento principalmente dos impostos, o Super Simples, unifica os impostos federais, estaduais e municipais (ISS, PIS, COFINS, IRPJ, CSLL, IPI, ICMS e ISS). No lugar de várias guias de recolhimento, com várias datas e cálculos diferentes, há apenas um pagamento, com data e cálculo único de quitação.Além de menos burocracia, há redução da carga tributária. A grande maioria das pequenas e micro empresas paga menos impostos com essa integração. A redução média é de 20% para quem já opta pelo Simples Federal, podendo chegar a 50%, dependendo do Estado em que a empresa estiver instalada. Para aquelas empresas que agora poderão optar pelo Super Simples, a redução poderá chegar a 80%. Entretanto, é bom ressaltar que cada caso deve ser analisado individualmente.
O capítulo tributário da legislação que regulamenta as pequenas e micro empresas é o coração da Lei Geral, mas não é o único benefício que ela traz, mais os demais artigos regulamentados pelos Estados e municípios.
A desburocratização para as pequenas e micro empresas não ficou restrita aos impostos e demais tributos. Também facilitou para a abertura da empresa. Agora são necessários menos comprovantes e documentos. Em vez de vários documentos com números de identificação (inscrição estadual, inscrições municipais, CNPJ, entre outros), haverá um único documento com número baseado no CNPJ. A abertura da empresa será efetuada mediante registro simplificado dos seus atos constitutivos, dispensando as empresas de inscrição em qualquer outro cadastro. Além disso, todas as exigências para a abertura da empresa serão consolidadas e disponibilizadas de uma só vez, para que o empresário saiba o que deve fazer para formalizar seu negócio.
A Lei Geral também facilitou a baixa da empresa sem atividade há mais de três anos, será automática, sendo os débitos tributários assumidos pelos sócios.
Os alvarás também ficaram mais simples. Os órgãos envolvidos na abertura e no fechamento de empresas, e responsáveis pela emissão de licenças, alvarás e autorizações de funcionamento, somente realizarão vistorias após o início de operação do estabelecimento, exceto nos casos de risco considerado alto para empregados e consumidores dessas empresas.
Os pequenos negócios terão mais facilidades de participar das licitações e vender para o governo. Está previsto que as licitações de até R$ 80.000,00 poderão ser feitas exclusivamente para micro e pequenas empresas. Também será permitida a sua subcontratação por empresas de maior porte e a possibilidade de fornecimentos parciais de grandes lotes, quando empresas de pequeno porte terão preferência caso os preços sejam próximos aos das grandes.
A pequena e micro empresa com as novas legislações terão melhores condições de exportação com a desburocratização e a instituição de incentivos fiscais na exportação. Isso reduzirá os impostos sobre as exportações das pequenas e micro empresas, levando a esses segmentos benefícios já usufruídos pelas grandes empresas. Os optantes pelo Super Simples terão uma grande redução de custos tributários.
As pequenas e micro empresas possuem a partir da LC 128/2007, o consórcio simples, tipo de associação empresarial com o qual os pequenos negócios poderão se associar visando ganhos de escala, competitividade e acesso a novos mercados. Com maior poder de negociação, as pequenas e micro empresas poderão comprar melhor e também vender melhor, fortalecendo o que se faz hoje por meio das centrais de negócios.
A legislação em vigor para os pequenos empresários trouxe a vantagem também quanto à obtenção de crédito e financiamentos com prazos mais longos, já que as micro finanças são fortalecidas pelo microcrédito e pelo cooperativismo de crédito. As cooperativas de crédito de pequenas e micro empresas poderão repassar recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador/FAT, que tem mais de 120 bilhões de reais de patrimônio.
Também constam incentivos para investimentos em tecnologia com a alocação de um mínimo de 20% dos recursos federais, estaduais e municipais aplicados em pesquisa, desenvolvimento e capacitação tecnológica por parte de instituições públicas de fomento à tecnologia. Estima-se que uma média de três bilhões de reais venham a ser investidos anualmente nos pequenos negócios por força desse dispositivo.
As vantagens de ter uma empresa formalizada é que o registro da empresa amplia os horizontes do negócio, pois permite vender para grandes empresas e para o governo, dá acesso a linhas de crédito e à tecnologia, entre outras oportunidades. Segundo estudo do McKinsey Global Institute, uma redução de 20% na informalidade seria capaz de elevar a taxa de crescimento brasileiro em pelo menos 1,5%. Por isso é que devemos incentivar que sejam formalizadas as pequenas e micro empresas.
Uma observação importante é que os valores expressos na Lei Geral serão sempre atualizados para que o empresário não tenha dúvidas quando do enquadramento de sua empresa. A Lei Geral, no § 1º do artigo 1º, atribui ao Comitê Gestor apreciar a necessidade de revisão dos valores expressos em moeda na Lei Geral. Entre outros, estão expressos em moeda na Lei a receita bruta e as compras governamentais.
Quanto à gestão, o artigo 2º da Lei institui o Comitê Gestor de Tributação das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, composto por dois representantes da Secretaria da Receita Federal e dois da Secretaria de Receita Previdenciária como representantes da União; dois dos Estados e do Distrito Federal e dois dos Municípios, para tratar dos aspectos tributários relacionados à Lei Geral.
O mesmo artigo define que, para cuidar dos aspectos não tributários relacionados ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às MEs e EPPs, será o Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte.
O Fórum tem por finalidade orientar e assessorar a formulação e coordenação da política nacional de desenvolvimento das microempresas e empresas de pequeno porte, bem como acompanhar e avaliar a sua implantação.
É composto pelos órgãos federais competentes e pelas entidades vinculadas ao setor, presidido e coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Conforme o disposto no artigo 3º da Lei Geral, considera-se microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário individual devidamente registrado na Junta Comercial do Estado ou no Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que:
I – Microempresas: Fatura, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00.
II - Empresas de pequeno: Fatura, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 240.000,00 e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00.
No caso de início de atividade no próprio ano-calendário, o limite previsto será proporcional ao número de meses em que a microempresa ou a empresa de pequeno porte houver exercido atividade, inclusive as frações de meses.
Quanto aos tributos pagos no Simples Nacional ao pagar o DARF, o empresário estará pagando o IRPJ, o IPI, a CSLL, o PIS/PASEP, a COFINS, a Contribuição para o INSS (pessoa jurídica), o ICMS e o ISS. Dependendo da atividade e segmento de atuação, as MEs e EPPs podem estar sujeitas a outros impostos e contribuições e, nesse caso, terão de pagar de forma adicional. O artigo 13 da Lei define os impostos que estão no Simples Nacional e aqueles que não estão.
Na forma estabelecida no artigo 13, ao pagar o DARF do Simples Nacional, o empresariado estará pagando o IRPJ, o IPI, a CSLL, o PIS/PASEP, a COFINS, a Contribuição para o INSS (pessoa jurídica), o ICMS e o ISS. Dependendo da atividade e segmento de atuação, as MEs e EPPs podem estar sujeitas a outros impostos, taxas e contribuições e, nesse caso, terão de pagar de forma adicional ao Simples Nacional, através das regras e procedimentos de cada tributo ou contribuição específica.
Quanto ao INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, na forma estabelecida no artigo 13, ao pagar o DARF do Simples Nacional, o empresariado estará pagando o IRPJ, o IPI, a CSLL, o PIS/PASEP, a COFINS, a Contribuição para o INSS (pessoa jurídica), o ICMS e o ISS. É como no Simples em vigor, ao pagar o DARF - Simples, o empresário (PJ) estará quitando o INSS, ressalvada a exceção dos prestadores de serviços sujeitos à tabela 5 (inciso VI do artigo 13 da Lei), que recolherão INSSda pessoa jurídica de forma adicional à tabela do anexo cinco. Porém, ressalte-se que a contribuição para manutenção da Seguridade Social relativa ao trabalhador está excluída do recolhimento em documento único.
O artigo 17 da Lei define quem pode ou não entrar na Lei Geral. Para efeito prático, os "novos" estão no parágrafo primeiro desse artigo. Alguns merecem destaque:
- Escolas livres de línguas estrangeiras, artes e cursos técnicos e gerenciais.
- Produção cultural e artística.
- Serviços de reparos hidráulicos, elétricos, pintura e carpintaria em residências ou em empresas.
- Construção de imóveis e obras de engenharia em geral.
- Academias de dança, de capoeira, de ioga, de artes marciais, de atividades físicas e desportivas de natação e escolas de esportes.
- Escritórios de serviços contábeis.
- Serviços de vigilância, limpeza e conservação.
- Quaisquer serviços que não tenham sido objeto de vedação expressa pela Lei Geral.
Os anexos I a V da Lei Geral contém as tabelas de partilha do Simples Nacional (o que ficará com a União, com os Estados e com os Municípios do produto arrecadado). Os prazos para repasses serão fixados pelo Comitê Gestor, na forma estabelecida pelo artigo 22.
Nos termos do § 1º do inciso II do artigo 3º da Lei Geral, considera-se receita bruta o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos.
No campo dos impostos e contribuições, a Lei Geral adotou o Simples Nacional. Diante disso, e segundo o disposto no artigo 13 da Lei, as micros e pequenas empresas recepcionadas pelo Simples Nacional recolherão mensalmente, mediante documento único de arrecadação, os seguintes impostos e contribuições:
No caso das microempresas que ultrapassarem o limite da receita bruta anual, passam, no ano-calendário seguinte, à condição de empresas de pequeno porte. E as pequenas empresas ficam excluídas do regime diferenciado e favorecido previsto por essa lei complementar para todos os efeitos legais.
Os Estados e Municípios poderão adotar limites inferiores para efeito de recolhimento de seus impostos, quais sejam ICMS e ISS.
A base de cálculo do tributo é o valor sobre o qual o contribuinte aplica uma alíquota e encontra o valor do tributo devido. Na forma estabelecida no artigo 18 da Lei Geral e nos anexos I a V, as alíquotas variam de:
Para efeito de determinação da alíquota, o contribuinte utiliza a receita bruta acumulada nos últimos 12 meses. A base de cálculo (a qual o contribuinte irá aplicar a alíquota), por sua vez, corresponde à receita bruta auferida no mês.
O § 15 do art. 18 merece destaque, pois prevê fornecimento ao empresário de um sistema de cálculo tal como o IR-Pessoa Física, no qual se lançam o segmento e a receita bruta, e o sistema simula todas as outras rotinas, inclusive o preenchimento do DARF, cabendo ao empresário a checagem e confirmação.
Em relação ao Simples Nacional cabe à Secretaria da Receita Federal, às Secretarias de Fazenda ou de Finanças dos Estados e do Distrito Federal e às Secretarias Municipais, a competência da fiscalização, mas as Secretarias Estaduais e os municípios poderão firmar convênios com esse objetivo, ficando os órgãos municipais responsáveis pela fiscalização.
Para se fazer a base de cálculo e a alíquota que serão aplicadas no Simples Nacional, usam-se dois procedimentos:
Para a determinação da alíquota a ser aplicada, o empresário deverá considerar a receita bruta acumulada nos últimos 12 meses.
Encontrada a alíquota, o empresário deverá, então, aplicá-la sobre a base de cálculo, que é a receita bruta auferida no mês. Mas atenção, pois houve uma mudança em relação ao Simples. Enquanto no sistema Simples o empresário considera o ano-calendário para encontrar a alíquota, no Simples Nacional deverá considerar os últimos 12 meses.
O disposto nos itens IV e VII acima não se aplica à participação no capital de cooperativas de crédito, centrais de compras ou de qualquer socie­dade, que tenham como objetivo social a defesa exclusiva dos interesses econômicos das MEs e EPPs.
A ME que, no ano-calendário, exceder o limite de receita bruta de R$ 240.000,00 passa, no ano-calendário seguinte, à condição de EPP.
A EPP que, no ano-calendário, não ultrapassar o limite de receita bruta anual de R$ 240.000,00 passa, no ano-calendário seguinte, à condição de ME.
A EPP que, no ano-calendário, exceder o limite de receita bruta de R$ 2.400.000,00 fica excluída da Lei Geral no ano-calendário seguinte.
A ME e a EPP que no decurso do ano-calendário de início de atividade ultrapassar em 20% o limite de R$ 200.000,00, multiplicados pelo número de meses de funcionamento nesse período4, estará excluída da Lei Geral, com efeitos retroativos ao início de suas atividades.
 Além das pessoas jurídicas relacionadas no item anterior, excluídas da Lei Geral, poderá se beneficiar da Lei, mas não poderá recolher os impostos e contribuições na forma do Simples Nacional a ME e a EPP:
As atividades admitidas no Simples Nacional estão arroladas nos parágrafos 1º e 2º do artigo 17. Observe que a pessoa jurídica somente poderá ingressar no Simples Nacional se exercer uma das atividades abaixo ou se exercer em conjunto com outras atividades também admitidas. Logo, se, por exemplo, uma empresa exerce uma das atividades prevista no § 1º (admitida no sistema), e outra que esteja expressamente vedada (conforme item anterior), não poderá usufruir o Simples Nacional.
Tanto para abrir como manter ou mesmo encerrar uma empresa, a Lei Geral traz diversos avanços e vantagens para os empresários.
Destaca-se o artigo 4°, que define que os órgãos das 3 esferas de governo deverão considerar a unicidade para registrar a empresa. Isso permitirá (na regulamentação) a sincronização de cadastro, ou seja, o empreendedor dá entrada dos papéis em um único órgão, e os papéis correm para outros órgãos e entidades nas 3 esferas, ficando o empreendedor dispensado de ir a diversos lugares e apresentar os mesmos documentos. Integra e compatibiliza procedimentos, evita duplicidade de exigências e garante a linearidade do processo.
Destaca-se, ainda, o artigo 5° da Lei, o qual estabelece que os órgãos vão manter várias informações na internet facilitando pesquisas e consultas dos empreendedores, antes da abertura do negócio. Também o artigo 8°, que garante uma única entrada de dados e documentos pelo empreendedor. Outros pontos positivos para as MEs e EPPs são os artigos 10 e 11, que proíbem os órgãos e entidades de diversas exigências na abertura da empresa.
O artigo 6°, por exemplo, sugere aos órgãos racionalizar e simplificar procedimentos e, mais importante, determina, no parágrafo primeiro, que os órgãos vão vistoriar os estabelecimentos após iniciarem suas atividades, ou seja, termina a atual dificuldade que o empresariado encontra em abrir o negócio, assumir todos os custos para a manutenção do empreendimento e, durante vários meses, aguardar a obtenção da última licença, ficando, até então, impedido de iniciar suas atividades. Pelas novas regras, se o negócio representar baixo grau de risco, poderá ser aberto, vender comprar, servir, produzir e durante os seus seis primeiros meses serão vistoriados, sem necessidade de vistoria prévia.
Segundo o artigo 7° da Lei, tão logo o estabelecimento consiga o registro, imediatamente os Municípios fornecerão um alvará de funcionamento provisório para dar início às atividades das MEs ou EPPs, e, de novo, termina a atual dificuldade que o empresariado encontra em abrir o negócio, assumir todos os custos para a manutenção do empreendimento e, durante vários meses, aguardar a obtenção da última licença, ficando, até então, impedido de iniciar suas atividades. Pelas novas regras, se o negócio representar baixo grau de risco, poderá ser aberto, vender comprar, servir, produzir e durante os seus seis primeiros meses serão vistoriados, sem necessidade de vistoria prévia.
As cooperativas (exceto as deconsumo) não poderão aderir ao Simples Nacional, conforme disposto no § 4º do art. 3º da Lei. Porém, outras formas de integrar negócios tornam-se possíveis através do Consórcio Simples, criado pelo artigo 56 da Lei.
O artigo 56 da Lei define que ME e EPP optantes do Simples Nacional podem se associar nesse modelo de consórcio para realizar negócios de compra e venda de bens e serviços no mercado nacional e internacional, por prazo indeterminado, nos termos estabelecidos pelo Poder Executivo Federal.
O principal benefício oferecido é o da criação do Sistema Nacional de Garantias de Crédito, que tem como objetivo facilitar o acesso das microempresas e empresas de pequeno porte ao crédito e a demais serviços junto a instituições financeiras. Também consta na legislação medidas de redução de custos, sistema de informações que agilizem o processo de troca de dados, programas de treinamento, desenvolvimento gerencial e capacitação tecnológica e linhas de crédito mais adequadas à realidade dos pequenos negócios.
A EPP e ME terão preferência nos processos públicos de licitação. Entre essas vantagens, podemos citar:
A Lei Geral garante às Pequenas e Micro Empresas, conforme definido na Lei Complementar, acesso ao Juizado de Pequenas Causas para a resolução dos problemas judiciais. Além disso, apoia e estimula o acesso e a criação de institutos de conciliação prévia, mediação e arbitragem, agilizando e barateando a solução dos seus conflitos.
As MPEs enquadradas na Lei Geral terão que acrescentar à sua firma ou denominação social as expressões "Microempresa" ou "Empresa de Pequeno Porte", ou suas respectivas abreviações - "ME" ou "EPP", sendo facultativa a inclusão do objeto da sociedade no nome empresarial. Logo, os papéis e demais documentos utilizados pelas MPEs deverão atender esse requisito.
A Lei Complementar 123/06, ao ditar as regras aos municípios sobre tributos de sua competência (ISS, taxas), principalmente no que diz respeito à sua arrecadação e diminuição de alíquotas, etc., não estaria ferindo os artigos da Constituição transcritos. Art. 30 – Compete aos Municípios: III – Instituir e arrecadar tributos de sua competência, bem como aplicar sua renda [...].
Sobre questões trabalhistas, a Lei Geral, em seus artigos 50 a 55, define vários avanços para simplificar as relações de trabalho, reduzindo custos dos empresários, sem perdas de direitos dos trabalhadores. Isso nós veremos, mais especificamente, nas próximas aulas.
Aula 03
Microempresas e empresas de pequeno porte
Conforme foi estudado na aula 02, as microempresas e empresas de pequeno porte são definidas na lei 9.841/1999, que estabelece, por meio do faturamento anual, seu enquadramento entre outras disposições.
De acordo com o artigo 966 do Código Civil Brasileiro, considera-se microempresas ou empresas de pequeno porte as que são registradas no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro de Pessoas Jurídicas, conforme a atividade-fim de cada empresa. 
Nessa legislação, encontramos hoje as regras gerais do direito empresarial brasileiro. A microempresa e empresa de pequeno porte consistem em todas as atividades empresariais, as quais o volume da receita auferida não lhes confere o status de médias ou grandes empresas. Diante desta situação, a Constituição Federal confere ao microempresário e ao empresário de pequenas condições a redução ou a eliminação de obrigações tributárias, que veremos adiante.
Em resumo, a empresa designa a atividade de produção ou circulação de bens ou de serviços e o empresário é a pessoa (física ou jurídica) que explora a empresa. 
Os deveres do pequeno empresário estão dispostos na Constituição Federal, no art. 170, inciso IX e art. 179, que garante um tratamento jurídico diferenciado visando incentivá-los pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas obrigações por meio de lei. Veja a seguir os artigos referentes ao assunto.
ART 170: “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (...) IX – tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.”.
ART 179: “A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.".
SIMPLES: Acompanhada pela legislação da área administrativa, Lei nº. 9.317/96, que dispõe sobre o SIMPLES, trata do diferenciado de tributação, principalmente no que depende da receita bruta anual auferida, destinada a algumas categorias de negócios, não franqueando o benefício a todos os tipos de pequenos empreendimentos.
Assim, pelo Código Civil, as atividades negociais dos comerciantes e prestadores de serviços passaram a ser consideradas como sendo atividades de empresários, indo de encontro com os dispositivos constitucionais e legais anteriormente descritos. Para tanto, citamos o art. 970 e 1.179 do Código Civil:
Art. 970. “A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes."
Art. 1.179. “O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. 
§ 1º Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a espécie de livros ficam a critério dos interessados. 
§ 2º É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o art. 970.”
O tema compreendeu estabelecer, a definição e diferenciações a respeito dos "pequenos empresários", junto aos institutos legislativos pertinentes à matéria.
Os pequenos empresários estão protegidos de algumas situações jurídicas, como: impedem a edição de leis e de outros instrumentos normativos em sentido oposto aos direitos assegurados ao pequeno empresário na Constituição Federal, sob pena de inconstitucionalidade; impõem aos órgãos legislativos o dever de editar leis as quais concedam ao pequeno empresário (microempresa e empresa de pequeno porte) tratamento tributário, previdenciário, creditício e administrativo favorecido e diferenciado.
Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte
A importância das micro e pequenas empresas na economia brasileira é tão relevante que foi criado por lei o Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, com a participação dos órgãos federais competentes e das entidades vinculadas ao setor, conforme Lei Complementar 123, de 14 de dezembro de 2006. Esta lei  estabelece normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Este fórum tem por finalidade orientar e assessorar a formulação e a coordenação da política nacional de desenvolvimento das microempresas e empresas de pequeno porte, bem como acompanhar e avaliar a sua implantação. É presidido e coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
O Fórum Permanente das MPEs está estruturado em 06 (seis) comitês temáticos, responsáveis por articular, desenvolver estudos, elaborar propostas e encaminhar temas específicos que compõem a agenda de trabalho e a formulação de políticas públicas.
Os seis comitês temáticos se dividem em:
Comércio Exterior e Integração Internacional; 
Compras Governamentais;
Desoneração e Desburocratização;
Investimento e Financiamento;
Rede de Disseminação, Informação e Capacitação;Tecnologia e Inovação.
Outros comitês foram criados:
O Comitê Gestor do Simples Nacional, vinculado ao Ministério da Fazenda, composto atualmente por 04 (quatro) representantes da Secretaria da Receita Federal do Brasil, como representantes da União, 02 (dois) dos Estados e do Distrito Federal e 02 (dois) dos Municípios, para tratar dos aspectos tributários. O Comitê Gestor do Simples Nacional compete regulamentar a opção, exclusão, tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança, dívida ativa, recolhimento e demais itens relativos ao regime de tributação brasileira.
O Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios está vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Ele é composto por representantes da União, dos Estados e do Distrito Federal, dos Municípios e demais órgãos de apoio e de registro empresarial, na forma definida pelo Poder Executivo, para tratar do processo de registro e de legalização de empresários e de pessoas jurídicas. Já o Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios compete, na forma da lei, regulamentar a inscrição, cadastro, abertura, alvará, arquivamento, licenças, permissão, autorização, registros e demais itens relativos à abertura, legalização e funcionamento de empresários e de pessoas jurídicas de qualquer porte, atividade econômica ou composição societária.
O Comitê Gestor do Simples Nacional e o Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios são presididos e coordenados por representantes da União, dos Estados e Municípios que serão indicados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária – CONFAZ – e os dos Estados serão indicados: um pela entidade representativa das Secretarias de Finanças das Capitais, e outro pelas entidades de representação nacional dos Municípios brasileiros.
Empreendedor individual
	O empreendedor individual é a pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário. Para ser um empreendedor individual, é necessário faturar, no máximo, até R$ 36.000,00 por ano, não ter participação como sócio ou titular em outra empresa e ter um empregado contratado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria. 
A Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008 criou condições especiais para que o trabalhador conhecido como informal possa se tornar um empreendedor individual legalizado.
• O registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), o que facilitará a abertura de conta bancária;
• O pedido de empréstimos e a emissão de notas fiscais;
• Enquadramento no Simples Nacional e ficará isento dos impostos federais (Imposto de Renda, PIS, COFINS, IPI e CSLL).
Para se inscrever como empreendedor individual, o trabalhador deve exercer atividades em uma das categorias a seguir:
Comércio em geral; indústria em geral; serviços de natureza não intelectual/sem regulamentação legal, como por exemplo:
	• ambulante;
• camelô;
• lavanderia; 
• salão de beleza; 
• artesão;
• costureira; 
• lava a jato; 
• reparação;
• manutenção; 
• instalação.
• escritórios de serviços contábeis; 
• prestação de serviços de creche, pré-escola e estabelecimento de ensino fundamental, escolas técnicas, profissionais e de ensino médio, de línguas estrangeiras, de artes, preparatórios para concursos, gerenciais e escolas livres; 
• agência terceirizada de correios.
	• autoescolas;
• chaveiros;
• organização de festas;
• encanadores;
• borracheiros;
• digitação;
• usinagem; 
• solda;
• transporte municipal de passageiros; 
• agências de viagem, etc.
• agência de viagem e turismo; 
• centro de formação de condutores de veículos automotores de transporte terrestre de passageiros e de carga; 
• agência lotérica e serviços de instalação, de reparos e de manutenção em geral, bem como de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais.
Empresário individual X sociedade empresária
O importante é termos em mente que a diferença entre o empresário individual e a sociedade empresária é que esta última, por ser uma pessoa jurídica, tem patrimônio próprio, diferenciado dos sócios que a integram.
O empresário individual responde com todos os seus bens, entre outros, os pessoais, sendo sua responsabilidade direta, enquanto a sociedade empresária é subsidiária (uma vez que os bens da sociedade são executados primeiro).
Outro ponto a ser analisado é que o empresário individual não tem prerrogativa de limitação de responsabilidade ou que já não acontece na sociedade empresária em que os sócios têm a responsabilidade limitada ao capital integralizado, ressalvando-se as hipóteses de prática de atos ilícitos e a figura da desconsideração da personalidade jurídica da sociedade prevista no art. 50 do Código Civil, no qual eles responderão com tantos quantos bens forem necessários para o pagamento da dívida.
Podemos concluir que no Brasil, a sociedade é mais conveniente abrir uma sociedade do que uma empresa individual, porque na sociedade os sócios podem avaliar, de maneira mais abrangente, o risco empresarial, protegendo seus bens pessoais em caso de fracasso no empreendimento. 
A formalização do empreendedor individual será feita pela internet, Portal do Empreeendedor, de forma gratuita.
ARTESAO: Tão importante quanto a questão do empresário como a do empreendedor individual, o artesanato é um dos segmentos com maior potencialidade para contribuir, de forma direta, para a geração de trabalho e renda e a inclusão social, com impactos no desenvolvimento econômico e social das comunidades. 
Encontra-se atualmente amparado pelo Programa do Artesanato Brasileiro – PAB – que tem por finalidade induzir e promover políticas públicas em prol do artesanato em todo o território brasileiro e no exterior, coordenando e desenvolvendo atividades para a valorização do artesão.
Ele tem por finalidade criar diretrizes para o desenvolvimento de políticas públicas e estas são construídas de forma democrática e participativa, cuja abrangência contempla quatro gerências básicas, que são: 
• Sistema de Informação do Artesanato (com o objetivo de formar uma base de dados sobre o setor); 
• Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (SICAB); 
• Coordenações Estaduais do Artesanato (desenvolvidas para coletar dados); 
Processo de Elaboração da Base Conceitual do Artesanato no Brasil e no MERCOSUL (iniciado em 2006).
Empresa artesanal
É importante conhecer as vantagens e desvantagens de ser uma empresa artesanal e, principalmente, conhecer as obrigações para a manutenção da qualidade e compor o diferencial. Junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, o artesão poderá obter as informações necessárias para cumprir com todas as exigências previstas em lei.
O licenciamento ambiental no âmbito federal é detalhado pelo Centro de Licenciamento Ambiental Federal ligado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. 
A Resolução CONAMA nº 237 de 1987 regulamenta os procedimentos e critérios utilizados no licenciamento ambiental, de forma a efetivar a utilização do sistema de licenciamento como instrumento de gestão ambiental, instituído pela Política Nacional de Meio Ambiente. Todo processo de licenciamento no IBAMA é feito ouvindo-se os Órgãos Estaduais de Meio Ambiente. 
O artesão é considerado contribuinte individual pela Previdência Social e, como trabalhador autônomo, deve pagar o INSS.
AUTONOMO: É a pessoa física que, sem vínculo empregatício com a pessoa que lhe contrata, presta determinado serviço ou executa determinada atividade mediante trabalho pessoal ou, caso se valha de trabalho alheio, sem organização empresária e sem estabelecimento. Ele não tem estrutura empresária ou estabelecimento.
No direito do previdenciário, as duas figuras (empresário individual e trabalhador autônomo) são consideradas de forma única sob o regime do contribuinte individual, quando são beneficiários do sistema ou como empresa ou como equiparadoà empresa, quando são contribuintes em relação à pessoa que lhes preste serviço.
O fato de o trabalhador autônomo ter inscrição na junta comercial como “empresário individual” não tira sua verdadeira natureza de trabalhador autônomo, desde que seja pessoa física que, sem ter um estabelecimento e sem ter vínculo de emprego com a pessoa que lhe contrata, preste serviço ou execute qualquer atividade de natureza urbana ou rural.
Pequeno empresário: O Código Civil Brasileiro menciona, mas não define quem é o pequeno empresário, nem dispõe a respeito do seu regime jurídico, com exceção das regras dos arts. 970 e 1.179.
Todavia, temos a definição do pequeno empresário no art. 68 da LC nº 123/ 2006:
Art. 68. “Considera-se pequeno empresário, para efeito de aplicação do disposto nos arts. 970 e 1.179 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, o empresário individual caracterizado como microempresa na forma desta Lei Complementar que aufira receita bruta anual de até R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais).”
No Brasil, a definição de pequeno empresário é a que está de acordo com a legislação citada, que estabelece que microempresa e empresa de pequeno porte sejam quem tem a receita bruta de até X reais, preencha determinados requisitos e opte pelo enquadramento no regime jurídico diferenciado.
Isso traduz que apenas o pequeno empresário, tal como definido pelo art. 68 do Estatuto, está isento de “seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico” (art. 1.179 do Código Civil).
De acordo com o art. 966 do novo Código Civil, o artesão, o pequeno agricultor, o pequeno comerciante e todos aqueles que exercitam uma atividade econômica organizada com predominância do seu trabalho pessoal não são tecnicamente considerados empresários. Mas deveriam. 
Essas pessoas exercem atividade econômica e têm um estabelecimento, embora de menor importância econômica, o que os diferencia de um simples trabalhador autônomo, que não tem nenhum estabelecimento. Se não fosse assim, não seria possível enquadrá-los nas categorias de microempresa ou empresa de pequeno porte.
Diante do que foi visto e segundo a teoria da empresa, qualquer atividade econômica poderá, em princípio, sujeitar-se ao regime jurídico empresarial, satisfazendo-se o intuito lucrativo e de forma organizada. Desta forma, a expressão “produção” ou “circulação” de bens ou de serviços permite que nenhuma atividade econômica fosse excluída, a princípio, do direito empresarial. E faculta também a finalizar que a empresa será caracterizada quando a produção ou circulação de bens e serviços aplicar ao mercado, e não ao uso próprio.
Profissionais intelectuais ou liberais segundo o Código Civil Brasileiro
De acordo com o art. 966 do Código Civil, em seu parágrafo único, não é considerado empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza cientifica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Logo em seguida, o artigo 967 do Código Civil estabelece que “é obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade.
Porém, existem pessoas que exercem profissionalmente uma atividade criadora de bens ou serviços, como os advogados, médicos, artistas etc., que são chamados profissionais liberais; e na profissão exercida por essas pessoas falta elemento de organização dos fatores da produção porque na prestação desse serviço ou na criação desse bem os fatores de produção ou a coordenação de fatores é meramente acidental. O esforço criador se implanta na própria mente do autor, que cria o bem ou o serviço. Portanto, não podem – embora sejam profissionais e produzam bens ou serviços – ser considerados empresários.
No momento em que o profissional liberal emprega o aspecto empresarial ao exercício de suas atividades, apresentando características de organizador, será considerado empresário e abrangerá as normas do direito empresarial. O principal é empreender critérios objetivos para avaliar se o exercício de profissão liberal representa ou não uma empresa, ou seja, é uma atividade econômica organizada.
O profissional liberal não tem tecnicamente a necessidade de organizar um estabelecimento empresarial, de instituir uma marca, de estabelecer um ponto de negócio entre outros, tanto que ele não é considerado empresário por esses fatores, adotados pelo Código Civil na teoria da empresa.
Todavia, o profissional liberal não está impedido de se organizar no exercício de sua profissão como estabelecimento comercial desde que a partir do momento que acrescente fatores de produção, tais como: contratação de empregados, criação e registro da marca, fixação do ponto de negócio, entre outros itens necessários para a caracterização de empresário. O importante é que o profissional liberal constitua um estabelecimento empresarial, ainda que de pequeno tamanho, mas com organização para que seja considerado empresário.
Sociedade simples
Segundo o art. 966 do Código Civil, parágrafo único, temos a designação das Sociedades Simples ou também chamadas sociedades uniprofissionais, que são sociedades constituídas por profissionais intelectuais em que o objeto social é a exploração de suas atividades profissionais, por exemplo: sociedade de médicos, de professores para prestação de serviços a educação etc.  
Eles se dedicam a pequenos empreendimentos, cumprindo às sociedades empresárias, por outro lado, os empreendimentos de médio e grande porte, não havendo proibição de pequenos negócios.
O Código Civil no art. 982 estabelece que “salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais”.  Isso demonstra que o que define uma sociedade como empresária ou simples é o seu objeto social. Contudo, existem duas exceções neste caso, que estão no parágrafo único, do mesmo artigo, que prevê “independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa”.
Chegamos à conclusão que as chamadas sociedades formadas por profissionais intelectuais são de um modo geral Sociedade Simples, uma vez que nesse tipo de sociedade faltará o requisito da organização dos fatores de produção, que caracteriza a presença do elemento de empresa no exercício intelectual.
Podemos dizer que as Sociedades Simples são as que exclusivamente têm por objeto a prestação de serviços. Devem ser registradas nos Cartórios de Registros de Pessoas Jurídicas. Podem empregar os seguintes tipos jurídicos: Sociedade em Nome Coletivo, Sociedade em Comandita Simples e Sociedade Limitada. Na hipótese de não ser adotado algum dos tipos jurídicos possíveis, a Sociedade Simples será regida pelas suas próprias normas.
Atividade econômica rural ou produtor rural
O Código Civil também  tratou da questão do exercício de atividade econômica rural. No entanto, a legislação facultou o registro na Junta Comercial da Unidade Federativa. Desse modo, a pessoa que exerce atividade econômica rural e que não se registre na Junta Comercial não será considerada empresária, para fins legais.
Encontramos essa resolução no art. 971 do Código Civil: “o empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro”.
Definimos como produtor rural a pessoa física que explora a terra visando à produção vegetal, à criação de animais (produção animal) e também à industrialização de produtos primários (produção agroindustrial) e à empresa rural, como unidade de produção em que são exercidas atividades

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