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Tema 01 
Enfocando o Sistema Educacional: o Cenário de Mudanças 
Vivem-se momentos de grandes mudanças em Educação no Brasil, são 
muitas as reformas educativas e é preciso compreender os fundamentos que 
explicam a evolução, seja pedagógica, seja no aspecto legal para que se possa ter 
uma visão mais crítica sobre o processo ensino aprendizagem. 
Inicialmente era desenvolvida uma educação tradicional voltada aos valores 
conteudistas e acadêmicos. O ensino era pautado em uma visão dogmática na 
qual o professor utilizava método expositivo acreditando que o aluno era um ser 
passivo. A avaliação era uma medida, pois o aluno deveria devolver o que recebeu 
em termos de conhecimentos transmitidos pelo seu professor. Existia uma visão 
de avaliação classificatória que colocava o aluno numa situação de exclusão. 
Por muito tempo, a educação brasileira foi desenvolvida nesses moldes, mas, 
em 1932, um grupo de educadores brasileiros propôs a mudança: saiu em praça 
pública reivindicando uma nova educação pautada nos ideais de uma nova escola. 
Esse movimento ficou conhecido como “Escola Nova” e teve em Anísio Teixeira, 
Lourenço Filho, Fernando de Azevedo, entre outros educadores, uma nova visão 
em educação, visão esta retratada no Manifesto dos Pioneiros da Educação. O 
movimento ficou latente por vários anos em consequência do momento político 
no Brasil: estava-se em plena ditadura. 
O tempo passou e os ideais foram retomados na década de 1980 com a 
proclamada democratização do ensino. Uma década forte a de 1980 no Brasil, na 
qual se teve a promulgação da Constituição Federal de 1988, que trouxe 
significativos avanços em todos os segmentos sociais e, em especial, na educação. 
Além da Constituição Federal, teve-se a Constituição Estadual (1989) e o 
Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) que pressionaram as mudanças em 
educação. 
Importante para toda a mudança educacional no mundo foi o Relatório para 
a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, cujo 
coordenador foi Jacques Delors (1990). A proposta foi o desenvolvimento de uma 
educação com qualidade, centrada nos quatro pilares, sendo o aprender a 
conhecer, o aprender a fazer, o aprender a conviver e o aprender a ser (DELORS, 
1990). Com isto, teve-se um forte impulso em direção à mudança educacional; 
não se podia esperar mais, uma vez que todos os países já se alinhavam em direção 
às reformas educacionais. 
Assim, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996) 
que finalmente atualiza a educação brasileira e confirma as mudanças. Estava 
instalada a proposta de sistema educacional no Brasil. 
O Ensino Fundamental foi a modalidade que passou por mais mudanças, 
inclusive no que diz respeito à duração e à idade de ingresso. A LDB 9.394/1996 
traz significativas mudanças, principalmente no artigo 32, que determina idade 
e duração. A educação básica passa a ser formada por três modalidades: Educação 
Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio; o Ensino Fundamental ganha o 
caráter de obrigatoriedade para todos os alunos de 6 a 14 anos de idade. 
Merece destaque o estudo do artigo 32 da LDB nº 9.394/1996 como 
constatação das mudanças propostas e concretizadas: 
Art. 32 O ensino fundamental, com duração mínima de oito anos, 
obrigatório e gratuito na escola pública, terá por objetivo a formação básica do 
cidadão, mediante: 
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos 
o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; 
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da 
tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; 
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a 
aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; 
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade 
humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. 
Desta forma, o Ensino Fundamental passa a contar com um ano a mais, 
sendo que a proposta de trabalho para os primeiros anos está centrada em 
atividades lúdicas, baseadas em jogos e atividades interativas. O letramento 
ganha espaço nesse contexto em um trabalho com leitura e escrita na visão 
sociointeracionista. 
Os anos finais do Ensino Fundamental têm como objetivo aprofundar os 
conhecimentos trabalhados nas primeiras etapas, visando à preparação para a 
cidadania. 
A partir dessas informações iniciais tem-se um panorama do Ensino 
Fundamental desde a educação tradicional até os dias atuais. Em seguida, você 
verificará como foi a implantação do Ensino Fundamental de nove anos na 
perspectiva pedagógica e da legislação escolar. 
FINALIZANDO 
Nessa aula, você viu que é importante ter uma ampla visão do cenário 
educacional desde o ensino tradicional até a época atual e também conseguiu 
situar o Ensino Fundamental e as relevantes mudanças ocorridas. Viu também 
que o Ensino Fundamental hoje tem duração de nove anos e visa a trabalhar a 
criança dentro dos princípios do sociointeracionismo. 
 
GLOSSÁRIO 
Educação tradicional: tendência pedagógica que visa à transmissão dos 
conhecimentos prontos e acabados, sem que o aluno possa questionar. Tem como 
ponto de partida a figura do professor que é o centro do trabalho pedagógico. 
Pioneiros da educação: grupo de educadores brasileiros que defenderam 
um novo modelo de educação em contraposição à escola tradicional. Esse novo 
modelo recebeu o nome de Escola Nova e pregava uma educação diferenciada que 
objetivava a educação com visão crítica. 
Relatório para a UNESCO: documento da Comissão Internacional sobre 
Educação para o Século XXI, cujo coordenador foi Jacques Delors (1990). A 
proposta foi o desenvolvimento de uma educação com qualidade, centrada nos 
quatro pilares, sendo o aprender a conhecer, o aprender a fazer, o aprender a 
conviver e o aprender a ser (DELORS, 1990). 
 
Tema 02 
Revisitando o Ensino Fundamental: Avanços e Perspectivas do Ensino de 9 Anos 
 
Em julho de 2004, a Secretaria de Educação Básica (SEB) lançou um 
documento como instrumento do programa ampliação do Ensino Fundamental 
para nove anos. Foram realizados vários encontros para discussão do tema, dada 
à necessidade de estruturar o sistema em atendimento ao Plano Nacional de 
Educação (PNE) - Lei Federal nº 10.172/2001, que já acenava para o Ensino 
Fundamental com duração maior que os oito anos de escolaridade. 
As discussões sobre o tema consideraram, como ponto de partida, algumas 
indagações, conforme seguem no documento Ensino fundamental de nove anos: 
orientações gerais, do Ministério de Educação/Secretaria de Educação Básica 
(2004): 
• Estrutura espacial. 
• Currículos e programas escolares. 
• Tempo escolar. 
Quanto à estrutura espacial foi considerado que é necessário repensar os 
espaços escolares como forma de garantir os agrupamentos de forma 
diversificada com o objetivo de favorecer a integração entre os alunos. 
Em relação aos currículos e programas foi abordada a necessidade da 
atualização em consonância com as mudanças do mundo atual; o currículo não 
pode mais ser tratado como um programa fechado, mas sim a partir de uma 
abordagem interdisciplinar. 
O tempo escolar também precisava ser revisto no Ensino Fundamental para 
que os alunos não ficassem condicionados ao toque das campainhas. 
Com a ampliação da duração, o segmento do ensino fundamental ganha 
novas possibilidades de um trabalho que integre as diversas disciplinas. 
Fica evidente que a proposta de renovação do Ensino Fundamental vem 
atender a uma expectativa dos educadores que sonhavam com uma renovação 
pedagógica. A educação de qualidadeque esteja conforme os princípios desta 
nova era deve ser centrada na qualidade social, tendo como foco a escola como 
polo irradiador de cultura e conhecimento e considerando o desenvolvimento do 
aluno como um cidadão que tem como papel social a transformação da presente 
realidade. 
Além da Lei Federal nº 11.274/2006, que institui o Ensino Fundamental de 
nove anos, é importante considerar a Resolução nº 3, de 3 de agosto de 2005, que 
define normas nacionais para a ampliação do Ensino Fundamental para nove 
anos de duração. No seu artigo 2º, define que “A organização do Ensino 
Fundamental de 9 (nove) anos e da Educação Infantil adotará a seguinte 
nomenclatura”: 
 
Etapa de ensino 
Faixa etária 
prevista 
Duração 
Educação Infantil Até 5 anos de idade 
Creche Até 3 anos de idade 
Pré-escola 
Até 4 e 5 anos de 
idade 
 
Ensino 
Fundamental 
Até 14 anos de idade 9 anos 
Anos iniciais 6 a 10 anos de idade 5 anos 
Anos finais 
11 a 14 anos de 
idade 
4 anos 
 
Constata-se a especial atenção dada ao Ensino Fundamental de nove anos, 
uma vez que houve a diminuição da Educação Infantil, que passou de seis para 
cinco anos de duração. 
Para os anos iniciais do Ensino Fundamental, houve uma valorização dos 
saberes que ocorrem nos primeiros anos que tem como objetivo a alfabetização 
dos alunos como forma de garantir a aprendizagem das competências leitora e 
escritora que garantirão as outras aprendizagens. 
De 2005 até a presente data foram publicados diversos pareceres e resolução 
sobre o novo Ensino Fundamental ampliado para nove anos de duração, tais 
como: Pareceres CNE/CEB nos 6/2005, 18/2005, 45/2006, 5/2007, 7/2007, 
21/2007 e 22/2007 e Resolução CNE/CEB nº 3/2005. A maior preocupação diz 
respeito aos princípios e normas em relação aos procedimentos pedagógicos 
recomendados para a faixa etária dos seis aos oito anos. No item II, Voto do Relator 
do Parecer CNE/CEB nº 4/2008, publicado em 20 de fevereiro de 2001, há as 
seguintes normas que devem ser seguidas: 
1 – O Ensino Fundamental ampliado para nove anos de duração é um novo 
Ensino Fundamental, que exige um projeto político-pedagógico próprio para ser 
desenvolvido em cada escola. 
2 – O Ensino Fundamental de nove anos, de matrícula obrigatória para 
crianças a partir dos seis anos – completos ou a completar até o início do ano letivo 
– deverá ser adotado por todos os sistemas de ensino, até o ano letivo de 2010, o 
que significa dizer que deverá estar planejado e organizado até 2009, para que 
ocorra sua implementação no ano seguinte. 
3 – […]. 
4 – […]. 
5 – […]. 
6 – […]. 
7 – Os três anos iniciais são importantes para a qualidade da Educação 
Básica: voltados à alfabetização e ao letramento, é necessário que a ação 
pedagógica assegure, nesse período, o desenvolvimento das diversas expressões e 
o aprendizado das áreas de conhecimento estabelecidas nas Diretrizes 
Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. 
8 – Dessa forma, entende-se que a alfabetização dar-se-á nos três anos 
iniciais do Ensino Fundamental. 
9 – A avaliação, tanto no primeiro ano do Ensino Fundamental, com as 
crianças de seis anos de idade, quanto no segundo e no terceiro anos, com as 
crianças de sete e oito anos de idade, tem de observar alguns princípios essenciais: 
[…]. 
Assim, o Ensino Fundamental de nove anos tem como objetivo principal, 
nos textos legais, uma nova abordagem pedagógica que considere o aluno em seu 
processo de desenvolvimento. 
FINALIZANDO 
Ao estudar este tema, você viu que o Ensino Fundamental passou por 
grande reestruturação e foi ampliado para nove anos a partir da Lei Federal nº 
11.276/2006. Também foi informado sobre todas as leis que regulamentam essa 
modalidade de ensino desde 2006 até a atualidade. Por fim, tomou ciência de que 
os alunos que ingressam nesta modalidade de ensino com seis anos de idade 
merecem um tratamento pedagógico diferenciado para que consigam 
desenvolver as aprendizagens. 
 
Tema 03 
Lançando as Bases de um Currículo Diversificado: Novas Concepções sobre o 
Trabalho em Sala de Aula 
Com todas as mudanças propostas para o Ensino Fundamental desde 1988, 
havia a necessidade de atualizar o currículo escolar que é a ferramenta básica do 
trabalho dos professores. 
A Constituição Federal de 1988 já trouxe algumas e significativas 
mudanças no que diz respeito a currículo escolar, principalmente no artigo 210 
que define o que segue: 
Art. 210 - Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental de 
maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e 
artísticos, nacionais e regionais. 
§ 1º - O ensino religioso de matrícula facultativa constituirá disciplina dos horários 
normais das escolas públicas de ensino fundamental. 
§ 2º - O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, 
assegurada as comunidades indígenas também a utilização de suas línguas 
maternas e processos próprios de aprendizagem. 
Com a ampliação do Ensino Fundamental para nove anos em 2006, havia 
necessidade de se estabelecerem as bases de um currículo voltado para as 
exigências da atualidade. Desta forma, a Resolução nº 1, de 14 de janeiro de 2010, 
definiu as diretrizes operacionais para a implantação do Ensino Fundamental de 
nove anos. De acordo com o Parecer CNE/CEB no. 22/2009, que reafirmou as 
diretrizes operacionais para o Ensino Fundamental, O Ensino Fundamental 
ampliado para 9 (nove) anos de duração é um novo Ensino Fundamental, que 
exige uma proposta pedagógica própria, um projeto pedagógico próprio para ser 
desenvolvido em cada escola (Parecer CNE/ CEB n° 4/2008). Essa proposta deve 
contemplar, por exemplo: 
a) os objetivos a serem alcançados por meio do processo de ensino (Lei nº 
9.394/96; Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental; 
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental); 
b) as áreas do conhecimento (Lei nº 9.394/96, art. 26; Diretrizes 
Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental); 
c) matriz curricular definida pelos sistemas de ensino (Lei nº 9.394/96, art. 
26); 
d) oferta equitativa de aprendizagens e consequente distribuição equitativa 
da carga horária entre os componentes curriculares. (Lei nº 9.394/96; Parecer 
CNE/CEB nº 18/2005); 
e) as diversas expressões da criança (Ensino Fundamental de 9 (nove) anos: 
orientações pedagógicas para a inclusão das crianças de 6 (seis) anos de idade); 
f) os conteúdos a serem ensinados e aprendidos (Lei nº 9.394/96; Parecer 
CNE/CEB nº 4/2008; Ensino Fundamental de 9 (nove) anos: orientações 
pedagógicas para a inclusão das crianças de 6 (seis) anos de idade); 
g) as experiências de aprendizagem escolares a serem vividas pelos alunos; 
h) os processos de avaliação que terminam por influir nos conteúdos e nos 
procedimentos selecionados nos diferentes graus da escolarização. 
Com as regulamentações legais já definidas era necessário orientar a 
organização do currículo escolar no que diz respeito aos aspectos pedagógicos. Em 
1998, o Ministério da Educação e Cultura publica os Parâmetros Curriculares 
Nacionais (PCN) que vieram com o objetivo de auxiliar o professor na sua tarefa 
de assumir, como profissional, o lugar que lhe cabe pela responsabilidade e 
importância no processo de formação do povo brasileiro. 
Analisando os princípios e fundamentos dos Parâmetros Curriculares 
Nacionais, observa-se que no processo ensino aprendizagem é necessário que 
sejam explorados os seguintes aspectos: 
• Autonomia. 
• Dinâmica de ensino. 
• Espírito crítico. 
• Argumentação. 
• Metodologia. 
O professor que atua no Ensino fundamental deve realizar seu trabalhovoltado para o desenvolvimento dos princípios que norteiam essa modalidade de 
ensino. Também é necessária uma abordagem em relação aos temas transversais 
que constituem assuntos que devem ser levados à sala de aula como elemento 
fomentador das temáticas atuais. 
Os temas transversais do Ensino Fundamental são os seguintes: 
- Ética 
- Saúde 
- Pluralidade cultural 
- Meio ambiente 
- Orientação sexual 
Os referidos temas transversais tratam de assuntos que merecem um 
tratamento didático para serem levados à discussão com os alunos em sala de 
aula. São temáticas atuais que precisam ser discutidas para chegar-se às 
alternativas de solução; são relevantes para a sociedade, uma vez que estão no 
cotidiano dos alunos; são urgentes no sentido de que devem ser tratados agora 
como forma de prevenção diante dos graves problemas sociais. 
Certamente fica evidenciada, aqui, a importância de definição de currículo 
escolar, uma vez que direciona o trabalho do professor no que diz respeito aos 
conteúdos a serem abordados e mais, às intenções que estão contidas em cada 
recorte feito pelos especialistas. De acordo com Sacristán (1998, p. 126), 
o conceito de currículo é bastante elástico; poderia ser qualificado de impreciso 
porque pode significar coisas distintas, segundo o enfoque que o desenvolva, mas 
a polissemia também indica riqueza neste caso porque, estando em fase de 
elaboração conceitual, oferece perspectivas diferentes sobre a realidade do ensino. 
É preciso, assim, considerar que o currículo escolar do Ensino Fundamental 
vem passando por atualizações para atender às demandas de cada época. 
FINALIZANDO 
Você aprendeu que é muito importante a definição de currículo para o 
Ensino Fundamental de nove anos. Com todas as mudanças ocorridas na 
legislação, havia necessidade de reformular os conteúdos dando um enfoque 
interativo e crítico. Para tanto foram aprovadas as Diretrizes Curriculares 
Nacionais que fundamentaram as atualizações curriculares. Importante também 
foi a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais em 1998, que deu um 
suporte metodológico aos professores, além de definir os blocos de conteúdos 
para cada ciclo de aprendizagem. 
GLOSSÁRIO 
Diretrizes Curriculares Nacionais: Legislação que organizou e definiu 
os procedimentos para o Ensino Fundamental de nove anos no que diz respeito à 
definição de currículo escolar. 
Parâmetros Curriculares Nacionais: publicação do MEC (1998) 
constituído por dez cadernos que detalham o currículo escolar do Ensino 
Fundamental em todas as disciplinas da base nacional comum. 
Temas transversais: são cinco temáticas de relevância social e que, 
portanto, precisam ser discutidas em sala de aula dos anos iniciais do Ensino 
Fundamental de nove anos. 
 
Tema 04 
A Escola de Ensino Fundamental Como Espaço de 
Aprendizagem: Movimentos de Renovação Pedagógica 
As escolas de ensino fundamental passaram por mudanças conforme 
analisamos nos temas anteriores, principalmente no que diz respeito à idade de 
ingresso que passou de 7 para 6 anos. Não tratou apenas de uma simples mudança 
de idade, mas sim de toda mudança de concepção na forma de trabalhar com as 
crianças desenvolvendo as habilidades e competências necessárias sem, contudo, 
desrespeitar as fases de desenvolvimento dos alunos. Assim, será estudado o tema 
com um grande enfoque no sistema educacional brasileiro na abordagem 
fenomenológica. Será feita a análise da estrutura do homem na sua formação; 
para isso serão descritos os elementos que caracterizam o referido homem. 
O embasamento do estudo será feito a partir da análise de um caso descrito 
no Livro Texto, página 35, no qual é analisada a situação de uma criança de 7-12 
anos que está em processo de aprendizagem. O professor precisa saber como pode 
influenciar positivamente a criança e, portanto, deve considerar várias 
perspectivas dentro da visão do “homem como ser natural”: 
1. Perspectiva Física: 
• Materialismo Pedagógico. 
2. Perspectiva Biológica: 
• Pragmatismo Pedagógico. 
3. Perspectiva Psicológica: 
• Psicologismo Pedagógico. 
4. Naturalismo Pedagógico. 
Também será considerada a visão do “homem como ser cultural” (Livro-
Texto, p.45): no enfoque do Sociologismo Pedagógico de Durkheim ( 1965). 
A “liberdade humana” deve ser estudada na visão de Saviani (2008), uma vez 
que a criança com a qual o professor interage é um sujeito situado num contexto, 
mas que também reage às diversas situações apresentadas. Nesse sentido serão 
estudados: 
1. Moralismo Pedagógico. 
2. Liberalismo Pedagógico. 
O Livro-Texto (p. 58) faz uma explicação sobre a consciência humana 
mostrando que a criança com idade de 7-12 anos também tem noção da sua 
participação nas atividades e precisa que suas verdades sejam aceitas pelos 
outros. Para tanto há teorias que explicam essa característica humana: 
1. Intelectualismo Pedagógico. 
2. Escola Nova. 
Na sequência dos estudos trabalha-se a reorganização do tempo com 
crianças de 6 anos no ensino fundamental mostrando que precisam de 
atendimento diferenciado em função das suas condições de desenvolvimento. A 
criança de 6 anos precisa desenvolver a percepção de tempo a partir da percepção 
sobre a sequência dos eventos de sua rotina e de sua duração: 
a) Ideia de sequência: a criança pequena ainda não tem noção de sequência 
e somente irá construí-la com o desenvolvimento de rotinas para seu dia a dia. É 
importante que o professor construa sequências diárias com as crianças 
elaborando calendários e pautas das atividades a serem desenvolvidas. 
b) Noção de duração: a criança desenvolve o sentido de duração do tempo a 
partir da rotina diária; essa necessidade ajuda os seres humanos a pensar em 
prazos e a planejar. 
Será interessante aqui o estudo da Resolução CEB no. 1/1999 que trata das 
Diretrizes Curriculares da Educação Infantil: 
VIII – As Propostas Pedagógicas e os regimentos das Instituições de 
Educação Infantil devem, em clima de cooperação, proporcionar condições de 
funcionamento das estratégias educacionais, do uso do espaço físico, do horário 
e do calendário escolar, que possibilitem a adoção, execução, avaliação e o 
aperfeiçoamento das diretrizes. 
Finalizando serão analisados os espaços escolares (escola e sala de aula) no 
sentido de rever a organização do trabalho considerando entorno escolar como 
fonte de estudo e pesquisa. 
A Resolução CEB no. 2/1998 destaca a importância do trabalho com a 
comunidade: 
V - As escolas deverão explicitar em suas propostas curriculares processos 
de ensino voltados para as relações com sua comunidade local, regional e 
planetária, visando à interação entre a educação fundamental e a vida cidadã; os 
alunos, ao aprenderem os conhecimentos e valores da base nacional comum e da 
parte diversificada, estarão também constituindo sua identidade como cidadãos, 
capazes de serem protagonistas de ações responsáveis, solidárias e autônomas em 
relação a si próprios, às suas famílias e às comunidades. 
Desta forma fica evidente que o professor do ensino fundamental deve 
propor atividades que explore o entorno da escola como forma de explorar 
espaços significativos para os alunos. 
Aqui é proposta uma atividade de trabalho de campo: cada grupo de alunos 
deve elaborar uma atividade que explore os espaços em volta de uma escola que 
pode ser a escolhida para realização do estágio supervisionado. A proposta deve 
conter todas as etapas de um plano de aula e estará especificada no ponto de 
partida. A sugestão é de apresentação da atividade por cada grupo de alunos. 
Como conclusão do tema cinco fica evidente a importância do professor que 
trabalha seus alunos considerando seu nívelde desenvolvimento, bem como 
reorganiza o tempo e espaços de ensino. 
FINALIZANDO 
Você aprendeu que existe uma renovação pedagógica com a criação do 
ensino fundamental de 9 anos e que a fase agora é de concretização de ações 
voltadas para um ensino eficaz. De acordo com a Resolução CNE/CEB no, 1/1999 
é necessário que as propostas curriculares contemplem os tempos e espaços 
escolares considerando o nível de desenvolvimento das crianças. O embasamento 
teórico do tema quatro são as concepções de estrutura de homem do ponto de 
vista filosófico e pedagógico. 
 
 
Tema 05 
O Professor do Ensino Fundamental de 9 Anos: os Desafios da Docência 
 
O professor do ensino fundamental de nove anos é o alvo dos estudos do 
tema cinco, com especial enfoque nos desafios da docência na atualidade. Ao se 
considerar a complexidade do processo ensino aprendizagem é necessário o 
estudo do caráter dialético da estrutura do homem. O Livro-Texto (p.65) traz um 
detalhamento da estrutura do homem descrevendo os principais elementos que 
compõem tal rede estrutural: 
1. Situação com dois polos: natureza e cultura. 
2. Liberdade com dois polos: de adesão e de opção. 
3. Consciência com dois polos: irreflexão e reflexão. 
Deve ser considerada a interpenetração dos aspectos que compõem essa 
estrutura, uma vez que o homem está em processo de transformação contínua e 
vai se aprimorando com as análises das mudanças ocorridas no seu cotidiano e 
em esferas mais complexas. 
Na página 70 do Livro-Texto inicia-se um importante estudo sobre a 
filosofia como mediação entre a ação assistemática e a ação sistemática em 
educação. Fica evidente a análise que deve ser feita sobre o “problema” que 
perpassa o cotidiano escolar. 
É preciso fazer uma detalhada análise sobre o problema que merece uma 
reflexão filosófica que deve ser: 
1. Radical. 
2. Rigorosa. 
3. De conjunto. 
O professor da atualidade deve, portanto, agir de forma sistematizada, 
fazendo suas reflexões sobre a prática pedagógica (Saviani, 2008). Para tanto 
precisa: 
1. Tomar consciência da situação. 
2. Captar os seus problemas. 
3. Refletir sobre eles. 
4. Formulá-los em termos de objetivos realizáveis; 
5. Organizar meios para atingir os objetivos propostos. 
6. Intervir na situação, pondo em marcha os meios referidos. 
7. Manter ininterrupto o movimento dialético ação- reflexão- ação. 
É perceptível, a partir das considerações sobre reflexão filosófica e 
pedagógica, que o professor precisa ter a formação inicial e continuada de acordo 
com as exigências do mundo moderno. 
A formação inicial vem sendo discutida por vários autores desde a 
promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº. 
9394/1996) que no seu artigo 62 define os critérios para a docência na educação 
básica. Muitos anos se passaram e ainda há regiões do Brasil que contam apenas 
com professores leigos ou sem a formação mínima para a docência. Gatti( 2009) 
lançou uma pesquisa que foi publicada com o título “Professores do Brasil: 
impasses e desafios” e que traz os seguintes temas analisados: condições de 
trabalho docente, formação inicial e continuada, a carreira, a remuneração, além 
de questões críticas do cenário das políticas da contemporaneidade. O estudo de 
tais resultados de pesquisa é importante para que se considere a realidade do 
professor que atua no cotidiano escolar. 
A formação continuada também é fundamental para o trabalho do 
professor de educação básica; quem trabalha com ensino fundamental de nove 
anos precisa de conhecimentos pedagógicos específicos sobre a fase de 
desenvolvimento das crianças. As teorias estão avançando cada vez com mais 
aceleração e o professor precisa acompanhar as mudanças de uma sociedade em 
mutação. Neste estudo é fundamental retomar as dez competências de Perrenoud 
(1996): 
1. Organizar e estimular situações de aprendizagem. 
2. Gerar a progressão das aprendizagens. 
3. Conceber e fazer com que os dispositivos de diferenciação evoluam. 
4. Envolver os alunos em suas aprendizagens e no trabalho. 
5. Trabalhar em equipe. 
6. Participar da gestão da escola. 
7. Informar e envolver os pais. 
8. Utilizar as novas tecnologias. 
9. Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão. 
10. Gerar sua própria formação contínua. 
Além disso é preciso estudar Pedagogia da Autonomia de Freire (1997) e 
Morin (2000) sobre os saberes dos professores. 
O professor é importante no processo de formação dos alunos e deve ser uma 
pessoa participativa e engajada nas questões sociais e pedagógicas. O regimento 
escolar é um documento importante que define as regras, regulamentos, direitos 
e deveres de cada um e, portanto, precisa ser analisado em sala de aula, 
considerando toda a legislação que ampara esses procedimentos. 
Aqui será feita a análise de um regimento escolar que certamente será 
estudado durante a realização do estágio supervisionado. Recomenda-se que seja 
analisados em grupos de alunos os artigos do regimento escolar que tratam “Do 
corpo docente”, destacando: direitos, deveres e punições. A partir da leitura, serão 
feitos comentários e sanadas dúvidas com o tutor presencial; em seguida os 
alunos socializarão suas análises. 
O tema é finalizado com as conclusões sobre a grande importância do papel 
do professor em sala de aula como mediador do processo de ensino aprendizagem. 
Sua formação é fundamental para a boa condução do trabalho pedagógico. 
FINALIZANDO 
Você aprendeu que é de grande importância o papel do professor do ensino 
fundamental de nove anos, uma vez que forma pessoas para um mundo em 
mudanças. É necessário, assim, analisar a estrutura do homem sob o ponto de 
vista da filosofia. Com o estudo das competências do professor comprova-se a 
importância não só da formação inicial, mas principalmente da formação 
continuada no trabalho do professor. 
GLOSSÁRIO 
Caráter dialético da estrutura do homem: conceito filosófico sobre a 
formação do homem enquanto ser social. 
Regimento escolar: documento que organiza e estrutura as normas e 
regras da escola em relação aos direitos, deveres e punições, bem como normas de 
convivência. 
 
Tema 06 
O Aluno do Ensino Fundamental: o Processo de Aprendizagem 
Como Centro da Prática Pedagógica 
O tema aborda a noção de sistema após uma longa discussão sobre a sua 
existência ou inexistência. De acordo com Saviani (Livro-Texto, p. 76) existem 
algumas “notas” que caracterizam a noção de sistema: 
• Intencionalidade: implica os pares antitéticos sujeito-objeto, consciência- 
situação. 
• Unidade: se contrapõe à variedade, mas também se contrapõe com ela para 
formar o conjunto. 
• Variedade. 
• Coerência interna: só pode se sustentar desde que articulada com a 
coerência externa. 
• Coerência externa: os sistemas tendem a se desvincular do plano concreto 
esvaziando-se em construções teóricas. 
Considera-se que existe uma dialética grande na noção de sistema, o que 
gera dúvida em relação a sua organização e concretização. Aqui se tem a noção de 
estrutura (Livro-Texto, p.81) que revela a proximidade com o termo sistema, os 
que, muitas vezes, faz com que os atores do processo educacional o utilizem como 
sinônimos. 
A noção de sistema educacional é concluída no Livro-Texto, p.83, através de 
temáticas que são debatidas e que devem ser estudadas em sala de aula: 
• Como se pode sistematizar a educação. 
• Sistema educacional. 
• O sentido da Filosofia da Educação. 
• Precisões Terminológicas. 
Dessa forma, fechando a noção de sistema educacional, fica evidente como 
é difícil definir o processo de ensino aprendizagem em se considerando o 
desenvolvimento do aluno como um sercognitivo, afetivo e social. Quando o 
próprio sistema educacional se apresenta como dúbio, complexo e muitas vezes 
indefinido, fica o desafio de estruturar um trabalho pedagógico voltado para as 
condições de aprendizagem dos alunos. Como considerar o aluno como centro do 
processo pedagógico a partir das concepções construtivistas de aprendizagem 
nesse contexto? 
A partir do exposto fica explícita a importância da postura do professor que 
deve estar atento ao desenvolvimento do aluno, dos pontos de vista cognitivo, 
afetivo e social a partir das teorias de aprendizagem na visão de Piaget, Wallon e 
Vygotsky. A retomada dos estudos sobre teorias de aprendizagem será necessária 
para a visualização do processo de desenvolvimento dos alunos, considerando: 
a) Teoria Piagetiana: cujo enfoque é a visão estruturalista com base na 
cognição. 
b) Teoria Walloniana: cujo enfoque é a afetividade que permeia o processo 
de aprendizagem na relação professor- aluno. 
c) Teoria Vygotskiana: cujo enfoque é o histórico social dos alunos, o que 
interfere no processo de aprendizagem. 
Também será necessária a análise da matriz de competências cognitivas na 
visão de Jean Piaget que aponta três grupos de competências: 
a) Observar. 
b) Registrar. 
c) Compreender. 
O processo de aprendizagem muitas vezes é prejudicado por causas externas 
que passam a interferir na caminhada pedagógica dos alunos. Um dos fatores 
mais apontados pelos professores é a disciplina escolar, ou melhor expondo, a 
indisciplina escolar que assola as salas de aula e passa a ser a verdadeira vilã de 
todo processo pedagógico. Muitos são os professores que fazem a denúncia da 
indisciplina escolar como a responsável pelo fracasso escolar. Aqui será analisada 
a temática sob o ponto de vista de um grande estudioso sobre o assunto, Yves de 
La Taille (2009). De acordo com o autor os educadores reclamam que as salas de 
aula estão cada vez mais incivilizadas e que é preciso dar um basta. 
Muitas escolas recorrem a regras de controle e punição. “É legitimo, mas é 
pouco. É preciso criar uma lei para coibir algo que o bom senso por si só deveria 
banir?”, questiona Yves de La Taille, professor do Instituto de Psicologia da 
Universidade de São Paulo, especialista em Psicologia Moral. O autor acredita que 
as escolas deveriam formar pessoas com capacidade para resolver conflitos num 
processo coletivo (ele defende que a escola ajude a formar pessoas capazes de 
resolverem conflitos com base no respeito aos princípios e valores de cada um e a 
formação ética pode ser um caminho alternativo na busca dessa superação, bem 
como e os temas transversais). 
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei Federal 8069/1990 
também aborda, entre vários aspectos, os deveres e direitos das crianças e dos 
jovens. Trata dos direitos de todos os adolescentes e crianças, inclusive as que 
cometerem infrações. Aos menores a lei não trata os delitos cometidos como 
crime, mas como ato infracional. 
Aqui será importante a leitura do Estatuto da Criança e do Adolescente, em 
especial os artigos 53 a 59 que tratam da Educação e que reforçam, mais uma vez 
, a importância do trabalho voltado ao desenvolvimento das capacidades de 
crianças e adolescentes. 
O tema é finalizado com a análise de regimento escolar da escola foco de 
observação no estágio supervisionado. Cada grupo de alunos deve ler e analisar os 
artigos do regimento escolar que tratam dos direitos, deveres e punições do corpo 
discente. A síntese das discussões deve ser apresentada à classe. 
 
FINALIZANDO 
No tema seis você aprendeu que é preciso considerar o aluno como centro do 
processo pedagógico a partir das concepções construtivistas de aprendizagem. 
Também é importante a consciência de que o professor deve estar atento ao 
desenvolvimento do aluno, dos pontos de vista cognitivo, afetivo e social partir 
das teorias de aprendizagem na visão de Piaget, Wallon e Vygotsky. Ainda é 
preciso conhecer teorias que explicam a disciplina/indisciplina na escola, pois se 
vive uma fase de violência tanto de forma explícita quanto implícita e o professor 
precisa procurar caminhos para essa superação. 
 
GLOSSÁRIO 
Matriz de competências: Documento que define as competências que 
devem ser desenvolvidas no aluno (sob a visão da teoria de Jean Piaget, psicólogo 
suíço). 
 
Tema 07 
A Metodologia Como Forma de Concretizar o Trabalho Docente 
O estudo da disciplina Organização e Metodologia do Ensino Fundamental 
chega numa abordagem muito significativa que é a “A Metodologia como forma 
de concretizar o trabalho docente”. Os conteúdos aqui abordados farão referência 
ao fazer pedagógico que é a essência do trabalho do professor. 
Um estudo inicial aponta a importância de se conhecer o conceito de 
“sistema” na LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional no. 
9394/1996.Com base no PLT (PP. 93 a 107) será analisada a referida lei e suas 
implicações no trabalho metodológico da sala de aula. 
Os tópicos que serão estudados sobre o conceito de “sistema” na LDB são: 
1. Função sistematizadora de uma lei de diretrizes e bases. 
1.1. Sentido da expressão “diretrizes e bases”. 
1.2. Lei de Diretrizes e Bases e Sistema Educacional. 
2. A LDB brasileira e a função sistematizadora. 
2.1. O uso do termo “sistema” na lei. 
2.2. A LDB face à noção de sistema educacional. 
A abordagem aqui desenvolvida ainda reforça a condição do sistema como 
um conceito a ser resolvido na legislação e na prática educacional. Aponta as 
diretrizes que constituem-se em procedimentos, normas, regulamentos dentro 
de uma organização chamada sistema. 
Dentro da visão de sistema existe um fazer pedagógico que pode ser 
fundamental na vida escolar dos alunos: uma metodologia que é praticada na sala 
de aula e que pode contribuir para o sucesso escolar. A metodologia trabalhada 
pelo professor precisa ser definida com base na Proposta Pedagógica da escola, no 
conjunto dos professores, dentro dos princípios definidos nos marcos referenciais 
do referido documento. Não pode tratar-se de mera opção particularizada do 
professor, o que não faria sentido pensar nas linhas metodológicas de cada 
unidade escolar. 
O estudo de métodos de ensino será necessário para que se possa ter o 
conhecimento das possibilidades de ação em sala de aula. Muitos professores 
conhecem apenas os métodos básicos como o expositivo ou o trabalho em grupo, 
sem saber, contudo, que existem várias possibilidades de atuação na sala de aula. 
Há muitos caminhos a serem percorridos quando refletimos sobre metodologia 
de ensino. 
É importante considerar que a escolha do método deve contemplar: 
concepção de homem, de sociedade, de cultura, economia e educação, entre 
outros. De acordo com Turra (1975) a escolha da metodologia deve considerar, 
portanto, a intrínseca relação entre os meios e procedimentos de ensino e desses 
com os objetivos ou resultados propostos. Cabe perfeitamente aqui as palavras do 
antigo educador Mattos ao afirmar que o método “é o relacionamento prático, mas 
inteligente, dos meios e procedimentos com os objetivos ou resultados 
propostos”. 
Desta forma é necessário que o professor, ao empregar certo método de 
ensino, esteja consciente de que não se trata de apenas empregar um estratégia de 
trabalho aleatória; precisa, sim saber que sempre tem um conceito teórico que 
sustenta essa metodologia vinculada “a uma visão de homem e de mundo que 
responde a interesses de classes”(Turra). 
Desta forma o professor poderá ter uma visão mais adequada e abrangente 
de seu ensino e de suas escolhas didáticas. 
A visão de Arroyo( 2000) remete este estudo a uma visão muito abrangente 
sobreo trabalho do professor. Em sua obra “Oficio de Mestre: Imagens e Auto-
Imagens” traz um panorama sobre o professor e seu trabalho na sala de aula em 
dez temas que são desenvolvidos numa visão crítica: conversas sobre o oficio de 
mestre, um modo de ser, um dever ser, a humana docência, conteúdo da humana 
docência, intranquilidade nos quintais do conhecimento, parâmetros e ausências, 
subsolo comum de nossa docência, o aprendizado do ofício, aprendendo nas 
transgressões. 
Ainda é importante analisar as idéias de Assmann (2001) sobre as metáforas 
novas para reencantar a educação, nas quais o autor analisa os vários aspectos 
importantes relacionados com a qualidade cognitiva e social da educação. 
Para ele o processo educacional, a melhoria pedagógica e o compromisso 
social têm que caminhar juntos. Assim, a escola não deve ser apenas aquela que 
repassa os conhecimentos prontos como no ensino tradicional, mas sim aquela 
que inventa e reinventa o ensino para atender a realidade de uma sociedade 
moderna. 
O trabalho em sala de aula deve ser pautado na matriz de competências e 
habilidades com base nas sequências didáticas que são um conjunto de atividades 
ligadas entre si, planejadas para ensinar um conteúdo, etapa por etapa. 
Organizadas de acordo com os objetivos que o professor quer alcançar para a 
aprendizagem de seus alunos, elas envolvem atividades de aprendizagem e 
avaliação. 
É importante que o professor planeje suas aulas e faça previamente a seleção 
de materiais que serão utilizados no decorrer dos trabalhos. Além disso, é preciso 
considerar que cada aula deve ter introdução, desenvolvimento e conclusão. O 
fazer pedagógico implica planejar, executar e avaliar. 
 
FINALIZANDO 
Com o estudo realizado no tema sete você conheceu o conceito de sistema na 
LDB no. 9394/1996 e suas implicações pedagógicas. Também analisou textos 
sobre método de ensino e entendeu o processo ensino-aprendizagem como centro 
do trabalho do professor, partindo do pressuposto de que é necessária uma 
abordagem sobre métodos de ensino. 
Teve um trabalho prático analisando sequências didáticas planejadas para 
classes de ensino fundamental e até elaborou uma sequência como forma de 
exercitação nessa prática. 
GLOSSÁRIO 
Metodologia de ensino: conjunto de métodos ancorados nos marcos 
referenciais definidos pela equipe escolar. 
Sequências didáticas: são um conjunto de atividades ligadas entre si, 
planejadas para ensinar um conteúdo, etapa por etapa. 
 
Tema 08 
Avaliação Escolar: Impasses e Avanços 
O tema oito desenvolve no aluno conclusões e perspectivas futuras (PLT 
p.109 a 120) considerando a árdua tarefa dos educadores brasileiros atuais no 
sentido da efetiva melhoria da qualidade de ensino. 
Para analisar as perspectivas futuras serão abordados os assuntos: 
1. Ausência de sistema educacional no Brasil. 
2. Hipóteses explicativas da ausência de sistema. 
3. As novas diretrizes e Bases para o ensino de 1º. e 2º. Graus. 
A partir dessas considerações é feito um paralelo com a nova LDB nº. 
9394/1996, principalmente no que diz respeito à avaliação escolar no artigo 24, 
inciso V: 
A verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios: 
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência 
dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período 
sobre os de eventuais provas finais; 
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar; 
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do 
aprendizado; 
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito; 
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período 
letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições 
de ensino em seus regimentos. 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº. 9394/1996), 
determina, assim, que a avaliação seja contínua e cumulativa e que os aspectos 
qualitativos prevaleçam sobre os quantitativos. 
Da mesma forma, os resultados obtidos pelos estudantes ao longo do ano 
escolar devem ser mais valorizados que a nota da prova final. 
Desta forma é necessário proceder a uma análise da legislação comprovando 
a importância do tema avaliação , dada a sua presença no cotidiano da sala de aula. 
Em seguida é feito o estudo do tema a partir de uma visão pedagógica na 
abordagem de Hoffmann (2006) que nos remete ao modelo de praticado no Brasil 
ainda nos dias atuais. 
Avaliação sempre foi mito no sentido de que ainda é vista como um 
momento no qual o aluno deve “provar” que sabe, que aprendeu a lição nos 
moldes em que o professor transmitiu. Também deve-se abordar o desafio que 
gera uma avaliação na concepção sociointeracionista, que considera o aluno como 
um ser total, com sua história, com sua vivência e suas particularidades. 
A proposta é a de uma avaliação em processo que acompanha o aluno em 
toda a aprendizagem, e, acima de tudo, que propõe intervenções pedagógicas. Na 
concepção de Hoffmann (2006), é preciso uma avaliação mediadora na qual o 
professor tem um papel especialmente importante, uma vez que é o mediador 
entre o aluno e o conhecimento. 
Para tanto, é necessária a criação de situações educativas que realmente 
provoquem os alunos e que tenham como objetivo o pleno desenvolvimento. A 
busca é por uma avaliação dialética que envolva aluno e professor num processo 
de mediação pedagógica. 
Este tema é finalizado com a concepção de Vasconcellos (2009), enfocando 
a avaliação dialética em uma abordagem libertária: 
Se buscamos uma escola que não seja uma preparação para a vida, mas que seja ela 
mesma uma rica experiência de vida, se buscamos uma escola que não seja reprodutora 
dos modelos sociais discriminatórios, mas promotora do desenvolvimento integral de 
todos os alunos, temos de repensar a avaliação. 
Para o autor a avaliação da aprendizagem está estreitamente ligada ao 
projeto político-pedagógico da escola; deve, assim, ter um caráter político no 
sentido de contemplar as concepções filosóficas de homem, de educação e de 
sociedade. Para tanto, será necessária uma profunda reflexão da equipe escolar, 
bem como a preparação de estratégias que visem a concretização de práticas 
avaliativas coerentes com os ideais pedagógicos. 
O papel do professor nesse processo é fundamental, pois é ele o responsável 
pela elaboração, aplicação e correção das provas, assim chamadas de avaliação. 
Compete ao professor tomar decisões no sentido de selecionar estratégias de 
avaliação e também de recuperação da aprendizagem. 
Dentre as estratégias que podem ser utilizadas pelo professor, é possível 
considerar: 
• Metodologia diversificada que vai gerar avaliação diversificada. 
• Atendimento aos diferentes ritmos de aprendizagem. 
• Diferentes modelos de prova. 
• Avaliação global, considerando as habilidades dos alunos. 
• Utilização de matriz de competências. 
• Avaliação de todas as expressões do aluno, não somente prova escrita. 
• Avaliação em processo. 
Finalizando o tema, é importante considerar, nessa visão 
sociointeracionista de avaliação ganha força o Conselho de classe/Série que tem 
como função principal decidir e definir a situação escolar dos alunos. Este 
momento deve ser cuidado pela equipe escolar para que realmente se proceda à 
avaliação com o sentido formativo. 
 
FINALIZANDO 
Na última aula você aprendeu que é preciso desenvolver conclusões e 
perspectivas futuras considerando a árdua tarefa dos educadores brasileiros 
atuais no sentido da efetiva melhoria da qualidade de ensino do sistema 
educacional brasileiro. Também estudou a avaliação como um processoa ser 
considerado em uma visão construtivista, em oposição ao enfoque tradicional e 
classificatório que vem sendo cultivado no sistema educacional brasileiro. Ainda 
analisou a avaliação escolar e o importante papel do professor como profissional 
que planeja, executa e avalia o processo educacional. 
GLOSSÁRIO 
Conselho de Classe/Série: grupo formado pelos professores de uma classe 
e/ou série que tem como função analisar, decidir e definir a situação dos alunos 
na avaliação escolar.

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