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1 Rolamento Rolamento é um movimento resultante da combinação do movimento de rotação com o movimento de translação, como mostra a figura 1. No movimento de rotação pura todos os pontos da roda se movem com a mesma velocidade angular ω e todos os pontos da borda se movem com a mesma velocidade linear escalar vcm. No movimento de translação pura todos os pontos da roda se movem para a direita com a mesma velocidade linear escalar vcm. Quando combinamos esses dois movimentos, damos origem ao movimento de rolamento. Para que o rolamento ocorra sem deslizamento vcm = ωr implicando que o ponto P da roda que está em contato com a superfície deve estar momentaneamente em repouso. Figura 1: Rolamento de uma roda. Neste caso, o corpo possui energia cinética de translação + energia cinética de rotação, ou seja: Ec = 1 2 Mv2cm + 1 2 Icmω 2. (1) Podemos pensar também que este movimento de rolamento, na verdade é um movimento de rotação pura, porém agora, em torno de um eixo que passa pelo ponto P, e não pelo centro de massa da roda. Assim, a energia cinética de rolamento seria: Ec = 1 2 Ipω 2, (2) onde Ip é o momento de inércia da roda em relação ao eixo de rotação que passa pelo ponto P e é perpen- dicular ao plano da roda. Para calcular Ip basta usar o teorema dos eixos paralelos: Ip = Icm +Md 2, onde d = r, (3) 1 substituindo na equação 2, obtemos a mesma expressão para a energia cinética encontrada na equação 1: Ec = 1 2 Icmω 2 + 1 2 M(ωr)2, (4) pois ωr = vcm. Mas, o que faz o corpo rolar sem deslizar? Geralmente é a força de atrito estático (lembre-se o ponto P encontra-se momentaneamente em repouso). Essa força se opõe a tendência do deslizamento porém não realiza trabalho sobre os corpos que rolam, então não há dissipação de energia, isto é, a conservação da energia mecânica pode ser utilizada para resolver os problemas de rolamento, quando necessário. Além da conservação da energia mecânica, vamos utilizar a segunda lei de Newton ( ∑ ~F = m~a e ∑~τ = Iα para nos auxiliar na resolução de problemas. Para ilustrar, vamos ver o exemplo de um corpo rígido que desce uma rampa rolando sem deslizar (figura 2): Figura 2: Corpo rígido descendo uma rampa rolando sem deslizar. Aplicando a segunda lei de Newton para as forças no eixo x, temos: fs −Mg sin θ =Macm. (5) 2 Escrevendo a segunda lei de Newton na forma angular em relação a um eixo horizontal passando pelo centro de massa, temos: Rfs = Icmα (6) Como o corpo está rolando suavemente, ou seja, sem deslizar, podemos usar acm = αR. Porém, devemos ter um cuidado pois, considerando os sinais convencionais, acm é negativa (sentido -x) e α é positiva (sentido anti-horário). Fazendo essa consideração e resolvendo o sistema, obtemos o módulo da aceleração do centro de massa: acm = g sin θ 1 + Icm/MR2 , (7) que é uma expressão geral para a aceleração do centro de massa de qualquer corpo que rola suavemente em em plano inclinado cujo ângulo com a horizontal é θ. Observamos uma situação análoga no movimento de um ioiô, como mostrado na figura 3. Figura 3: Corpo rígido descendo uma rampa rolando sem deslizar. Neste caso, a tração faz “o papel” da força de atrito estático. Que tal praticar um pouco e encontrar o valor do módulo da acm neste caso? A resposta correta é: acm = g 1 + Icm/MR20 . (8) 3
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