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LESÃO RENAL AGUDA Definição: Incapacidade dos rins de excretar os resíduos metabólicos necessários para a manutenção da homeostase (independente do volume urinário). Injuria é avaliação laboratorial de que há lesão celular antes mesmo de ter sintomas, anterior a incapacidade de função. Oliguria: volume obrigatório de urina em 24 horas, diurese menor que o volume obrigatório de urina. 400 ml/24h. Anuria é ausência total de urina. Sempre que há oliguria, há LRA, mas nem sempre a LRA terá oliguria. Existem 3 classificações, tradicional, pelo mecanismo: pré-renal, renal (intrínseca), pós- renal. E uma classificação mais atual: conforme a evolução e a gravidade do processo. RIFLE, AKI, KDIGO. LRA PÓS-RENAL Obstrução urinaria bilateral ou em um rim único Mecanismo: aumento da pressão hidrostática no sistema urinário e alterações hemodinâmicas intra-renais. Com obstrução baixa cursa com hidronefrose bilateral (dilatação do sistema piolocalicinal). Homens: hipertrofia de próstata. Mulheres: neoplasia de colo de útero. TTO: desobstrução mais precoce possível, transitória ou definitiva (cateter, sodas ou cirurgias). Prognostico: o tempo necessário para recuperar a função renal vai demorar um tempo proporcional ao tempo da obstrução, se há uma obstrução longa, pode causar mudanças no parênquima e levar DRC. LRA PRÉ-RENAL Alteração hemodinâmica por redução da perfusão renal (isquemia), por hipotensão ou hipovolemia. As causas mais comuns de IRA pré-renal incluem hipovolemia (podendo ocorrer por hemorragia, diarreia, vômito, fístula digestiva, poliúria e sudorese extensa), estados de choque (↓ geral do fluxo sanguíneo), insuficiência cardíaca (se descompensada, causa ↓ do fluxo sanguíneo renal por causa da ↓ do DC, ocorrendo ativação do SRAA, retendo sódio e água, sobrecarregando o ventrículo levando a congestão) e cirrose hepática. Tratamento: reposição da volemia e a recuperação da PA. Por definição é potencialmente reversível com reposição da perfusão renal (reposição do volume). Atenção: diuréticos não devem ser usados porque a pessoa está desidratada, não há volume para urinar. LRA INTRINSECA (RENAL) Já tem uma doença renal propriamente dita. Pode ser nos 3 compartimentos: tubular (causa mais comum é isquemia), glomérulo e interstício. A maioria dos casos de necrose tubular aguda (NTA) tem um período de IRA pré-renal, por ser hipoperfusão. Tem outra causa da NTA é por toxinas: por AINES, radioisótopos, aminoglicosídeos, alguns medicamentos para câncer, mioglobinas por rabdomiólise. A IRA tubular por toxinas é não oligurica. Passa o limite da pré-renal quando há apoptose e morte das células tubulares onde há NTA, a reposição de volume não reverte o quadro, precisa-se de tempo para a regeneração das células tubulares, possivelmente com dialise. As células mortas obstruem os túbulos. No pré-renal ainda consigo reter sódio e água, já na renal, os túbulos estão danificados e por isso perco sódio e água. Glomerulonefrites rapidamente progressivas: glomerulonefrites discutidas na aula passada. Nefrite túbulo-intersticial aguda = alérgica: antiboticos, AINES, furosemida, entre outros. Nefrite túbulo-intersticial aguda infecciosa: pielonefrite aguda. Fração de excreção de sódio % = Na urinário x creatinina plasmática / Na plasmático x creatinina urinaria. NOVA CLASSIFICAÇÃO Considera INJURIA RENAL AGUDA. IRA é comum em paciente hospitalizado. Secundária a sepse, muito presente na UTI. Pressupõe a presença de agressão, sofrimento e lesão de células renais antes mesmo que se possa identificar qualquer alteração funcional. A injuria precoce pode ser detectada pela presença, na urina de biomarcadores na urina. Mesmo pequenas alterações na função renal, já trazem um pior prognóstico para os pacientes hospitalizados. IRA em 7 dias ou menos. Doença renal aguda é quando não se sabe como o paciente progredirá, se irá para lesão crônica ou não. Em cima do muro. Crônica persiste por mais de 90 dias. Etiologia continua sendo importante, pré-renais, pós-renais e instrinseco, mas o mais frequente é a sepse, que é multifatorial (hipovolemia, forma toxinas entre outras). Síndrome compartimental: casos de síndrome de hipertensão abdominal. Toda vez que se tem a pressão aumentada no abdome, há a diminuição do fluxo sanguíneo entérico e do sistema de retorno para o ventrículo direito, fazendo com que o rim fique congesto porque não há fluxo arterial. Assim, o lado venoso fica congesto e esse quadro de congestão renal é a principal causa de perda de função renal nessa síndrome. PROTOCOLOS PARA IDENTIFICAR IRA Rifle: Foi à primeira criada, englobava em uma primeira fase a de risco, segunda de injúria e, na terceira, a fase de falha ou injúria renal propriamente dita com necessidade de terapia substitutiva renal. Leva em consideração a creatinina, diurese e taxa de filtração glomerular. O intervalo da avaliação é de sete dias. KDIGO Propôs uma nova definição consensual para a IRA, que mescla RIFLE e AKIN, para padronizar a definição e classificação da IRA, sendo assim o mais moderno dos três protocolos. Até o RIFLE e AKIN não se fazia prevenção, evitando substâncias e drogas e comportamentos intervindos e que evite a perda de função renal em situação aguda. No KDIGO, como norma, toda vez que há um paciente com potencial de ter perda de função renal, deve-se ver quais medidas tomar para evitar que isso aconteça. Exemplo são os pacientes com doença cardiovascular que vão se submeter à cirurgia. Nessa situação, caso não conseguir evitar a perda de função renal, a mortalidade passa de 4% a 80%. Então se efetivou e é mais adequado esse tipo de protocolo, pois segue o modelo conceitual. No protocolo pede-se que em três meses se revise os valores da TFG, porque muitos pacientes mantêm uma certa perda e isso com o tempo aumenta a mortalidade e morbidade. CONSEQUÊNCIA CLÍNICA: A marca da IRA é a elevação da creatinina, seguida da ureia. A marca da LRA, antes da IRA, é o aparecimento de biomarcadores urinários. NGAL, KIM- 1, IL-18 (já indicam que tem sofrimento renal). Elevação do potássio, acontece mais rápido quando há oliguria/anuria. Acidose metabólica (hiper ou normocloremica) Congestão circulatória (hipervolemia) TRATAMENTO Quadro grave e complicado, geralmente multifatorial, por isso, é necessário uma abordagem ampla. Analisar as suspeitas, fazer eco para a obstrutiva. Monitorar a creatinina sérica e débito urinário, para graduar o estágio da doença. Descontinuar as drogas nefrotóxicas, controlar a glicemia e dieta, garantir volemia e perfusão adequada. Por vezes considerar a terapia de substituição de função renal. Suspender a IECA e BRA. Teste de estresse de furosemida: para ver se há túbulo integro. Prevenir e tratar a hipercalemia e hiperpotassemia. Evitar hiper-hidratação (ICC, edema, hiponatremia): controle do peso. Diálise de urgência: hiperpotassemia, uremia, hipervolemia, acidose metabólica grave.
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