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DIREITO PENAL IV – CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA I Dos Crimes Praticados por Funcionário Público contra a Administração em Geral CRIME DE PECULATO – Art. 312 do Código Penal Sujeito ativo: É somente o funcionário público (crime próprio). Sujeito passivo: É o Estado. Secundariamente, a entidade de direito público ou o particular prejudicado. Objeto jurídico: É a administração pública, levando-se em conta seu interesse patrimonial e moral. Objeto material: Pode ser dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel público ou particular. Elementos objetivos do tipo: Há três figuras de peculato doloso: a)Peculato próprio - peculato apropriação (art. 312, caput, 1ª parte): Neste caso o funcionário público se apropria de coisa que já está em sua posse, e começa a se portar como se fosse dono dessa coisa. A posse da coisa se dá por atribuição do cargo do agente, a posse está ligada com a sua competência funcional. Estará consumado no momento em que o funcionário se apropria da coisa. Apropriar-se (tomar como propriedade sua ou apossar-se) o funcionário público de dinheiro (é a moeda em vigor, destinada a proporcionar a aquisição de bens e serviços), valor (é tudo aquilo que pode ser convertido em dinheiro, possuindo poder de compra e trazendo para alguém, mesmo que indiretamente, benefícios materiais) ou qualquer outro bem móvel, público (pertencente à administração pública) ou particular (pertencente à pessoa não integrante da administração), de que tem a posse (deve ser entendida em sentido lato, ou seja, abrange a mera detenção) em razão do cargo (o funcionário necessita fazer uso de seu cargo para obter a posse de dinheiro, valor ou outro bem móvel. b) Peculato-desvio (art. 312, caput, 2ª parte): O funcionário dá destinação diversa, em benefício próprio ou alheio, obtendo vantagem que não precisa ser econômica. Estará consumado quando o destino da coisa for modificado. O desvio deve ser em benefício próprio ou alheio, pois, se for em prol da própria administração, responderá pelo crime do art. 315 do CP. Desviá-lo (alterar o seu destino ou desencaminhá-lo), em proveito próprio ou alheio. c) Peculato-furto (art. 312, § 1º): O funcionário subtrai coisa que não tinha a posse e estava em custódia da administração. O legislador também indicou a conduta de concorrer para que seja subtraído. Neste último caso é crime de concurso necessário, ou seja, devem estar presentes no mínimo 2 pessoas. Necessário que o crime seja praticado pelo agente se valendo das facilidades que o cargo lhe proporciona. O funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai (tira de quem tem a posse ou a propriedade), ou concorre para que seja subtraído (considera conduta principal o fato de o funcionário colaborar para que outrem subtraia bem da administração pública. d) Peculato culposo (art. 312, §2º): A conduta também é punida na modalidade culposa, e responderá o agente que concorrer com imprudência, negligência ou imperícia para a prática de qualquer modalidade, seja apropriação, desvio ou subtração. A consumação ocorre quando a conduta dolosa de terceiro é praticada, havendo necessidade da existência de nexo causal entre ambos. O termo peculato, desde o início, teve o significado de furto de coisa do Estado. A palavra, como se sabe, designou, em sua evolução, a subtração da moeda, ou metal do Fisco, até que, finalmente, passou a significar furtos e apropriações indevidas, realizadas por prestadores de contas, bem como quaisquer fraudes em prejuízo da coisa pública. Elemento subjetivo do crime: É o dolo ou culpa, conforme o caso Figura culposa: Aplica-se a pena de detenção, de três meses a um ano, se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem. Na realidade, criou-se neste dispositivo autêntica participação culposa em ação dolosa alheia (note-se que não se fala em participação culposa em crime doloso, o que é inviável pela teoria monística adotada no concurso de pessoas). O funcionário, para ser punido, insere-se na figura do garante, prevista no art. 13, § 2.º, do Código Penal. Assim, tem ele o dever de agir, impedindo o resultado de ação delituosa de outrem. Não o fazendo, responde por peculato culposo. Exemplificando: se um vigia de prédio público desvia-se de sua função de guarda, por negligência, permitindo, pois, que terceiros invadam o lugar e de lá subtraiam bens, responde por peculato culposo. O funcionário, neste caso, infringe o dever de cuidado objetivo, inerente aos crimes culposos, deixando de vigiar, como deveria, os bens da administração que estão sob sua tutela. Vale ressaltar, ainda, que esta modalidade de peculato é sempre plurissubjetiva, isto é, necessita da concorrência de pelo menos duas pessoas: o funcionário (garante) e terceiro que cometa o crime para o qual o primeiro concorre culposamente. É impossível que um só indivíduo seja autor de peculato culposo. Tentativa: É admissível. Momento consumativo: Quando houver efetivo prejuízo material para o Estado. Perdão judicial ou causa de diminuição de pena (art.312,§3º): Se o peculato for culposo, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. Concurso de pessoas: O peculato é crime próprio, em todas as suas modalidades, pois exige que o agente seja funcionário público. Trata-se de elementar do crime que se comunica aos que concorrem par a sua prática, ainda que tais indivíduos não sejam funcionários públicos, desde que tenham ciência dessa qualidade de funcionário público. O art. 327 do CP estabelece o conceito de funcionário público. Causa de aumento de pena – art. 327, §2º do CP: A pena será aumentada em 1/3 (um terço) se o agente for ocupante de cargo em comissão, ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. Princípio da insignificância: Nos crimes contra a administração pública, o entendimento sumulado é no sentido de não ser possível a aplicação do princípio da insignificância, independente do valor. Súmula 599 STJ: O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração pública. Ação penal: Pública incondicionada. CRIME DE CONCUSSÃO – Art. 316 do Código Penal Sujeito ativo: É somente o funcionário público (Crime próprio). Sujeito passivo: É o Estado, a administração pública. Secundariamente, pode ser a entidade de direito público ou outra pessoa prejudicada. Objeto jurídico: É a administração pública, levando-se em conta seu interesse patrimonial (preservação do erário) e moral. Objeto material: É a vantagem indevida ou o tributo ou a contribuição social. Elementos objetivos do tipo: Exigir (ordenar ou demandar, havendo um aspecto nitidamente impositivo na conduta), para si ou para outrem, direta (sem rodeios e pessoalmente) ou indiretamente (disfarçado ou camuflado ou por interposta pessoa), ainda que fora da função, ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida (pode ser qualquer lucro, ganho, privilégio ou benefício ilícito, ou seja, contrário ao direito, ainda que ofensivo apenas aos bons costumes). A pena é de reclusão, de dois a doze anos, e multa. Elemento subjetivo do tipo específico: É a vontade de destinar a vantagem para si ou para outrem (caput) ou em proveito próprio ou alheio (§ 2.º). Elemento subjetivo do crime: É o dolo. Tentativa: Há divergência se é possível ou não. Para aqueles que entendem ser possível, admitem quando feita por carta, por exemplo, e a mesma não chegouao destino (extraviou). A doutrina majoritária entende não ser possível tentativa. Consumação: Estará consumado no momento em que o agente exige a vantagem, independente de recebimento. É um crime formal, portanto, se consuma com a exigência da vantagem indevida pelo agente no exercício das suas funções ou em razão dela, ainda que não ocorra o recebimento. Se o recebimento ocorrer, teremos apenas o exaurimento do crime. Excesso de exação (art. 316. §1): Neste caso o legislador pune aquele que exigiu especificamente tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber não ser devido. O denominado excesso de exação (exação é a cobrança pontual de impostos; portanto, o que este tipo penal tem por fim punir não é a exação em si mesma, mas o seu excesso, sabido que o abuso de direito é considerado ilícito) retrata a situação do funcionário que exige (demandar, ordenar) tributo (é “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”, cf. art. 3.º do Código Tributário Nacional) ou contribuição social (é, atualmente, considerada também tributo, estando prevista nos arts. 149 e 195 da Constituição Federal), que sabe (dolo direto) ou deveria saber (dolo eventual) indevido, ou, quando devido, emprega (dar emprego ou usar) na cobrança meio vexatório (é o que causa vergonha ou ultraje) ou gravoso (é o meio oneroso ou opressor), que a lei não autoriza. A pena é de reclusão, de três a oito anos, e multa (§1.º do art. 316 do CP). Figura qualificada (art. 316, §2º): Pune aquele que desvia para si ou para outrem tributo ou contribuição social que recebeu indevidamente, ou seja, o agente não faz o recolhimento para os cofres públicos. Neste caso a pena será de reclusão de 2 (dois) a 12 (doze) anos. Se o funcionário desvia (alterar o destino original), em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente (aceitar em pagamento sem previsão legal) para recolher aos cofres públicos, a pena é de reclusão, de dois a doze anos, e multa (§ 2.º). Trata-se de norma penal em branco, pois é preciso consultar os meios de cobrança de tributos e contribuições, instituídos em lei específica, para apurar se está havendo excesso de exação. Ação penal: Pública incondicionada. CRIME DE CORRUPÇÃO PASSIVA – Art. 317 do Código Penal Sujeito ativo: É somente o funcionário público (crime próprio). Sujeito passivo: É o Estado, a administração pública. Secundariamente, pode ser a entidade de direito público ou outra pessoa prejudicada. Objeto jurídico: É a administração pública, levando-se em conta seu interesse patrimonial (preservação do erário) e moral. Objeto material: É a vantagem indevida Elementos objetivos do tipo: Solicitar (pedir ou requerer) ou receber (aceitar em pagamento ou simplesmente aceitar algo), para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa (consentir em receber dádiva futura) de tal vantagem (pode ser qualquer lucro, ganho, privilégio ou benefício ilícito, ou seja, contrário ao direito, ainda que ofensivo apenas aos bons costumes). A pena é de reclusão, de dois a doze anos, e multa. Classifica a doutrina como corrupção própria a solicitação, recebimento ou aceitação de promessa de vantagem indevida para a prática de ato ilícito, contrário aos deveres funcionais, bem como de corrupção imprópria, quando a prática se refere a ato lícito, inerente aos deveres impostos pelo cargo ou função. Ressalte-se, ainda, que a modalidade “receber” implica num delito necessariamente bilateral, isto é, demanda a presença de um corruptor (autor de corrupção ativa) para que o corrupto também seja punido. É natural que a não identificação do corruptor não impede a punição do corrupto, embora a absolvição do primeiro, conforme o caso (fato inexistente, por exemplo), deva implicar na absolvição do segundo. Elemento subjetivo do tipo específico: É a vontade de praticar a conduta “para si ou para outrem”. Elemento subjetivo do crime: É o dolo. Tentativa: Há divergência se é possível ou não. Para aqueles que entendem ser possível, admitem quando feita por carta, por exemplo, e a mesma não chegou ao destino (extraviou). A doutrina majoritária entende não ser possível tentativa. Momento consumativo: Estará consumado no momento em que o agente solicita, recebe ou aceita promessa, portanto, quando houver a prática de qualquer das condutas típicas, independentemente de efetivo prejuízo para a Administração. Ação penal: Pública incondicionada. FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO – Art. 318 do Código Penal Sujeito ativo: É somente o funcionário público (Crime próprio), sendo necessário que ele tenha o poder de impedir o contrabando ou descaminho. Em se tratado de qualquer outro funcionário que possui outra função, responde pelo crime de descaminho ou contrabando em concurso de pessoas , como partícipe dos crimes dos artigos 334 e 334-A do CP. Sujeito passivo: É o Estado, a administração pública, e eventual pessoa que seja lesionada com a conduta. Objeto jurídico: É a administração pública, levando-se em conta seu interesse patrimonial (preservação do erário) e moral. Objeto material: É a mercadoria contrabandeada ou o imposto não recolhido. Elementos objetivos do tipo: Facilitar (tornar mais fácil, ou seja, sem grande esforço ou custo), com infração de dever funcional (a expressão integra a conduta típica, não sendo, pois, suficiente que o funcionário facilite o contrabando ou o descaminho, mas que o faça infringindo seu dever funcional, vale dizer, deixando de cumprir os deveres previstos em lei. Exige-se que o agente tenha a função de controlar, fiscalizar e impedir a entrada de mercadoria proibida no território nacional ou garantir o pagamento de imposto devido pela referida entrada), a prática (exercício ou realização) de contrabando ou descaminho. A pena é de reclusão, de três a oito anos, e multa. Esta é outra exceção criada pelo legislador, prevendo pena mais grave para o funcionário público que facilita o contrabando, incidindo nesta figura típica, e sanção mais leve ao agente do contrabando ou descaminho, que incide nas figuras dos arts. 334 e 334-A. Se o funcionário público não infringe dever funcional, poderá ser coautor ou partícipe do delito de contrabando ou descaminho. Elemento subjetivo do crime: É o dolo Tentativa: É admissível na forma comissiva. Momento consumativo: Estará consumado no momento em que o agente facilitar o contrabando ou descaminho estando ciente que está infringindo seu dever funcional, não havendo necessidade de que haja efetivamente o contrabando ou descaminho e independe de efetivo prejuízo para a Administração. Ação Penal: Pública incondicionada. Competência: A competência é, em regra, da Justiça Federal, nos termos do art. 109, IV da CF, por se tratar de crime conexo ao contrabando ou descaminho, cujo interesse é da União. Porventura, quando se tratar de imposto estadual, a competência é da Justiça Estadual. Princípio da insignificância: Nos crimes contra a administração pública, o entendimento sumulado é no sentido de não ser possível a aplicação do princípio da insignificância, independente do valor. Súmula 599 do STJ: O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração pública. CRIME DE PREVARICAÇÃO – Art. 319 do CÓDIGO PENAL Sujeito ativo: É somente o funcionário público (Crime próprio). Sujeito passivo:É o Estado. Secundariamente, a entidade de direito público ou a pessoa prejudicada. Objeto jurídico: É a administração pública, levando-se em conta seu interesse patrimonial e moral Objeto material: É o ato de ofício indevidamente retardado ou omitido pelo agente, ou praticado contra forma expressa em lei. Elementos objetivos do tipo: Retardar (atrasar ou procrastinar) ou deixar de praticar (desistir da execução), indevidamente (não permitido por lei, infringindo dever funcional), ato de ofício (é o ato que o funcionário público deve praticar, segundo seus deveres funcionais; exige, pois, estar o agente no exercício da função), ou praticá-lo (executá-lo ou realizá-lo) contra disposição expressa de lei (é também algo ilícito e contrário aos deveres funcionais), para satisfazer interesse (é qualquer proveito, ganho ou vantagem auferido pelo agente, não necessariamente de natureza econômica) ou sentimento pessoal (é a disposição afetiva do agente em relação a algum bem ou valor). É o que se chama de autocorrupção própria, já que o funcionário se deixa levar por vantagem indevida, violando deveres funcionais. A pena é de detenção, de três meses a um ano, e multa. Conduta: A conduta descrita neste tipo penal descreve o funcionário público que não se mostra fiel com o seu dever, com a sua função exercida. Ele não cumpre com as obrigações inerentes ao cargo. Os núcleos do tipo são: (I) Retardar; (II) Deixar de praticar; (III) Praticar. Elemento subjetivo do tipo específico: É a vontade de “satisfazer interesse” ou “sentimento pessoal”. Elemento subjetivo do crime: É o dolo Tentativa: É possível na forma comissiva. Consumação: Estará consumado no momento em que o agente retarda ou deixa de praticar indevidamente o ato de ofício, ou quando pratica o ato contrário ao disposto na lei. Ação Penal: Pública incondicionada. Lei 9.099/95: É infração de menor potencial ofensivo, admite-se, portanto, a aplicação da lei nº 9.099/95 Tipo penal misto alternativo: O crime prevê várias condutas, praticando qualquer delas, ou ainda mais de uma, o agente responderá somente por um crime. ESTUDO DE CASO: Leia a situação hipotética abaixo e responda, de forma objetiva e fundamentada, às questões formuladas: No dia 15 de março de 2017, por volta das 23h30min, em um hospital integrante do Sistema Único de Saúde (SUS), na cidade de Eugenópolis, PAULO ALBERTO, médico do referido hospital, solicitou, para si, diretamente, o valor de R$3.000,00 (três mil reais) referente ao pagamento de uma cirurgia de urgência, à paciente ELEONORA, que se encontrava internada no hospital sob seus cuidados com hemorragia interna. A vítima alegou não ter condições de pagar o procedimento. Diante da negativa do médico na realização da cirurgia sem o pagamento solicitado, este solicitou a transferência de ELEONORA para o hospital integrante do Sistema Único de Saúde (SUS) de Itamuri, aonde o procedimento cirúrgico foi realizado por outro médico, sem qualquer ônus a ELEONORA. Dos fatos, PAULO ALBERTO restou denunciado pela prática de crime contra a Administração Pública. Em defesa afirmou não ter solicitado valores para realização cirurgia, mas que apenas referiu que se fosse fazer a cirurgia seria de forma particular e custaria R$3.000,00 (três mil reais). Disse, ainda, que era médico contratado pelo hospital e, portanto, não poderia ser considerado funcionário público, conforme relatado na denúncia. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre o tema, responda de forma objetiva e fundamentada: a) A alegação de PAULO ALBERTO de que não pode ser caracterizado funcionário público deve prosperar? b) Qual a correta tipificação da conduta de PAULO ALBERTO? Ainda, o fato de ELEONORA não ter feito o pagamento solicitado possui alguma relevância? Questão objetiva. Em relação aos crimes contra a Administração Pública, é correto afirmar que: (CONCURSOS MODIFICADA) a) não se equipara a funcionário público, para os efeitos penais, quem exerce emprego em entidade paraestatal. b) servidor público estadual que se apropria de um notebook do qual tinha a posse em razão de seu cargo, a fim de entregá- lo como presente para sua filha pratica o delito de apropriação indébita. c) pratica o delito de prevaricação o funcionário público que deixar, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente. d) aquele que solicita vantagem, para si ou para outrem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função, pratica crime de corrupção passiva. e) Médico de hospital credenciado pelo SUS que presta atendimento a segurado, por ser considerado funcionário público para efeitos penais, pode ser sujeito ativo do delito de concussão. Bibliografia: Código Penal para Concursos, CUNHA, Rogério Sanches, 2018, Ed. JusPODIVM. Manual de Direito Penal, NUCCI, Guilherme de Souza, vol. único, 16. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2020. Manual de Direito Penal, CUNHA, Rogério Sanches, vol. único. 2018, Ed. JusPODIVM. Curso de Direito Penal, ISHIDA, Válter Kenji, Parte Geral e Parte Especial, São Paulo: Atlas, 2015