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01 - DIREITO PENAL - LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - TEAMS - 20 08 21


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DIREITO PENAL IV – CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA I 
 
Dos Crimes Praticados por Funcionário Público contra a 
Administração em Geral 
 
CRIME DE PECULATO – Art. 312 do Código Penal 
 
Sujeito ativo: É somente o funcionário público (crime 
próprio). 
 
Sujeito passivo: É o Estado. Secundariamente, a entidade de 
direito público ou o particular prejudicado. 
 
Objeto jurídico: É a administração pública, levando-se em 
conta seu interesse patrimonial e moral. 
 
Objeto material: Pode ser dinheiro, valor ou qualquer outro 
bem móvel público ou particular. 
 
Elementos objetivos do tipo: Há três figuras de peculato 
doloso: 
 
a)Peculato próprio - peculato apropriação (art. 312, caput, 
1ª parte): Neste caso o funcionário público se apropria de 
coisa que já está em sua posse, e começa a se portar como se 
fosse dono dessa coisa. A posse da coisa se dá por atribuição 
do cargo do agente, a posse está ligada com a sua competência 
funcional. Estará consumado no momento em que o funcionário 
se apropria da coisa. Apropriar-se (tomar como propriedade 
sua ou apossar-se) o funcionário público de dinheiro (é a 
moeda em vigor, destinada a proporcionar a aquisição de bens 
e serviços), valor (é tudo aquilo que pode ser convertido em 
dinheiro, possuindo poder de compra e trazendo para alguém, 
mesmo que indiretamente, benefícios materiais) ou qualquer 
outro bem móvel, público (pertencente à administração 
pública) ou particular (pertencente à pessoa não integrante 
da administração), de que tem a posse (deve ser entendida em 
sentido lato, ou seja, abrange a mera detenção) em razão do 
cargo (o funcionário necessita fazer uso de seu cargo para 
obter a posse de dinheiro, valor ou outro bem móvel. 
 
b) Peculato-desvio (art. 312, caput, 2ª parte): O 
funcionário dá destinação diversa, em benefício próprio ou 
alheio, obtendo vantagem que não precisa ser econômica. 
Estará consumado quando o destino da coisa for modificado. 
O desvio deve ser em benefício próprio ou alheio, pois, se 
for em prol da própria administração, responderá pelo crime 
do art. 315 do CP. Desviá-lo (alterar o seu destino ou 
desencaminhá-lo), em proveito próprio ou alheio. 
c) Peculato-furto (art. 312, § 1º): O funcionário subtrai 
coisa que não tinha a posse e estava em custódia da 
administração. O legislador também indicou a conduta de 
concorrer para que seja subtraído. Neste último caso é crime 
de concurso necessário, ou seja, devem estar presentes no 
mínimo 2 pessoas. Necessário que o crime seja praticado pelo 
agente se valendo das facilidades que o cargo lhe 
proporciona. 
O funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, 
valor ou bem, o subtrai (tira de quem tem a posse ou a 
propriedade), ou concorre para que seja subtraído (considera 
conduta principal o fato de o funcionário colaborar para 
que 
outrem subtraia bem da administração pública. 
 
 
d) Peculato culposo (art. 312, §2º): A conduta também é 
punida na modalidade culposa, e responderá o agente que 
concorrer com imprudência, negligência ou imperícia para a 
prática de qualquer modalidade, seja apropriação, desvio ou 
subtração. A consumação ocorre quando a conduta dolosa de 
terceiro é praticada, havendo necessidade da existência de 
nexo causal entre ambos. 
 
O termo peculato, desde o início, teve o significado de furto 
de coisa do Estado. A palavra, como se sabe, designou, em 
sua 
evolução, a subtração da moeda, ou metal do Fisco, até que, 
finalmente, passou a significar furtos e apropriações 
indevidas, realizadas por prestadores de contas, bem 
como quaisquer fraudes em prejuízo da coisa pública. 
 
Elemento subjetivo do crime: É o dolo ou culpa, conforme o 
caso 
 
Figura culposa: Aplica-se a pena de detenção, de três meses 
a um ano, se o funcionário concorre culposamente para o crime 
de outrem. Na realidade, criou-se neste 
dispositivo autêntica participação culposa em ação dolosa 
alheia (note-se que não se fala em participação culposa 
em crime doloso, o que é inviável pela teoria monística 
adotada no concurso de pessoas). 
 
O funcionário, para ser punido, insere-se na figura 
do garante, prevista no art. 13, § 2.º, do Código Penal. 
Assim, tem ele o dever de agir, impedindo o resultado de 
ação delituosa de outrem. Não o fazendo, responde 
por peculato culposo. Exemplificando: se um vigia de prédio 
público desvia-se de sua função de guarda, por negligência, 
permitindo, pois, que terceiros invadam o lugar e de lá 
subtraiam bens, responde por peculato culposo. O 
funcionário, neste caso, infringe o dever de cuidado 
objetivo, inerente aos crimes culposos, deixando de vigiar, 
como deveria, os bens da administração que estão sob sua 
tutela. 
Vale ressaltar, ainda, que esta modalidade de peculato é 
sempre plurissubjetiva, isto é, necessita da concorrência de 
pelo menos duas pessoas: o funcionário (garante) e terceiro 
que cometa o crime para o qual o primeiro concorre 
culposamente. É impossível que um só indivíduo seja autor de 
peculato culposo. 
 
Tentativa: É admissível. 
 
Momento consumativo: Quando houver efetivo prejuízo 
material para o Estado. 
 
Perdão judicial ou causa de diminuição de 
pena (art.312,§3º): Se o peculato for culposo, a reparação 
do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a 
punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a 
pena imposta. 
 
Concurso de pessoas: O peculato é crime próprio, em todas as 
suas modalidades, pois exige que o agente seja funcionário 
público. Trata-se de elementar do crime que se comunica aos 
que concorrem par a sua prática, ainda que tais indivíduos 
não sejam funcionários públicos, desde que tenham ciência 
dessa qualidade de funcionário público. O art. 327 do CP 
estabelece o conceito de funcionário público. 
 
Causa de aumento de pena – art. 327, §2º do CP: A pena será 
aumentada em 1/3 (um terço) se o agente for ocupante de cargo 
em comissão, ou de função de direção ou assessoramento de 
órgão da administração direta, sociedade de economia mista, 
empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. 
 
Princípio da insignificância: Nos crimes contra a 
administração pública, o entendimento sumulado é no sentido 
de não ser possível a aplicação do princípio da 
insignificância, independente do valor. Súmula 599 STJ: O 
princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra 
a administração pública. 
 
Ação penal: Pública incondicionada. 
 
 
CRIME DE CONCUSSÃO – Art. 316 do Código Penal 
 
 
Sujeito ativo: É somente o funcionário público (Crime 
próprio). 
 
Sujeito passivo: É o Estado, a administração pública. 
Secundariamente, pode ser a entidade de direito público ou 
outra pessoa prejudicada. 
 
Objeto jurídico: É a administração pública, levando-se em 
conta seu interesse patrimonial (preservação do erário) e 
moral. 
 
Objeto material: É a vantagem indevida ou o tributo ou a 
contribuição social. 
 
Elementos objetivos do tipo: Exigir (ordenar ou demandar, 
havendo um aspecto nitidamente impositivo na conduta), para 
si ou para outrem, direta (sem rodeios e pessoalmente) 
ou indiretamente (disfarçado ou camuflado ou por interposta 
pessoa), ainda que fora da função, ou antes de assumi-la, 
mas em razão dela, vantagem indevida (pode ser qualquer 
lucro, ganho, privilégio ou benefício ilícito, ou seja, 
contrário ao direito, ainda que ofensivo apenas aos bons 
costumes). A pena é de reclusão, de dois a doze anos, e 
multa. 
 
Elemento subjetivo do tipo específico: É a vontade de 
destinar a vantagem para si ou para outrem (caput) ou 
em proveito próprio ou alheio (§ 2.º). 
 
Elemento subjetivo do crime: É o dolo. 
 
Tentativa: Há divergência se é possível ou não. Para aqueles 
que entendem ser possível, admitem quando feita por carta, 
por exemplo, e a mesma não chegouao destino (extraviou). A 
doutrina majoritária entende não ser possível tentativa. 
 
Consumação: Estará consumado no momento em que o agente exige 
a vantagem, independente de recebimento. É um crime formal, 
portanto, se consuma com a exigência da vantagem indevida 
pelo agente no exercício das suas funções ou em razão dela, 
ainda que não ocorra o recebimento. Se o recebimento ocorrer, 
teremos apenas o exaurimento do crime. 
 
Excesso de exação (art. 316. §1): Neste caso o legislador 
pune aquele que exigiu especificamente tributo ou 
contribuição social que sabe ou deveria saber não ser 
devido. 
 
O denominado excesso de exação (exação é a cobrança pontual 
de impostos; portanto, o que este tipo penal tem por fim 
punir não é a exação em si mesma, mas o seu excesso, sabido 
que o abuso de direito é considerado ilícito) retrata a 
situação do funcionário que exige (demandar, ordenar) 
tributo (é “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda 
ou cujo valor nela se possa exprimir, que não 
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada 
mediante atividade administrativa plenamente vinculada”, cf. 
art. 3.º do Código Tributário Nacional) ou 
contribuição social (é, atualmente, considerada também 
tributo, estando prevista nos arts. 149 e 195 da 
Constituição Federal), que sabe (dolo direto) ou deveria 
saber (dolo eventual) indevido, ou, quando devido, emprega 
(dar emprego ou usar) na cobrança meio vexatório (é o que 
causa vergonha ou ultraje) ou gravoso (é o meio oneroso 
ou opressor), que a lei não autoriza. A pena é de reclusão, 
de três a oito anos, e multa (§1.º do art. 316 do CP). 
 
Figura qualificada (art. 316, §2º): Pune aquele que desvia 
para si ou para outrem tributo ou contribuição social que 
recebeu indevidamente, ou seja, o agente não faz o 
recolhimento para os cofres públicos. Neste caso a pena será 
de reclusão de 2 (dois) a 12 (doze) anos. 
 
Se o funcionário desvia (alterar o destino original), 
em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente 
(aceitar em pagamento sem previsão legal) para recolher aos 
cofres públicos, a pena é de reclusão, de dois a doze anos, 
e multa (§ 2.º). Trata-se de norma penal em branco, pois é 
preciso consultar os meios de cobrança de tributos e 
contribuições, instituídos em lei específica, para apurar se 
está havendo excesso de exação. 
 
Ação penal: Pública incondicionada. 
 
 
 
CRIME DE CORRUPÇÃO PASSIVA – Art. 317 do Código Penal 
 
 
Sujeito ativo: É somente o funcionário público (crime 
próprio). 
 
Sujeito passivo: É o Estado, a administração pública. 
Secundariamente, pode ser a entidade de direito público ou 
outra pessoa prejudicada. 
 
Objeto jurídico: É a administração pública, levando-se em 
conta seu interesse patrimonial (preservação do 
erário) e moral. 
 
Objeto material: É a vantagem indevida 
 
Elementos objetivos do tipo: Solicitar (pedir ou requerer) 
ou receber (aceitar em pagamento ou simplesmente aceitar 
algo), para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda 
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, 
vantagem indevida, ou aceitar promessa (consentir em receber 
dádiva futura) de tal vantagem (pode ser qualquer lucro, 
ganho, privilégio ou benefício ilícito, ou seja, contrário 
ao direito, ainda que ofensivo apenas aos bons costumes). A 
pena é de reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
Classifica a doutrina como corrupção própria a solicitação, 
recebimento ou aceitação de promessa de vantagem indevida 
para a prática de ato ilícito, contrário aos 
deveres funcionais, bem como de corrupção imprópria, quando 
a prática se refere a ato lícito, inerente aos deveres 
impostos pelo cargo ou função. 
 
Ressalte-se, ainda, que a modalidade “receber” implica num 
delito necessariamente bilateral, isto é, demanda a presença 
de um corruptor (autor de corrupção ativa) para que o 
corrupto também seja punido. É natural que a não 
identificação do corruptor não impede a punição do corrupto, 
embora a absolvição do primeiro, conforme o caso (fato 
inexistente, por exemplo), deva implicar na absolvição do 
segundo. 
 
Elemento subjetivo do tipo específico: É a vontade de 
praticar a conduta “para si ou para outrem”. 
 
Elemento subjetivo do crime: É o dolo. 
 
Tentativa: Há divergência se é possível ou não. Para aqueles 
que entendem ser possível, admitem quando feita por carta, 
por exemplo, e a mesma não chegou ao destino (extraviou). A 
doutrina majoritária entende não ser possível tentativa. 
 
Momento consumativo: Estará consumado no momento em que o 
agente solicita, recebe ou aceita promessa, portanto, quando 
houver a prática de qualquer das condutas típicas, 
independentemente de efetivo prejuízo para a Administração. 
 
Ação penal: Pública incondicionada. 
 
 
FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO – Art. 318 do 
Código Penal 
 
 
 
Sujeito ativo: É somente o funcionário público (Crime 
próprio), sendo necessário que ele tenha o poder de impedir 
o contrabando ou descaminho. Em se tratado de qualquer outro 
funcionário que possui outra função, responde pelo crime de 
descaminho ou contrabando em concurso de pessoas , como 
partícipe dos crimes dos artigos 334 e 334-A do CP. 
 
Sujeito passivo: É o Estado, a administração pública, e 
eventual pessoa que seja lesionada com a conduta. 
 
Objeto jurídico: É a administração pública, levando-se em 
conta seu interesse patrimonial (preservação do 
erário) e moral. 
Objeto material: É a mercadoria contrabandeada ou o imposto 
não recolhido. 
 
Elementos objetivos do tipo: Facilitar (tornar mais fácil, 
ou seja, sem grande esforço ou custo), com infração de dever 
funcional (a expressão integra a conduta típica, não sendo, 
pois, suficiente que o funcionário facilite o contrabando ou 
o descaminho, mas que o faça infringindo seu dever funcional, 
vale dizer, deixando de cumprir os deveres previstos em lei. 
Exige-se que o agente tenha a função de controlar, fiscalizar 
e impedir a entrada de mercadoria proibida no território 
nacional ou garantir o pagamento de imposto devido pela 
referida entrada), a prática (exercício ou realização) de 
contrabando ou descaminho. A pena é de reclusão, de três a 
oito anos, e multa. 
 
Esta é outra exceção criada pelo legislador, prevendo pena 
mais grave para o funcionário público que facilita o 
contrabando, incidindo nesta figura típica, e sanção mais 
leve ao agente do contrabando ou descaminho, que incide nas 
figuras dos arts. 334 e 334-A. Se o funcionário público não 
infringe dever funcional, poderá ser coautor ou partícipe 
do 
delito de contrabando ou descaminho. 
 
Elemento subjetivo do crime: É o dolo 
 
Tentativa: É admissível na forma comissiva. 
 
Momento consumativo: Estará consumado no momento em que o 
agente facilitar o contrabando ou descaminho estando ciente 
que está infringindo seu dever funcional, não havendo 
necessidade de que haja efetivamente o contrabando ou 
descaminho e independe de efetivo prejuízo para a 
Administração. 
 
Ação Penal: Pública incondicionada. 
 
Competência: A competência é, em regra, da Justiça 
Federal, nos termos do art. 109, IV da CF, por se tratar de 
crime conexo ao contrabando ou descaminho, cujo interesse é 
da União. Porventura, quando se tratar de imposto estadual, 
a competência é da Justiça Estadual. 
 
Princípio da insignificância: Nos crimes contra a 
administração pública, o entendimento sumulado é no sentido 
de não ser possível a aplicação do princípio da 
insignificância, independente do valor. 
 
Súmula 599 do STJ: O princípio da insignificância é 
inaplicável aos crimes contra a administração pública. 
 
CRIME DE PREVARICAÇÃO – Art. 319 do CÓDIGO PENAL 
 
Sujeito ativo: É somente o funcionário público (Crime 
próprio). 
 
Sujeito passivo:É o Estado. Secundariamente, a entidade de 
direito público ou a pessoa prejudicada. 
 
Objeto jurídico: É a administração pública, levando-se em 
conta seu interesse patrimonial e moral 
 
Objeto material: É o ato de ofício indevidamente retardado 
ou omitido pelo agente, ou praticado contra forma expressa 
em lei. 
 
Elementos objetivos do tipo: Retardar (atrasar ou 
procrastinar) ou deixar de praticar (desistir da 
execução), indevidamente (não permitido por lei, infringindo 
dever funcional), ato de ofício (é o ato que o funcionário 
público deve praticar, segundo seus deveres funcionais; 
exige, pois, estar o agente no exercício da função), 
ou praticá-lo (executá-lo ou realizá-lo) contra disposição 
expressa de lei (é também algo ilícito e contrário aos 
deveres funcionais), para satisfazer interesse (é qualquer 
proveito, ganho ou vantagem auferido pelo agente, não 
necessariamente de natureza econômica) ou sentimento pessoal 
(é a disposição afetiva do agente em relação a algum bem ou 
valor). É o que 
se chama de autocorrupção própria, já que o funcionário se 
deixa levar por vantagem indevida, violando deveres 
funcionais. A pena é de detenção, de três meses a um ano, e 
multa. 
 
Conduta: A conduta descrita neste tipo penal descreve o 
funcionário público que não se mostra fiel com o seu dever, 
com a sua função exercida. Ele não cumpre com as obrigações 
inerentes ao cargo. Os núcleos do tipo são: (I) Retardar; 
(II) Deixar de praticar; (III) Praticar. 
 
Elemento subjetivo do tipo específico: É a vontade de 
“satisfazer interesse” ou “sentimento pessoal”. 
 
Elemento subjetivo do crime: É o dolo 
 
Tentativa: É possível na forma comissiva. 
 
Consumação: Estará consumado no momento em que o agente 
retarda ou deixa de praticar indevidamente o ato de ofício, 
ou quando pratica o ato contrário ao disposto na lei. 
 
Ação Penal: Pública incondicionada. 
 
Lei 9.099/95: É infração de menor potencial ofensivo, 
admite-se, portanto, a aplicação da lei nº 9.099/95 
 
Tipo penal misto alternativo: O crime prevê várias condutas, 
praticando qualquer delas, ou ainda mais de uma, o agente 
responderá somente por um crime. 
 
ESTUDO DE CASO: Leia a situação hipotética abaixo e responda, 
de forma objetiva e fundamentada, às questões formuladas: No 
dia 15 de março de 2017, por volta das 23h30min, em um 
hospital integrante do Sistema Único de Saúde (SUS), na 
cidade de Eugenópolis, PAULO ALBERTO, médico do referido 
hospital, solicitou, para si, diretamente, o valor de 
R$3.000,00 (três mil reais) referente ao pagamento de uma 
cirurgia de urgência, à paciente ELEONORA, que se encontrava 
internada no hospital sob seus cuidados com hemorragia 
interna. A vítima alegou não ter condições de pagar o 
procedimento. Diante da negativa do médico na realização da 
cirurgia sem o pagamento solicitado, este solicitou a 
transferência de ELEONORA para o hospital integrante do 
Sistema Único de Saúde (SUS) de Itamuri, aonde o procedimento 
cirúrgico foi realizado por outro médico, sem qualquer ônus 
a ELEONORA. Dos fatos, PAULO ALBERTO restou denunciado pela 
prática de crime contra a Administração Pública. Em defesa 
afirmou não ter solicitado valores para realização cirurgia, 
mas que apenas referiu que se fosse fazer a cirurgia seria 
de forma particular e custaria R$3.000,00 (três mil reais). 
Disse, ainda, que era médico contratado pelo hospital e, 
portanto, não poderia ser considerado funcionário público, 
conforme relatado na denúncia. 
 
Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre o tema, 
responda de forma objetiva e fundamentada: 
 
a) A alegação de PAULO ALBERTO de que não pode ser 
caracterizado funcionário público deve prosperar? 
 
b) Qual a correta tipificação da conduta de PAULO ALBERTO? 
Ainda, o fato de ELEONORA não ter feito o pagamento 
solicitado possui alguma relevância? 
 
 
Questão objetiva. Em relação aos crimes contra a 
Administração Pública, é correto afirmar que: (CONCURSOS 
MODIFICADA) 
 
a) não se equipara a funcionário público, para os efeitos 
penais, quem exerce emprego em entidade paraestatal. 
 
b) servidor público estadual que se apropria de um notebook 
do qual tinha a posse em razão de seu cargo, a fim de entregá-
lo como presente para sua filha pratica o delito de 
apropriação indébita. 
 
c) pratica o delito de prevaricação o funcionário público 
que deixar, por indulgência, de responsabilizar subordinado 
que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe 
falte competência, não levar o fato ao conhecimento da 
autoridade competente. 
 
d) aquele que solicita vantagem, para si ou para outrem, a 
pretexto de influir em ato praticado por funcionário público 
no exercício da função, pratica crime de corrupção passiva. 
 
e) Médico de hospital credenciado pelo SUS que presta 
atendimento a segurado, por ser considerado funcionário 
público para efeitos penais, pode ser sujeito ativo do delito 
de concussão. 
 
 
Bibliografia: 
 
Código Penal para Concursos, CUNHA, Rogério Sanches, 2018, 
Ed. JusPODIVM. 
 
 
Manual de Direito Penal, NUCCI, Guilherme de Souza, vol. 
único, 16. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2020. 
 
 
Manual de Direito Penal, CUNHA, Rogério Sanches, vol. único. 
2018, Ed. JusPODIVM. 
 
 
Curso de Direito Penal, ISHIDA, Válter Kenji, Parte Geral e 
Parte Especial, São Paulo: Atlas, 2015