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Afetividade e suas alterações

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É a dimensão psíquica do ser humano que pode 
ou não ser modificada a partir das situações 
vivenciadas pelo sujeito. A afetividade dá cor às 
vivências do mundo, é o significado que atrelamos 
aos sentimentos em nossa vida. De acordo com 
Piaget, a afetividade tem muita influência no 
comportamento e no aprendizado das pessoas 
juntamente com o desenvolvimento cognitivo. 
Reação afetiva – ocorre sempre em um contexto 
de relações do Eu com o mundo e com as pessoas. 
Nesse sentido, há duas importantes dimensões 
da resposta: 
o Sintonização afetiva – capacidade de a 
pessoa ser influenciada afetivamente por 
estímulos externos. 
o Irradiação reativa – capacidade que o 
indivíduo tem de transmitir, irradiar, 
contaminar os outros com seu estado 
afetivo momentâneo. 
 
Existem 5 tipos de vivências afetivas: 
1) Humor (estado de ânimo) – É um estado 
duradouro e variável que sofre influência do 
meio externo. Através do humor que 
percebemos o mundo ao nosso redor, pois ele 
é uma tonalidade afetiva que acompanha os 
processos psíquicos, dando um colorido à 
cognição, às percepções, aos conceitos, etc. É 
como uma lente afetiva que nos diz como 
interpretamos as coisas. O humor amplia ou 
reduz o impacto das experiências reais. 
O humor é considerado normal, quando oscila 
entre o afeto deprimido, normal (neutro) ou 
elevado (eufórico). Quando estas mudanças 
de humor são extremas, inesperadas, 
destrutivas e doentias, deixa de ser normal 
para ser uma patologia (ex: Depressão 
profunda; Transtorno Afetivo Bipolar TAB, 
que oscila do profundamente deprimido ao 
exageradamente eufórico). 
2) Emoção – É um estado afetivo intenso, de 
curta duração. Originado como uma reação 
do indivíduo a certas excitações internas ou 
externas, conscientes, não conscientes ou 
inconscientes e podem variar entre culturas, 
mas em sua maioria, são universais. De 
acordo com a emoção vivida, podem 
acontecer reações físicas como alteração da 
respiração, choro, vermelhidão e tremores 
Também tem representações psíquicas e 
somáticas. 
3) Sentimento – Consequência das emoções. É 
sentido por cada pessoa de acordo com a sua 
experiência e criação. São mais atenuados do 
que as emoções em sua intensidade e menos 
reativos a estímulos passageiros, possuem 
longa duração. É mais psíquico que somático. 
Também tem influência da cultura e pode 
variar de um lugar para outro, pois necessitam 
da linguagem para serem significados. 
4) Afeto – Diretamente relacionado a algo que 
nos afeta, sendo uma tendência para 
responder de forma positiva ou não as 
experiências vividas. Podem significar 
qualquer estado de humor. 
5) Paixão – É um estado afetivo extremamente 
intenso, que domina a atividade psíquica como 
um todo, captando e dirigindo a atenção e o 
interesse do indivíduo em uma só direção, 
inibindo os demais interesses. O raciocínio 
lógico do indivíduo é interferido. Quando 
estamos apaixonados, projetamos no outro 
nossas idealizações. 
Depende do ponto de vista. De acordo com o 
pensamento ocidental, a emoção cega o ser 
humano e o impede de pensar com clareza e 
sensatez. A emoção pode ter um efeito 
paralisante, tanto para o pensamento como para 
a ação. A emoção turva a razão, distancia o ser 
humano da verdade e da conduta correta. 
Contrários a tal concepção, vários autores 
afirmam que a dimensão emocional pode 
contribuir (e não atrapalhar) no contato do ser 
humano com a realidade, ajudando-o a perceber 
melhor as coisas. Não existe razão sem emoção. 
 
 
Obs: É melhor que se tenha mais razão que 
emoção, pois é desta forma que se 
entenderia melhor o mundo: se 
emocionando. 
Ansiedade: Pode ser vista como um medo do 
futuro, o que pode acontecer, podendo haver até 
mesmo previsões, internas, mais negativas do que 
a realidade costuma apresentar. O corpo pode 
somatizar e apresentar alguns sintomas físicos 
como suor frio, taquicardia, tensão, tontura. Já 
em relação aos sintomas psicológicos há um 
medo, expectativa ruim, apreensão, etc. 
Angústia: Costuma ser a consequência da 
permanência da ansiedade e do medo, ou a 
sensação advinda da percepção de estar sempre 
diante do imprevisível. Assemelha-se muito à 
ansiedade, mas tem conotação mais corporal e 
mais relacionada ao passado. 
Para Freud, a angústia é um afeto básico que 
emerge do eterno conflito entre o indivíduo, seus 
impulsos instintivos primordiais, seus desejos e 
suas necessidades, por um lado, e, por outro, as 
exigências do comportamento civilizado, 
restrições (p. ex., não desejar a mulher do 
próximo, não matar, respeitar o tabu do incesto, 
etc.) que a cultura lhe impõe. 
Primeiramente, Freud (1895/ 1986) postulou que 
a angústia seria uma energia sexual que, se por 
algum motivo, não fosse adequadamente 
descarregada (ex: por meio de comportamento 
ou ato sexual) ficaria retida, represada no 
aparelho psíquico, gerando a angústia como 
subproduto. 
Posteriormente, Freud (1926/1986) postulou que 
a angústia seria não um subproduto da libido 
represada, mas um sinal de perigo, enviado pelo 
Eu, ativando o recalque ou outros mecanismos de 
defesa, a fim de evitar uma situação de perigo 
muito mais ameaçadora ao indivíduo e, 
consequentemente, uma angústia muito maior. 
Medo: Sentimento de insegurança em relação a 
uma pessoa, uma situação ou um objeto. É 
pessoal, varia de pessoa para pessoa. Quando se 
sente medo, o corpo se prepara para dois 
resultados possíveis, enfrentar a situação e lutar 
com ela, ou sair correndo, fugir. Isso faz seu 
cérebro trabalhar muito intensamente, o que gera 
mais adrenalina. A pessoa pode se sentir tremulo 
e enjoado, dores agudas nos braços, pernas e 
ombros, etc. 
 
o Alterações do humor 
Distimia: é a alteração básica do humor, tanto no 
sentido da inibição como no sentido da exaltação. 
Atenção: não confundir o sintoma distimia com o 
transtorno de distimia, que é um quadro 
depressivo leve e crônico. 
Disforia: diz respeito à distimia acompanhada de 
uma tonalidade afetiva desagradável e um mau-
humor, irritação. É um quadro de depressão ou de 
mania acompanhado de forte componente de 
irritação, amargura, desgosto ou agressividade. 
Euforia: Patologia. É um estado de alegria intensa 
e desproporcional às circunstâncias. 
Elação: É quando há a alegria intensa e 
desproporcional da euforia, mas acompanhada 
de uma sensação de poder, a expansão do Eu. 
Muito comum em casos de mania. 
Transtorno afetivo bipolar (TAB): alteração de 
humor onde a pessoa tem períodos depressivos 
ou euforia, separados por períodos em que a 
pessoa esteja normal. Ora feliz, ora triste, 
pensamentos suicidas. Fatores de risco: histórico 
familiar, ter entre 15 e 25 anos, uso abusivo de 
substâncias e traumas e nível elevado de estresse. 
Transtorno esquizo-afetivo: é uma combinação 
de sintomas de esquizofrenia e transtorno de 
humor, como depressão ou transtorno bipolar. 
Tipo depressivo é mais comum em idosos e tipo 
bipolar, mas comum em jovens. O diagnóstico é 
difícil. 
Puerilidade: é uma alteração do humor que se 
caracteriza com o estado infantil, regredido. A 
pessoa ri ou chora por qualquer motivo, a sua vida 
afetiva é superficial sem afetos profundos, 
consistentes e duradouros. Este transtorno é 
comum em alguns pacientes com esquizofrenia 
hebefrênica, em indivíduos com déficit intelectual, 
em algumas pessoas com transtorno da 
personalidade e em casos de personalidades 
imaturas, de modo geral. 
Moria: Se assemelha à puerilidade, só que a moria 
é uma forma de alegria muito pueril, ingênua, 
boba, que ocorre principalmente em pacientes 
com lesões extensas dos lobos frontais, em 
pessoas com deficiência mental e naquelas com 
quadros demenciais acentuados. 
Estado de êxtase: Seria como uma sensação 
extracorpórea, uma espécie de conexão do seu eu 
interior com o universo. Pode estar presente não 
só em psicopatologias, como por exemplo, na 
esquizofrenia, mas também em rituais religiosos 
ou místicos. 
Irritabilidade patológica: Seria uma reação 
agressiva efora do comum a qualquer estímulo 
externo. Se divide em primária (relacionada aos 
quadros de transtornos psíquicos e mentais como 
esquizofrenia, ansiedade e depressão) e 
secundária (relacionada a lesões cerebrais e 
transtornos neurocognitivos). 
Qualquer ruído (de crianças, dos vizinhos, de 
carros, etc.), a presença de muitas pessoas no 
local, qualquer crítica ao paciente, enfim, tudo é 
vivenciado com muita irritação. O profissional 
deve sempre procurar 
Catatimia: é a influência do estado do humor 
sobre as funções psíquicas. Exemplo: Você tem 
facilidade de aprender algo caso goste do 
professor, do assunto. O quanto a pessoa se sente 
afetivamente atraída por algo pode modificar a 
forma como ela direciona a atenção, como ela 
percebe a mudança do tempo, armazena ou não 
memórias, a forma de pensar e perceber o meio 
também muda. 
o Alterações das emoções 
Medo: não pode ser considerado patológico, pois 
é um estado progressivo de insegurança em 
relação a uma pessoa, uma situação ou um 
objeto. O problema é a maneira como a pessoa 
percebe isso. Para a psicanálise, o medo é 
fundamental para nossa sobrevivência. É dividido 
de acordo com o grau de intensidade: prudência; 
cautela; alarme; ansiedade; pânico; terror (mais 
intenso que o pânico). 
Fobias: são medos considerados patológicos. 
Esse sentimento é muito desproporcional em 
relação ao perigo real. Pode desencadear o 
transtorno de ansiedade. Além disso, as fobias 
geram um medo irracional e intenso de objetos ou 
pessoas. Quando se tem fobia, a pessoa sabe que 
seu medo é irracional, mas não consegue 
controlar isso. Existem diversas fobias, sendo as 
mais comuns as do tipo simples, sociais e 
agorafobia. No contexto da pandemia, essa 
patologia se agravou bastante. 
Diferença entre medo e fobia: a fobia se trata de 
algo que não consegue ser explicado, não se sabe 
o que aconteceu para uma pessoa a ter aquela 
fobia, um medo absurdo sobre determinada coisa. 
No medo, a pessoa passou por uma experiência 
traumática e consequentemente vai passar a ter 
medo de determinado objeto, situação, etc. Nesse 
caso, o que desencadeou o medo pode ser 
explicado. 
Pânico: se manifesta quase sempre como crises 
de pânico e ocorrem sintomas somáticos 
autonômicos, por causa da ansiedade. As crises 
duram alguns minutos e tendem a se repetir de 
maneira variável. As crises só se tornam um 
transtorno de pânico quando o tempo aumenta e 
sua ocorrência se torna recorrente. Podem 
ocorrer após gatilhos, mas, em muitos casos, não 
se consegue identificar o fator que provocou a 
crise. 
Apatia: diminuição da excitabilidade emotiva e 
afetiva. As pessoas se queixam de não 
conseguirem sentir nem alegria, nem tristeza, 
nada. “Tanto faz quanto tanto fez” para tudo na 
vida. Apesar dessas pessoas saberem que precisa 
disso para se relacionar, elas não conseguem. O 
indivíduo fica hiporreativo. Também pode ser 
definida como um conjunto de déficit ou redução 
motivacional de comportamento dirigido aos seus 
objetivos. É a incapacidade do indivíduo de sentir 
afeto. 
Sentimento de falta de sentimento: É a vivência de 
incapacidade para sentir emoções. É um 
sentimento percebido pela pessoa, no qual se 
queixa de se sentir morto por dentro ou em estado 
de vazio afetivo, ela sente que não tem 
sentimento. Diferente da apatia, sentir o “não 
sentir” é vivenciado como uma tortura. Pode 
ocorrer em quadros depressivos graves. 
Anedonia: É muito difícil identificar a anedonia 
sem a apatia. Esse transtorno pode ocorrer 
juntamente com a apatia. É a incapacidade total 
ou parcial de obter e sentir prazer com 
determinadas atividades e experiências da vida. 
Pode ocorrer em síndromes depressivas, quadros 
esquizofrênicos e transtornos da personalidade. 
 
Indiferença afetiva e “bela indiferença”: Muito 
presente em casos de histeria. É um tipo de frieza 
afetiva incompreensível diante dos sintomas que 
o paciente apresenta. O paciente, em alguns 
casos, acredita de forma inconsciente que o 
quadro dele vai melhorar. É tido como algo mais 
teatral. 
Exemplo de caso: um homem estava prestes a se 
separar da sua mulher. Ela então, desenvolveu 
essa histeria na qual afirmava que sua perna 
direita estava sem movimentos. Sua tensão foi tão 
grande que foi direcionada diretamente a um 
membro, que nesse caso foi a perna. Então, o 
marido desistiu de se separar, passou a ajudá-la 
com tudo o que podia. Ela realmente parou de 
sentir sua perna, mas não chorava pela perda, 
mas ficava normal e acreditava em sua melhora. 
Labilidade afetiva: É quando o indivíduo oscila de 
forma abrupta, rápida e inesperada de um estado 
afetivo para outro. O paciente está falando de 
algo ameno e começa a chorar, passando, logo a 
seguir, a sorrir de forma tranquila, e daí a pouco 
volta a chorar. Há a hiperestesia emocional. São 
reações desproporcionais às situações. Ex: 
Transtorno Borderline. 
Incontinência afetiva: É quando a pessoa não 
consegue conter suas reações afetivas. Ocorre 
em consequência a estímulos apropriados, mas é 
sempre muito desproporcional. Também há a 
hiperestesia emocional. 
Hipomodulação do afeto: É quando a pessoa não 
consegue dar a resposta afetiva correta, de 
acordo com o estímulo dado. Redução do afeto. 
Presente em quadros de esquizofrenia e quadros 
depressivos graves. 
Embotamento afetivo ou devastação afetiva: 
Perda profunda de todo tipo de vivência afetiva, é 
observável pela postura e atitudes da pessoa. 
Essa é a principal diferença com relação a apatia. 
Ambivalência afetiva: Descreve a experiência de 
sentimentos opostos em relação a um mesmo 
estímulo ou objeto, sentimentos que ocorrem de 
modo simultâneo. Assim, o indivíduo sente, ao 
mesmo tempo, ódio e amor, rancor e carinho, por 
alguém. Ocorre de maneira exagerada, comum 
em casos de esquizofrenia grave, transtorno 
Borderline. 
Inadequação do afeto ou paratimia: Reação 
completamente incongruente a situações 
existenciais. Há um empobrecimento de 
sentimentos, de reações afetivas no cotidiano. Há 
uma contradição entre o que é expresso VS o que 
é sentido pelo sujeito. Presente em casos de 
esquizofrenia. Ex: a pessoa está triste, mas 
quando vai tentar se expressar, ela não consegue 
expor esse sentimento. No lugar, ela demonstra 
outro, por exemplo, felicidade. 
Neotimia: São sentimentos e experiências 
afetivas novas vivenciadas por pacientes num 
estado psicótico. O paciente cria um vocabulário 
novo. São afetos muito estranhos para a própria 
pessoa que experimenta. Ex: pacientes psicóticos. 
Transtorno depressivo: sentimentos de culpa e 
arrependimento são frequentes. A autoestima 
geralmente é ruim ou péssima. Os pacientes 
fazem acusações a si próprios insistentemente, 
podendo, nos quadros mais graves, ter ideias 
delirantes de culpa, castigo ou condenação. O 
depressivo tende a olhar mais para o passado do 
que para o presente ou o futuro. Vive um 
constante lamento ante a impossibilidade de 
mudar as coisas, apresenta desesperança, às 
vezes total (“nada vai melhorar, não tem saída”). 
Com isso, as ideias e planos suicidas surgem com 
considerável frequência. 
Mania: humor alegre, às vezes eufórico ou 
exaltado. Às vezes, o humor alegre é substituído 
pela irritabilidade ou agressividade. O paciente 
tende a sentir seu Eu expandido (elação do Eu), 
poderoso. 
Esquizofrenia: Nos primeiros momentos, há os 
sentimentos de estranhamento, de sensação de 
que o mundo, as coisas e o próprio Eu estão 
diferentes, com significações incompreensíveis. O 
paciente pode ter experiências de neotimia e 
ambivalência afetiva e após os primeiros anos ou 
décadas, pode surgir uma mudança qualitativa da 
afetividade, em que a apatia, a anedonia, a 
hipomodulação do afeto, certo distanciamento e 
indiferença afetiva encaminham o sujeito para 
um estado afetivo mais grave, com verdadeiro 
embotamento e vazio afetivos. 
Transtornos de personalidade: O humor e as 
reações afetivas podem ser descontrolados, 
muito instáveis, revelando a dimensão deimpulsividade associada a esse transtorno da 
personalidade.

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