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Maria Eduarda Pontes 20.1 
 
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O sono é um estado comportamental complexo e um dos grandes mistérios da 
ciência moderna. 
“Porque passamos quase 1/3 da nossa vida dormindo?”. 
Privação de sono está associada à prejuízos físicos e cognitivos e pode levar à 
morte, em casos severos. 
>Um estado regular, recorrente e facilmente reversível do organismo, 
caraterizado por uma relativa quietude e grande elevação no limiar de resposta 
a estímulos externos, em comparação com o estado de vigília. 
>Cíclico. 
>O Sono é um comportamento. 
>Não é caracterizado por movimentação e sim pela urgência da necessidade de 
dormir. 
>Suspensão normal da consciência e eletro fisiologicamente definido por 
critérios específicos de ondas cerebrais. Os músculos entram em um estado de 
 
 
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profundo relaxamento, a temperatura corporal reduz, muda o ritmo 
respiratório, as taxas hormonais e as frequências dos batimentos cardíacos. 
➔ Consolidação da memória; 
➔ Conservação e restauração da energia; 
➔ Restauração do metabolismo energético-cerebral; 
➔ Regulação emocional; 
➔ Equilibro Somático; 
➔ Proteção Cognitiva; 
➔ Facilita a Aprendizagem; 
➔ Restauração Imunológica; 
Núcleo do Trato Solitário 
 • Centro indutor e regulador do sono. 
 • Serotonina. 
• Adenosina. 
• Ácido Gama-Aminobutírico (GABA). 
 - Inibidor do SNC . 
 Glândula Pineal 
 
 
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• Regulação dos ciclos sono/vigília. 
 • Regulador do sistema imunológico. 
• Sintetizador da melatonina. 
Vigília: Aminérgica + colinérgica. 
 NREM: 
 Aminérgica (predominante). 
 colinérgica (mínima/ausente). 
 REM: 
 Colinérgica (predominante). 
 Aminérgica (mínima/ausente). 
Os neurônios colinérgicos, produtores de acetilcolina, desempenham 
importante papel ativando o núcleo supraquiasmático, o qual é um centro 
primário de regulação dos ritmos circadianos mediante a estimulação da 
secreção de melatonina pela glândula pineal. 
Temos um outro importante gatilho à indução do sono. Durante o dia, temos 
um grande metabolismo neuronal, o que gera gasto de ATP, que vai sendo 
utilizado e levando à geração de adenosina. Essa adenosina se acumula durante 
todo o dia. E o que a adenosina pode fazer no SNC? Ela se liga a receptores A1, 
 
 
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no elemento pré – sináptico nos neurônios colinérgicos do prosencéfalo basal. 
Assim, ela impede a liberação de acetilcolina. Uma vez que a acetilcolina é 
importante para manter o estado de vigília, a sua ausência leva a dificuldade 
em tal manutenção, e, com isso, temos o gatilho para iniciar o sono. 
O sistema monoaminérgico ou aminérgico é um ativador ascendente, 
traduzindo: produção de monoaminas adrenérgicas, como adrenalina, 
noradrenalina, histamina e serotonina, que promovem ativação cortical, 
induzindo à vigília. 
A atividade aminérgica elevada durante a vigília ativa os circuitos tálamo-
corticais mas diminui durante o sono NREM, sendo ausente no sono REM. Os 
neurônios aminérgicos são denominados de "wake-on-and-sleep-off". O córtex 
cérebral durante o sono REM está aminérgicamente desmodulado pela ausência 
do tônus aminérgico. 
Em contraste com a atividade aminérgica que é ausente em sono REM, a 
atividade colinérgica dos núcleos pontinos látero-dorsais, tegumento 
pedúnculo-pontino e do prosencéfalo basal é máxima durante o sono REM e 
vigília, sendo mínima ou ausente durante o sono NREM. Portanto, os núcleos 
colinérgicos ativam-se durante a vigília e durante o sono REM com 
dessincronização do EEG. As células colinérgicas são denominadas de "REM-
and-wake-on". 
 
 
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Contudo, há uma diferença entre a dessincronização do EEG no REM e na vigília. 
Durante o sono REM, os sistemas aminérgicos não estão ativos e a ativação 
colinérgica ativa o córtex diretamente. Na vigília, os sistemas aminérgicos, 
dopaminérgicos, hipocretinas e colinérgicos estão ativos (modulação 
aminérgica cortical). 
A diferença no processo de ativação tálamo-cortical entre o sono REM e a 
vigília abre fronteiras para o entendimento de determinadas alterações do 
sono. Por exemplo, transtornos depressivos (redução da latência de sono 
REM/hiperatividade colinérgica), demência de Alzheimer (redução da 
quantidade de sono REM/hipoatividade colinérgica) cursam com alterações 
específicas da arquitetura do sono. 
O sono normal é constituído pela alternância dos estágios REM e NREM. O sono 
NREM é caracterizado pela presença de ondas sincronizadas no 
eletroencefalograma e pode ser subdividido em quatro fases: estágio 1, 2, 3 e 4 
(3 e 4 equivalem ao sono de ondas lentas ou sono delta). O eletroencefalograma 
(EEG) de sono REM é caracterizado por ondas dessincronizadas e de baixa 
amplitude. 
 
 
 
 
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➔ EEG: Voltagem baixa, rápido. 
➔ Sensação: Vivida, gerada externamente. 
➔ Pensamento: Lógico, Progressivo. 
➔ Movimento: Continuo, Voluntário. 
➔ Movimento rápido dos olhos: Frequente. 
Cérebro relativamente inativo porém ainda ativamente regulado (atividade 
mental mínima ou fragmentada), num corpo que se move. EEG sincronizado. 
➔ EEG: Voltagem alta, lento. 
➔ Sensação: fraca ou ausente. 
➔ Pensamento: Lógico, repetitivo. 
➔ Movimento: Ocasional involuntário. 
➔ Movimento rápido dos olhos: Raro. 
4 estágios: estágio 1, 2, 3 e 4 (3 e 4 equivalem ao 
sono de ondas lentas ou sono delta). 
 
Também chamado de sono paradoxal. 
 
 
 
 
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Cérebro ativo num corpo paralisado, movimentos rápidos dos olhos, por vezes 
acompanhados de contração muscular e 
irregularidades cardiorrespiratórias, inibição 
dos neurônios motores espinais por 
mecanismos do tronco cerebral: supressão do 
tônus motor, a atividade mental durante o sono REM é associada aos sonhos 
(sonhos são relatados em cerca de 80% dos despertares durante o sono REM). 
➔ EEG: Voltagem baixa, rápido. 
➔ Sensação: Vivida, gerada internamente. 
➔ Pensamento: Vivido, ilógico, bizarro. 
➔ Movimento: Paralisia muscular, movimentos comandados pelo encéfalo, 
mas não executados. 
➔ Movimento rápido dos olhos: Frequente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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• Ciclo de 24 +/- 4 horas; 
• Mudança na temperatura 
corporal; 
 • Regulação da melatonina 
e do cortisol; 
• Relação matutinidade x 
vida noturna; • Pistas 
temporais e a relação com 
a regulação do sono; 
• Alterações nos ritmos circadianos podem desencadear distúrbios do sono: 
atraso ou avanço das fases, doenças metabólicas e cardiovasculares, depressão, 
problemas sociais... 
 
 
 
 
 
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Um fator que possui importante influência no relógio biológico, mas não 
obrigatoriamente precisa estar presente, é a luz. Comparativamente, a luz 
solar é muito mais eficiente do que a luz artificial, mas ambas promovem o 
mesmo efeito: ativar o núcleo supraquiasmático e inibir a produção de 
melatonina, em diferentes intensidades. Assim, dois mecanismos distintos 
atuam em prol de manter o indivíduo acordado. Por isso, se você dormir em um 
local onde há grande quantidade de luz solar pela manhã, você corre o risco de 
acordar cedo, pois a luz solar pode passar a informação de que está na hora de 
entrar em vigília. 
• Comprometimento com a memória, atenção e outras atividades cognitivas; 
 • Hiperglicemia e quadros de resistência à insulina, perda de peso e hiperfagia, 
aumento no gasto energético; 
 • Desorganização do ego, delírios e alucinações, irritação e letargia. 
 
O sono normal varia ao longo do desenvolvimento humano quanto à duração, 
distribuição de estágios e ritmo circadiano 
 
 
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 ◦ 16 horas – Primeiros dias de vida. 
 ◦ 14 horas – Final do primeiro mês. 
 ◦ 12 horas – Sexto mês. 
 ◦ 11 horas e meia – Até os cinco anos. 
O sono de idosos difere do de adultos jovens, principalmentepor uma tendência 
a um maior número de interrupções e uma discreta diminuição da profundidade 
do sono. 
◦ Depois de 16h de vigília, há lentificação intensa e progressiva do tempo de 
reação e piora da performance em testes psicomotores de vigilância; 
 ◦ Após 10h em vigília, cada 1h de privação de sono equivale ao aumento de 
0,004% de concentração de álcool no desempenho de tarefa de rastreio visual. 
24h acordado, equivale a 0,1% de álcool no sangue. 
Percepção sensorial é alterada em contextos de privação de sono. 
 • Visual: redução da sensibilidade e julgamento visual quando há limitação 
temporal para tomada de decisão → parece estar mais associado ao declínio 
atencional do que ao processamento visual; 
• Auditiva: redução da resolução temporal auditiva após privação; 
 • Olfativa: diminuição da discriminação de odores após 24h de privação • 
(Killgore, 2010) 
 
 
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Emoção é afetada nos contextos de privação de sono. 
 • Aumento de humor negativo em auto-relato; 
 • Pensamentos negativos e respostas intolerantes em situação de frustração; 
• Viés interpretativo de estímulos neutros como negativos 
Aprendizagem e memória. 
• O sono preparar o cérebro para adquirir informações efetivamente; 
• O sono facilita a consolidação (estabilização da memória) e integração da 
nova informação com estruturas mnemônicas prévias; 
 
• Sono REM modula a consolidação de memória não declarativas e emocionais, 
assim como informações associativas complexas; 
• Sono NREM: modula a consolidação de memórias declarativas, assim como 
previne a consolidação da interferência retroativa de informações 
recentemente adquiridas. 
Parassonias x Dissonias: 
As dissonias são transtornos que afetam a qualidade e/ou quantidade do sono, 
e, assim, interfere nas atividades cotidianas, pois o indivíduo se sente cansado, 
insatisfeito com o sono, pode levar a dificuldade de concentração ao longo do 
dia, cochilos. As Parassonias ocorrem também durante o sono, mas não 
 
 
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interferem na qualidade ou quantidade do sono, além de não afetar as 
atividades do dia seguinte (não há sonolência diurna, cansaço, mal-estar, 
nada). 
• Insônia: A insônia é a dificuldade em iniciar ou manter o sono, e ainda não 
ter um sono reparador. 
 • Parassonias: sobreposição de estágios do sono NREM e REM e vigília. 
Parassonias do sono NREM: Despertar confusional, Sonambulismo: ocorre na 
fase IV do sono NREM, na transição para o sono REM, e o indivíduo pode andar, 
falar, comer, enfim, realizar várias atividades motoras, mesmo estando 
dormindo. Terror noturno: ocorre na fase IV do sono NREM, não é decorrente de 
pesadelos. Há gritos e choro, que continuam ao despertar, pois não responde a 
estímulos rapidamente. Além disso, há amnésia ao episódio ocorrido. 
Parassonias do sono REM: Distúrbio comportamental do sono REM, Pesadelos, 
Paralisia do sono recorrente, Alucinações relacionadas ao sono Distúrbios do 
sono. Ocorre quando o indivíduo acorda durante o sono REM, sono esse que, 
como vimos, há um intenso relaxamento muscular. No caso da parassonia da 
paralisia do sono REM, esse relaxamento se mantém temporariamente quando 
o indivíduo acorda, incapacitando-o de se mexer. 
 • Distúrbios do movimento: Síndrome das pernas inquietas Willis-Ekbom, 
Bruxismo: ranger ou apertar os dentes durante o sono. 
 
 
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 • Distúrbios centrais de hipersonolência: Narcolepsia: é um distúrbio 
neurológico que provoca um sono súbito e incontrolável. 
• Transtornos respiratórios relacionados ao sono: Apneia obstrutiva do sono: 
A apneia do sono é um distúrbio no qual há a cessação da respiração repetidas 
vezes ao longo da noite, devido ao bloqueio da via aérea por relaxamento da 
faringe e da base da língua, criando uma barreira à passagem do ar. 
As pessoas sonham todas as noites. 
Sonhos acontecem no sono REM (mais bizarros, emoções intensas, alucinações 
visuais e auditivas) e no NREM ( mais tediosos, situações corriqueiras, existe 
reverberação elétrica). 
Refletem processos fisiológicos endógenos. 
Refletem ativação cortical de memória adquiridas durante a vigília. 
O que eles significam? 
Ativação e consolidação de novas memórias. 
Teoria da ativação e síntese: Atividade cerebral durante o sono; Mente tenta 
dar sentido a atividade sensorial. 
As ideias se reorganizam e podemos ter insight e premonições. 
https://blog.jaleko.com.br/apneia-do-sono-uma-doenca-da-atualidade/

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