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OBJETIVOS – APG 12 – “ATÉ CHEGAR NO PS” 1 ) DESCREVER A ANATOMIA VASCULAR DOS MEMBROS SUPERIORES. ARTÉRIAS: A irrigação arterial do membro superior se inicia através da ARTÉRIA AXILAR, que é a continuação da artéria subclávia direita, uma das ramificações do tronco braquiocefálico da aorta, e da artéria subclávia esquerda, após passar pela clavícula. No seu trajeto, essa artéria é dividida em 3 partes: A primeira, na margem da 1ª costela, dá origem à ARTÉRIA TORÁCICA SUPERIOR: é um vaso pequeno, muito variável, que se origina imediatamente inferior ao músculo subclávio. Costuma seguir em sentido inferomedial posteriormente à veia axilar e irriga o músculo subclávio, músculos no 1o e 2o espaços intercostais, alças superiores do músculo serrátil anterior e músculos peitorais sobrejacentes. Anastomosa-se com as artérias intercostal e/ou torácica interna. Na segunda, posterior ao músculo peitoral menor, dá origem às ARTÉRIAS TORACOACROMIAL: um tronco largo e curto, perfura a membrana costocoracoide e divide-se em quatro ramos (acromial, deltóideo, peitoral e clavicular), profundamente à parte clavicular do músculo peitoral maior. E a TORÁCICA LATERAL: tem origem variável. Em geral, origina-se como o segundo ramo da segunda parte da artéria axilar e desce ao longo da margem lateral do músculo peitoral menor, seguindo-o até a parede torácica entretanto, pode originar-se em lugar das artérias toracoacromial, supraescapular ou subescapular. A artéria torácica lateral irriga os músculos peitoral, serrátil anterior e intercostal, os linfonodos axilares e a face lateral da mama. A terceira, que dá origem à ARTÉRIA SUBESCAPULAR: o ramo da artéria axilar de maior diâmetro, porém de menor comprimento, desce ao longo da margem lateral do músculo subescapular na parede posterior da axila. Logo termina dividindo-se nas artérias circunflexa da escápula e toracodorsal. Na sequência, a artéria axilar, após passar pela axila, dá origem à ARTÉRIA BRAQUIAL, é responsável pela irrigação principal do braço. Começa na margem inferior do músculo redondo maior e termina na fossa cubital, que origina ramos musculares, não nomeados, e a artéria braquial profunda. Esta segue posterior ao corpo do úmero e termina se dividindo em artérias colaterais média e radial, que participam das anastomoses periarticulares do cotovelo, junto com as artérias colaterais ulnares superior e inferior. ARTÉRIA BRAQUIAL PROFUNDA: é o maior ramo da artéria braquial e tem a origem mais alta. A artéria braquial profunda acompanha o nervo radial ao longo do sulco do nervo radial enquanto segue posteriormente ao redor do corpo do úmero. A artéria braquial profunda termina dividindo-se em artérias colaterais média e radial, que participam das anastomoses periarticulares do cotovelo. ARTÉRIA NUTRÍCIA DO ÚMERO: origina-se da artéria braquial no meio do braço e entra no canal nutrício na face anteromedial do úmero. A artéria segue distalmente no canal em direção ao cotovelo. Também existem outras artérias nutrícias menores do úmero. ARTÉRIA COLATERAL ULNAR SUPERIOR: origina-se da face medial da artéria braquial, perto do meio do braço, e acompanha o nervo ulnar posteriormente ao epicôndilo medial do úmero. Aqui se anastomosa com as artérias recorrente ulnar posterior e colateral ulnar inferior, participando das anastomoses arteriais periarticulares do cotovelo. ARTÉRIA COLATERAL ULNAR INFERIOR: origina-se da artéria braquial cerca de 5 cm proximal à prega do cotovelo. Depois, segue inferomedialmente anterior ao epicôndilo medial do úmero e se une às anastomoses arteriais periarticulares da região do cotovelo, anastomosando-se com a artéria recorrente ulnar anterior. No antebraço existem DUAS ARTÉRIAS PRINCIPAIS A ULNAR E A RADIAL, que dão origem a ramos que participam das anastomoses do cotovelo. Ambas, em sua porção final, dão origem aos arcos palmares profundos e superficial, que fazem parte da anastomose do punho. Esses arcos dão origem às ARTÉRIAS METACARPAIS PALMARES (PROFUNDO), DIGITAIS PALMARES COMUNS E DIGITAIS PRÓPRIAS, que suprem a mão e os dedos (SUPERFICIAIS). VEIAS: A drenagem venosa dos membros superiores é dividida em rede superficial e profunda; as veias perfurantes fazem a comunicação entre essas redes. As principais veias superficiais do membro superior, as veias cefálica e basílica, originam-se no dorso da mão a partir da rede venosa dorsal. A VEIA BASÍLICA surge na extremidade medial da rede dorsal da mão e continua na face medial do antebraço; em seguida, entre o terço inferior e médio do braço, passa profundamente, perfurando a fáscia e seguindo até a axila para formar a veia axilar. A VEIA CEFÁLICA se origina na face lateral da rede dorsal, prosseguindo lateralmente ao punho e se tornando anterolateral no antebraço e braço. Segue superiormente entre os músculos deltoide e peitoral maior e entra no trígono clavipeitoral, unindo- se à parte terminal da veia axilar A veia intermédia do antebraço é variável, mas surge na base do dorso do polegar e ascende no meio da face anterior do antebraço, entre as veias cefálica e basílica. A rede venosa profunda está situada internamente à fáscia muscular e as veias geralmente são pares, seguindo as principais artérias do membro e recebendo o nome das mesmas. 2) IDENTIFICAR A IMPORTÂNCIA DOS SINAIS VITAIS E COMO OBSERVA- LOS (INDIVÍDUOS NORMAIS E ALTERADOS) . Temperatura No exame clínico, pode-se medir a temperatura axilar, bucal ou retal. Usualmente, mede-se a temperatura axilar. O termômetro é colocado no oco axilar, em contato estreito com a pele. A temperatura axilar normal é até 37°C ou 37,1°C; usualmente ela é menor, variando entre 36°C e 36,5°C. A temperatura oral é obtida colocando-se o termômetro na boca, sob a língua, ao lado do frênulo ou entre a bochecha e a gengiva. Ela é um pouco maior que a axilar, podendo ser considerada febril a partir de 37,2°C. A temperatura retal é medida quando há suspeita de processo inflamatório na cavidade abdominal, como a apendicite. A temperatura retal é cerca de 0,5°C mais alta que a axilar e pode ser considerada anormal a partir de 37,4°C ou 37,5°C. As variações de temperatura podem ser para menos – hipotermia, inferior a 35°C – ou para mais – hipertermia e febre. Muitas vezes obtém-se registro da temperatura do paciente várias vezes ao dia e em dias sucessivos, o que possibilita o traçado da curva térmica. A curva térmica classifica as febres em: Febre contínua ou persistente. Febre intermitente. Febre recorrente. Pulso e frequência cardíaca Para medir o pulso, o paciente fica em decúbito dorsal, com o membro superior apoiado no leito. O médico palpa a artéria radial com as polpas do indicador e do médio, procura verificar se as ondas sucessivas são rítmicas e, a seguir, conta, durante um minuto, o seu número. A frequência do pulso é mais alta em crianças do que em adultos. Uma faixa médica que pode ser aceita estende-se de 60 a 100 batimentos por minuto. Valores altos correspondem a taquicardia e valores baixos correspondem a bradicardia. As artérias acessíveis à palpação são: temporal superficial, carótida comum, facial, nasal, subclávia, braquial, radial, ulnar, aorta abdominal, ilíaca externa, femoral comum, poplítea, tibial anterior, tibial posterior, pediosa (ou dorsal do pé) e digitais, das mãos e pés. Na prática diária deve-se palpar rotineiramente as carótidas, as braquiais, a radial e a ulnar, a aorta abdominal, a femoral comum, a poplítea, a tibial posterior e a pediosa. Diminuição ou ausência sugere estenose crítica ou oclusão entre o segmento onde o pulso é normal e osegmento com pulso alterado. Pulso radial: Em virtude de sua utilização para a análise do funcionamento cardíaco, o pulso radial foi estudado com o exame do coração. Pulso axilar: A artéria axilar pode ser palpada com o paciente sentado ou em decúbito dorsal. O médico coloca-se ao lado do membro a ser examinado. Enquanto a mão homolateral sustenta o braço ou antebraço do paciente, em leve abdução, os dedos indicador, médio e anular da mão contralateral procuram comprimir a artéria axilar contra o colo do úmero, no oco axilar. Pulso braquial: A artéria braquial é palpável em toda a sua extensão, sendo mais acessível, contudo, no seu terço distal Pulso ulnar: A artéria ulnar pode ser palpada com o paciente sentado ou em decúbito dorsal. O médico fica na frente ou ao lado do paciente, conforme esteja ele sentado ou deitado; com a mão homolateral, segura a mão do paciente, fazendo leve flexão, e com os dedos indicador, médio e anular da mão contralateral procura sentir as pulsações da artéria cubital, situada entre os músculos flexor superficial dos dedos e o flexor ulnar do carpo, utilizando o polegar como ponto de apoio no dorso do punho. A frequência cardíaca é registrada através da ausculta, feita com o estetoscópio. Reconhecem-se as bulhas cardíacas e conta- se a frequência cardíaca, que deve ser igual à frequência do pulso. Se não for igual, existe uma anomalia. Pressão Arterial A pressão arterial é a pressão da massa de sangue dentro dos canais arteriais que, por suas características, determina o fluxo sanguíneo em toda rede arterial. Quando o ventrículo esquerdo se contrai, ele ejeta um volume de sangue – volume sistólico – que provoca aumento da pressão intra-aórtica até o valor máximo, que corresponde à pressão máxima ou sistólica. Durante a diástole, a pressão intra-aórtica cai lentamente até atingir um valor mínimo, chamado de pressão mínima ou diastólica. A pressão arterial é medida pelo esfigmomanômetro e paciente deve estar sentado. Frequência respiratória A frequência respiratória normal varia de 12 a 22 movimentos por minuto. Verifica-se a frequência respiratória do paciente em repouso e preferencialmente em decúbito dorsal. Taquipneia é a frequência respiratória elevada e, bradipneia, um registro menor dessa frequência. A apneia é a parada total da ventilação. Sinais vitais no choque hipovolêmico: os habituais sinais e sintomas são taquicardia – sendo este o mais precoce sinal de choque -, alterações nos níveis de consciência (confusão, ansiedade, agitação, rebaixamento), hipotensão arterial, pele fria e sudoreica, aumento no tempo de enchimento capilar (maior do que 2 segundos), pulso fino, podendo ainda apresentar cianose, sendo este um sinal mais tardio. 3) COMPREENDER A VOLEMIA E O CHOQUE HIPOVOLÊMICO. Hipovolemia significa a redução do volume sanguíneo. A hemorragia é a causa mais comum de choque hipovolêmico. A hemorragia diminui a pressão de enchimento da circulação e como consequência diminui o retorno venoso. Como resultado, o debito cardíaco cai abaixo do normal e pode sobrevir o choque. CHOQUE HIPOVOLÊMICO: É o tipo mais frequente de choque, decorrente de situações que levam à perda excessiva de fluidos orgânicos, o que gera hipóxia (ausência de oxigênio nos tecidos) devido à diminuição do débito cardíaco (secundária à diminuição da pré-carga) ou por perda de conteúdo sanguíneo, no caso do choque hipovolêmico hemorrágico. A gravidade deste tipo de choque se relaciona com a quantidade de fluidos perdidos e a rapidez com que isso ocorre. O choque hipovolêmico pode ser hemorrágico ou não: Choque hipovolêmico hemorrágico: ocorre devido à trauma, hemorragia digestiva, hemoptise maciça, dissecção de aorta, ruptura de aneurisma, sangramentos espontâneos por coagulopatias ou causas iatrogênicas (hemotórax, hemoperitônio, entre outros). Esse tipo de choque pode ser classificado em 4 classes, de acordo com o ATLS 10ª edição: Choque hipovolêmico não hemorrágico: ocorre devido à diarreias, vômitos, diurese excessiva (diabetes insipidus, uso de diuréticos, nefropatias), perdas para o terceiro espaço, queimaduras. Seja qual for a causa, quando o volume de líquidos do corpo cai, o retorno venoso para o coração diminui, o enchimento do coração cai, o volume sistólico diminui e há uma redução no débito cardíaco. Repor o volume de líquido tão rapidamente quanto possível é essencial para o tratamento do choque hipovolêmico. Os principais mecanismos de compensação no choque são os sistemas de feedback negativo que trabalham para devolver o débito cardíaco e a pressão arterial ao normal. Quando o choque é leve, a compensação por mecanismos homeostáticos evita danos graves. Em uma pessoa saudável, os mecanismos compensatórios podem manter o fluxo sanguíneo e a pressão arterial adequados mesmo com uma perda aguda de sangue de até 10% do volume total. Ativação do sistema renina- angiotensinaaldosterona. A redução do fluxo sanguíneo para os rins faz com que estes secretem renina e inicia o sistema reninaangiotensina- aldosterona. Lembre-se de que a angiotensina II causa vasoconstrição e estimula o córtex da glândula suprarrenal a secretar aldosterona, hormônio que aumenta a reabsorção de Na + e água pelos rins. O aumento na resistência vascular sistêmica e no volume de sangue ajuda a elevar a pressão arterial. Secreção do hormônio antidiurético. Em resposta à diminuição na pressão arterial, a neurohipófise libera mais hormônio antidiurético (HAD). O HAD aumenta a reabsorção de água pelos rins, que conserva o volume sanguíneo restante. Também provoca vasoconstrição, o que aumenta a resistência vascular sistêmica. Ativação da parte simpática da divisão autônoma do sistema nervoso. Conforme a pressão arterial diminui, os barorreceptores aórticos e caróticos iniciam potentes respostas simpáticas por todo o corpo. Um dos resultados é a vasoconstrição acentuada das arteríolas e veias da pele, rins e outras vísceras abdominais. (A vasoconstrição não ocorre no encéfalo nem no coração.) A vasoconstrição das arteríolas aumenta a resistência vascular sistêmica, e a vasoconstrição das veias aumenta o retorno venoso. Ambos os efeitos ajudam a manter a pressão arterial adequada. A estimulação simpática também aumenta a frequência e contratilidade cardíaca e eleva a secreção de epinefrina e norepinefrina pela medula da glândula suprarrenal. Esses hormônios intensificam a vasoconstrição e incrementam a frequência e contratilidade cardíacas, que ajudam a aumentar a pressão arterial. Liberação de vasodilatadores locais. Em resposta à hipóxia (AUSENCIA DE OXIGENIO NOS TECIDOS), as células liberam vasodilatadores – incluindo K +, H +, ácido láctico, adenosina e óxido nítrico – que dilatam as arteríolas e relaxam os esfíncteres pré- capilares. Essa vasodilatação aumenta o fluxo sanguíneo local e pode restaurar o nível de O2 ao normal na parte do corpo. Contudo, a vasodilatação também tem o efeito potencialmente nocivo de diminuir a resistência vascular sistêmica e, portanto, reduzir a pressão arterial. Se o volume de sangue cai mais do que 10 a 20%, ou se o coração não for capaz de elevar suficientemente a pressão arterial, os mecanismos compensatórios podem falhar em manter o fluxo sanguíneo adequado para os tecidos. Neste ponto, o choque torna-se potencialmente fatal, conforme as células danificadas começam a morrer. O diagnóstico é clínico, baseado nos achados ao exame físico e aos exames complementares. Os principais comemorativos são hipotensão e taquicardia – lembrando que pacientes previamente hipertensos podem apresentar pressão arterial dentro da normalidade -, extremidades frias,cianose, oligúria, alterações no estado mental (sonolência, confusão e desorientação). Esses sinais indicam má perfusão e oxigenação e, ao exame complementar, a hipoperfusão pode ser confirmada com a hiperlactatemia, já que o aumento na concentração do lactato indica maior atividade anaeróbia em decorrência da falta de suprimento de oxigênio para os órgãos e tecidos. 4) EXPLICAR O CONTROLE FISIOLÓGICO DA PRESSÃO ARTERIAL . Embora o volume sanguíneo na circulação seja relativamente constante, mudanças no volume sanguíneo podem afetar a pressão arterial. Se o volume sanguíneo aumenta, a pressão arterial aumenta. Quando o volume sanguíneo diminui, a pressão arterial diminui. Pequenos aumentos no volume sanguíneo ocorrem durante o dia, devido à ingestão de alimentos e líquidos, contudo, em geral, esses aumentos não geram mudanças duradouras na pressão sanguínea, devido às compensações homeostáticas. Ajustes ao volume sanguíneo aumentado são de responsabilidade dos rins. Se o volume sanguíneo aumenta, os rins restabelecem o volume normal por excretar o excesso de água na urina. A compensação cardiovascular para o volume sanguíneo diminuído inclui vasoconstrição e aumento da estimulação simpática ao coração, a fim de aumentar o débito cardíaco. Contudo, há limites para a efetividade da compensação cardiovascular – se a perda de líquidos é muito grande, o corpo não pode manter uma pressão arterial adequada. Eventos típicos que podem causar mudanças significativas no volume sanguíneo, incluem a desidratação, a hemorragia e a ingestão de grande quantidade de líquido. REFERÊNCIAS: 1) MOORE, Keith L.; DALLEY, Arthur F.; AGUR, A. M.R. Moore anatomia orientada para a clínica. 8.ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2019. 2) GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Tratado de fisiologia médica. 12. ed. americana Rio de Janeiro, RJ: Saunders/Elsevier, c2011. 1151 p., il, 28cm. ISBN 9788535237351 (enc.). 3) CELENO, PORTO, C. Semiologia Médica, 8ª edição . Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo GEN, 2019. 4) TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia . Disponível em: Minha Biblioteca, (14ª edição). Grupo GEN, 2016.
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