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GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO FACULDADE DE LINGUAGEM, CIÊNCIAS AGRÁRIAS E SOCIAIS APLICADAS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE PONTES E LACERDA BACHARELADO EM ZOOTECNIA Disciplina: Reprodução Animal Tópico: Gestação dos animais domésticos Prof. Me. Heitor José Bento HORMÔNIOS DA PRENHEZ Progesterona A progesterona exerce várias ações essenciais para a manutenção de uma prenhez normal. Entre elas estão: (1) fornecer feedback negativo para o hipotálamo de modo a inibir outros ciclos estrais; (2) inibir a musculatura lisa do útero para possibilitar a implantação e o desenvolvimento do feto; e (3) ajudar na manutenção da contratilidade do colo do útero para proteger o meio uterino. Os níveis plasmáticos e as fontes de progesterona são diferentes dependendo da espécie animal e do estágio da prenhez. Em todos os animais domésticos, a primeira fonte da progesterona necessária é o corpo lúteo e, em algumas espécies (p. ex., vacas e porcas), o corpo lúteo inicial permanece como fonte primária durante toda a prenhez. Em outras espécies (p. ex., éguas e ovelhas), o corpo lúteo inicial pode ser removido após as fontes secundárias produzirem progesterona para manter a prenhez. Essas fontes incluem os corpos lúteos secundários ou acessórios e a placenta nas éguas; a placenta é a fonte secundária nas ovelhas. Gonadotrofina coriônica equina A égua parece ser singular entre as espécies de animais domésticos, pois a placenta equina é a fonte de um hormônio proteico que atua de modo semelhante ao hormônio luteinizante, cuja fonte é a hipófise. A secreção de gonadotrofina coriônica equina (eCG, antes denominada gonadotrofina sérica da égua prenhe ou PMSG) começa após aproximadamente 1 mês de gestação e se mantém até cerca de 4 meses de gestação. Durante esse período, ocorre desenvolvimento folicular no ovário da égua prenhe e a eCG promove a luteinização desses folículos. Esses corpos lúteos acessórios constituem fontes secundárias de progesterona. Células trofoblásticas de origem fetal encontradas em estruturas especializadas, chamadas de cálices endometriais, são a fonte de eCG. Essas estruturas são pequenas GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO FACULDADE DE LINGUAGEM, CIÊNCIAS AGRÁRIAS E SOCIAIS APLICADAS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE PONTES E LACERDA BACHARELADO EM ZOOTECNIA áreas circulares elevadas com uma depressão central na superfície endometrial do útero gravídico. Nessas áreas, as células endometriais estão associadas ao endométrio. Relaxina A relaxina é um hormônio proteico secretado pelo corpo lúteo em algumas espécies (suínos e bovinos) e pela placenta em outras (cadelas e éguas). A função primária da relaxina é a preparação para o parto e, por fim, para a lactação. A relaxina contribui para a abertura do colo do útero e o relaxamento dos músculos e ligamentos associados ao canal de parto, possibilitando a passagem do feto. Em algumas espécies, a secreção máxima de relaxina ocorre logo antes do parto. Elevações graduais dos níveis de relaxina durante a parte final da gestação também viabilizam o desenvolvimento das glândulas mamárias na preparação para a lactação. Diagnóstico de prenhez Se houver registros precisos dos períodos de estro e das datas de cobertura, o primeiro indício de prenhez na maioria dos animais é a ausência de ciclo estral na época esperada. Todavia, a ausência de ciclo estral não é prova de prenhez. Uma fêmea não gestante pode não exibir ciclo estral em decorrência de ausência de regressão do corpo lúteo ou alguma outra anomalia reprodutiva. A fêmea também pode ter retardo de um ou dois ciclos estrais se a concepção for seguida por incapacidade de manter a prenhez. A palpação do sistema genital por via retal (VR) em éguas e vacas pode auxiliar no diagnóstico de prenhez e na estimativa de seu estágio. Em vacas, o achado de um corpo lúteo em um ovário e o discreto aumento de um corno uterino em relação a outro são sugestivos de prenhez em estágio inicial. Nessa espécie, em uma gestação de aproximadamente 3 meses, as membranas fetais e as carúnculas se tornam palpáveis e a artéria uterina do lado onde está o feto é discretamente mais calibrosa do que a artéria uterina do outro lado. O diagnóstico de prenhez por palpação retal é considerado mais difícil em éguas do que em vacas, mas um achado diagnóstico precoce consiste em protrusão no útero em decorrência do desenvolvimento do saco amniótico. A ultrassonografia é realizada com o propósito de diagnosticar a prenhez em várias espécies de animais domésticos, inclusive vacas, éguas, ovelhas, cabras, lhamas e porcas. O momento mais precoce para a verificação da prenhez é ditado, em parte, pelas dimensões do embrião, que, por sua vez, varia de uma espécie animal para outra. De modo geral, varia de aproximadamente 2 semanas no caso de éguas a cerca de 5 semanas nas ovelhas. Nos animais GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO FACULDADE DE LINGUAGEM, CIÊNCIAS AGRÁRIAS E SOCIAIS APLICADAS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE PONTES E LACERDA BACHARELADO EM ZOOTECNIA de grande porte, o transdutor de ultrassom pode ser introduzido VR para que se aproxime do útero. Conforme a gestação evolui, o feto em desenvolvimento e o útero gravídico descem no abdome, e ultrassonografia transabdominal torna-se necessária para avaliar a prenhez em estágio avançado. Texto retirado e adaptado de: - FRANDSON, R.D.; WILKE, W.L.; FAILS, A.D. Anatomia e fisiologia dos animais de fazenda. 8a ed. Guanabara Koogan. 2019. Disponível na Biblioteca Virtual da UNEMAT <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527735919>
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