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Porfirias primárias e secundárias

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Caso Motivador - Tarefa de avaliação (P1) 
Questão 5: Discuta os principais elementos da patogênese das porfirias, comparando 
e contrastando os mecanismos de desenvolvimento das doenças primárias e 
adquiridas. 
 A patogênese das porfirias primárias, de maneira geral, é baseada em eventos 
decorrentes de mutações em genes os quais codificam uma das oito enzimas que 
compõem a via de biossíntese do grupamento Heme, prejudicando, portanto, a 
produção de hemoglobina e de enzimas hepáticas da superfamília citocromo p450. 
Abaixo se descreve a patogênese da porfiria aguda intermitente (PAI), como modelo 
para a patogênese das porfirias. 
Tratando-se, por exemplo, da porfiria aguda intermitente (PAI), a mutação no 
gene HMBS, pelo qual a enzima hidroximetilbilano sintase é codificada, propicia a 
deficiência na enzima porfobilinogênio desaminase nos hepatócitos. Essa deficiência 
promove acúmulo de porfobilinogênio (PBG) e de ácido δ-aminolevulínico (ALA), uma 
vez que a ação da PBG desaminase é fundamental para a transformação enzimática 
desses compostos em hidroximetilbilano e posteriormente em Heme. Assim, tais 
acúmulos se manifestam clinicamente em decorrência de sua toxicidade, 
principalmente ao Sistema Nervoso. Vale ressaltar, entretanto, a participação de 
elementos ambientais na patogênese da PAI, uma vez que a doença se manifesta 
majoritariamente de forma latente e progride em crises clínicas. Dentre esses fatores, 
pode-se destacar fármacos barbitúricos, consumo abusivo de álcool, tabaco e 
hormônios esteroides. Ademais, tais elementos são capazes de levar à ativação do 
citocromo p450, induzindo a ação do ALA. 
 Por outro lado, as porfirias adquiridas possuem um mecanismo distinto de 
patogênese em relação às porfirias primárias, estando relacionadas a condições pré-
existentes, como insuficiência renal crônica e deficiência de ferro. Nesse grupo de 
porfirias, a inativação de uma ou mais enzimas da via de biossíntese do grupamento 
Heme está relacionada a fatores ambientais ou externos, quais sejam drogas, álcool 
e metais pesados, como o chumbo e o alumínio. O efeito desta inativação manifesta-
se através da inibição da PBG desaminase, levando ao acúmulo de PBG e ALA; 
acúmulo este à semelhança do descrito acima na PAI. 
MÓDULO CÉLULA DOENTE 
Suzana Cássia Feltrin Alves - RA: 201081725 
suzana.feltrin@unesp.br 
mailto:suzana.feltrin@unesp.br
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
LOPES, D. VON A. et al. Porfiria aguda intermitente: relato de caso e revisão da 
literatura. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v. 20, n. 4, p. 429–434, 2008. 
NUSSBAUM, R. L.; MCINNES, R. R.; WILLARD, H. F. Thompson & Thompson – 
Genética Médica. Sétima Edição. Editora Guanabara Koogan S.A., Rio de Janeiro, 
RJ, 2008, 525 pp. 
NAOUM, P. C. Porfírias: classificação, fisiopatologia, genética e diagnóstico 
laboratorial., [s.d.]. Disponível em: 
<https://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/porfirias/porfirias.pdf>. 
Acesso em 21 de setembro de 2021.

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