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3 -TAMARA MONOGRAFIA CAMPOS ELISEOS

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A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO 
DE CRIANÇAS ENTRE 05 E 06 ANOS DE IDADE
11
Curso de pós-graduação em arte e musicalidade
TAMARA CRISTINA MEDEIROS MOREIRA
A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS ENTRE 05 E 06 ANOS DE IDADE
RESUMO
O presente estudo investigou a importância da música no processo de desenvolvimento de crianças com 05 e 06 anos de idade. Para tanto, buscou-se analisar as teorias sobre o desenvolvimento infantil de uma forma mais ampla, para em seguida passar para a análise de estudos sobre o tema proposto. Para a construção das informações foi feita uma revisão da bibliografia a respeito do tema, o que possibilitou a construção de conhecimentos a respeito da música na Educação
Infantil como instrumento de ensino, de conhecimento cultural e promoção da cidadania. Percebeu-se que a aquisição da escrita envolve outros mecanismos que extrapolam os bancos escolares e que quanto maior é o contato da criança com as diversas manifestações culturais, maiores serão as possibilidades de ampliar seu conhecimento. Os resultados obtidos, a partir do levantamento teórico e das análises dos estudos publicados sobre o tema, indicam que há bons trabalhos relacionados ao tema desta pesquisa, apesar de muitas escolas e professores ainda se encontrarem despreparados para trabalhar a música de forma interdisciplinar.
Palavras - chave:Música. Criança eInterdisciplinaridade.
ABSTRACT
The present study investigated the importance of music in the process of development of children with 05 and 06 years of age. In order to do so, we sought to analyze theories on child development in a broader way, and then move on to the analysis of studies on the proposed theme. For the construction of the information, a bibliography was revised regarding the theme, which allowed the construction of knowledge about music in Education. As an instrument of teaching, cultural knowledge and promotion of citizenship. It was noticed that the acquisition of writing involves other mechanisms that extrapolate the school seats and that the greater the child's contact with the various cultural manifestations, the greater the possibilities of expanding his knowledge. The results obtained from the theoretical survey and the analyzes of the published studies on the subject indicate that there are good works related to the theme of this research, although many schools and teachers still find themselves unprepared to work the music in an interdisciplinary way.
KEYWORDS:Music. Child.Interdisciplinarity.
1 INTRODUÇÃO
O estudo realizado tem por objetivo, verificar a importância da música no processo de desenvolvimento de crianças entre 05 e 06 anos de idade
 No desenvolvimento do trabalho, pesquisei sobre a música e sua importância na formação do individuo. O tema e a linha de pesquisa sobre a música justificam-se a escolha do mesmo, pois, entendemos a música como uns dos conteúdos de grande importância na vida da criança. 
No mundo em que vivemos a música é algo essencial, pois é um estimulo agradável, onde proporciona um ambiente de aprendizagem de forma significativa e criativa.
Através da música a criança desenvolve a atenção, concentração e proporciona momentos alegres para quem ouve.
A problematização do tema é: a música é muito trabalhada, mas de forma errônea, pois foca somente em datas comemorativas, de forma repetitiva e em apenas datas especiais? Nesse contexto se faz necessário apresentar a música como algo que deve fazer parte da rotina das crianças, O conteúdo está ligado a todas as áreas da educação infantil sendo movimento, linguagem oral e escrita, matemática, arte, música, será desenvolvido através de atividades lúdicas que envolvam jogos, atividade de movimento, quebra cabeça, escrita e leitura, contagem. 
O objetivo dessa pesquisa é de mostrar que a música é algo de grande importância para a aprendizagem dos alunos da educação infantil.
 Além disso, temos como objetivos específicos, que é demonstrar a música como algo de grande importância para desenvolver a aprendizagem, a música a partir de analise de revistas pedagógicas.
A metodologia utilizada foi baseada na pesquisa bibliográfica, pois a reflexão é fundamentada nos questionamentos dos educadores que muitos ainda não conseguem ver a música como papel fundamental na construção do individuo a partir de seu ingresso na escola, local onde a criança vai aprender a se integrar com o mundo. 
2 O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM
Nos primeiros anos escolares a relação da criança com a comunicação revela a importância da linguagem como atividade simbólica oral, associada a elementos para-verbais, como entonação e acentuação expressivas, e não verbais como gestos, atitudes, mímicas.
De acordo com Piaget (1995), com o surgimento da linguagem e, por consequência, da comunicação, o comportamento da criança é intensamente transformado, tanto no aspecto afetivo, quanto no intelectual, pois, no momento do surgimento da linguagem, a criança se encontra às voltas com o mundo social e o das representações interiores.
Piaget caracteriza esta fase como “A primeira infância” (dos 02 aos 07 anos) que é aquele na qual “as crianças falam, mas não podemos saber se escutam” (1995, p.42). É neste período que surgem as consequências essenciais para o desenvolvimento intelectual da criança: socialização da ação, a gênese do pensamento, a intuição e as transformações da vida afetiva. Destas consequências há: 
(...) uma possível troca entre os indivíduos, ou seja, o início da socializaçãoda ação; uma interiorização da palavra, isto é, a aparição do pensamentopropriamente dito, que tem como base a linguagem interior e o sistema de signos, e, finalmente, uma interiorização da ação como tal, que, puramente perceptiva e motora que era até então, pode daí em diante se constituir no plano intuitivo das imagens e das experiências mentais. (PIAGET, 1995, p.24).
Na fase da “socialização da ação” há trocas de comunicação, porém estas são decorrentes primordialmente do aparecimento da linguagem que se inicia com a imitação dos sons, para partir para o estabelecimento definitivo da linguagem. Neste momento a criança descobre, entre outras coisas, as possibilidades de troca com outros indivíduos, sejam eles adultos ou com outras crianças, faz uso de monólogos enquanto brinca, e desenvolve suas atividades, permanecendo até mesmo concentrado em si mesmo. (Piaget, 1995).
Na constituição do pensamento, fase denominada por Piaget como “A gênese do pensamento” a linguagem permite à criança narrar suas ações com uma maior riqueza de detalhes, sendo capaz inclusive de reconstituir o passado. É nesta fase que se encontra a transição entre pensamento egocêntrico puro – mais simbólico e, portanto, mais imaginativo, e o pensamento intuitivo – mais real e elaborado. (Piaget, 1995).
 Na fase “intuitiva” a criança afirma o tempo todo, porém sem comprovar o que foi dito, pois não possui ainda domínio verbal definido e a coerência das informações é suplantada pela intuição, que configura o auge do desenvolvimento mental da criança dos 02 aos 07 anos de idade. (Piaget, 1995).
Durante o desenvolvimento mental da criança, “a afetividade” provém das transformações advindas do começo da socialização. É nesta fase que os sucessos e os fracassos se mesclam, elevando ou abaixando as pretensões do individuo com relação ao seu futuro. É também nesta fase que se desenvolve os preceitos morais que momentos permanecem intuitivos e em outros mais autônomos. (Piaget, 1995).
Se para Piaget, o desenvolvimento da linguagem passa por fases que dependem do desenvolvimento da inteligência da criança, para Chomsky (1971, o.36) “a criança constrói essa teoria ideal sem instrução implícita”, pois “adquire esse conhecimento numa fase que não é capaz de grandes desempenhos intelectuais em muitas outras áreas, e que essa realização é relativamente independente da inteligência”
Para compreender melhor as teorias acerca do desenvolvimento da linguagem, Souza (2001, p.11)traça um paralelo analítico e comparativo entre as ideias de Vygostsky1 e Bakhtin2 com a intenção de tentar responder o que é linguagem, “seu lugar na constituição do sujeito e das ideologias, seu papel na compreensão do sujeito na sua relação com a cultura e o progresso da sociedade de classes”.
De acordo com Souza (2001, p.15), para Bakhtin “a categoria básica da concepção de linguagem é a interação verbal, cuja realidade fundamental é seu caráter dialógico”. Em outras palavras, a linguagem ocorre no diálogo entre textos, tanto falados quanto escritos e, portanto, no ato da comunicação.
Para Vygostsky, no entanto, “o uso da linguagem se constitui na condição mais importante do desenvolvimento das estruturas psicológicas da criança” e que “a interiorização dos conteúdos historicamente determinados e culturalmente organizados se dá principalmente por meio da linguagem” (Souza, 2001, p.17-18).
Percebe-se que tanto Vygostsky, quanto Bakhtin
(...) destacam o valor fundamental da palavra como o modo mais puro de interação social. Mas, se para Vygostsky o significado da palavra é a chave da compreensão da unidade dialética entre pensamente e linguagem e, como consequência, da constituição da consciência e da subjetividade, para
Bakhtin, a palavra, além de instrumento da consciência, é, também, espaço privilegiado da criação ideológica. (Souza, 2001, p. 18, grifo do autor).
Assim como a linguagem contribui para o desenvolvimento psicológico da criança e passa por fases distintas, há vários mecanismos para incentivar este desenvolvimento, como o uso de materiais pedagógicos lúdicos e também da exploração de manifestações artísticas e culturais, como a música, por exemplo, foco principal desta pesquisa e que será tratado no capítulo seguinte.
3 A MÚSICA E O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
A música é a linguagem que se manifesta em formas sonoras capazes de propagar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos, seja por intermédio da ligação entre o som e o silêncio ou por meio da relação entre os aspectos sensíveis, estéticos, afetivos e cognitivos, além de promover a interação no âmbito educacional.
Na Educação Infantil, além de ser um poderoso meio de integração social, a música atinge vários objetivos, tais como o desenvolvendo da expressão, do equilíbrio e da auto-estima, que são ampliados intuitiva e espontaneamente com a formação de hábitos e atitudes comportamentais como: lavar as mãos antes do lanche e fazer silêncio, por exemplo, combinados com uma música que remeta ao hábito executado no momento.
Segundo Brito:
Aprender a escutar deve ser um dos aspectos trabalhados com empenho e atenção pelos educadores, pois, é por meio da audição e da percepção que adquirimos os conteúdos, principalmente na Educação Infantil. Por este motivo, a música é um instrumento facilitador no desenvolvimento da criança e seu uso deve ser incentivado em sala de aula, porém de forma mais ampla do que a utilizada habitualmente. (2003, p.187)
Neste sentido, faz-se necessário trabalhar a música interdisciplinarmente para que todas as disciplinas possam se articular, pois a expressão musical das crianças é caracterizada por aspectos intuitivos e afetivos, bem como pela exploração(sensório-motora) dos materiais sonoros. Deste modo as crianças integram a música às demais brincadeiras e jogos: cantam enquanto brincam, acompanham com sons os movimentos de seus carrinhos, dançam e dramatizam situações sonoras diversas, conferindo “personalidade” e significados simbólicos aos objetos sonoros ou instrumentos musicais e à sua produção musical.
Para entender melhor o uso da música na Educação Infantil, tomou-se por base um estudo feito por Brito (2001) sobre o trabalho do compositor, educador e ensaísta alemão, naturalizado brasileiro, Hans-Joachim Koellreutter.
Em seu livro Koellreutter Educador: O humano como objetivo da educação musical, Brito (2001) mostra que para Koellreutter a linguagem musical é:
 (...) meio de ampliação da percepção e da consciência, que contribui para a superação de preconceitos e pensamentos dualistas decorrentes do racionalismo, do mecanicismo e do positivismo. “A música é em primeiro lugar, uma contribuição para o alargamento da consciência e para a modificação do homem e da sociedade” (Brito, 2001, p.26).
Porém, para que a música proporcione este “alargamento da consciência” proposto por Koellreutter, a educação musical deve envolver de outras áreas do conhecimento, pois “a música, em constante diálogo com o conhecimento, privilegiao ser humano” A educação musical no Brasil, na visão de Koellreutter em um artigo escrito em 1944 e 1945, descrito por Brito, diz que ainda que já tenha sido feito trabalhos educacionais a partir da perspectiva da música “a educação musical continua a ser, no Brasil, o mais sério problema no terreno da música” (H.-J. Koellreutter, 1997, p. 109, apud Brito, 2001, p.28).
Quanto ao currículo e aos conteúdos, Koellreutter, propunha a “superação do currículo fechado” no qual os conteúdos a serem transmitidos são “previamente determinados” sem que antes seja feito uma avaliação sobre o contexto do aluno para estabelecer o que “é realmente importante ensinar a cada aluno, grupo, em cada contexto ou momento”
Portanto é necessário adotar uma atitude que implique em “experimentar, criar, analisar, criticar, dialogar e, seguramente, vincular-se aperfeiçoadamente com o trabalho realizado”.
Outros estudos sobre a música na educação merecem destaque, assunto que explorado no tópico subsequente.
4. Análises de estudos sobre a música na educação
Das 08 revistas disponibilizadas no site: www.dominiopublico.gov.br, 06 apresentavam publicações relacionadas com o tema, quais sejam: Aprendendo coma criança a mudar a realidade, entrevista concedida por Sonia Kramer à Angélica
Miranda no exemplar de nº 39; resenha Pé com pé, escrita por Vitória Faria no exemplar e “É música no ar...”, no de nº 40; artigo Desafios de um novo tempo, no exemplar nº 42; Alfabetização e letramento: a experiência de São Luís, no de nº 44 e o relato Ser negro, ser brasileiro, no exemplar de nº 45.
Foi realizada uma análise qualitativa das respectivas publicações, que apresentaram os seguintes dados sobre o papel da música na Educação Infantil.
A dissertação de Stravacas (2008), O papel da música na educação infantil, teve como foco investigar o papel que a música desempenha dentro dasinstituições de Educação Infantil. Para tanto, a pesquisadora construiu seureferencial teórico a partir das “leituras do que é música, seu papel nodesenvolvimento infantil e como se dá a formação dos educadores para atuarem naárea” Além do referencial teórico, a mestranda realizou uma pesquisa de campodesenvolvida em uma escola do ensino público municipal na cidade de São Paulo.
Dividido em quatro partes, o trabalho de Stravacas 2008 tratou, num primeiro momento, da música na educação. Na parte inicial foi abordada a trajetória da música na educação brasileira, “desde seus primórdios, na cultura indígena, até sua consolidação no contexto educativo”, realizada pelas mãos do maestro Heitor Villa-Lobos passando pelo projeto dos “Parques Infantis”, constituídos em São Paulo na década de 30, quando o poeta Mário de Andrade assumiu o Departamento deCultura, porém nenhum dos projetos vingou.
Na segunda parte a pesquisadora tratou da “importância da música na formação da criança e sua contribuição para o processo educativo”. Stravacas tomou por base, nesta parte, nomes como Brito (1998;2003), Piaget (1969), – sob a perspectiva cognitivista – Gohn (2003), Rosa (1990), Howard (1994) entre outros estudiosos sobre a formação da criança.
Na terceira parte, Stravacas pesquisou a presença da música nos nos cursos de “Magistério, Pedagogia e Normal Superior” percebendo com isso como “os profissionais estão sendo preparados para o exercício desta arte”. 
Na quarta parte, a pesquisadora demonstrou sua pesquisa de campo, feita a partir de um questionário aplicado, no qual abordou o “perfil dos profissionais” da escola, bem como “sua formação,suas práticas pedagógicas e seus conhecimentos sobre o processo de musicalização infantil” (Stravacas, 2008, p. 21).
Para finalizar, Stravacas (2008) conclui que, apesar de muitos se esforçarem para trabalhar a música na formação da criança, muito ainda há que ser feito, no sentido de preparar melhor os profissionais da área e oferecer subsídios para que estes possam desempenhar seu papel com qualidade.
Outro estudo que merece destaque é a dissertação de Seródio (2007), cujo título é: A música, a narrativa e a formação de professores, que trata basicamente sobre o uso da narrativa na formação do educador musical.
Percebe – se que Seródio (2007), coloca que a música sempre esteve presente na sua formação, sendo desde da escola tecnicista até a universidade, também observa que as experiências pessoas colaboram para sua formação musical. 
5. O PAPEL DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO A PARTIR DA ANÁLISE DE REVISTAS PEDAGÓGICAS
Analisando os exemplares, dos nº 38 ao 45, da Revista Criança, disponível para consulta e download no Portal Domínio Público, na maioria das publicações encontramos artigos sobre o tema. Foi possível perceber a presença do assunto por meio de entrevistas, artigos, resenhas e projetos.
Dentre as entrevistas merece destaque a que foi realizada com Sonia Kramer, educadora e especialista em Educação Infantil, no exemplar de nº 39 na qual diz não conceber a:
(...) alfabetização como um processo desvinculado do conceito de letramento. Uma criança que, desde pequena, tem a possibilidade de ouvir histórias, músicas, entrar em contato com a cultura popular e as riquezas que existem na produção cultural brasileira, no nosso folclore, vai se desenvolver. “Se ela tem essa oportunidade de se inserir e produzir nos mais diferentes âmbitos, por que não também no âmbito da língua escrita?”(2005, p.8)
Para Kramer (2001) a alfabetização é algo que ocorre muito antes da aquisição da escrita e que envolve outros mecanismos fora do ambiente escolar, porém, sabe se que quanto maior é o contato da criança com várias manifestações culturais, maior é a oportunidade de este indivíduo ampliar seu nível de letramento futuro e a música é um importante meio para se atingir este objetivo, principalmente se combinada a outras formas de conhecimento.
No exemplar nº 40, da Revista Criança, há uma entrevista, de Ana Virgínia de Almeida Lima (2006), que ilustra a necessidade de utilizar a música como incentivo para a aprendizagem da matemática, principalmente a partir do resgate de canções tradicionais como “Mariana conta um”, exemplo dado pela pedagoga.
No nº 41 há uma resenha, escrita pela consultora editorial da revista,
Vitória Faria, sobre o CD “Pé com pé” dos compositores e intérpretes: Sandra Peres e Paulo Tatit. Faria descreve a organização dos 02 CD’s que compõem o álbum e mostra que se trata de uma obra que:
(...) possibilita às crianças diversas formas de exploração do conteúdo do álbum por meio de diferentes linguagens: corporal, musical, poética, lúdica, plástica, oral e escrita, além de fornecer conhecimentos sobre as nossas raízes culturais. (Faria, 2006, p.36)
Realmente o trabalho de Sandra Peres e Paulo Tatit merece todas as honras possíveis, pois se constitui de obras que conferem qualidade, sem perder o lirismo e o conteúdo lúdico necessário para despertar o interesse espontâneo das crianças.
A matéria de capa, do mesmo exemplar traz um tópico sobre trabalho “É música no ar...” realizado a partir do interesse dos alunos do Centro de Educação Infantil Bem-te-vi, de Florianópolis (SC) por música. O projeto foi desenvolvimento pela professora da instituição Cristiane Lopes que “estimulou as crianças de 03 a 04 anos, a levarem seus CDs à escola, de maneira a apresentar repertórios diversos para os alunos”.
Em seguida, a professora conseguir levar os alunos em “escolas de música, escolas de dança, museus, lojas de instrumentos musicais” a “assistir ensaios de bandas e orquestras” além de proporcioná-los conhecer “as biografias de compositores eruditos”. Os alunos também construíram “instrumentos com sucata”, confeccionaram “um criativo painel com temas como ‘boi da cara preta’ e ‘ fui no to ro ró’, além de fantoches para estimular a brincadeira e a representação”.(BRASIL, 2006, p.22) 
Na revista de nº 42, há uma abordagem sobre a música na Educação Infantil encontrada no caderno Caleidoscópio, no artigo “Desafios de um novo tempo” Lopes e Mendes (2006) tratam da “inclusão da criança de 06 anos no Ensino Fundamental de 09 anos” e enfatizam “o direito das crianças a uma educação que promova a sua formação humana, reconhecendo-as com sujeitos culturais e seres em desenvolvimento” o que engloba a expressão da linguagem por meio “das diferentes linguagens, tais como a verbal, a escrita, a musical e a corporal, entre outras” (2006, p.8).
No caderno Caleidoscópio da revista nº 44, encontra-se o interessante relato sobre a proposta de “Alfabetização e letramento” a partir da experiência de uma escola de São Luís no Maranhão. A proposta tem “têm favorecido, simultaneamente, a apropriação de conteúdos das outras áreas do conhecimento que compõem o currículo da educação infantil” e um dos projetos mais interessantes, com relação ao tema deste artigo, é o projeto:
Nas asas do carcará, articulado em torno da música e da linguagem. O projeto resultou em coral com as canções do grande artista maranhenseJoão do Vale. Foi uma experiência enriquecedora que permitiu às crianças, simultaneamente, a produção de textos, a prática da leitura e o desenvolvimento de capacidades relativas à linguagem musical. (2007, p.11)
O exemplar nº 45,traz um relato sobre uma experiência desenvolvida em uma turma de educação infantil com 25 crianças de cerca de 05 anos de idade. Ocorreu no Centro Integrado de Educação Pública (Ciep) Antônio Candeia Filho, localizado no bairro de Coelho Neto, que atende principalmente os alunos de Acari, um dos bairros mais pobres da cidade do Rio de Janeiro.
O relato, feito pela professora de educação infantil do CIEP, Erika Jennifer Honorio Pereira, e partiu da constatação de preconceitos e estereótipos com relação aos negros apresentados pela maioria da turma. A partir desta constatação, a professora desenvolveu um projeto “Ser negro, ser brasileiro” que propôs desconstruir as ideias e o comportamento preconceituoso em relação aos negros.
Em um dado momento da pesquisa, a professora buscou estudar com os alunos a vida de Antônio Candeia Filho, compositor e sambista renomado que dá 19 nome à escola, porém desconhecido pelas crianças. Como Candeia tinha ligação com a música, a professora e os alunos fizeram um samba de roda, valorizando a preservação da cultura dos africanos que vieram para o Brasil e que foi uma das bases de formação do samba carioca. Com o projeto, associado à música, a professora percebeu que as crianças passaram a ver o negro com outro olhar, além de se reconhecerem como cidadãos, indiferentes da cor da pele.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente artigo analisou estudos sobre o desenvolvimento da criança a partir do trabalho com a música, com a intenção de colaborar com os educadores inseridos na Educação Infantil e na Educação Básica que possuem pouca, ou nenhuma experiência com o trabalho com a música.
A partir do levantamento bibliográfico e das análises das dissertações e dos exemplares da Revista Criança, foi possível perceber que há bons trabalhos relacionados ao tema desta pesquisa, porém muito ainda há que ser feito, pois desde Villa-Lobos, passando por Mário de Andrade e pelo alemão Koellreutter, há instituições trabalhando a música de forma mecânica e apenas em ocasiões especiais.
Por outro lado, por meio da análise das revistas, podem-se encontrar professores de escolas públicas que usam a música para atingir objetivos culturais, como foi feito em São Luis com o projeto Nas asas do carcará, articulado em torno da música e da linguagem, e para valorizar o indivíduo, como fez a professora Erika na Escola Antônio Candeia Filho, do Rio de Janeiro trabalhando asnoções de cidadania.
Conclui que a música é algo essencial para aprendizagem e a mesma será realmente ampliada se a educação musical envolver também outras áreas do conhecimento, pois a música só privilegia o ser humano se estiver em constante diálogo com as diversas áreas do conhecimento. 
Este trabalho tenta mostrar como a música pode contribuir no desenvolvimento da criança e que, quando ela é tratada como algo de grande importância para o aluno , ela pode se tornar um grande aliado no processo educacional.
 A musica é, portanto uma atividade humana que tem grande predomínio na infância e assim tem seu lugar no processo educativo, desenvolvendo na criança o conhecimento.
REFERÊNCIAS
BRITO, T. A. Música na Educação Infantil:propostas para a formação integral da criança .2.ed. São Paulo: Peirópolis, 2003.
___________ Koellreutter Educador: O humano como objetivo da educaçãomusical. São Paulo: Peirópolis, 2001.
CHOMSKY, Noam. Novas perspectivas lingüísticas. 2.ed. Petrópolis: Vozes, 1971
JEAN, Piaget Experiências básicas para utilização pelo professor. Petrópolis,Ed. Vozes, 1983.
PIAGET, J. Seis estudos de psicologia. 21.ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995.
REVISTA CRIANÇA: do professor de educação infantil. Brasília-DF: Ministério da
Educação – Coordenação-Geral de Educação Infantil – DPE/SEB. n. 39, abr. 2005.23 p.
______________________________________. Brasília-DF: Ministério daEducação – Coordenação-Geral de Educação Infantil – DPE/SEB. n. 40, set. 2005.23 p.
______________________________________. Brasília-DF: Ministério daEducação – Coordenação-Geral de Educação Infantil – DPE/SEB. n. 41, nov. 2006.44 p.
________________________________. Brasília-DF: Ministério daEducação – Coordenação-Geral de Educação Infantil – DPE/SEB. n. 42, dez. 2006.44 p.
_________________________________. Brasília-DF: Ministério daEducação – Coordenação-Geral de Educação Infantil – DPE/SEB. n. 44, nov. 2007.44 p.
__________________________________. Brasília-DF: Ministério daEducação – Coordenação-Geral de Educação Infantil – DPE/SEB. n. 45, dez. 2007.44 p.
SERÓDIO, Liana A. A música, a narrativa e a formação de professores. 2007.161 fls. Dissertação (Mestrado) – PUC-Campinas. São Paulo: 2007. 
SOUZA, S. J. Linguagem, consciência e ideologia: conversas com Bakhtin eVygostsky. In: OLIVEIRA, Zilma de Moraes (Org.) A criança e seu desenvolvimento: perspectiva para se discutir a Educação Infantil. 3. ed. SãoPaulo: Cortez, 2000 (p.11-31).
STRAVACAS, Isa. O papel da música na Educação Infantil. 2008. 229 fls.Dissertação (Mestrado) – Universidade Nove de Julho. São Paulo: 2008.

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