Buscar

EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL

Prévia do material em texto

EXECUÇÃO DE TÍTULO 
EXTRAJUDICIAL 
P ROF. R I CARDO S ANCTIS
Execução Tradicional
A formação de um
processo autônomo, cujo
procedimento varia
conforme a obrigação
imposta pelo título.
O CPC 
REGULA:
Execução de título extrajudicial 
para:
1- entrega de coisa;
2- para cumprimento de 
obrigação de fazer ou não fazer, 
3- por quantia, 
4- contra a Fazenda Pública e de 
alimentos. 
ASPECTOS COMUNS A TODAS AS ESPÉCIES DE 
EXECUÇÃO POR TÍTULO EXTRAJUDICIAL 
1- o credor formulará o seu 
requerimento por meio de 
uma petição inicial;
2- Acompanhada 
de título 
executivo; 
3- Se estiver em 
termos, o juiz 
determinará a citação 
do executado, 
Petição inicial (319,320, 798)
A inicial deve:
1- indicar os 
fundamentos da 
execução, a causa de 
pedir 
(inadimplemento do 
devedor). 
2 - que o credor 
indique o tipo de 
pretensão conforme a 
obrigação contida no 
título. 
3- O objeto da execução há 
de ser líquido, certo e 
exigível. Quando se tratar 
de dinheiro, é preciso de 
memória discriminada do 
cálculo.
4- indicar o valor da 
causa, que deve 
corresponder ao 
conteúdo econômico 
da pretensão. 
5- Deve vir acompanhada 
dos documentos 
indispensáveis: o título 
executivo extrajudicial; a 
procuração e comprovante 
do recolhimento das custas 
iniciais.
Petição Inicial
O art. 801 do CPC estabelece que se a
petição inicial estiver incompleta ou
se faltar algum documento
indispensável, o juiz concederá prazo
de quinze dias para que o vício seja
sanado, sob pena de ser indeferida.
Estando em termos, o juiz
determinará que o executado seja
citado.
Citação do Executado 
O executado será citado, pois, como não houve fase precedente, 
será necessário dar-lhe ciência do processo e dos termos da petição 
inicial. 
Todas as formas de citação previstas no CPC são admitidas na 
execução, inclusive a por carta, que não era admitida na legislação 
anterior. 
Se houver suspeita da ocultação do devedor, far-se-á com hora certa. A 
corrente doutrinária negava a possibilidade de citação com hora certa na 
execução, mas está superada (Súmula 196, do STJ).
Efeitos da 
citação válida 
Produz os mesmos efeitos que no de conhecimento. (art.
240 do CPC):
• indução de litispendência, o que terá grande relevância
para caracterização da fraude à execução. O credor pode
valer-se dos arts. 799, IX, e 828 para antecipar a data a partir
da qual a fraude fica caracterizada, registrando a certidão de
admissão da execução;
• interrupção da prescrição. Valem as mesmas regras que
para o processo de conhecimento. É o despacho que ordena
a citação que interrompe o prazo de prescrição, mas, se
tomadas as providências para que seja feita no prazo
estabelecido em lei (dez dias), a eficácia interruptiva
retroage à data da propositura-da demanda (art. 802);
• constituição do devedor em mora. Mas a citação só
constituirá o devedor em mora se já não o estiver
anteriormente. Nas obrigações a termo, haverá mora desde
a data do vencimento. Nas por atos ilícitos, desde a data do
fato (Súmula 54, do STJ). Não havendo constituição anterior,
o devedor estará em mora a partir da citação.
PROCESSO DE EXECUÇÃO PARA ENTREGA 
DE COISA CERTA (806 e ss)
Ao ordenar a citação, o juiz fixará os honorários 
advocatícios devidos caso haja a satisfação da 
obrigação. 
Com a citação, passará a correr o prazo de 15 dias, cuja contagem será feita 
na forma prevista no art. 231 do CPC, para que o devedor satisfaça a 
obrigação, entregando a coisa. Do mandado já constará a ordem de imissão 
de posse ou busca e apreensão, caso a obrigação não seja satisfeita.
PROCESSO DE EXECUÇÃO PARA ENTREGA 
DE COISA CERTA – Reflexos no devedor
O devedor poderá: 
a) entregar a coisa, para satisfazer a 
obrigação. Será lavrado o termo e, com o 
pagamento dos honorários, extinta a 
execução, a menos que deva prosseguir 
para ressarcimento de eventuais frutos ou 
prejuízos, caso em que seguirá sob a 
forma de execução por quantia; 
b) não entregar a coisa, caso em que se 
cumprirá, de imediato, a ordem de 
imissão na posse, se o bem for imóvel, ou 
de busca e apreensão, se móvel, que já 
constava do mandado de citação. O juiz 
pode, ainda, valer-se da multa como 
meio de coerção, quando verificar, por 
exemplo, que o devedor oculta o bem.
PROCESSO DE 
EXECUÇÃO 
PARA ENTREGA 
DE COISA CERTA 
– Reflexos no 
devedor
1- Caso a entrega da coisa torne-se
impossível, por perecimento, deterioração
ou qualquer outra razão, haverá conversão
em perdas e danos, com liquidação
incidente, para apuração do quantum
debeatur. (809 cpc)
2- Se alienada a coisa quando já litigiosa,
será expedido o mandado contra o
terceiro adquirente. (808 cpc)
Seja qual for o comportamento adotado,
fluirá o prazo de quinze dias para a
oposição de embargos pelo devedor. Nos
embargos, o executado poderá alegar
qualquer matéria em sua defesa.
Alegações possíveis no embargo:
1- DIREITO DE RETENÇÃO : alegar que, de boa-fé, fez benfeitorias
necessárias e úteis, o que lhe dá direito de retenção (art. 917, IV).
Deverá opor os embargos pedindo ao juiz que suspenda o
cumprimento do mandado de busca e apreensão ou imissão na
posse, com fundamento no direito de retenção. Verificando o juiz
que há nos autos elementos indicativos da existência desse direito,
ele o fará, preservando o bem em mãos do executado, até que haja o
ressarcimento das benfeitorias.
Quando não houver embargos ou ele for 
improcedente
1- a busca e apreensão ou 
a imissão na posse tornar-
se-ão definitivos;
2- Quando o bem tiver se 
deteriorado, ou não puder 
ser localizado, far-se-á a 
conversão em perdas e 
danos, observado o 
disposto no art. 809. 
PROCESSO DE 
EXECUÇÃO 
PARA ENTREGA 
DE COISA 
INCERTA 
Exemplos: cem sacos de café; dez 
cabeças de gado, um carro popular
Para entrega de coisa incerta é a 
necessidade de individualização da coisa. 
O art. 244 do CC dispõe que "nas coisas determinadas pelo
gênero e pela quantidade, a escolha permanece ao devedor,
se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não
poderá dar a coisa pior, nem será obrigada a prestar a
melhor".
PROCEDIMENTO:
1- O art. 811 do CPC estabelece 
que o devedor será citado 
para, no prazo de quinze dias, 
entregar a coisa determinada 
pelo gênero e pela quantidade, 
já individualizada, se a ele 
competir a escolha. 
2- Se competir ao credor, ele a 
individualizará na petição 
inicial. Seja a escolha de um ou 
de outro, a parte contrária 
poderá impugná-la em quinze 
dias, após o que o juiz decidirá, 
ouvindo perito, se necessário.
PROCESSO DE EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÃO 
DE FAZER E NÃO FAZER (814)
As obrigações de fazer são aquelas em que o devedor se compromete a
realizar uma prestação, consistente em atos ou serviços, de natureza material
ou imaterial.
As Obrigações fungíveis são aquelas que, embora assumidas pelo devedor,
podem ser cumpridas por qualquer pessoa, pois não levam em conta
qualidades pessoais dele. Já as infungíveis são aquelas que só o devedor pode
cumprir.
As infungíveis só poderão valer-se dos meios de coerção, e se eles se revelarem
ineficazes, só restará a conversão em perdas e danos.
Execução das obrigações de fazer 
fungíveis (procedimento – 815 cpc) 
O juiz determinará a citação do devedor para que, no prazo estabelecido no
título, satisfaça a obrigação. Se o título não indicar prazo, o juiz o fixará. Com a
citação, correrão dois prazos independentes, cuja contagem far-se-á na forma
do art. 231 do CPC:
1- aquele assinalado no título ou fixado pelo juiz, para que a obrigação seja
cumprida. Mesmo que seja fungível, é possível que o juiz, de ofício ou a
requerimento da parte, fixe multa periódica, para o não cumprimento. Não
sendo eficazes os meios de coerção, e persistindo o inadimplemento, o credor
pode optar entre a execução específica por sub-rogação ou a conversão em
perdas e danos, que exigirá prévia liquidação incidente;
2- o de quinze dias para o devedor opor embargos, que corre
independentemente de ele cumprir ou não a obrigação.
Execução dasobrigações de 
fazer fungíveis 
(procedimento 
– 815 cpc) 
ART. 815: Quando o objeto
da execução for obrigação
de fazer, o executado será
citado para satisfazê-la no
prazo que o juiz lhe
designar, se outro não
estiver determinado no título
executivo.
Execução específica por sub-rogação 
Se o devedor não cumprir-credor poderá requerer que outra pessoa a cumpra no seu
lugar e às suas expensas - O juiz nomeará pessoa idônea que possa prestar o fato às
custas do devedor - A nomeação é livre, podendo o juiz determinar que o credor
forneça indicações - o exequente antecipará as despesas.
Depois que o serviço for prestado, as partes serão ouvidas no prazo de dez dias, e, se
não houver impugnações procedentes, se dará por cumprida a obrigação, passando-
se à execução do devedor, pela quantia que o credor teve de pagar ao terceiro.
Se o serviço não for prestado pelo terceiro, ou o for de maneira incompleta, o credor
poderá pedir ao juiz que o autorize a concluir a obra, à custa do terceiro, no prazo de
15 dias.
Caso o próprio credor queira realizar o serviço, terá direito de preferência sobre os
outros, que deverá ser exercido no prazo de cinco dias.
Coerção
se o credor acha que o procedimento é
trabalhoso ou excessivamente
oneroso, pode requerer a utilização
dos meios de coerção, e se forem
ineficazes, a conversão em perdas e
danos.
Execução das obrigações de fazer 
infungíveis (procedimento) 
Como não há possibilidade de uso dos meios de sub-
rogação, o juiz utilizará os de coerção, para
pressionar a vontade do devedor a cumprir, ele
próprio, a obrigação. Para tanto, poderá valer-se dos
meios previstos no art. 536, § 1°, do CPC. Mas, se
todos resultarem ineficazes e o devedor persistir na
recusa, só restará a conversão em perdas e danos.
Execução das obrigações de não fazer 
(procedimento)
Quando o devedor pratica o ato do qual, por força do título
executivo, estava obrigado a abster-se.
Não há propriamente execução de obrigação de não fazer,
mas, sim, de desfazer aquilo que foi indevidamente feito.
Se alguém constrói sobre um terreno em que não poderia,
a execução terá por objeto o desfazimento da obra, e não
qualquer abstenção. Não há como executar um non facere,
mas apenas um facere.
A questão do desfazimento
1- Se o desfazimento for possível, o juiz mandará citar o
devedor, fixando um prazo para que ele desfaça o que
realizou indevidamente, sob pena de multa;
2- Se o desfazimento puder ser feito por terceiro, e o
exequente o requerer, o juiz deferirá, utilizando o mesmo
procedimento previsto para as obrigações de fazer.
3- Quando não for mais possível o desfazimento, só restará
a conversão em perdas e danos.
Interatividade:
Lúcio, comodante, celebrou contrato de comodato com Pedro,
comodatário, no dia 1º de outubro de 2016, pelo prazo de dois
meses. O objeto era um carro da marca Y no valor de R$ 30.000,00.
A devolução do bem deveria ser feita na cidade Alfa, domicílio do
comodante, em 1º de dezembro de 2016. Pedro, no entanto, não
devolveu o bem na data marcada e resolveu viajar com amigos para
o litoral até a virada do ano. Em 1º de janeiro de 2017, desabou um
violento temporal sobre a cidade Alfa, e Pedro, ao voltar da viagem,
encontra o carro destruído.
Com base nos fatos narrados, sobre a posição de Lúcio, assinale a afirmativa 
correta. 
a) Fará jus a perdas e danos, visto que Pedro não devolveu o carro na data 
prevista. 
b) Nada receberá, pois o perecimento se deu em razão de fato fortuito ou de 
força maior. 
c) Não terá direito a perdas e danos, pois cedeu o uso do bem a Pedro. 
d) Receberá 50% do valor do bem, pois, por fato inimputável a Pedro, o bem não 
foi devolvido. 
Resposta: A (ler 806 a 810 do CPC)
Art. 809. O exequente tem direito a receber, além de perdas e 
danos, o valor da coisa, quando essa se deteriorar, não lhe for 
entregue, não for encontrada ou não for reclamada do poder 
de terceiro adquirente.
§ 1º Não constando do título o valor da coisa e sendo 
impossível sua avaliação, o exequente apresentará estimativa, 
sujeitando-a ao arbitramento judicial.
§ 2º Serão apurados em liquidação o valor da coisa e os 
prejuízos.
Interatividade:
Em 05 de dezembro de 2016, Sérgio, mediante contrato de compra e venda,
adquiriu de Fernando um computador seminovo (ano 2014) da marca Massa pelo
valor de R$ 5.000,00. O pagamento foi integralizado à vista, no mesmo dia, e foi
previsto no contrato que o bem seria entregue em até um mês, devendo Fernando
contatar Sérgio, por telefone, para que este buscasse o computador em sua casa.
No contrato, também foi prevista multa de R$ 500,00 caso o bem não fosse
entregue no prazo combinado.
Em 06 de janeiro de 2017, Sérgio, muito ansioso, ligou para Fernando perguntando
pelo computador, mas teve como resposta que o atraso na entrega se deu porque a
irmã de Fernando, Ana, que iria trazer um computador novo para ele do exterior,
tinha perdido o voo e só chegaria após uma semana. Por tal razão, Fernando ainda
dependia do computador antigo para trabalhar e não poderia entregá-lo de
imediato a Sérgio.
Acerca dos fatos narrados, assinale a afirmativa correta.
a) Sérgio poderá exigir de Fernando a execução específica da obrigação (entrega
do bem) ou a cláusula penal de R$ 500,00, não podendo ser cumulada a multa
com a obrigação principal.
b) Sérgio poderá exigir de Fernando a execução específica da obrigação (entrega
do bem) simultaneamente à multa de R$ 500,00, tendo em vista ser cláusula
penal moratória.
c) Sérgio somente poderá exigir de Fernando a execução específica da obrigação
(entrega do bem), não a multa, pois o atraso foi por culpa de terceiro (Ana), e
não de Fernando.
d) Sérgio somente poderá exigir de Fernando a cláusula penal de R$ 500,00, não
a execução específica da obrigação (entrega do bem), que depende de terceiro
(Ana).
Resposta : B
Art. 411 CC. Quando se estipular a
cláusula penal para o caso de mora, ou em
segurança especial de outra cláusula
determinada, terá o credor o arbítrio de
exigir a satisfação da pena cominada,
juntamente com o desempenho da
obrigação principal.
Interatividade:
Um juiz, nos autos da execução de sentença de determinado processo cível, proferiu despacho 
determinando que os devedores fossem intimados a efetuar o pagamento do débito, bem como 
a adimplir as custas recolhidas pelo credor para essa fase do processo.
Foi dado aos executados o prazo de quinze dias úteis, sob pena de multa de 10% e de honorários 
advocatícios de 10% sobre o valor do débito, para que pagassem o débito. Transcorrido esse 
prazo, caso não houvesse sido realizado o pagamento voluntário, teria início o prazo de quinze 
dias para que, independentemente de penhora ou de nova intimação, os executados 
apresentassem, nos próprios autos, sua impugnação, instrumentalizada com o demonstrativo 
dos cálculos.
Considerando-se as informações apresentadas na situação hipotética, conclui-se que a decisão 
em questão reconhece a exigibilidade de obrigação de
a) pagar quantia certa pela fazenda pública.
b) entregar coisa.
c) fazer.
d) pagar quantia certa.
e) prestar alimentos.
Resposta: D
Interatividade:
Paulo requereu o cumprimento provisório da sentença que condenou Fernando a lhe pagar a 
quantia de cinquenta mil reais em uma demanda que tramitou pelo procedimento comum. Á 
petição em que requereu o início do cumprimento de sentença, Paulo juntou cópia da decisão 
exequenda, certidão de interposição do recurso de Fernando não dotado de efeito suspensivo e 
outros documentos necessários ao cumprimento. Ele, ainda, requereu ao juízo no qual o título 
foi formado que:
•O cumprimento de sentença fosse remetido ao juízo da localidade onde Fernando possui bens;
•Fossem fixados honorários para a fase de cumprimento da sentença;
•Fosse imposta multa por eventual inadimplemento de Fernando;
•Dispensassem-no do pagamento de caução, em razão da sua situação de necessidade, que foi 
demonstrada.
Com relação a essa situação hipotética, é correto afirmar que
a) O pedido de remessaà localidade onde Fernando possui bens deve ser rejeitado, porque o 
cumprimento de sentença é de competência exclusiva do juízo que profere a sentença.
b) Não cabe o arbitramento de honorários na fase de cumprimento provisório da sentença, 
porque essa fase processual é um ato facultativo de Paulo
c) Fernando poderá depositar o referido valor com o único intuito de evitar a incidência da 
multa, ato que não será tido como incompatível com o recurso interposto por ele.
d) Paulo poderá ser dispensado do pagamento de caução apenas se tiver firmado com Fernando 
negócio processual com essa finalidade e devidamente homologado pelo juízo competente.
Resposta: C
Art. 520, § 3o Se o executado comparecer
tempestivamente e depositar o valor, com a
finalidade de isentar-se da multa, o ato não será
havido como incompatível com o recurso por ele
interposto.
Interatividade:
O art. 497 do CPC diz: "na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se
procedente o pedido, concederá a tutela específica da obrigação ou, determinará providências que
assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente". Diante do exposto, podemos inferir
que:
a) Caberá ao juiz envidar esforços para fazer com o que devedor cumpra exatamente aquilo que foi
convencionado, antes de optar pela conversão em perdas e danos.
b) O juiz poderá, diante da situação, decidir pela sub-rogação ou coerção independentemente da
fungibilidade ou não da obrigação
c) A conversão em perdas e danos poderá ser aplicada pelo juiz conforme sua discricionariedade.
d) O resultado prático equivalente de que se refere o artigo será a aplicação da conversão em perdas e
danos.
e) Não caberá ao juiz a aplicação de multa para compelir o devedor a cumprir a obrigação específica.
Resposta: A
Interatividade:
3. Nos processos de execução das obrigações de fazer e não-fazer é fundamental
distinguir entre as obrigações de fazer fungíveis e infungíveis. As primeiras são
aquelas que, embora assumidas pelo devedor, podem ser cumpridas por qualquer
pessoa, pois não levam em conta qualidades pessoais dele. Já as segundas são
aquelas que só o devedor pode cumprir. Essa distinção tem grande relevância
porque:
a) conquanto as execuções de obrigação de fazer fungíveis e infungíveis possam usar meios de coerção,
somente as infungíveis podem valer-se de meios de sub-rogação: só elas autorizam a prestação por um
terceiro, às expensas do devedor.
b) as infungíveis poderão valer-se dos meios de coerção, e se eles se revelarem ineficazes, só restará a
conversão em perdas e danos. A execução específica das obrigações de fazer fungíveis prescinde da
participação do próprio devedor, enquanto a das obrigações infungíveis exige a sua colaboração.
c) conquanto as execuções de obrigação de fazer fungíveis e infungíveis possam usar meios de coerção,
somente as fungíveis podem valer-se de meios de sub-rogação: só elas autorizam a prestação por um
terceiro, às expensas do devedor.
d) as fungíveis não poderão valer-se dos meios de coerção, e se eles se revelarem ineficazes, só restará a
conversão em perdas e danos.
e) Quaisquer obrigações podem valer-se da coerção e da sub-rogação nas execuções.
Resposta: C
Interatividade:
Magno ajuizou ação de execução em face de Maria, alegando ser credor da quantia de R$
28.000,00. A obrigação está vencida há 50 dias, não foi paga e está representada por contrato
particular de mútuo, regularmente originado em país estrangeiro, assinado pelos contratantes e
por duas testemunhas, estando indicada, para cumprimento da obrigação, a cidade de
Salinas/MG.
Após despacho positivo proferido pelo Juiz da Vara Cível de Salinas/MG, Maria foi citada, bem
como houve penhora eletrônica de quantia existente em caderneta de poupança de titularidade
da devevedora, sendo a quantia suficiente para suportar 80% da dívida executada. A quantia
penhorada foi depositada na caderneta de poupança 10 dias antes do ajuizamento da execução,
sendo que Maria possui dois veículos que poderiam ter sido penhorados.
A partir dos elementos do enunciado, considerando as regras do CPC/15, assinale a afirmativa
correta.
A. Antes do ajuizamento da ação de execução, exige-se que Magno 
proceda à homologação do título executivo originado em país 
estrangeiro.
B. Maria poderá alegar a inexistência de título executivo extrajudicial 
apto a instruir a ação de execução.
C. A penhora recaiu sobre quantia impenhorável.
D. O juiz deve manter a penhora sobre a quantia depositada e seus 
rendimentos.
Resposta C:
Art. 833. São impenhoráveis:
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) 
salários-mínimos;
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:
§ 2º Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro não dependem de 
homologação para serem executados.
§ 3º O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os requisitos de 
formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e quando o Brasil for indicado 
como o lugar de cumprimento da obrigação.

Continue navegando