PEÇA - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___ VARA DO TRABALHO DE ____ 
Autos nº xxxxxxxxxxxx 
Embargante: Tito 
Embargado: Empresa ABC 
TITO (“Embargante”), já devidamente qualificado nos autos da Reclamação Trabalhista nº xxxxxxxx, que figura como Réu EMPRESA ABS (“Embargado”), também já qualificado nos autos, vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, por seu advogado que esta subscreve, conforme instrumento de mandato anexo, para, com fulcro no artigo 897-A, da CLT, opor: 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
com o propósito de aclarar os pontos omissos no r. acórdão, consoante aos argumentos abaixo apresentados. 
I – DO CABIMENTO 
Em primeira análise, cabe relembrar que os embargos de declaração são utilizados como instrumento processual, cujo objetivo principal é esclarecer e dirimir qualquer obscuridade ou omissão e afastar contradições que possam ter sido registradas em acórdão, sentença ou qualquer outra decisão. 
Isto posto, o Embargante busca atacar a obscuridade identificada no acórdão presente nos autos, uma vez que este apresenta vício de omissão, com fulcro no artigo 897-A, caput, da CLT: 
“Art. 897-A - Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subsequente a sua apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso.” 
Observa-se que, necessário se faz fundamentar toda decisão processual de forma que esta apresenta menção expressa do artigo de lei, o que não ocorreu no caso em tela. Nesse sentido, convém apresentar a Súmula 297, do Egrégio Superior do Trabalho: 
Súmula nº 297 do TST PREQUESTIONAMENTO. OPORTUNIDADE. CONFIGURAÇÃO (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 I. Diz-se pré-questionada a matéria ou questão quando na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito. II. Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja sido invocada no recurso principal, opor embargos declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão. III. Considera-se pré-questionada a questão jurídica invocada no recurso principal sobre a qual se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos embargos de declaração. 
Cabe esclarecer que, no tocando à tempestividade, este instrumento processual obedece aos pressupostos legais, pois foi respeitado o quinquídio legal. Desta forma, demonstra-se satisfeitos os pressupostos de admissibilidade, requer o conhecimento dos embargos de declaração. 
II – DA AUSÊNCIA DE CARÁTER PROTELATÓRIO 
No caso em tela, não há de se falar em hipótese de caráter protelatório, portanto, fica descartada a possibilidade da aplicação da multa prevista no artigo 1.026, parágrafo 2º, do CPC. 
“Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso. § 2º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.” 
Nesse sentido, aduz a Súmula 98, do STJ: 
“Embargos de declaração manifestados com notório propósito de prequestionamento não têm caráter protelatório”. 
Com isso, fica configurado que o instrumento processual de embargos de declaração apresentado não tem caráter protelatório. 
III – DA OMISSÃO 
A decisão proferida em sentença por este juízo não versou sobre o pedido de indenização por dano moral pleiteado pelo Embargante. Nos autos da Reclamação Trabalhista, o Embargante pleiteou indenização por dano moral, pois no ato da demissão, o seu chefe o chamou de “analfabeto”, “idiota” e “insignificante” na frente de todos, fazendo com que o Embargante se sentisse totalmente insultado e causando-lhe grandes danos psicológicos. 
Vossa Excelência, é notório que a decisão é caracterizada como citra petita, uma vez que deixou de examinar o pedido formulado pelo Embargantes, privando-o do seu direito à tutela jurisdicional e violando o artigo 489, do CPC. 
Com isso, a sentença proferida apresenta vício de omissão e, por este motivo, o presente instrumento processual de embargos de declaração merece prosperar. Portanto, requer o acolhimento dos embargos para que a pretensão com relação à indenização por dano moral seja apreciada. 
IV - DOS PEDIDOS 
Diante dos fatos e fundamentos expostos, requer que sejam conhecidos e providos os presentes embargos de declaração para suprimento da omissão, para o fim de apreciar o pedido de indenização por dano moral. 
Termos em que pede deferimento.
São Paulo/SP, 11 de setembro de 2021.
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Advogado(a) xxxx,
OAB/SP nº xxx