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O PARTO FISIOLOGIA DAS CONTRAÇÕES UTERINAS: ➔ Unidade contrátil miometrial: O miométrio é composto por células musculares lisas A unidade geradora da contração uterina é formada por um complexo proteico actina- miosina disposto em fuso. Contração muscular é ativada pelo aumento da concentração de cálcio através da abertura dos canais de Ca na membrana plasmática e na membrana do reticulo endoplasmático → o Ca se combina com a calmodulina → ativam a cinase da miosina → fosfoliração da miosina permite interação da miosina ao filamento de actina → contração Também há a atuação do AMP cíclico que inibe a atividade enzimática da cinase. Influência hormonal: • Progesterona: consolida as ligações do cálcio no retículo sarcoplasmático, reduzindo a fração livre disponível de cálcio intracelular ➔ torna o útero quiescente → bloqueio progestagênico. Exemplo: comprimidos de progesterona, mais utilizados no primeiro trimestre de pacientes que precisam fazer inibição. • Prostaglandinas: são produzidas pelo miométrio e pelas membranas fetais, especialmente o âmnio. Elas modulam o fluxo de cálcio por meio de alterações na permeabilidade da membrana celular, aumentando os níveis intracelulares de cálcio e favorece a contração das fibras. • Estrógeno → aumenta a concentração dessas proteínas de conexão (junções comunicantes), através das quais as células musculares se comunicam. Elas facilitam a sincronização e a transmissão de estímulos eletrofisiológicos, que aumentam com a progressão da gestação Características das células musculares miometriais: Baixa sensibilidade a estímulos dolorosos: Discreta no colo e no corpo uterino Na cesárea a dor tá relacionada ao manuseio do peritônio No parto vaginal ela coincide com a contração e resulta da compressão dos órgãos vizinhos. Excitabilidade: Fibras miometriais podem ser excitadas. Produção de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) e é seguida por alterações da contratilidade como resposta a eventos estressantes. Capacidade elástica: Caracterizado por extensibilidade (adaptação da parede miometrial as modificações do tamanho do útero) e retratilidade (diz respeito ao tônus uterino, faz com que a parede uterina se mantenha adaptada sobre o corpo fetal durante o parto) Tonicidade: Representada pela pressão intrauterina no intervalo de 2 contrações. Normalmente não se altera muito, mas pode aumentar (Hipertonia) ou diminuir (hipotonia) Capacidade contrátil: Útero apresenta capacidade contrátil durante toda a gestação. As contrações são divididas em 2 tipos: CONTRAÇÕES TIPO A CONTRAÇÕES TIPO B (BRAXTON HICKS) • Intensidade de 2 a 4mmHg • Alta frequência e baixa amplitude • Geralmente localizadas • Frequência de 1 contração/min • Intensidade de 10 a 20mmHg • Difundem-se de forma parcial ou total pelo útero • Frequência aumenta com a evolução da gestação • Estão ausentes antes das 28 semanas de gestação • Aumentam depois das 28 semanas • Mas o maior aumento mesmo é nas 4 semanas que precedem o parto ➔ ANÁLISE DAS CONTRAÇÕES ❖ Tônus uterino: representa a menor pressão entre duas contrações. Ele é inferior a 10 mmHg, mas em algumas situações patológicas ele pode ser superior a 30 mmHg, tornando as contrações imperceptíveis. A principal delas é o descolamento prematuro da placenta, na qual não se observa o tônus uterino de repouso. ❖ Intensidade de cada contração: é dada pela elevação que ela determina na pressão amniótica acima do tônus uterino ❖ Frequência: corresponde ao número de contrações no período de 10 minutos. A atividade uterina é dada como o produto entre a intensidade das contrações uterinas pela sua frequência de contrações em 10minutos, expressando o resultado em mmHg/10min ou Unidades de Montevidéu (UM) ➢ Contração palpável: Quando sua intensidade é superior a 10 mmHg. ➢ Duração clínica da contração uterina: Em média 70 segundos, podendo variar de 40 a 100 segundos) é mais curta que a duração real (200 segundos). ➢ Contração dolorosa: As contrações uterinas tornam-se dolorosas quando a intensidade é superior a 15 mmHg ➔ valor suficiente para dilatar e distender o útero moldando indiretamente o canal de parto. ➢ Contração imperceptivel: O tônus uterino é inferior a 10 mmHg. Contudo, em algumas situações patológicas, ele pode ser superior a 30 mmhg, tornando as contrações imperceptíveis. A principal delas é o descolamento prematuro da placenta, em que não se observa o tônus uterino de repouso ➔ CONTRAÇÕES UTERINAS DURANTE A GESTAÇÃO Miométrio apresenta crescimento constante em virtude do bloqueio feito pela progesterona Baixa frequência de contrações Até 28 semanas, predominam contrações do tipo A Após as 28 semanas, predominam contrações do tipo B (Braxton Hicks) → contribui p/ a distenção do segmento inferior do útero Não são dolorosas Não possuem ritmo Cessam com administração de uterolítico e/ou repouso Conduta é administração de antiespasmódicos ➔ CONTRAÇÕES UTERINAS DURANTE O TRABALHO DE PARTO: Contrações adquirem ritmo Tríplice gradiente decrescente Reynolds (dominância fúndica): Contrações se iniciam na parte superior do útero, onde são mais intensas, e vão descendo até o segmento inferior ➔ ÚTERO APRESENTA CONTRAÇÕES DE DOMINÂNCIA NÃO FÚNDICA E MAIS PRÓXIMO AO PARTO HÁ INÍCIO DA DOMINÂNCIA FÚNDICA E COORDENAÇÃO DAS CONTRAÇÕES Fluxo cardíaco: A cada contração uterina é impulsionado do território placentário cerca de 300mL de sangue → aumento do retorno venoso ao coração e incremento do volume ejetado na sístole cardíaca TRABALHO DE PARTO: Frequência= 2 a 5 a cada 10 minutos Intensidade= 20 a 60 mmHg (média 40) Duração= entre 30 a 90 s (média 60s) Dilatação: pelo menos 2cm (ou 3 a 4 cm) Esvaecimento e/ou modificações progressivas no colo uterino ➔ CONTRAÇÕES UTERINAS NO PUERPÉRIO Útero continua a apresentar contrações rítmicas Essas contrações têm como principal função auxiliar a dequitação e a hemostasias. Após as primeiras 12 horas do parto, é registrada uma contração em 10 minutos e nos dias seguintes a intensidade e a frequência vão reduzindo. FASE DE DILATAÇÃO FASE DE EXPULSÃO Intensidade: 30mmHg Frequência: 2-3/10min Intensidade: 50mmHg Frequência: 5/10min Nessa fase também a contração voluntária da musculatura abdominal, denominada puxo, que tem a função de aumentar a pressão abdominal para facilitar a expulsão do feto “miotamponamento” determina a “laqueadura viva” dos vasos uterinos e faz com que o útero fique devidamente contraído, o que foi denominado globo de segurança por pinard. Durante as mamadas a sucção do leite determina a liberação de ocitocina, que causa aumento na frequência das contrações e também pode provocar desconfortos, como cólicas (chamadas de dor de tortos). DETERMINISMO DO PARTO Primeiro o útero expande por hiperplasia e hipertrofia celular Amadurecimento da cervical: ocorre algumas semanas antes da dominância fúndica e envolve a diminuição da concentração total de colágeno com estrutura mais fraca e aumento da colagenólise. Também há uma franca resposta inflamatória caracterizada pela maior concentração de macrófagos, neutrófilos e eosinófilos e pelo aumento de interleucinas (IL-8) e prostaglandinas. Uterotonias: Estímulos contráteis. o Exemplos: Prostaglandinas e ocitocina. Uterotropinas: Realizam a ativação uterina, cuja principal função é tornar o útero responsivo aos estímulos contráteis determinados pelas uterotoninas o Exemplos: Receptores da ocitocina, receptores de prostaglandinas, gap junctions, IL (1-beta, 6 e 8) e cicloxigenase (COX). a) Teoria ocitócica b) Teoria da gangorra: Essa teoria diz que o parto ocorre devido ao estiramento miometrial crescente devido aocrescimento do concepto ➔ FASES CLÍNICAS DO TRABALHO DE PARTO FASE 1: QUIESCÊNCIA UTERINA Maior fase da gestação Musculatura uterina em repouso, não responsiva aos estímulos naturais que determinam a contratilidade uterina. Pode haver algumas contrações mas elas não modificam a estrutura cervical nem causam dilatação do colo uterino. FASE 2: ATIVAÇÃO Preparação do útero e do canal cervical para o trabalho de parto. Pode haver contrações de Braxton Hicks Dura de 6 a 8 semanas Ocorrem algumas alterações cervicais Descida do fundo uterino Eventos de desvio associados à essa fase podem provocar o trabalho de parto pré-termo ou retardado. FASE 3: ESTIMULAÇÃO ➔ TRABALHO DE PARTO DIVIDIDA EM: DILATAÇÃO, EXPULSÃO E DEQUITAÇÃO 1) DILATAÇÃO OU PRIMEIRO PERÍODO Início das contrações dolorosas Começa com as primeiras modificações cervicais Termina com a dilatação completa do colo uterino (10cm), permitindo a passagem fetal o Nas primíparas: primeiro esvaecimento (de cima para baixo) e depois a dilatação do orifício externo o Nas multíparas: esvaecimento e dilatação simultâneos. Esvaecimento ou apagamento do canal cervical: Incorporação do colo à cavidade uterina É possível devido a colagenólise (influenciada por prostaglandinas e hormônios esteroides placentários) Surgimento das bolsas de água, cuja função é auxiliar as contrações uterinas no deslocamento do istmo o Essas bolsa das águas se forma no polo inferior do ovo no decorrer do trabalho de parto e sua rotura causa a saída parcial do seu conteúdo líquido, ocorrendo, via de regra no período em que a dilatação cervical é maior que 6 cm. o Essa rotura pode ser precoce (no início do trabalho de parto). o Quando a rotura ocorre junto com a expulsão do feto, é denominada nascimento de feto empelicado. o Também pode ocorrer a rotura das membranas ovulares antes do trabalho de parto (RPMO também chamada amniorrexe prematura) A dilatação é dividida em FASE LATENTE E FASE ATIVA (composta por 3 fases) FASES DA FASE ATIVA: ❖ ACELERAÇÃO: em que a velocidade de dilatação começa a modificar-se e a curva se eleva. ❖ DILATAÇÃO OU ACELERAÇÃO MÁXIMA: quando a dilatação passa de 2 a 3 cm para 8 a 9 cm. ❖ DESACELERAÇÃO: que precede a dilatação completa. FASE LATENTE DA DILATAÇÃO: FASE ATIVA DA DILATAÇÃO: Contrações mais eficazes (mais coordenadas e intensas) Sem modificações significativas na dilatação cervical Normalmente dura 8 horas Dilatação em torno de 0,35 cm/h É considerada prolongada quando durar mais de 20 horas em primíparas e mais que 14 em multíparas. Se inicia com dilatação cervical de 4cm Dura em média 6 horas nas primíparas, com velocidade de dilatação de cerca de 1,2 cm/h Dura em média 3 horas nas multíparas, com velocidade de dilatação de 1,5 cm/h 2) EXPULSÃO OU SEGUNDO PERÍODO • Início com a dilatação completa e se encerra com a saída do feto. • O feto é expelido do útero através do canal de parto por meio da ação conjugada das contrações uterinas e das contrações voluntárias dos músculos abdominais (puxos). • Uma vez completada a dilatação, o útero fica imobilizado pela ação de contenção dos ligamentos largo (lateralmente), redondo (superiormente) e uterossacro (posteriormente); e a resultante de força das contrações miometriais converge sobre o orifício interno do colo uterino, contra o qual a apresentação fetal é impelida. • Nessa fase ocorrem a maioria dos fenômenos mecânicos do parto e o canal do parto é completamente formado, ou seja, o segmento inferior do útero, o canal cervical totalmente dilatado e a vagina formam uma única cavidade. A descida do polo cefálico pelo canal de parto tem duas fases: a) Fase pélvica: Dilatação completa do colo uterino e pela apresentação acima do plano +3 de Lee b) Fase perineal: Cabeça rodada e em um plano inferior a +3 de Lee • Duração desse período: Tá condicionada à proporção cefalopélvica e à eficiência contrátil do útero e da musculatura abdominal. Pode durar em média 30min nas multíparas e 60 minutos nas primíparas. Clampeamento deve ser feito entre 1 a 3 min após o nascimento, o RN deve ser colocado no tórax ou no abdômen da mãe nesse período (golden hour) Situações que o clampeamento deve ser imediato: RN não estiver respirando RN não mostra tônus muscular em flexão DPP Placenta prévia Rotura ou prolapso de cordão Nó verdadeiro de cordão 3) DEQUITAÇÃO (SECUNDAMENTO OU DEQUITADURA): O útero expele a placenta e as membranas (após o nascimento do feto). A dequitação ocorre entre 10 minutos e 1 hora após o parto. Na grande maioria dos partos a dequitação se dá nos primeiros 10 minutos Tipos de descolamento: ✓ CENTRAL (BAUDELOCQUE- SCHULTZE): o Mais frequente e apresenta sangramento após a dequitação o Formação de hematoma retroplacentário. o A primeira face placentária visualizada na rima vulvar é a face fetal ✓ MARGINAL OU PERIFÉRICO (BAUDELOCQUE-DUNCAN): o Menos comum, tem escoamento de sangue antes da total expulsão da placenta. o Visualiza-se na rima a face materna. FASE 4: PRIMEIRA HORA PÓS-PARTO OU QUARTO PERÍODO DE GREENBERG Primeira hora após o parto inicia-se imediatamente após a dequitação, sendo, dessa forma, a primeira hora do puerpério e não um verdadeiro quarto período clínico do parto. Ocorrem a estabilização dos sinais vitais maternos e a hemostasia uterina DIVISÃO DO PERÍDO DE GREENBERG: Miotamponamento (oclusão dos vasos miometriais): ▪ Útero se contrai e é palpável num ponto intermediário entre o púbis e a cicatriz umbilical ▪ Contração inicial determina a laqueadura dos vasos uterinos, constituindo a primeira linha de defesa contra hemorragias. Trombotamponamento ▪ Formação de trombos nos grandes vasos uteroplacentários ▪ Hematoma intrauterino que recobre a ferida aberta no sítio placentário ▪ Perigo do útero de encher progressivamente de sangue Indiferença miouterina: ▪ Caracterizada por contração e relaxamento das fibras miometriais ▪ Ocorre na primeira hora pós-parto. Contração uterina fixa que a segue: ▪ Surge com o fim desse período ( depois de 1 hora) ▪ Maior tônus uterino mantém a hemostasia pós-parto, auxiliando no retomo do útero ao estado pré-gravídico. ▪ Período de risco materno, com possibilidade de grandes hemorragias, principalmente por atonia uterina Formação do Globo de Pinard: Coágulo de sangue que se forma no útero logo após o parto para ajudar a cicatrizar as pequenas feridas dos vasos sanguíneos que irrigavam a placenta Serve de tampão para uma eventual hemorragia onde a placenta estava inserida. Este coágulo é expulso gradualmente nos dias seguintes, pelas próprias contrações uterinas, sendo chamado de lóquios ➔ RELAÇÕES UTEROFETAIS: a) ALTITUDE: • Relaciona as partes fetais entre si, de acordo com o período gestacional. • Durante o curso da gestação geralmente o feto entra-se em flexão generalizada, formando um ovoide (coluna vertebral curvada) • Em situações anômalas pode ocorrer extensão da coluna com deflexão do polo cefálico, lenvando às apresentações defletidas (apresentação defletida 1˚, 2˚ e 3˚ grau) • Ausência persistente de flexão de todos os membros é anormal e pode significar sofrimento fetal grave por perda do tônus muscular. • Só é perceptível durante o momento do parto, mas geralmente o bebê está em posição fetal, com a atitude da cabeça fletida (mas pode estar defletida), com os membros anteriorizados (podálico – pé para baixo) caracterizando um “formato” ovoide. b) SITUAÇÃO: • Relaciona o eixo longitudinal fetal e uterino. • Se paralelos, a situação é longitudinal, se perpendiculares a situação é transversa.c) APRESENTAÇÃO: • Localiza a região fetal que se encontra no estreito superior da pelve. • Nas situações longitudinais, a apresentação é cefálica (cabeça fetal) ou pélvica (pelve fetal) dependendo do polo fetal que ocupa a região inferior do útero → situação longitudinal do feto é muito mais frequente na gestação a termo • Na situação transversa a apresentação é sempre denominada córmica ( ou de ombro) • Oq se apresenta a pelve materna (cefálica é que a cabeça se apresenta) d) POSIÇÃO: • Relação do dorso fetal com o lado direito ou esquedo da mãe. • A primeira posição ou posição esquerda ocorre quando o feto está com o dorso no lado esquerdo materno. • A segunda posição ou posição direita quando o dorso se encontra no lado direito da mãe. • Finalidade da posição é buscar a melhor localização para auscultar cardíaca fetal durante o trabalho de parto, que será do lado do doroso. ➔ MECANISMOS DO PARTO 1) INSINUAÇÃO/ENCAIXAMENTO Definida como a passagem do maior diâmetro da parte apresentada, perpendicular à linha de orientação fetal, pelo estreito superior da bacia materna. APRESENTAÇÕES CEFÁLICAS O DIÂMETRO DE INSINUAÇÃO CORRESPONDE AO BIPARIETAL APRESENTAÇÕES PÉLVICAS O DIÂMETRO DE INSINUAÇÃO CORRESPONDE AO BITROCANTÉRICO. Em primigestas ocorre 15 dias antes do parto Em multigestas pode ocorrer a qualquer momento antes do início do trabalho de parto até a dilatação comple Quando a parte fetal está insinuada quer dizer que o ponto de referência ósseo fetal está no nível das espinhas isquiáticas maternas (plano 0 de Lee) Para que se processe a insinuação é necessário que ocorram a flexão, o acavalgamento e o assinclitismo a) Flexão cefálica É necessário que haja a redução dos diâmetros. Nas apresentações cefálicas, é conseguido pela flexão (apresentação de vértice) ou deflexão (apresentação de face). Na apresentação pélvica, a redução dos diâmetros é obtida aconchegando-se os membros inferiores sobre o tronco ou desdobrando-se os mesmos, para baixo ou para cima. No início dessa fase, a cabeça fetal encontra-se acima do estreito superior da bacia, em flexão moderada, com a sutura sagital orientada no sentido do diâmetro oblíquo esquerdo ou do transverso, oferecendo o diâmetro occipitofrontal (12cm). Para apresentar um diâmetro mais favorável, a cabeça sofre o movimento de flexão. Com as contrações e a pressão axial do feto, a flexão cefálica aumenta e tem a substituição por diâmetros menores: suboccipitofrontal (10,5 cm) e suboccipitobregmático (9,5 cm). Teoria de Zweifel: ✓ A articulação da cabeça com a coluna vertebral se faz mais para o lado occipital do que da face, criando a condição de uma alavanca de braços desiguais: o occipício (braço menor) e fronte (braço maior). ✓ A contrapressão exercida pelo contato das bordas da pelve, representando forças iguais nos dois extremos da alavanca, domina o braço mais longo, que corresponde à face, por isso esse extremo sobe e o outro desce. b) Assinclitismo Assinclitismo posterior (oblíquidade de litzman) Quando a sutura sagital se aproxima do púbis e o parietal posterior desce até ultrapassar o promontório materno, ocupando grande parte da bacia. O parietal posterior passa antes. • Tipo mais comum de assinclitismo em primíparas: a cabeça fetal se mostra mais frequentemente em assinclitismo posterior pq as contrações uterinas e a contenção da prensa abdominal levam o corpo do feto em direção posterior. Assinclitismo anterior ( obliquidade de neagele) : Quando a sutura sagital está mais próxima ao sacro, e o parietal anterior ocupa grande parte da bacia. • Tipo mais comum de assinclitismo em multíparas: principalmente naquelas em que a musculatura abdominal é flácida, o útero permanece em anteversão acentuada e ocorre assinclitismo anterior, e logo se inicia a insinuação. SINCLITISMO: Momento durante o trabalho de parto em que ocorre o encaixamento do polo cefálico fetal com a sutura sagital na mesma distância entre sínfese púbica e o promontório sacral materno, sem qualquer inclinação latera. c) Acavalgamento ósseo: Outro processo que contribui para o mecanismo de insinuação é o cavalgamento dos osso do crânio fetal, fenômeno que reduz as dimensões do polo cefálico porque o maciço fronta e o occipital se locam por baixo dos parietais e a borda interna de um parietal se sobrepõe a outra. 2) DESCIDA OU PROGRESSÃO: Também considerada segundo tempo do mecanismo de parto É o tempo no qual ocorre a passagem do polo cefálico ( ou da apresentação fetal em geral) do estreito superior para o estreito inferior da pelve materna. Na prática clínica, usa-se o esquema de De Lee, com os planos ditos em centímetros, a partir das espinhas isquiáticas para classificação: Início: Em primíparas, a descida pode não ocorrer até a cervicodilatação se completar e já nas multíparas a descida costuma iniciar com a insinuação. Fatores que contribuem para a descida: ✓ contração uterina, ✓ contração dos músculos abdominais, ✓ pressão do líquido amniótico ✓ extensão do ovoide fetal, que se transforma em cilindro MÓVEL > -3 cm AJUSTADA OU FIXADA: -3, -2 ou -1 cm. INSINUADA: O cm. FORTEMENTE INSINUADA: + 1, +2 ou +3 cm. BAIXA: +4 ou +5 cm (já aflorando na vulva). 3) ROTAÇÃO INTERNA: • Ao terminar a descida, a linha de orientação (sutura sagital) fica na mesma direção do maior diâmetro do estreito inferior (diâmetro anteroposteior) • O objetivo da rotação interna é coincidir o diâmetro anteroposterior do polo cefálico com o maior diâmetro da bacia materna. Sendo assim, a rotação coloca o polo cefálico sob o púbis, em um movimento de espira. Os diâmetros com maiores proporções variam, dependendo do estreito em que se encontra a cabeça fetal: ESTREITO SUPERIOR Maior diâmetro é o transverso ESTREITO MÉDIO Diâmetro anteroposterior é o maior ou eles têm a mesma proporção ESTREITO INFERIOR Maior diâmetro é o anteroposterior Pode ser anterior ou posterior: ✓ ANTERIOR (púbica): Traz o ponto de referência fetal para a frente, junto ao púbis (geralmente é essa que ocorre) • POSTERIOR (sacra): Quando, excepcionalmente, o feto roda para trás. Mais frequente nas variedades de posição posteriores ( occipitoesquerda posterior e occipitodireita posterior) do que nas variedades anteriores e transversas. Nessa condição, o occipício (ponto de referência) encontra-se na região sacra! da bacia materna, tornando o desprendimento cefálico mais difícil e lento O grau de rotação varia conforme a variedade de posição: • 45 º nas anteriores ( occipitoesquerda anterior e occipitodireita anterior). • 90 º nas transversas ( occipitoesquerda transversa e ocápitodireita transversa). • 135 º nas posteriores ( occipitoesquerda posterior e ocápitodireita posterior). Fatores que impedem que a rotação interna ocorra: ✓ são contrações de baixa intensidade ✓ ausência de flexão cefálica ✓ fetos grandes. A analgesia peridural pode predispor às rotações incompletas, por diminuir a força da musculatura abdominal e relaxar a musculatura pélvica. 4) DESPRENDIMENTO CEFÁLICO: Ocorre com a descida final da cabeça fetal em posição suboccipício Locação do suboccipício no subpúbis materno É necessário que ocorra deflexão ou extensão da cabeça para ocorrer exteriorização Ocorre devido a contração uterina e resistência perineal Ocorre, portanto, a exteriorização do bregma, da fronte, do nariz e do mento do feto, sucessivamente 5) ROTAÇÃO EXTERNA OU MOVIMENTO DE RESTITUIÇÃO: Esse movimento leva o occipício a voltar-se para o lado materno que ocupava no interiordo canal de parto. As espáduas, que se insinuaram no diâmetro oblíquo oposto ao da cabeça fetal, rodam, trazendo o diâmetro biacromial para o diâmetro anteroposterior do estreito inferior. 6) DESPRENDIMENTO DO OVOIDE CÓRMICO: Caracterizado pela exteriorização das cinturas escapular e pélvica do feto. São mecanismos associados porque um se segue ao outro Rotação das espáduas → ombro anterior se fixa no subpúbis → apresentando a inserção branquial do deltoide como ponto de apoio e desprende-se por movimento de abaixamento → deprende-se o ombro, posterior por movimento de elevação e em seguida, completa-se a expulsão da cintura escapular Anormalidade de rotação do polo cefálico = apresentação cefálica posterior Anormalidade de flexão do polo cefálico= apresentação cefálica defletida
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