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Prof. Me. Antônio Palmeira UNIDADE I Governança Corporativa de TI Governança Corporativa; Panorama da Governança Corporativa no Brasil e no mundo; Governança Corporativa de TI; Governança Corporativa de TI e a Tomada de Decisão; Modelos e Práticas de Governança Corporativa de TI; Modelo COBIT®. Conteúdo da disciplina Introdução, histórico e evolução da Governança Corporativa; Estrutura de poder, controle e administração; Marcos da Governança Corporativa; Modelos de Governança Corporativa. Conteúdo da Unidade I Governança Corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre os proprietários, o Conselho de Administração, a diretoria e os órgãos de controle. (IBGC, 2015) Governança Corporativa é um sistema de direção e controle, de forma a estabelecer os direitos de decisão e responsabilidade nas organizações, envolvendo o Conselho de Administração, a direção executiva, os acionistas e as diversas outras partes interessadas. (OCDE, 2004) Definição de Governança Corporativa Abordagens conceituais da Governança Corporativa Sistema de relações Estrutura de poder Guardiã de direitos Sistema normativo Governança Corporativa visão conceitual Fonte: Silva (2016, p. 30). Expressões-chave utilizadas em Governança Corporativa Fonte: Adaptado de: Andrade e Rossetti (2012, p. 117). Expressão-chave Conceito Valores Sistema de valores que rege as corporações em suas relações internas e externas. Direitos Sistema de gestão que visa preservar e maximizar o máximo retorno total, de longo prazo dos proprietários, assegurando um justo tratamento aos minoritários e a outros grupos de interesse. Relações Práticas de relacionamento entre os acionistas, os conselhos e a direção executiva que têm como objetivo maximizar o desempenho da organização. Governo Sistema de governo, gestão e controle das empresas que disciplina as suas relações com todas as partes interessadas em seu desempenho. Poder Sistema e estrutura de poder que envolve a definição da estratégia, as operações, a geração de valor e a destinação dos resultados. Normas Conjunto de instrumentos, derivados de estatutos legais e de regulamentos, que tem como objetivo a excelência da gestão e a observância dos direitos dos stakeholders afetados pelas decisões dos gestores. Equidade: também chamada pelo termo em inglês fairness, pode ser compreendida como o senso de justiça na tratativa com os acionistas, respeitando os direitos dos acionistas minoritários. Transparência: também chamada pelo termo em inglês disclosure, remete à necessidade de transparência das informações, considerando a relevância e os impactos nos negócios. Prestação de contas: também conhecida pelo termo em inglês accountability, está relacionada à necessidade de prestação de contas alinhadas às melhores práticas contábeis e de auditoria. Conformidade: também conhecida pelo termo em inglês compliance, relaciona-se ao cumprimento de normas e às regulamentações existentes a partir dos estatutos sociais, nos regimentos internos e na legislação do país. Princípios da Governança Corporativa Processos históricos que levaram ao despertar e ao aprimoramento da Governança Corporativa Fonte: Andrade e Rossetti (2012, p. 29). A formação, o desenvolvimento e a evolução O agigantamento e o poder das corporações O despertar da Governança Corporativa Do sistema capitalista Do mundo corporativo O processo de diluição do capital de controle O divórcio entre a propriedade e a gestão Os conflitos e os custos da diluição do controle, e a ascensão dos gestores como novas figuras que se estabeleceram no topo do mundo corporativo. Momentos marcantes na formação do sistema capitalista e no desenvolvimento das corporações Fonte: Andrade e Rossetti (2012, p. 57). Momento Período Características Ética calvinista Século XVI e XVII - O calvinismo foi um movimento protestante que fazia contraponto à Igreja Católica em diversas questões, inclusive econômicas. - Os calvinistas não condenavam a riqueza, pelo contrário, aprovavam a promoção e o bom uso. - Os calvinistas enxergavam a energia empresarial como inviolável e sagrada < determinação divina. Doutrina liberal Século XVIII - Doutrina que diminuía a ação e a intervenção do Estado na economia. - Os liberais acreditavam no surgimento da ”mão invisível" do mercado e no livre empreendimento. - Eles davam ênfase à propriedade privada dos meios de produção. Revolução Industrial Século XVIII - Essa revolução gerou mudanças substanciais nos modos de produção e nas relações entre os agentes econômicos. - Estabeleceu as bases tecnológicas do desenvolvimento do sistema capitalista. - Deu ênfase no desenvolvimento da indústria dos bens de capital. Tecnologia, escalas e produção em série Século XIX - Surgimento da produção em grande escala e em série. - Diversificaçao industrial, gerando grandes benefícios para a sociedade. Ascensão do capital como o fator de produção Século XIX - Ocorre a transposição histórica do poder da terra para o poder do capital (máquinas, equipamentos, prédios, ferramentas e dinheiro). - Emerge uma nova classe dominante. Surgimento das sociedades anônimas Século XIX - Surgem as sociedades em que a propriedade - ou seja, as ações - têm o seu controle fragmentado na mão de inúmeros acionistas. - Crescimento do sistema acionário e do mercado de capitais. Crash de 1929 Século XX - A Bolsa de Valores de Nova York quebra, desencadeando uma crise econômica devastadora. Desenvolvimento da Ciência da Administração Século XIX - Surgimento das escolas clássicas e neoclássicas de administração. - Surgimento das práticas japonesas de gestão. O gigantismo das corporações dos EUA, a maior economia mundial: uma visão de sua expansão histórica Fonte: Andrade e Rossetti (2012, p. 61). 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1955 1960 1970 1980 1995 2010 2013 Receitas operacionais das 500 maiores corporações em relação ao PNB (%) Dimensões consideradas (bilhões de US$ correntes) Anos 1955 1960 1970 1980 1995 2010 2013 Produto nacional bruto (a) 395,9 518,9 1.012,9 2.725,4 7.325,1 14.582,4 16.800,0 Receitas operacionais. Totais das 500 maiores companhias (b) 149,1 197,4 469,3 1.436,0 4.228,7 10.634,6 12.210,5 º/o das receitas operacionais em relação ao PNB: (b)/(a).100 37,7 38,0 46,3 52,7 57,7 73,0 72,7 Relação de agência Fonte: Andrade e Rossetti (2012, p. 85). Acionistas: Principais. Focados em: - Decisões financeiras; - Alocação de recursos; - Máximo retorno; - Riscos e diversificação. Gestores: Agentes. Focados em: - Decisões empresariais; - Domínio do negócio; - Conhecimento de gestão; - Estratégia, operações. Recursos para a capitalização; Remuneração pelos serviços. Serviços de gestão; Informações sobre as oportunidades, os resultados e os riscos. Razões para o despertar da Governança Corporativa Fonte: Andrade e Rossetti (2012, p. 102). Razões essenciais Razões adicionais externas Razões adicionais internas - Relacionamento acionistas- corporações cada vez mais conflituosos. - Questionável constituição de conselhos de administração. - Atuação da direção executiva no dia a dia das corporações. - Mudanças macroambientais influenciadas pela globalização. - Mudanças no ambiente de negócios com novas arquiteturas de poder. - Revisões institucionais forçadas por escândalos e regulamentações. - Mudanças societárias oriundas de fusões, aquisições e processos sucessórios. - Realinhamentos estratégicos com resposta à análise do ambiente de negócios. - Reordenamentos organizacionais internos. Qual da opções a seguir não se trata de um princípio da Governança Corporativa? a) Equidade. b) Resiliência. c) Transparência. d) Prestação de contas. e) Conformidade. InteratividadeQual da opções a seguir não se trata de um princípio da Governança Corporativa? a) Equidade. b) Resiliência. c) Transparência. d) Prestação de contas. e) Conformidade. Resposta Shareholders: primeiro e mais importante grupo de stakeholders; os shareholders são compostos pelos proprietários e pelos investidores. Seu interesse reside na maximização do retorno sobre os investimentos e no aumento do valor de mercado da empresa. Internos: este segundo grupo é integrado pelo Conselho de Administração, pela direção executiva e pelos demais funcionários da empresa. Têm os seus interesses voltados para a remuneração, as bonificações, a participação nos lucros, o reconhecimento e as eventuais oportunidades que venham a surgir dentro do contexto corporativo. Entorno: integram este grupo as organizações não governamentais (ONGs), o governo, a sociedade e as comunidades locais. Externos: são formados pelos credores, fornecedores e clientes. O interesse dos credores reside nos resultados positivos da empresa, de forma que as dívidas sejam liquidadas. Já os fornecedores desejam a regularidade nas relações comerciais e o desenvolvimento conjunto. Os clientes querem o preço justo e os produtos de qualidade, em conformidade com o solicitado. Stakeholders Ambiente da Governança Corporativa Fonte: Andrade e Rossetti (2012, p. 256). Propriedade Acionistas preferenciais Acionistas minoritários Acionistas controladores Assembleia geral ordinária/extraordinária Conselho de Administração Diretoria executiva Unidades de serviços compartilhados Unidades de negócios EntornoCadeia de negócios Credores Fornecedores Clientes consumidores ONGs Consumidores locais Governos Outras partes com interesses em jogo na companhia Auditoria interna Auditoria independente Comitê de auditoria Conselho fiscal Conselho fiscal “turbinado” Administração Controle Controle Auditoria e fiscalização - Supervisão - Pareceres - Orientação O ambiente de propriedade é composto pelos acionistas, que são aqueles que possuem as ações da empresa, ou seja, são os proprietários. Eles se dividem em: Acionistas minoritários: têm posse de um número pequeno de ações, sem poder suficiente nas decisões das organizações. Dividem-se entre aqueles que têm ações ordinárias (com direito ao voto) e ações preferenciais (sem direito ao voto); Acionistas majoritários: detêm a maior parte das ações. Ambiente de propriedade É o órgão soberano da Governança Corporativa em suas decisões e deliberações. Formada, exclusivamente, pelos acionistas da empresa e responsável por outorgar poderes. De forma ordinária, reúne-se para analisar a prestação de contas do ano anterior e para eleger os membros do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal. De forma extraordinária, reúne-se para deliberar sobre quaisquer outros assuntos não relacionados aos anteriores. Assembleia geral É, normalmente, composto por três ou cinco membros, em sua maioria, acionistas, que são eleitos pela assembleia geral. A sua responsabilidade reside em examinar, fiscalizar e avaliar as ações da administração, principalmente, no que tange às questões financeiras e aos seus desdobramentos. Age independentemente do Conselho de Administração, representando os acionistas na fiscalização da alta direção da empresa em seus atos. Pode denunciar as fraudes, os erros e os crimes, diretamente, para os proprietários, acionando-os por meio de uma assembleia geral extraordinária. Conselho Fiscal É considerado o guardião dos interesses, dos valores e dos princípios dos acionistas. Os seus membros são eleitos pela assembleia geral e recebem a outorga de poder para tomar as decisões estratégicas e de controle dentro da corporação. A ligação fiduciária entre os proprietários e a direção executiva da empresa se dá por meio do Conselho de Administração. É responsabilidade deste órgão monitorar o conjunto de riscos de gestão e os custos oriundos do conflito na relação de agência. No entanto, é importante destacar que algumas decisões, consideradas de alto impacto na organização, precisam ser levadas pelos conselheiros para a assembleia geral. Conselho de Administração Síntese de boas práticas dos Conselhos de Administração Fonte: Andrade e Rossetti (2012, p. 295). Aspectos destacados Boas práticas recomendadas 1. Razões de ser Órgão-chave do processo de Governança Corporativa, exercendo as funções deliberativas. Atua como guardião dos valores corporativos tangíveis e intangíveis. Comprometimento com os interesses dos shareholders: retorno e valor da companhia. 2. Focos Assuntos estratégicos: visão, propósitos, direcionadores. Atento aos riscos, às oportunidades/ameaças e às questões críticas da companhia. Monitoramento formal, crítico e construtivo, de resultados e de desvios, em relação às diretrizes e às metas. Orientação de políticas funcionais, compatibilizando-as com a estratégia de negócio. 3. Funcionamento Competências e funcionamento normalizados em Regimento Interno. Acesso irrestrito às informações: desempenho, riscos, fatos relevantes, projetos impactantes. Busca do consenso em suas decisões. Constituição de comitês como os instrumentos de apoio à administração. 4. Poderes “Mini AG” permanente. Nomeia, fixa a remuneração, avalia e destitui o CEO. Orienta a auditoria interna quanto aos seus propósitos. Contrata a auditoria independente, bem como os especialistas e os peritos, para os embasamentos técnicos necessários às suas deliberações. Outros que venham a ser estabelecidos nos estatutos sociais. 5. Dimensão e composição Constituição baseada na complementaridade dos conselheiros, quanto aos seus conhecimentos e às suas experiências. Constituição por insiders, outsiders relacionados e conselheiros independentes. Participação de membros da diretoria executiva limitada à apresentação de resultados, políticas e projetos alinhados à estratégia. Conselheiros com mandato de, no máximo, dois anos e sem reeleição automática. Separação entre os cargos de presidente do Conselho de Administração e do diretor executivo, ou seja, não deve ser a mesma pessoa a ocupar os mesmos cargos. Conselhos compostos de cinco a 11 membros. A assembleia geral deve eleger, no mínimo, três membros, podendo destituí-los a qualquer momento. Deve-se evitar a existência de um conselheiro suplente. Recomenda-se, fortemente, que existam, apenas, os conselheiros externos e independentes para dar maior isenção na atuação do colegiado. Deve-se evitar o pagamento de participação nos lucros para os conselheiros. Recomendações do IBGC para os Conselhos de Administração É a responsável pela gestão da organização, e os seus membros são escolhidos pelo Conselho de Administração. Os diretores têm a obrigação de prestar as contas e dar satisfações ao Conselho de Administração, porque recebem dele o poder para tomar as decisões. É papel da direção executiva zelar pelo alinhamento da administração aos comportamentos desejáveis pelos proprietários, buscando, sempre, a excelência operacional. Direção executiva Três âncoras da Governança Corporativa Fonte: Andrade e Rossetti (2012, p. 262). Máximo retorno total dos investimentos: - Dividendos; - Crescimento do valor da companhia. Capital investido Representação fiduciária: - Guardião dos valores corporativos; - Zelo pelos interesses dos investidores.Proprietários (princípios e propósitos empresariais alinhados) Diretoria executiva (alinhamento presidente-gestores) Conselho de Administração (Interação construtiva) Otimização de retorno total dos proprietários Poder e capacidade de influência Expectativa de resultado Guidelines para os negócios Proposição e formulação de estratégias e políticas Relatórios confiáveis de desempenho Avaliação do desempenho Direcionamento,homologação e monitoramento, das estratégias e das políticas corporativas O grupo de stakeholders composto pelos proprietários e investidores é classificado como: a) Shareholders. b) Entorno. c) Interno. d) Externo. e) Agente acionista. Interatividade O grupo de stakeholders composto pelos proprietários e investidores é classificado como: a) Shareholders. b) Entorno. c) Interno. d) Externo. e) Agente acionista. Resposta Influências de Robert Monks. Criação do Relatório Cadbury. Princípios da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Lei Sarbanes-Oxley. Marcos recentes da governança corporativa no mundo O ativismo de Monks remetem a dois dos princípios da Governança Corporativa: equidade (no que tange ao senso de justiça) e conformidade (no que diz respeito à conformidade legal). Fortalecido pela convicção de que a presença do acionista agrega valor aos negócios, Monks defendia que o traçado estratégico de muitas corporações modernas era, cada vez mais, transferido do proprietário para a direção executiva, gerando deturpações nos papéis dentro dos sistemas de governo das empresas. Influências de Robert Monks Resultados do ativismo de Robert Monks Fonte: Adaptado de: Andrade e Rossetti (2012, p. 165). Resultado visíveis Resultados de longo prazo - Revelaçao de desvios nas práticas corporativas; - Definiçao de caminhos para a prosperidade compartilhada; - Exposiçao das falhas corrigíveis por nova legislação; - Mobilizaçao de acionistas minoritários e institucionais; - Mais respeito pelos justos direitos dos proprietários. - lnstitucionalizaçao das práticas de Governança Corporativa; - Refinamento da capacidade técnica dos proprietários, especialmente, dos institucionais, de influir, positivamente, na vida das empresas; - Mais proposições normativas e mais intervenções corretivas no mercado de capitais, mais eficácia: - Das empresas, na geraçao de resultados; - Do mercado, na alocação de recursos; - Da economia, na prosperidade gerada por corporações confiáveis e justas. O Relatório Cadbury foi fruto de um trabalho desenvolvido a partir de uma iniciativa do Banco da Inglaterra em criar um comitê elaborador de um código de melhores práticas de Governança Corporativa. Esse trabalho teve a sua coordenação confiada ao Sr. George Adrian Hayhurst Cadbury, que foi presidente da Cadbury Schweppes (1965-1989) e conselheiro do Banco da Inglaterra (1970-1994). Relatório Cadbury Reuniões regulares do Conselho de Administração em vista do controle e do monitoramento da direção executiva. Os Conselhos de Administração precisam ter uma constituição mista, incluindo os conselheiros externos e independentes. Alguns conselheiros podem exercer os cargos de direção, com a remuneração claramente divulgadas, os papéis e as responsabilidades definidos, além da avaliação de desempenho previamente acordada. Os relatórios e controles devem retratar uma avaliação equilibrada e compreensível da situação da companhia. Os conselheiros que não têm cargo na direção executiva devem predominar em número no Conselho de Administração e exercer um julgamento independente sobre a estratégia, o desempenho e o destino de recursos. Recomendações do Relatório Cadbury Princípios da OCDE Fonte: Andrade e Rossetti (2012, p. 174). Crescimento das corporações Mobilização de mercado de capitais Desenvolvimento das nações Melhores práticas de Governança Corporativa As empresas devem promover os princípios da integridade e da transparência, em conformidade com as leis e as regulamentações, cooperando com a adoção das boas práticas de Governança Corporativa. Os direitos dos proprietários devem ser protegidos e deve ser garantida a sua participação ativa na assembleia geral, elegendo e destituindo os conselheiros, além de participar de decisões relevantes na corporação. O tratamento dispensado aos acionistas majoritários e minoritários deve obedecer ao princípio da equidade, além do acesso igual às informações de relevância na organização. É necessário o zelo pela participação de outras partes interessadas nas estruturas e nas ações de governança, respeitando os direitos consagrados, principalmente, de empregados e credores. O desejo de transparência tem que se transformar em ações concretas, divulgando os dados e as informações, bem preparadas e auditadas no contexto contábil da organização. Alguns princípios da OCDE de forma sintetizada A SOX surgiu em um contexto caracterizado por uma série de escândalos e fraudes envolvendo as grandes empresas com ações abertas no mercado de capitais, como a Enron, a Parmalat, a WorldCom, a Xerox, além de uma empresa de auditoria conhecida como Arthur Andersen. A lei promulgada abrange os quatro valores da Governança Corporativa (conformidade, prestação de contas, transparência e equidade) e estabeleceu uma extensa regulação na vida corporativa baseada em boas práticas de governança. Lei Sarbanes-Oxley (SOX) Existem duas seções específicas da SOX que nos encaminham ao entendimento das relações dos sistemas de controle interno com os Sistemas de Informação e o ambiente tecnológico. Nos trechos das seções 302 e 404 da SOX é possível observar uma grande preocupação com as informações financeiras e os seus sistemas de controle, bem como as responsabilidades sobre eles. Essas informações, conforme preconiza a SOX, devem ser apropriadas e ter alta disponibilidade, integridade, além de serem o mais atualizadas possíveis e acessíveis às partes interessadas. A SOX e os Sistemas de Informação Todos esses requisitos e necessidades impactam, diretamente, a área de TI. Isso ocorre porque as informações financeiras são geradas e utilizadas pelos processos de negócio. Praticamente todos os processos são automatizados por meio de Sistemas de Informação (SPT, ERP, SIG, entre outros) e executados a partir de uma infraestrutura de TI (hardware, software, banco de dados e redes de computadores) estabelecida, gerenciada e utilizada por toda a corporação. Influências da SOX na área da TI Relatório e informações financeiras Fonte: LT da disciplina. Processos de negócio automatizados Sistemas de Informação Infraestrutura de TI Necessidade de contemplar os requisitos de qualidade da informação no plano estratégico da TI. Estabelecimento de um sistema de controle interno específico para a área de TI. Reformulação da maneira como se desenvolvem as aplicações de TI utilizadas pela área financeira. Implementação de uma gestão de riscos adequada ao negócio. Estabelecimento de um conjunto de indicadores que permitem monitorar, constantemente, o desempenho dos processos de TI. Aspectos de governança da área de TI impactados pela SOX Qual das alternativas não é considerada um marco recente da Governança Corporativa? a) Influência de Robert Monks. b) Criação do Relatório Cadbury. c) Surgimento do capitalismo. d) Princípios da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). e) Lei Sarbanes-Oxley. Interatividade Qual das alternativas não é considerada um marco recente da Governança Corporativa? a) Influência de Robert Monks. b) Criação do Relatório Cadbury. c) Surgimento do capitalismo. d) Princípios da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). e) Lei Sarbanes-Oxley. Resposta Tipo de financiamento predominante; Relação entre a propriedade e o controle; Relação entre a propriedade e a gestão; Conflitos na relação de agência; Estruturas de proteção legal aos acionistas minoritários; Atuação do Conselho de Administração; Grau de liquidez da participação acionária; Origem das forças de controle mais atuantes; Maturidade da Governança Corporativa; Abrangência dos modelos de Governança Corporativa. Fatores que diferenciam os modelos de governançados países Apresenta um padrão adotado em corporações da Inglaterra, do Canadá, da Austrália e dos Estados Unidos. A principal característica desse modelo é a enorme dispersão do capital de controle, implicando em uma separação entre a propriedade e a gestão. Outra característica interessante, também, é o financiamento predominantemente via o mercado de capitais, que também está relacionado à atuação de grandes forças externas no sistema de governo da corporação. É comum afirmarmos que o modelo anglo-saxão é orientado para o mercado, por ser orientado e guiado por ele. Modelo anglo-saxão Retrata as práticas de Governança Corporativa na Alemanha, que possui cruciais diferenças quando relacionado ao modelo anglo-saxão. A primeira reside no tipo de financiamento que, no modelo alemão, é, predominantemente, bancário. Essa característica faz com que as relações entre as empresas e os bancos sejam grandes e duradouras. Outra grande diferença é o capital acionário, que é muito concentrado e tem os bancos controlando parte do capital. O modelo alemão é conhecido por ser um modelo bank oriented, ou seja, orientado aos bancos. Modelo alemão É muito parecido com o modelo alemão e é, muitas vezes, chamado de modelo nipo-germânico. Ele é utilizado em empresas japonesas e se consolidou após a Segunda Guerra Mundial, no processo de crescimento econômico japonês. A diferença em relação ao modelo alemão reside na estrutura de propriedade e gestão (geralmente, sobrepostas), na constituição e na efetividade dos Conselhos de Administração (normalmente, numerosos e com diversas funções) e em questões centrais de governança (raros conflitos de agência, por exemplo). Modelo japonês É o praticado por corporações na Índia, em Taiwan, na Coreia do Sul, na Malásia e na Indonésia. Diferentemente do Japão, que é caracterizado por práticas fortemente distintas das adotadas no mundo ocidental, nos países da Ásia emergente encontramos os processos e os sistemas de governança mais próximos dos europeus. As principais características observadas nesses países são: Conselhos de Administração reduzidos; ausência de exigência legal de separação entre os papéis de CEO e do presidente do Conselho de Administração; e a nomeação de conselheiros independentes. Modelo da Ásia emergente Representa as práticas de Governança Corporativa encontradas em corporações da Itália, da Espanha, da França e de Portugal. Uma das principais características desse modelo é a propriedade concentrada e controlada por consórcio de acionistas. Há de se acrescentar que, nesses países, há um considerável número de empresas familiares, exigindo as práticas específicas para a governança em empresas familiares. Modelo latino-europeu Agrega as práticas de Governança Corporativa utilizadas na maior parte dos países da América Latina, como o Brasil, a Argentina, o Chile, a Colômbia, o México e o Peru. Tem características que guardam semelhanças com o modelo latino-europeu, no que tange às empresas familiares e à propriedade concentrada. Outras características interessantes são: a baixa expressão no mercado de capitais; as fortes influências político-econômicas; e conflitos entre os acionistas majoritários e minoritários. Modelo latino-americano Práticas que começaram a se disseminar no final da década de 1980, fortemente influenciada por questões macroeconômicas e pela cultura nacional. Forte estrutura de propriedade familiar, favorecendo uma presença considerável do acionista controlador na administração da empresa. Entre a década de 1990 e o início da década de 2000, encontramos como marcos: o surgimento do IBGC; a criação do Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo; a influência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); a grande atuação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Nova Lei das Sociedades Anônimas. Governança Corporativa no Brasil É uma entidade sem fins lucrativos com a abrangência no território nacional que foi fundada em 1995, chamada, inicialmente, de Instituto Brasileiro de Conselheiros de Administração (IBCA). Com o intuito de promover as melhores práticas para os sistemas de governo das corporações, o IBGC lançou, em 1999, o primeiro código de melhores práticas de governança produzido no Brasil. IBGC Parte 1 (sócios): práticas relacionadas aos sócios, envolvendo o estatuto/contrato social, os mecanismos de proteção, de acordos e de práticas para a assembleia geral, dentre outras. Parte 2 (Conselho de Administração): atribuições, composição, papéis dos conselheiros, disponibilidade de tempo, avaliação do conselho e dos conselheiros, dentre outros. Parte 3 (diretoria): atribuições e papéis da diretoria, além de questões envolvendo a transparência, a remuneração e o relacionamento com as partes interessadas, dentre outros. Parte 4 (órgãos de fiscalização e controle): atribuições e papéis do comitê de auditoria, do conselho fiscal, da auditoria independente, da auditoria interna e questões voltadas para o gerenciamento de riscos, o controle interno e a conformidade. Parte 5 (conduta e conflito de interesses): padrões de conduta e comportamento aplicáveis a um ou mais agentes de Governança Corporativa, abrangendo um código de conduta, canal de denúncias, comitê de conduta, conflito de interesses, dentre outros. Código de boas práticas do IBGC As empresas consideradas familiares são caracterizadas por ter o controle e, muitas vezes, a gestão executados pela família proprietária do negócio. Uma das realidades mais desafiadoras, nessas empresas, é ter perenidade diante da sucessão de gerações no comando e demais turbulências naturais que ocorrem nas famílias. Estudos desde a década de 1980, mostravam que só 13% das empresas familiares duravam até a terceira geração, configurando-se, assim, um desafio para as famílias proprietárias de empresas. Governança Corporativa em empresas familiares Conselho de Administração Fonte: Oliveira (2015, p. 81). Conselho de família Diretoria executiva Qual é a entidade sem fins lucrativos, com abrangência no território nacional, que foi fundada em 1995, com o intuito de promover as melhores práticas para os sistemas de governo das corporações? a) BNDES. b) Bolsa de Valores. c) SOX. d) IBGC. e) Novo Mercado. Interatividade Qual é a entidade sem fins lucrativos, com abrangência no território nacional, que foi fundada em 1995, com o intuito de promover as melhores práticas para os sistemas de governo das corporações? a) BNDES. b) Bolsa de Valores. c) SOX. d) IBGC. e) Novo Mercado. Resposta ANDRADE, A.; ROSSETI, J. P. Governança Corporativa: fundamentos, desenvolvimento e tendências. São Paulo: Atlas, 2012. IBGC. Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Código das melhores práticas de Governança Corporativa. 5. ed. São Paulo: IBGC, 2015. OCDE. Os princípios da OCDE sobre o Governo das Sociedades. Edição de 2004. Disponível em: https://www.oecd.org/daf/ca/corporategovernanceprinciples/33931148.pdf Acesso em: 16 jun. 2021. OLIVEIRA, D. P. R. Governança corporativa na prática: integrando acionistas, Conselho de Administração e diretoria executiva na geração de resultados. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2015. SILVA, E. C. da. Governança corporativa nas empresas: guia prático de orientação para acionistas, investidores, conselheiros de administração e fiscal, auditores, executivos, gestores, analistas de mercado e pesquisadores. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2016. Referências ATÉ A PRÓXIMA!
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