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Miíases em Animais Domésticos
As moscas estão inseridas no Reino Animalia, Filo Arthropoda e Classe Insecta. Pertencem à Ordem Díptera, caracterizada por apresentar um par de asas membranosas. Apresentam três regiões: cabeça, tórax e abdome. Possuem, em geral, atividade diurna e, após copular, põem os ovos. A larva, após a eclosão, passa a se alimentar. As moscas realizam metamorfose completa, caracterizando-se por desenvolver ovo, larva, pupa e adulto.
Na fase larvária, a maioria se alimenta no solo de detritos orgânicos presentes em fezes e lixo. Existem ainda moscas cujas larvas se alimentam de tecidos vivos ou necrosados, podendo ser classificadas como:
· Larvas biontófagas: alimentam-se de tecidos vivos – verdadeiros parasitos.
· Larvas necrobiontófagas: alimentam-se de tecidos mortos – feridas necrosantes e cadáveres (importância em medicina legal).
Já na fase adulta, a depender da espécie da mosca, possuem hábitos alimentares diversos, caracterizados como:
· Alimentam-se de lixo, esterco e substâncias açucaradas → Musca domestica.
· São hematófagas → Stomoxys calcitrans, Haematobia irritans.
· Não se alimentam → Dermatobia hominis.
Tais parasitas podem causar doenças pela picada, pela deposição de ovos na pele do animal e pela transmissão de diferentes patógenos. As principais espécies de moscas são: Musca domestica, Haematobia irritans, Stomoxys calcitrans, Cochliomyia hominivorax, Cochliomyia macellaria, Dermatobia hominis, Oestrus ovis, Gasterophilus nasalis e Gasterophilus intestinalis.
Musca domestica: mosca considerada não picadora, é responsável por carrear em suas patas ovos de helmintos e cistos de protozoários. As moscas desta espécie são consideradas hospedeiros intermediários de Habronema muscae que penetram em equinos, podendo causar lesões cutânea e gástrica.
Haematobia irritans: também é conhecida como mosca-dos-chifres. Quando adulta, apresenta hábitos hematófagos e parasita preferencialmente bovinos e bubalinos (búfalos), mas também pode parasitar equinos, ovinos e suínos. Possui as seguintes características: sua picada dolorosa causa irritação; formação de feridas, as quais podem evoluir para miíases; redução na produção de leite; perda de peso pode chegar a 60 mL/dia; parasita com maior frequência animais de pelos escuros; é vetor de diversos protozoários, entre eles, os agentes causadores das tripanossomíases. Além disso, é considerado um importante vetor do agente causador de Berne.
Stomoxys calcitrans: também é conhecida como mosca-dos-estábulos e “mutuca”. Seu principal hospedeiro é o equino. Picadas sucessivas causam feridas nos animais, emagrecimento e diminuição da lactação. Tem hábitos hematófagos e pode transmitir mecanicamente os seguintes agentes: Trypanosoma equinum, Trypanosoma evansi, Habronema micróstoma. É o agente causador da Anemia Infecciosa Equina.
Além dessas moscas, outras podem causar as miíases, definida como a invasão de tecidos animais por larvas de moscas que se alimentam de secreções mucosas, tecidos e restos de tecidos necrosados. São divididas em:
· Miíase primária ou obrigatória: larvas se desenvolvem somente em tecidos vivos (biontófagas) → Cochliomyia hominivorax e Dermatobia hominis.
· Miíase secundária ou facultativa: larvas se alimentam de tecido necrosado (necrobiontófagas) → Cochliomyia macellaria e o Gênero Lucilia.
· Miíase cavitária: larvas fazem postura ou completam seu ciclo evolutivo no interior de cavidades orgânicas → Oestrus ovis, Gasterophilus nasalis e Gasterophilus intestinalis.
Cochliomyia hominivorax: é considerado um ectoparasita obrigatório que infecta animais domésticos, silvestres e humanos. É conhecida como varejeira azul ou varejeira verde. As larvas conseguem penetrar em cavidades do corpo originando miíases cavitárias (nasal, ocular, auricular, vaginal, anal etc.). Em bezerros, ocasiona miíases umbilicais (a oviposição ocorre na ferida umbilical) e gengivais (gengiva dos animais em período de lactação). O tratamento se fundamenta na remoção das larvas, além da aplicação de inseticidas e antibiótico, quando necessário. Seu controle se baseia em cuidados de manejo, como manipulação correta do gado quando for realizar castração, descornamento e marcações.
Dermatobia hominis: pode ocasionar uma doença conhecida vulgarmente como. As larvas se alimentam do exsudato que se acumula na lesão. Seu controle é bem difícil, já que possui uma grande diversidade de hospedeiros alternativos, tanto domésticos quanto selvagens, além de um número variado de espécies de insetos vetores de seus ovos.
Lucilia spp.: possui uma coloração verde metálica ou azul intenso. Há as seguintes espécies:
· Lucilia cuprina: espécie de ampla distribuição, cor verde acobreada, comum em terrenos baldios.
· Lucilia eximia: ocorre desde o sul dos EUA até o Chile, cor verde metálica, comum em zonas rurais.
· Lucilia sericata: espécie cosmopolita, cor verde metálica, mais encontrada em zonas urbanas.
As larvas se desenvolvem, usualmente, em matéria orgânica em decomposição (lixo, esterco, cadáveres), em carnes de açougues e matadouros. Entretanto, podem ser invasoras secundárias de ferimentos e atingem tecidos necrosados de hospedeiro vivo.
Outras larvas são causadoras de miíases cavitárias: Oestrus ovis (cavidades nasais e seios frontais), Gasterophilus nasalis (cavidade nasal) e Gasterophilus intestinalis (trato gastrointestinal). Podem apresentar descarga nasal (bilateral), inicialmente clara, evoluindo para serosa com sangue, mucosa e mucopurulenta. As larvas irritam a mucosa nasal, provocam inflamação e produção de muco, podendo ocorrer invasão dos pulmões, causando pneumonia.

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