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II Conceituação e metodos dos estudos de avaliação de Impactos Ambientais

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Avaliação de 
Impactos Ambientais
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Edson Victor de Souza
Revisão Textual:
Maria Cecília Andreo
Conceituação e Métodos dos Estudos 
de Avaliação de Impactos Ambientais
Conceituação e Métodos dos Estudos 
de Avaliação de Impactos Ambientais
 
 
• Apresentar os principais métodos de Estudo de Impacto Ambiental para dar subsídios 
importantes para o profissional de meio ambiente coordenar e elaborar um Estudo de 
Impacto Ambiental;
• Conhecer os métodos mais utilizados para esse processo.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Introdução;
• Fundamentos da Metodologia 
de Estudo de Impacto Ambiental (EIA);
• Seleção da Metodologia.
UNIDADE Conceituação e Métodos dos Estudos 
de Avaliação de Impactos Ambientais
Contextualização
Nesta unidade, serão apresentados os principais métodos de Estudo de Impacto Am-
biental para dar subsídios importantes para o profissional de meio ambiente coordenar e 
elaborar um Estudo de Impacto Ambiental e conhecer os métodos mais utilizados para 
esse processo.
Como sabemos, o Estudo de Impacto Ambiental é um instrumento de planejamento 
e tem como finalidade identificar, prever e interpretar os efeitos de determinada ação 
humana sobre o ambiente.
No início da década de 1960, houve a crescente sensibilidade de estudiosos, acadê-
micos e gestores públicos apontando a necessidade urgente da criação de instrumentos 
capazes de complementar e ampliar a eficiência dos já tradicionais Estudos de Impacto 
Ambiental, utilizados no licenciamento ambiental de atividades e empreendimentos.
Com a consolidação dos conceitos de impactos ambientais, verificou-se que a ava-
liação poderia ser realizada com objetividade. Para tanto, a avaliação deve ter carac-
terísticas técnicas regulamentadas pelo poder público e traduzidas em um documento 
acessível a vários segmentos da sociedade interessados no processo de licenciamento.
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), por meio da Resolução 001/86, 
definiu como deve ser feita a Avaliação de Impacto Ambiental (EIA), criando duas figu-
ras utilizadas no Brasil: o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto 
Ambiental (RIMA).
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Introdução
A partir da Resolução Conama 01/86, em que ficou instituída a necessidade do 
Estudo de Impacto ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), os ins-
trumentos e métodos apresentaram um aperfeiçoamento tecnológico e técnico. Isso se 
deu tanto em relação às exigências impostas pelo corpo técnico dos órgãos ambientais 
como pelos avanços obtidos pelas empresas de consultoria que elaboram esses docu-
mentos. As atividades que necessitam de licenciamento são elencadas nessa Resolução 
01/86, entretanto, outras atividades podem ser incluídas e estabelecidas pela autoridade 
ambiental local.
O quadro a seguir apresenta um resumo do conteúdo mínimo necessário em um 
Estudo de Impacto Ambiental.
Quadro 1
O EIA deverá apresentar 
o seguinte conteúdo 
mínimo
• Informações gerais do empreendedor (identificação, histórico, loca-
lização etc.);
• Caracterização do empreendimento (objetivos, etapas de implanta-
ção, porte etc.);
• Área de influência do empreendimento;
• Diagnóstico ambiental da área de influência – análise dos meios físico, 
biológico e socioeconômico;
• Análise dos impactos e suas alternativas – identificação, previsão de 
magnitude e importância dos impactos relevantes prováveis;
• Definição de medidas mitigadoras dos impactos negativos;
• Definição de programa de acompanhamento e monitoramento dos 
impactos e das medidas mitigadoras.
Os problemas ambientais hoje são complexos e graves e se questiona o potencial 
produtivo dos ecossistemas e a sobrevivência dos seres vivos. Essa realidade registrada 
na história recente da civilização projeta na atualidade uma discussão entre o modelo 
de desenvolvimento econômico com caráter consumista e a preservação do ambiente.
Fundamentos da Metodologia 
de Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
Existem muitos métodos disponíveis para a avaliação de impacto ambiental, muitos 
são resultado de outros já existentes. Há métodos adaptados de técnicas de planejamento 
regional, de estudos econômicos ou estudos de ecologia. Como exemplo, pode-se citar a 
análise de potencialidade de utilização do solo e de usos múltiplos de recursos naturais. 
Destaca-se que alguns foram concebidos considerando os requisitos legais envolvidos, 
como o método das matrizes e das redes de interação. 
Os métodos são necessários para disciplinar os raciocínios e os procedimentos desti-
nados a identificar os agentes causadores e as respectivas modificações decorrentes de 
uma ação ou conjunto de ações (BRAGA, 2005).
9
UNIDADE Conceituação e Métodos dos Estudos 
de Avaliação de Impactos Ambientais
No entanto, os métodos passaram a se tornar cada vez mais específicos, à medida 
que o conhecimento foi se aprofundando, permitindo tipificar causas e efeitos corres-
pondentes nos diferentes segmentos do ambiente, em razão de intervenções também 
específicas. Assim, tem-se, atualmente, métodos elaborados e detalhados de modo a 
avaliar impactos de empreendimentos dos mais diferentes tipos, como usinas e indús-
trias com vários processos de produção; rodoviárias; habitacionais; obras hidráulicas e 
sanitárias; etc.
Embora existam muitos métodos para a Avaliação de Impacto Ambiental, nenhum 
abrange todas as atividades ou possibilita a análise de quaisquer tipos de projetos ou 
sistemas ambientais.
Munn, apud Braga, resume como atributo desejável de um método sua capacidade 
de atender às seguintes funções na avaliação de impactos:
• Identificação;
• Predição;
• Interpretação;
• Comunicação;
• Monitoramento.
Outro aspecto importante é que o método caracterize os impactos, a sua relevância 
e magnitude.
Ainda assim, um método que atendesse a todas as características referidas, mas fosse 
inadequado no processo decisório por ser de difícil comunicação fora do aspecto técnico, 
já não cumpriria a função fundamental que se esperava dele. No entanto, as técnicas de 
comunicação, algumas delas elaboradas para facilitar a comunicação em audiências pú-
blicas para avaliação de impactos ambientais, a facilidade de estabelecer a comunicação 
e favorecer o entendimento do público podem ser fatores fundamentais na decisão do 
método a ser utilizado.
Para o conhecimento e a formação dentro dessa disciplina de Avaliação de Impacto 
Ambiental, são descritos a seguir os principais métodos de AIA.
Método Ad Hoc
No método Ad Hoc, o foco está em reuniões promovidas com técnicos e cientistas espe-
cializados, com conhecimentos teóricos e práticos na área do empreendimento analisado.
Em tais reuniões, podem ser utilizados questionários que são respondidos previa-
mente pelas pessoas com interesse no assunto e circunstancialmente com formação 
científica ou profissional com relação ao tema sob análise, para subsidiar os pareceres 
dos especialistas.
As reuniões são direcionadas para permitir uma visão integrada das questões am-
bientais, no sentido de obter o mais rápido possível as informações a respeito dos im-
pactos prováveis para possibilitar a classificação de alternativas. No entanto, tal método 
é passível de críticas, em razão da subjetividade envolvida nas opiniões e do risco de ser 
tendencioso desde a avaliação até a escolha dos participantes.
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Esse método apresenta vantagens e desvantagens, como descrito a seguir:
• Vantagens: é um método rápido para identificar os prováveis impactos e viabilizar 
a aplicação, mesmo com poucas informações ;
• Desvantagens: é um método vulnerável aos itens subjetivos e tendencioso na 
escolha dos participantes.
Na sequência, apresenta-se um exemplo resumido, em forma de tabela, que ilustra a 
aplicação desse método, qualificando os impactos sobre alguns componentes ambientais.
Tabela 1 – Impacto ambiental
Área ambiental EL EP EN B EA P CP LP R I
Vida selvagem x x x
Espécies ameaçadas x
Vegetação x x x
Vegetação exótica x
Característicasdo solo x
Drenagem natural x
Água subterrânea x X
Ruído x x
Áreas virgens x x x x
EL – Efeito Nulo; EP – Efeito Positivo; EN – Efeito Negativo; B – Efeito Benéfico; EA – Efeito Adverso; P – Problemático; CP – Curto Prazo; LP – Longo 
Prazo; R – Reversível; I – Irreversível.
O principal exemplo desse método é o Delfos, que tem como característica a aplica-
ção para a tomada de decisão de empresários e autoridades governamentais, em que, a 
partir da escolha de especialistas, são preparados questionários, buscando o consenso 
em relação aos problemas identificados. 
Método das listagens de controle (checklist)
As listagens de controle são uma evolução natural do método anterior. Especialistas 
preparam uma lista de fatores ambientais com potencial de afetar o meio ambiente pelas 
ações propostas. Essas listagens tornaram-se disponíveis para os empreendimentos e 
acessíveis por meio de bibliografia especializada.
Esse método apresenta vantagens e desvantagens, como descrito a seguir:
• Vantagens: aplicação simples e reduzida exigência na informação e nos dados;
• Desvantagens: esse método não faz previsão ou identifica impactos de segunda ordem.
Na sequência, são apresentadas divisões do método: listagens descritivas, listagens 
comparativas, listagens em questionário e listagens ponderais.
Listagens descritivas
Esse método é muito utilizado para orientar a elaboração de avaliações de impacto 
ambiental. A listagem descritiva correlaciona ações, componentes ambientais e as carac-
terísticas que podem ser modificadas. Esse método reúne informações sobre as técnicas 
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UNIDADE Conceituação e Métodos dos Estudos 
de Avaliação de Impactos Ambientais
mais adequadas de medição e previsão dos indicadores ambientais e a ponderação rela-
tiva dos impactos.
A tabela a seguir apresenta um exemplo de listagem de controle descritiva empregada 
em estudo de impacto ambiental. Os impactos potenciais estão relacionados na primeira 
coluna e as respectivas fontes de informações e técnicas de previsão a serem utilizadas 
para avaliação são mostradas na coluna seguinte.
Tabela 2 – Parte de uma listagem de controle descritiva – Fatores ambientais 
Impactos potenciais
Dados necessários
Fontes de informação
Técnicas de previsão
Qualidade do ar/Saúde
Alterações nas concentrações de poluentes no ar pela fre-
quência de ocorrência e número de pessoas ameaçadas.
Concentrações atuais ambientais, emissões atuais e pre-
vistas, modelos de dispersão, mapas demográficos.
Qualidade do ar/ Incômodo
Alterações na ocorrência de incômodos visuais (fumaça, 
névoa) ou odores e número de pessoas afetadas.
Alterações dos níveis de ruído e frequência da ocorrência e 
número de pessoas incomodadas.
Amostragens com cidadãos, processos industriais previsí-
veis, volume de tráfego.
Alterações no tráfego ou outras fontes de ruído e em 
barreiras de som: modelos de propaganda de ruídos, nor-
mógrafos, relacionando níveis de tráfego, barreiras etc. 
Pesquisas e amostragens com cidadãos ou atual opinião 
quanto aos níveis de ruído.
Qualidade da água
Alterações nos usos permitidos ou tolerados da água e 
número de pessoas afetadas, por corpo de água relevante.
Efluentes existentes e previstos, concentrações atuais am-
bientes, modelos de qualidade da água.
Fonte: Adaptado de SILVEIRA, MOREIRA, apud BRAGA, 2005
Listagens comparativas
A listagem comparativa é uma evolução das anteriores. Houve, no entanto, a incor-
poração de critérios de relevância aos indicadores ambientais. Constantemente, essas 
listagens são específicas para cada caso em estudo. Em alguns modelos do método, a 
duração do impacto também é considerada. Normalmente, a intensidade cresce com o 
número ou ordem alfabética da letra.
Nos Estados Unidos, por exemplo, foi desenvolvido um tipo de listagem comparativa 
que passou a ser usado também em outros países. O US Forest Service desenvolveu 
uma listagem associada a critérios de relevância, composta de fatores ambientais, bem 
como socioeconômicos, qualidade da água e habitats e vida selvagem, acompanhados 
de fatores desejáveis ou que sejam padrão para cada um deles (SILVEIRA; MOREIRA, 
1987, apud BRAGA, 2005).
Você Sabia?
O US Forest Service é uma agência do Departamento de Agricultura dos EUA que administra 
as 154 florestas nacionais e 20 pastagens nacionais. 
Assim que o impacto previsto ultrapassa os valores estabelecidos, apresenta-se uma 
situação a ser considerada na análise ambiental.
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Principais características desse método:
• Padrões estabelecidos de acordo com as características do empreendimento, crité-
rios de relevância e fatores ambientais;
• A dimensão em relação ao tempo é considerada;
• Ao aplicar esse método, é possível estabelecer a hierarquia entre as alternativas 
quanto aos impactos introduzidos por cada uma sobre os diversos componentes 
ambientais. O método, no entanto, não revela a hierarquia das alternativas no total 
dos impactos.
Listagens em questionário
A listagem em questionário procura resolver uma falha dos métodos anteriores, 
que consideram os impactos de um projeto isoladamente, sem levar em consideração 
as interdependências.
São realizados questionários com instruções para preenchimento e a classificação 
dos impactos resultantes das ações descritas. A listagem é separada em categorias gené-
ricas, como doenças, ecossistemas aquáticos etc.
Listagens ponderais
As listagens ponderais são uma evolução das listagens de controle comparativas. São 
conhecidas como método de Battelle (ou Environmental Evaluation System – EES), que 
melhor representa as listagens ponderais.
É um método baseado na listagem de parâmetros ambientais. Nas listagens ponde-
rais, é colocada em uma atribuição de pesos a importância de cada um dos parâmetros 
em relação à soma dos impactos do empreendimento. Uma equipe multidisciplinar é so-
licitada para obter a distribuição de pesos entre os parâmetros e desenvolver as funções 
e valores dos índices de qualidade ambiental.
O método de avaliação ambiental de Battelle é o mais expressivo das listagens pon-
derais e apresenta as seguintes características principais:
• Ao mesmo tempo é abrangente e seletivo;
• Muito objetivo para comparar alternativas;
• Não permite a interação dos impactos;
• Permite a previsão de magnitude;
• Não distingue a distribuição temporal.
Os métodos que apresentam pesos como medida de avaliação dos impactos têm 
algumas fragilidades, tais como:
• Com a transformação em números, uma parte das informações se perde. Não se sabe 
se os pesos dados aos atributos ambientais serão representantes na realidade futura;
• A distribuição dos impactos entre os diferentes segmentos da população não é iden-
tificada;
• As medidas para a atenuação dos impactos não são evidenciadas.
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UNIDADE Conceituação e Métodos dos Estudos 
de Avaliação de Impactos Ambientais
Método da superposição de cartas
É um método de confecção de cartas temáticas referentes aos fatores ambientais 
que são afetados pelas alternativas, como tipo de solo, cobertura vegetal, geologia etc. 
Os resultados produzidos pelas informações são elencados de acordo com o conceito de 
fragilidade, dando origem às cartas de restrição ou potencial de uso.
Com a ampliação da computação gráfica e sensoriamento associada a sistemas de 
informações geográficas digitalizadas, esse método tem ganhado bastante espaço. Atu-
almente, é possível a produção de cartas de restrição de aptidão que são permanente-
mente atualizadas.
O principal exemplo de aplicação é o Método Mc Harg, utilizado inicialmente para 
a avaliação ambiental de rodovias, objetivando identificar e propor soluções de modo a 
proteger os aspectos sociais.
Método de redes de interação
Com a necessidade de identificar os impactos indiretos ou de ordem inferior, surgiram 
as redes de interação. Os impactos primários ou diretos são os impactos provenientes 
do projeto, como obras e equipamentos, e os impactos indiretos são os impactos decor-
rentes do resultado do projeto,como a mudança de intensidade do tráfego. Os impactos 
diretos são mais fáceis de avaliar, já para os indiretos a dificuldade de avaliação é maior, 
pois são induzidos e dependentes de previsão, com um número maior de variáveis.
Uma das maiores vantagens desse método é a identificação das ações que vão contri-
buir para a magnitude do impacto. No entanto, da forma como as redes são construídas, 
elas só abrangem os impactos negativos.
O principal exemplo de aplicação é o método impacto, elaborado pelo US Forest 
Service, aplicado para projetos florestais.
Método das matrizes de interação
Esse método é a evolução das listagens de controle. Os fatores ambientais são dispos-
tos em coluna, enquanto nas linhas são representadas as ações decorrentes de um projeto. 
É possível relacionar os impactos de cada ação nas quadrículas resultantes do cruzamento 
das colunas com as linhas, preservando-se as ações de causa e efeito (BRAGA, 2005).
Cada uma das ações é elencada nas filas das matrizes e, ao percorrê-las, é possível 
detectar as potencialmente responsáveis pelo maior número de impactos. Para configu-
rar o potencial de impacto de cada ação, são utilizados indicadores que qualificam ou 
quantificam os impactos, podendo-se, então, propor medidas mitigadoras aos impactos 
adversos ou amplificar os impactos benéficos.
No entanto, as matrizes são tão vulneráveis e sujeitas a riscos como todos os métodos 
já vistos, pois as dificuldades para definir critérios de relevância e ponderação de indica-
dores ambientais as colocam nessa posição.
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Uma das matrizes mais utilizadas é conhecida como Matriz de Leopold. É realizado 
o cruzamento de 88 componentes (ou fatores) ambientais e 100 ações potencialmente 
alteradoras do ambiente, resultando em 8.800 quadrículas (BRAGA, 2005). São indica-
dos algarismos que variam entre 1 e 10 em cada uma dessas quadrículas e que corres-
pondem à magnitude e à importância do impacto. O número 1 corresponde à condição 
de menor magnitude, ou seja, mínimo de alteração ambiental e de menor importância, 
ou seja, mínima significância da ação sobre o componente ambiental considerado. Já o 
número 10 corresponde aos valores máximos desses atributos. O sinal + ou – na frente 
dos números mostra se o impacto é benéfico (+) ou adverso ( –). Como nos demais mé-
todos mencionados anteriormente, esses valores apresentam o risco da subjetividade.
Nesse método, cabem também muitas das observações feitas anteriormente a outros 
métodos, como:
• A generalidade da abrangência limita a aplicabilidade caso a caso;
• Com esse método, chega-se a uma matriz com quantidade muito alta de quadrícu-
las preenchidas, dificultando a interpretação e a visualização dos impactos, sendo, 
portanto, necessária uma nova seleção para eliminar os de menor significância;
• A matriz foi gerada para projetos com impactos e por territórios de grandes exten-
sões, não sendo eficiente no caso de projetos urbanos.
Método dos modelos de simulação
Os modelos de simulação matemática caracterizam-se por representar a realidade, a 
estrutura e o funcionamento dos sistemas ambientais, inter-relacionando os fatores físi-
cos, biológicos e socioeconômicos (BRAGA, 2005). Esses modelos são baseados na defi-
nição de objetivos, na escolha das variáveis estabelecendo a interpretação dos resultados.
Ao fazer as simulações para as várias alternativas, conhece-se o estado ambiental an-
tes e depois da implantação de cada alternativa, por meio das variáveis que caracterizam 
cada componente ambiental.
Esse método apresenta as seguintes desvantagens:
• Existe a dificuldade de encontrar dados disponíveis com a representatividade que o 
desenvolvimento do modelo necessita;
• Necessidade frequente de empregar relações simplificadas entre as variáveis, em ra-
zão da complexidade dos fenômenos representados ou de limitações computacionais;
• Dificuldade de incorporar fatores como os fatores estéticos, sociais e outros;
• Possibilidade de induzir as decisões.
Apesar dessas restrições, esses modelos de simulação são bem versáteis para com-
parar alternativas, permitindo fazer projeções temporais, e promovem a comunicação 
interdisciplinar incorporando as variáveis (BRAGA, 2005).
O principal exemplo de aplicação é o Método KSIM (Kane Simulation Model), utilizado 
em análises de impactos ambientais de atividades que necessitam do tratamento de va-
riáveis qualitativas e quantitativas, bem como da avaliação de seus aspectos interativos.
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UNIDADE Conceituação e Métodos dos Estudos 
de Avaliação de Impactos Ambientais
Método da análise benefício-custo
Por meio desse método, são computados custos e benefícios de um empreendimento 
ou de suas alternativas, objetivando compará-los e ordená-los a partir da relação benefí-
cio-custo ou mesmo do benefício líquido.
Como desvantagens, o método tem dificuldade na avaliação, na busca de um mesmo 
padrão de medida monetário dos bens e serviços ambientais gerados (caracterizados 
como os benefícios ambientais) e dos bens e serviços utilizados ou comprometidos para 
a implantação do empreendimento (custos ambientais).
Método da análise multiobjetivo
Esse método está baseado na definição dos objetivos que deverão ser considerados 
em uma situação de decisão. 
De forma geral, o método multiobjetivo pode ser colocado em forma de hierarquia, 
ou seja, um objetivo muito genérico pode ser atendido por objetivos específicos que são 
quantificados por atributos. Atributos podem ser entendidos como um aspecto mensurável 
de julgamento pelo qual uma variável de decisão pode ser caracterizada.
Combinação de métodos
Atualmente, há tendência em adotar a combinação de dois ou mais métodos, adap-
tando-os às especificidades dos empreendimentos e das áreas a serem afetadas. Essa 
metodologia é bastante indicada para avaliar impactos negativos de projetos, sendo 
rápida, de baixo custo e de boa visualização. Como aplicação do método, pode-se uti-
lizar o Local Environmental Sensitivity Program (LESA), desenvolvido em Israel, que 
consiste em três conjuntos de mapas (de uso e ocupação do solo, de recursos naturais 
e de impactos ambientais prováveis dos usos selecionados), além de um questionário de 
avaliação dos impactos.
Seleção da Metodologia
A seleção da metodologia escolhida para a avaliação dos impactos ambientais é es-
pecífica para cada caso que se apresenta e deve partir da comparação entre os métodos 
de aplicação existentes. Os métodos descritos anteriormente utilizam técnicas diversas 
para a qualificação e quantificação dos impactos, assim como para comparar as alter-
nativas de projeto.
Ao analisar cada um dos métodos apresentados, ficam em evidência os diferentes 
graus de subjetividade envolvidos na sua aplicação e as dificuldades de quantificação.
O melhor caminho para a seleção do método mais adequado a ser utilizado na ava-
liação ambiental é o diálogo entre os profissionais com formação ambiental, e que estão 
familiarizados com as tecnologias, e os especialistas envolvidos no empreendimento.
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Independentemente do tipo de método escolhido, a AIA consiste em classificar os 
impactos ambientais. Conforme determinado no inciso II do artigo 6º da Resolução 
Conama 01/86, a análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas deve 
ser realizada por meio de identificação, previsão da magnitude e interpretação da im-
portância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e ne-
gativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e em médio e longo prazos, 
temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas 
e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais.
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UNIDADE Conceituação e Métodos dos Estudos 
de Avaliação de Impactos Ambientais
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Caderno de Licenciamento Ambiental elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente
https://bit.ly/2Mp3H41
 Leitura
Metodologiasde identificação de impactos ambientais e matrizes de impacto ambiental
https://bit.ly/39dbo6q
Matriz simplificada para avaliar impactos ambientais em pequenas centrais hidrelétricas (PCH)
https://bit.ly/39dJA1O
Método para Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) em 
projetos de grande porte: estudo de caso de uma usina termelétrica
https://bit.ly/2Mp3s97
18
19
Referências
BASSO, L. A.; VERDUM, R. Avaliação de Impacto Ambiental, EIA e RIMA como 
instrumentos técnicos de gestão ambiental. Porto Alegre: Ed. da Universidade 
UFRGS, 2006.
BRAGA, B.; HESPANHOL, I.; CONEJO, J. G. L., et al. Introdução à engenharia 
ambiental. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
PHILIPPI JR., A.; ROMÉRO, M. A.; BRUNA, G. C. Curso de gestão ambiental. Barueri: 
Manole, 2004.
SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. 2. ed. São 
Paulo: Oficina de Textos, 2013.
19

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