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Tecido Epitelial
Especializações de membrana para a superfície livre da célula (domínio apical):
As células epiteliais podem apresentar especializações na sua superfície em contato com o meio externo. Tais especializações podem ser de vários tipos, como a planura estriada, a borda em escova, os estereocílios e os cílios.
· Planura estriada: É a designação conferida, ao microscópio de luz, às microvilosidades das células epiteliais de origem endodérmica. Essas projeções regulares da membrana das células epiteliais voltadas para a superfície livre encontram-se sustentadas por um eixo central de filamentos de actina dispostos paralelamente e de forma ordenada. Tais filamentos de actina estão interligados entre si pela fascina e fibrilina e associados à membrana plasmática através de pequenas moléculas de miosina. Na extremidade distal da microvilosidade, os filamentos de actina se ancoram à membrana através da vilina. Tem função de absorção.
· Borda em escova: É a designação conferida as microvilosidades das células epiteliais de origem mesodérmica, como nas células epiteliais que revestem o túbulo contorcido proximal do rim. NÃO É VISTA EM MICROSCOPIA DE LUZ!
· Estereocílios: Correspondem às microprojeções longas, ramificadas ou não, que diferem dos cílios por não apresentarem um arranjo de microtúbulos em seu interior. Os estereocílios tem a função de absorção e estão presentes nas células de revestimento do epidídimo e do ducto deferente do sistema genital masculino.
· Cílios: São projeções com diâmetro de 0,2µm e comprimento de 7 a 10µm, que se projetam da superfície apical de determinadas células epiteliais. A movimentação dos cílios é possível graças a uma organização especial dos elementos do citoesqueleto. Em corte transversal, o cílio revela uma estruturação própria, sendo formado por nove pares de microtúbulos unidos a um par central de proteínas especiais (9x2 + 2). Os cílios facilitam o transporte de muco e outras substâncias sobre a superfície do epitélio das vias respiratórias, atuando também no deslocamento de certas células, como do ovócito ou do próprio zigoto ao longo da tuba uterínica. 
Especializações da superfície lateral (domínio lateral):
As células epiteliais entram em contato umas com as outras e, nessa região, as células se unem através de complexos juncionais que podem ser de diversos tipos:
· Junções oclusivas (zonula ocludens): Unem as células epiteliais entre si e formam uma barreira relativamente impermeável devido a fusão dos folhetos externos das membranas plasmáticas de células contíguas e, consequentemente, obliteração do espaço intercelular. Através da junção oclusiva, o trânsito de material pelo espaço intercelular através do epitélio é impedido.
· Junções de ancoragem ou de aderência: Participam na manutenção da adesão célula-célula ou na adesão célula-lâmina basal. Há dois tipos de junção de aderência. O primeiro tipo de junção forma um cinturão ao redor das células epiteliais na região subapical (zonula adherens); o outro tipo de junção de aderência ocorre como contatos focais e é representado pelos desmossomos, que une a membrana de células contíguas. Nesses dois tipos de especializações, a participação de elementos do citoesqueleto é fundamental para a manutenção da aderência celular.
· Junções comunicantes (nexus ou gap junction): Permitem o trânsito de íons ou de moléculas sinalizadoras entre as células, devido à formação de canais intercelulares também denominados conexônios
Especializações de superfície basal (domínio basal):
Na superfície ou domínio basal, onde a célula epitelial se associa à membrana basal, os hemidesmossomos auxiliam na fixação da membrana plasmática à lâmina basal (um dos componentes da membrana basal). 
Membrana basal 
Ao microscópio de luz, a membrana basal pode ser visualizada após emprego de técnicas histoquímicas especiais, tais como: a impregnação pela prata (impregnação argêntica) e o método do ácido periódico e reativo de Schiff. De fato, essas duas técnicas evidenciam as glicoproteínas associadas às fibras reticulares que formam a lâmina reticular da membrana basal. Atualmente, outras técnicas especiais também podem ser empregadas, como as técnicas de imuno-histoquímica que utilizam anticorpos específicos para detectar os elementos constituintes da lâmina basal. OU SEJA, NÃO CONSEGUIMOS VÊ A MEMBRANA BASAL NA MICROSCÓPIA DE LUZ, APENAS VEMOS A INTERFACE INTERMÉDIARIA ONDE ESTARIA LOCALIZADA A MEMBRANA BASAL.
A membrana basal se localiza na interface entre o epitélio e o tecido conjuntivo subjacente, logo abaixo da região basal de todos os epitélios. Tanto o epitélio quanto o tecido conjuntivo subjacente participam na formação da membrana basal, que é uma especialização de elementos da matriz extracelular e apresenta na sua constituição glicoproteínas, glicosaminoglicanos e proteínas. Além disso, a membrana basal atua como elemento de interface entre as células parenquimatosas (elementos que correspondem ao componente funcional de um determinado tecido/órgão) e o estroma (elementos de sustentação de um tecido e/ou órgão). Com o auxílio da microscopia eletrônica é possível verificar que a membrana basal é constituída por uma lâmina basal, de origem epitelial, e uma lâmina reticular, de origem conjuntiva. 
· Lâmina basal: Apresenta cinco componentes principais: colágeno tipo IV, laminina, heparansulfato, entactina e fibronectina. Nas micrografias eletrônicas, a lâmina basal exibe duas regiões distintas: a lâmina lúcida, localizada logo abaixo do epitélio, e a lâmina densa, ambas com 50nm de espessura. A lâmina lúcida consiste principalmente de glicoproteínas extracelulares (a laminina e a entactina), além das integrinas e das desmogleínas, que fixam a membrana plasmática da célula epitelial à lâmina densa. A lâmina densa compreende a uma rede formada pelo colágeno tipo IV associado ao proteoglicano perlecano, o qual possui em suas cadeias laterais de heparansulfato o sítio de ligação para a fibronectina. A laminina também está presente na lâmina basal e possui sítios de ligação para o colágeno tipo IV, para o heparansulfato e para integrinas (proteínas da membrana da célula epitelial). Dessa forma, é através desses elementos que a célula epitelial permanece aderida à lâmina basal.
· Lâmina reticular: É formada por feixes de fibrilas colagenosas, predominantemente de colágeno tipo III (classicamente diagnosticadas como fibras reticulares), e fibrilas colagenosas de colágeno tipo VII (fibrilas de ancoragem). Tais fibras reticulares interagem com as fibrilas de ancoragem, que se encontram interligadas através do colágeno tipo IV. A lâmina reticular representa a interface entre a lâmina basal e o tecido conjuntivo subjacente, sendo produzida pelos fibroblastos do tecido conjuntivo e sua espessura varia de acordo com a quantidade de forças de atrito impressa ao epitélio. 
DIVISÃO DIDÁTICA
1. Tecido epitelial de revestimento 
Tecido epitelial de revestimento: É o tecido que reveste as superfícies e as cavidades corporais, além de constituir as unidades funcionais das glândulas. Esse tecido é constituído por células em íntima associação com muito pouca substância intercelular.
Características: 
· Pouco espaço intercelular
· Células se mantêm unidas por complexos juncionais (como as caderinas [adesão célula-célula], as selectinas, as integrinas [interações célula-matriz extracelular], que dependem de cálcio extracelular para consolidarem a ligação intercelular, e as moléculas pertencentes à família das imunoglobulinas [atuam no processo de reconhecimento celular], que não dependem de cálcio).
· Não possui vasos sanguíneos (nutrida por difusão pelo tecido conjuntivo)
· São polarizadas: Na célula epitelial se reconhecem várias superfícies: a superfície ou domínio apical, a superfície ou domínio lateral e a superfície ou domínio basal. A superfície apical ou livre da célula epitelial é a superfície voltada para o meio externo. A superfície lateral é a região de contato entre células contíguas, onde se observa a presença de complexosjuncionais. A superfície basal está voltada para o tecido conjuntivo subjacente, ou mesmo, em contato direto com a membrana basal.
Funções: 
O tecido epitelial ser o revestimento de superfícies e de cavidades, o epitélio também desempenha outras funções como proteção, secreção, absorção, excreção e recepção sensorial.
Classificação:
De acordo com o formato da célula: As células epiteliais se apresentam de diversas formas. Como o formato da célula é acompanhado pelo formato do núcleo, a identificação da morfologia nuclear é importante para caracterizar o tipo de célula, tendo em vista que ao microscópio de luz não é possível observar o limite celular. A classificação das células epiteliais está fundamentada em quatro formas básicas: células pavimentosas, células cúbicas, células cilíndricas e células transicionais.
· Células pavimentosas: As células pavimentosas são células achatadas ou planas, que se unem entre si lateralmente por complexos juncionais e se dispõem como as lajotas de revestimento de um piso. As células pavimentosas possuem núcleo achatado com o seu maior eixo paralelo à região da membrana basal. 
· Células cúbicas: As células cúbicas são células mais volumosas, cuja forma lembra um cubo ou um hexágono, sendo caracterizadas por apresentarem núcleo esférico. 
· Células cilíndricas: As células cilíndricas são células altas e/ou alongadas com núcleos ovais, cujo maior eixo é perpendicular à região da membrana basal. 
· Células transicionais: As células transicionais variam de cuboide à cilíndrica, podendo ser mono ou binucleadas. Sua morfologia depende do estado fisiológico do órgão, isto é, se o órgão onde estão presentes encontra-se distendido ou relaxado. Assim, o aspecto dessas células nos preparados histológicos depende do momento em que o tecido foi fixado.
Organização celular em camadas: Dependendo do órgão, as células epiteliais podem se organizar em uma única camada ou em várias camadas celulares que se superpõem e para se identificar o número de camadas celulares é importante observar a posição dos núcleos em relação à espessura total do epitélio, pois os núcleos podem estar posicionados em um único nível ou em diferentes níveis. Assim, considerando o número de camadas celulares, o epitélio pode ser classificado em simples, estratificado e pseudoestratificado.
· Epitélio simples: No epitélio simples, as células se encontram dispostas em uma única camada, lado a lado. Ao se visualizar o núcleo das células em um epitélio simples pode-se verificar que todos os núcleos estão localizados em uma mesma altura em relação a espessura total do epitélio. Dessa forma, no epitélio simples todas as células estão em contato com a membrana basal. Oposta à superfície basal, a superfície apical da célula epitelial está em contato com o meio externo.
· Epitélio estratificado: No epitélio estratificado, as células se organizam em duas ou mais camadas que se superpõem; porém, somente as células da camada mais interna, isto é, as células da camada voltada para o tecido conjuntivo subjacente, estão em contato com a membrana basal. Nesse tipo de epitélio, os núcleos das células epiteliais são visualizados em vários níveis considerando-se a espessura do epitélio. 
· Epitélio pseudoestratificado: Apesar de formado por uma única camada de células, os núcleos das células do epitélio pseudoestratificado se organizam em vários níveis, mas ocupam preferencialmente os dois terços basais da espessura total do epitélio. Ao microscópio de luz, em função da posição dos núcleos que se apresentam em várias alturas em relação à espessura do epitélio, atribuiu inicialmente ao epitélio um aspecto de estratificação. Contudo, a análise ao microscópio eletrônico revelou que todas as células epiteliais estabelecem contato com a membrana basal, mas nem todas alcançam a superfície livre do epitélio. Assim, na realidade, o epitélio pseudoestratificado não é estratificado como os autores acreditavam, passando, assim, a ser designado pseudoestratificado.
2. Tecido epitelial glandular
No epitélio glandular, as células de revestimento também se especializaram na elaboração de vários tipos de secreção. Na maioria das glândulas, o produto de secreção pode ser acumulado no citoplasma no interior de vesículas ou grânulos.
As células secretoras são responsáveis pela funcionalidade e representam o parênquima glandular (a porção funcional), enquanto que o estroma glandular representa a porção do órgão responsável pelo suporte dos elementos parenquimatosos e, geralmente, é constituído por tecido conjuntivo. O tecido conjuntivo do estroma sustenta as células secretoras ou está presente externamente revestindo o órgão, ajudando na delineação da morfologia glandular e participando também na sustentação de estruturas vasculares (vasos sanguíneos e vasos linfáticos) e de nervos.
Na sua grande maioria, as glândulas podem ser formadas a partir da proliferação de células epiteliais de revestimento que, progridem em direção ao tecido conjuntivo subjacente, resultando na formação de uma estrutura morfologicamente definida, onde algumas dessas células se diferenciam para elaborar o produto de secreção. Durante esse processo, o contato das células secretoras com as células epiteliais de revestimento que as originaram pode permanecer ou não. Caso as células secretoras mantenham o contato com o epitélio que as originou, forma-se uma glândula exócrina e as células secretoras lançarão o seu produto de secreção para o meio externo através de um conduto – o ducto excretor. Contudo, se as células secretoras perderem contato com as células epiteliais que as originaram, a secreção elaborada pelas células secretoras é lançada em capilares sanguíneos presentes no tecido conjuntivo subjacente e, dessa forma, estabelece- -se uma glândula endócrina.
Classificação: 
Ao se classificar os diferentes tipos de glândulas, alguns parâmetros devem ser considerados, tais como: o número de células que constitui uma unidade secretora e o local onde a secreção é lançada. 
· Quanto ao número de células: As glândulas podem ser classificadas como unicelular ou multicelular. 
1. Glândula Unicelular ou Difusa: Na glândula unicelular, a secreção é elaborada por células especializadas individualmente, podendo essas células estarem dispostas de forma isolada ou em pequenos grupos, cujo funcionamento de uma célula independe do funcionamento das outras adjacentes. 
2. Glândula multicelular: Na glândula multicelular, as várias células se reúnem para produzir uma determinada secreção. 
· Quanto ao local onde a secreção é lançada: As glândulas podem ser classificadas exócrina ou endócrina. 
1. Glândula exócrina: Na glândula exócrina, a secreção produzida pela unidade secretora é lançada no meio externo. Ressalte-se que meio externo pode-se citar a cavidade oral, a luz da via digestória, da via respiratória, ou a via urinária, isto é, cavidades cujo lúmen se continua com o meio externo do corpo. 
2. Glândula endócrina: A glândula é classificada como endócrina quando a sua secreção é lançada em vasos sanguíneos do tecido conjuntivo adjacente, sendo o produto secreção denominado hormônio. Considera-se secreção endócrina a secreção de mensageiros químicos, os quais atuam sobre elementos teciduais distantes do local de sua produção da secreção.
· Quanto a secreção dos mensageiros químicos: Em muitos locais do nosso organismo, a comunicação entre as células é mediada por um mensageiro químico. Essa substância é capaz de ativar células-alvo devido a sua interação com os seus receptores específicos. Segundo alguns autores, quanto ao modo de secretar, uma glândula pode ser classificada como autócrina, parácrina, endócrina, neuronal e neuroendócrina.
1. Secreção autócrina: Ocorre quando uma célula secreta um determinado mensageiro químico que atuará em seus próprios receptores. A produção do fator de crescimento epidérmico pelas células epiteliais da epiderme (a camada mais superficial da pele) é um tipo de secreção autócrina.
2. Secreção parácrina: Nesse tipo de secreção,os mensageiros químicos atuam em células próximas da célula que secretou a substância. Esse é o modo de ação de muitas células que constituem o sistema neuroendócrino difuso, como as células enteroendócrinas distribuídas por entre as células epiteliais de revestimento ao longo da mucosa da via digestória, desde o estômago até o intestino grosso.
3. Secreção endócrina: Na secreção endócrina, a secreção de mensageiros químicos (hormônios) é lançada para a corrente sanguínea e os hormônios atuam em outros elementos, localizados em tecidos distantes do seu local original de produção.
4. Secreção neuronal e neuroendócrina: Na secreção neuronal, há a liberação do produto elaborado por neurônios e a comunicação se faz por contato de um neurônio com outro neurônio, havendo a liberação de neurotransmissores. Esse tipo de secreção se restringe às células nervosas do sistema nervoso.
5. Secreção citócrina: Há autores que também citam a secreção citócrina, como sendo a secreção produzida por uma célula mas é transferida para outra célula. Esse modo de secretar é observado pelos melanócitos da epiderme dos mamíferos ao produzir a melanina. Nesse caso, o produto de secreção (o grânulo de melanina) é transferido diretamente para o citoplasma dos queratinócitos (células epiteliais de revestimento relacionadas com a produção de queratina da pele).
Classificação das glândulas exócrinas multicelulares 
Ao se classificar as glândulas exócrinas multicelulares, deve se levar em consideração alguns parâmetros. 
Quanto à morfologia do ducto excretor e da porção secretora: 
Considerando-se ducto excretor, as glândulas exócrinas multicelulares podem ser simples ou composta.
· Simples: Quando a glândula apresenta um ducto único que não se divide (ex: glândula sudorípara écrina). 
· Composta: Quando o ducto se ramifica repetidamente, originando outros ductos e, à medida que o ducto se divide, o lúmen ductal diminui suas dimensões (ex: fígado e pâncreas). 
Porção secretora Analisando-se o formato da porção secretora, as glândulas são classificadas como acinosa, tubulosa, túbuloenovelada e ramificada.
· Acinosa: A porção secretora se apresenta sob a forma de bagos de uva (ex: glândula sebácea da pele, glândula parótida). 
· Tubulosa: A unidade secretora apresenta aspecto de túbulos alongados (ex: glândulas intestinais). 
· Túbuloenovelada: A unidade secretora se apresenta em forma de túbulos de trajeto contorcido (ex: glândulas sudoríparas écrinas). 
· Ramificada: A porção secretora se apresenta ramificada, originando várias unidades secretoras (ex: glândula sebácea, glândulas gástricas da região fúndica).
IMPORTANTÍSSIMO: As porções secretoras de algumas glândulas acinosas, também designadas ácinos, apresentando seu lúmen muito amplo, sendo frequentemente denominadas alvéolos. Já em outras glândulas, o ducto excretor também secreta substâncias que podem, de alguma forma, intervir na composição final do produto de secreção elaborado pelas células secretoras. Nesse caso, o conjunto formado pela porção secretora e pela porção do ducto é denominado adenômero.
· Quanto ao modo de secretar: Dependendo de como a secreção é liberada pela célula secretora, as glândulas exócrinas podem ser classificadas como glândula holócrina, apócrina e merócrina. 
1. Glândula holócrina: A glândula é classificada como holócrina quando toda a célula é liberada junto com seu produto de secreção, constituindo a própria secreção da glândula. Conforme a secreção é produzida, ela se acumula progressivamente no citoplasma, ficando esse repleto pela secreção e, dessa forma, as organelas praticamente não conseguem funcionar. Com isso, a célula morre, sendo liberada juntamente com a secreção que ela mesma produziu. Na glândula holócrina observa-se intensa atividade mitótica nas células basais, que visam repor as células que são perdidas.
2. Glândula apócrina: A glândula é classificada como apócrina quando a secreção, que se acumula na porção apical da célula, e uma parte microscópica do citoplasma são eliminadas juntas no meio externo. Esse modo de secretar é observado nas células secretoras da glândula mamária ao liberar o componente lipídico do leite, quando a mama se encontra na fase de lactação. Como o a gotícula lipídica não se encontra separada da matriz citoplasmática por uma unidade de membrana, quando o lipídeo é liberado, um pouco de material citoplasmático ao redor da inclusão lipídica também é liberado, caracterizando o modo apócrino de secretar.
3. Glândula merócrina ou écrina: Na glândula merócrina, a secreção é eliminada para o meio externo por um processo de exocitose, não havendo perda de material citoplasmático. A maioria das glândulas exócrinas é desse tipo, como as glândulas salivares e a porção exócrina do pâncreas.
Quanto ao tipo de secreção elaborada: Esse parâmetro deve ser apenas considerado para se classificar as glândulas merócrinas, pois, nesse caso, através da fixação a secreção elaborada pela glândula é preservada. Assim, a natureza química do produto de secreção favorecerá as características tintoriais necessárias à classificação das glândulas devido a afinidade do produto de secreção com os corantes empregados
Ao se classificar essas glândulas é importante se considerar o formato e a localização do núcleo, assim como a afinidade tintorial do citoplasma das células glandulares, visto que as células que compõem cada tipo glandular tem morfologia distinta. Dessa forma, as glândulas merócrinas são classificadas como mucosa, serosa e mista.
Glândula mucosa
A glândula mucosa é aquela formada por células mucosas, caracterizada por apresentar núcleo achatado, deslocado para a porção basal, citoplasma fracamente corado e expressando leve basofilia citoplasmática. As células mucosas são bem evidenciadas com o emprego de colorações específicas para detecção de glicoconjugados, como o método do Alcian blue (AB), que identifica glicoconjugados ácidos, e a técnica do PAS (ácido periódico e reativo de Schiff), que detecta glicoconjugados neutros. Como exemplo de glândulas mucosas tem-se as glândulas sublinguais. 
Glândula serosa 
A glândula serosa é formada exclusivamente por células serosas, as quais possuem núcleo esférico e localizado na região central ou levemente deslocado para a região basal da célula; o citoplasma da célula serosa é acentuadamente acidófilo. A parótida é uma glândula tipicamente serosa.
Glândula mista
A porção secretora de uma glândula mista é constituída tanto por células mucosas quanto por células serosas. Frequentemente, as células serosas se associam às células mucosas, localizando-se externamente à porção secretora; porém, há glândulas mistas cujas células serosas se localizam entre as células mucosas. Em ambos os casos, as glândulas são classificadas como mistas.
IMPORTANTE: Algumas glândulas exócrinas, as células secretoras exibem o citoplasma basal predominantemente basófilo, enquanto que o citoplasma apical é acidófilo. Tal basofilia se deve ao acúmulo de retículo endoplasmático rugoso na região basal, organela que está envolvida com a produção de proteína para exportação, enquanto que a proteína sintetizada pela célula secretora se acumula em grânulos na região apical e é responsável pela acidofilia do citoplasma apical. Dessa forma, a mesma célula apresenta diferentes afinidades tintoriais dependendo da área citoplasmática, sendo classificada como célula seromucosa. O pâncreas exócrino é um exemplo de glândula seromucosa.

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