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MAX WEBER alice

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M A X W E B E R – 1 8 6 4 - 1 9 2 0 
MODERNIDADE 
• Diferentemente do espírito 
cientificista que dominava a 
França e a Inglaterra, explicitado 
nas crenças positivistas, a 
Alemanha se voltava para 
preocupações mais teóricas que 
envolviam a discussão política e a 
interpretação das diferenças 
entre culturas, pautadas pela 
corrente intitulada historicismo – 
radicalmente distinta do 
positivismo de Comte e 
Durkheim; 
 
• Em vez de buscar relações de 
causa e efeito, estáticas e 
universais, como Durkheim, 
Weber buscava compreender as 
relações sociais em seus 
múltiplos e variáveis sentidos – 
com isso, Weber inaugura uma 
outra via de interpretação das 
sociedades; 
 
• A modernidade, processo 
desencadeado principalmente 
pelas revoluções Industrial e 
Francesa, configura-se para 
Weber como o período da 
história em que o capitalismo se 
assenta no trabalho assalariado e 
livre. Assim, a organização 
industrial capitalista se torna 
racionalizada, pois a produção se 
torna voltada para um mercado 
(lucro); 
 
• Paralelamente à racionalização, 
ocorre o processo de 
desencantamento do mundo, 
marcado pelo declínio das formas 
mágicas, míticas e religiosas para 
explicar e ordenar a vida em 
sociedade; 
 
• De acordo com Weber, o processo 
de racionalização atinge todas as 
esferas da vida social; 
 
• Por esse motivo, a autonomia do 
campo científico, principalmente 
o que Weber chamou de 
desencantamento do mundo, ou 
seja, a racionalidade, passou a ser 
o caráter preponderante da 
existência humana; 
 
• Ao contrário de Durkheim, Weber 
não entendia a sociedade como 
uma entidade superior aos 
indivíduos. Para Weber, as 
regras, os padrões e as 
convenções sociais são 
construídos e transformados na 
própria interação entre os 
indivíduos; 
 
A AÇÃO SOCIAL 
• Para Weber, a sociedade não 
seria formada por objetos tão 
bem definíveis como fatos sociais, 
mas sim por relações dinâmicas 
entre os indivíduos; 
 
• Diferentemente do fato social, 
que é geral, externo e coercitivo, 
a ação social é focada no 
indivíduo e na forma como ele 
assimila e interpreta os 
elementos sociais; 
 
• Weber identifica quatro tipos de 
ações sociais: a tradicional, a 
afetiva, a racional com relação a 
valores e a racional com relação a 
fins; 
 
• 
 
M A X W E B E R – 1 8 6 4 - 1 9 2 0 
TIPOS DE AÇÃO SOCIAL 
 Ação tradicional: é caracterizada 
pela obediência ao costume e à 
tradição (laços familiares); 
 Ação afetiva: ação que se 
caracteriza pela influência de 
sentimentos, impulsos e 
emoções; 
 Ação racional com relação a 
valores: ação que se orienta por 
valores, que podem ser de ordem 
religiosa, estética ou econômica; 
 Ação racional com relação a fins: 
ação que conta com um cálculo 
racional visando obter um 
resultado predeterminado pelos 
meios necessários; 
 
• Enquanto Durkheim procurava 
construir seu objeto de pesquisa 
baseando-se na metodologia das 
ciências naturais, Weber tentava 
inserir a Sociologia em uma 
perspectiva historiográfica e 
interpretativa. Para ele, não pode 
ser ignorado o caráter particular 
e específico de cada formação 
cultural em nome de elementos 
gerais; 
O TIPO IDEAL 
• O método de pesquisa de Weber 
inaugura uma nova categoria que 
servirá de instrumento para a 
interpretação da sociedade: o 
tipo ideal; 
 
• É uma ferramenta para o 
cientista, pois permitirá a 
comparação do fenômeno em 
particular com o tipo ideal 
construído, destacando as 
semelhanças e as singularidades; 
 
• O tipo ideal não existe 
concretamente, serve apenas de 
referência para o pesquisador e é, 
por isso, um importante 
instrumento de análise empírica 
da sociedade; 
 
• Para Weber, a crença de que o 
êxito no trabalho seria um 
indicativo da predestinação do 
indivíduo ao reino dos céus 
contribuiu, e muito, para que o 
sistema capitalista se 
consolidasse na Europa; 
 
DOMINAÇÃO 
• Weber também se ocupou da 
Ciência Política, produzindo 
algumas das mais aguçadas 
interpretações sobre o Estado 
moderno e suas instituições; 
 
• A sua definição de Estado se 
tornou uma referência constante 
na compreensão da política atual: 
o Estado é uma relação de 
homens que dominam seus 
iguais, mantida pela violência 
considerada legítima; 
 
• A teoria do Estado de Weber vem 
acompanhada de sua teoria da 
dominação; 
 
• A dominação é legítima quando 
existe algum nível de 
concordância e aceitação por 
parte de quem é subordinado ao 
poder dominante; 
 
 
 
 
M A X W E B E R – 1 8 6 4 - 1 9 2 0 
TIPOS DE DOMINAÇÃO 
 Dominação tradicional: 
caracteriza-se pela obediência à 
tradição e aos costumes; 
 Dominação racional-legal: 
modelo típico das instituições 
modernas (obediência a um 
sistema de regras racionalmente 
elaborado). O Estado Moderno é 
um modelo típico; 
 Dominação carismática: 
caracteriza-se pela crença nas 
qualidades do líder, que podem 
ser da ordem da coragem, do 
heroísmo... Alguns exemplos são 
Getúlio Vargas, Hitler e Mussolini; 
A ÉTICA PROTESTANTE E O 
CAPITALISMO 
• Nessa obra, o sociólogo 
concentrou sua atenção na 
história dos Estados Unidos, 
desenvolvendo a tese de que a 
economia capitalista 
estadunidense foi fortemente 
influenciada pela ética da base 
calvinista, oriunda dos imigrantes 
puritanos britânicos que 
chegaram ao Novo Mundo a 
partir do século XVII; 
 
• O mundo medial feudal tinha a 
religião católica como 
predominante e apoiava-se num 
conjunto de valores tradicionais 
baseados, especificamente, na 
submissão do indivíduo à 
instituição, à doutrina e à 
estrutura estamental rígida. 
Nessa visão, o lucro e a riqueza 
eram condenados como fonte de 
pecado, e o trabalho era visto 
como fruto da condenação pela 
desobediência de Adão e Eva, 
logo, um sofrimento; 
 
• Com a ascensão do capitalismo, o 
lucro não é mais visto como fonte 
de pecado, e a riqueza passa a ser 
considerada sinal da graça divina. 
Essa mudança de mentalidade é 
acompanhada, na doutrina 
calvinista, da valorização da 
disciplina; de uma vida simples, 
austera e recatada; da dignidade 
associada à produtividade e à 
utilidade; e, também, da ascese 
(evolução espiritual ligada ao 
trabalho); 
 
• Os valores éticos do calvinismo, 
destacados anteriormente, não 
são a causa do capitalismo nos 
EUA, mas devem ser lidos como 
um dos seus elementos 
fundamentais. Esse vínculo 
íntimo entre religião e economia 
trouxe um novo olhar sobre as 
complexas relações sociais das 
sociedades contemporâneas.

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