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EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO: Delimita o artigo 156 do CTN: Art. 156. Extinguem o crédito tributário: I - o pagamento; II - a compensação; III - a transação; IV - remissão; V - a prescrição e a decadência; VI - a conversão de depósito em renda; VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164; IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; X - a decisão judicial passada em julgado. XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos artigos 144 e 149. Não é pacífico na doutrina o entendimento sobre ser o rol taxativo ou exemplificativo. Na mesma senda do quanto exposto sobre a suspensão, pela lógica do artigo 141, entende-se ser o rol taxativo, na medida em que prevê: Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias. Em que pese as semelhanças com o direito obrigacional civil, inclusive pelas duas matérias apresentarem formas de extinção que servem tanto a um quanto ao outro, não é possível “importar” hipótese da matéria civil para o direito tributário, posto que não estão expressamente previstas no CTN. Os casos mais relevantes são da novação e da confusão civil e, apesar de não previsto na norma, já houve casos de reconhecimento da confusão em matéria tributária pelo Poder Judiciário, mesmo que equivocado (AgRg. 117.895/MG). Neste interim, cabe salientar que o STF no STF, Tribunal Pleno, ADI 2405-MC/RS, Rel. Min. Carlos Britto, j. 06.11.2002, DJ 17.02.2006, p. 54, reconheceu a possibilidade de leis locais reconhecerem novas formas de extinção do crédito tributário. PAGAMENTO: Causa natural de extinção do crédito tributário com condições distintas da extinção das obrigações em geral; i. Cumulatividade das multas: o artigo 157 dispõe “A imposição de penalidade não ilide (elide) o pagamento integral do crédito tributário.” → a multa é sempre cumulativa e não substitui o pagamento do tributo; ii. Pagamentos e presunções civilistas: segundo o artigo 158 do CTN não se presume o pagamento de tributos → no caso de pagamento parcial não se presume o pagamento das prestações em que se decomponha e, no caso de pagamento total, não se presume o pagamento de outros créditos referentes; iii. Local e prazo para pagamento: regras supletivas do CTN: “Art. 159. Quando a legislação tributária não dispuser a respeito, o pagamento é efetuado na repartição competente do domicílio do sujeito passivo. Art. 160. Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o vencimento do crédito ocorre trinta dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do lançamento.” → este último não é aplicável ao lançamento por homologação já que o pagamento ocorre antes do lançamento, não sendo possível, portanto, a notificação do lançamento para consequente pagamento; iv. Efeitos da mora em direito tributário: mora = não pagamento da obrigação no tempo, local e forma adequados → não pagamento de tributo = imposição de juros e multa → segundo o artigo 161 do CTN os efeitos da mora são automáticos em direito tributário (dispensa a constituição do devedor em mora); v. Forma de pagamento: sendo uma prestação pecuniária seu pagamento é feito em dinheiro → “Art. 162. O pagamento é efetuado: I - em moeda corrente, cheque ou vale postal; → cheque ou vale postal são formas de transferência do dinheiro para os cofres públicos; norma de eficácia plena; II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico.” → formas de comprovação do pagamento do tributo; dependente de regulamentação; vi. Imputação em pagamento: Art. 163. Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito passivo para com a mesma pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a diferentes tributos ou provenientes de penalidade pecuniária ou juros de mora, a autoridade administrativa competente para receber o pagamento determinará a respectiva imputação, obedecidas as seguintes regras, na ordem em que enumeradas: I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos decorrentes de responsabilidade tributária; → ou seja, dos débitos em que o sujeito passivo é contribuinte; II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos impostos; → do mais retributivo ao menos retributivo: no primeiro o sujeito passivo obtém uma valorização individual de seu patrimônio; no segundo(taxas) o sujeito passivo é beneficiado pela prestação de um serviço público específico ou foi objeto do exercício do poder de polícia; por último, os impostos que tem fato gerador numa situação independente de uma atividade estatal específica; III - na ordem crescente dos prazos de prescrição; → Privilegiam-se os créditos com prazo de prescrição mais curto; IV - na ordem decrescente dos montantes. vii. Pagamento indevido e repetição de indébito: quem pagou o que não era devido tem direito a restituição → Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no §4º do artigo 162 (estampilha), nos seguintes casos: I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; III- reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. → o montante pago indevidamente não corresponde a tributo, mas a algo pago a título de tributo. A pessoa que pagou não é necessariamente sujeito passivo desse tributo; afasta- se a regra do art. 877 do CC de prova de erro no pagamento; Ainda, há controvérsia quanto ao artigo 166 do CTN sobre a restituição (ver depois) “Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la.” Restituição de juros e multas na mesma proporção da restituição do tributo: Art. 167. A restituição total ou parcial do tributo dá lugar à restituição, na mesma proporção, dos juros de mora e das penalidades pecuniárias, salvo as referentes a infrações de caráter formal não prejudicadas pela causa da restituição. O contribuinte tem direito a receber juros sobre o valor da restituição: art. 167, §único: A restituição vence juros não capitalizáveis, a partir do trânsito em julgado da decisão definitiva que a determinar". → incide juros simples; STJ - súmula 188: "Os juros moratórias, na repetição do indébito tributário, são devidos a partir do trânsito em julgado da sentença". STF - Súmula Vinculante 17 - "Durante o período previsto no parágrafo 1º do artigo 100 da Constituição, não incidem juros de mora sobre os precatórios que nele sejam pagos". → pela regra se o precatório, decorrente de sentença transitada em julgada,for apresentado até 1º de julho, a entidade que irá restituir poderá fazê-lo até o fim do exercício seguinte, ou seja, dezembro do ano seguinte (18 meses para pagar) → nesta hipótese, não ocorre a mora para a entidade devedora, motivo pelo qual não incide juros de mora; Já quanto à correção monetária: STJ - Súmula 162 - "Na repetição de indébito tributário, a correção monetária incide a partir do pagamento indevido. Prazo para pleitear a restituição (repetição do indébito) → em que pese o dissenso, entende-se que a natureza do prazo do artigo 168 é decadencial: Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário; → são os casos de cobrança ou pagamento espontâneo e erro na edificação do sujeito passivo; II - na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória. Prazo na via judicial: Quando há resistência por parte da Fazenda Pública, é possível ao sujeito passivo ajuizar a ação de repetição de indébito mesmo sem anterior pleito administrativo → 05 anos; Quando é tentado resolver a demanda primeiro na via administrativa e o direito for negado, o sujeito passivo pode tentar a via judicial, no entanto terá o prazo de 02 anos (prazo prescricional) → Art. 169. Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão administrativa que denegar a restituição. Parágrafo único. O prazo de prescrição é interrompido pelo início da ação judicial, recomeçando o seu curso, por metade, a partir da data da intimação validamente feita ao representante judicial da Fazenda Pública interessada. → esta última parte trata da prescrição intercorrente → cai para um ano o prazo para que a ação seja resolvida. COMPENSAÇÃO: Disciplinada no artigo 170 do CTN: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da compensação e a do vencimento. É imprescindível a existência de lei ou de sobre a matéria → não são aplicáveis as regras do código civil; É possível a compensação de crédito tributário líquido, certo e em dinheiro → quanto ao aspecto do vencimento: poderá ser compensado o crédito ainda não vencido (vincendo) se este for devido pela Fazenda Pública, o crédito tributário, devido pelo sujeito passivo, deve estar vencido; →No caso de o crédito do particular ser vincendo, é necessário calcular seu valor atual, mediante a aplicação de uma taxa de juros que reduza o montante que deveria ser pago futuramente ao valor que a ele corresponde na data da compensação → essa taxa de juros é limitada a 1% ao mês a decorrer entre o tempo da compensação e o vencimento; É facultado ao contribuinte que pagou, a título de tributo, valor indevido pleitear o ressarcimento pela via da restituição, sujeito aos precatórios, ou pela compensação do valor pago a mais → mesmo na hipótese de escolher a via do compensação, o contribuinte fica sujeito às regras gerais da repetição do indébito, inclusive quanto aos prazos extintivos; A compensação só ocorre mediante o trânsito em julgado da decisão judicial: Art. 170- A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. → não é aplicada à compensação verificada em âmbito do lançamento por homologação; → STJ - Súmula 212 - "A compensação de créditos tributários não pode ser deferida em ação cautelar ou por medida liminar cautelar ou antecipatória" O STJ, por meio de Súmula, entendeu ser possível o deferimento do direito à compensação por meio do mandado de segurança, mas jamais através de medida liminar em mandado de segurança, tendo em vista sua natureza cautelar; → noutro giro, é impossível o uso do instrumento para convalidar a compensação já realizada pelo contribuinte, posto não ser cabível dilação probatória em tal procedimento: STJ - Súmula 460 - "É incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação tributária realizada pelo contribuinte". O STJ também entende possível que a autoridade administrativa proceda a compensação de ofício. TRANSAÇÃO: O CTN autoriza a transação no art. 171 que dispõe: Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importe em determinação de litígio e consequente extinção de crédito tributário. Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação em cada caso. Em direito tributário só é admitido a transação terminativa, jamais a preventiva como admitido na seara cível; Só é permitida por meio de lei autorizativa, editada pelo ente competente pela instituição do tributo de que se tratar → o ente público tem sua vontade delimitada pela lei e o particular tem tão somente a liberdade de transacionar ou não → não há possibilidade de negociação fora dos limites da lei. REMISSÃO: Remissão é a dispensa gratuita da dívida; disciplina o artigo 172 do CTN: Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: I - à situação econômica do sujeito passivo; II - ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato; III - à diminuta importância do crédito tributário; IV - a considerações de equidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso; V - a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante. Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155. Entende-se ser aplicável a todo crédito tributário, ou seja, tributo e multa, em que pese parte da doutrina entender não ser possível a remissão de multa, apenas a anistia desta (anistia = exclui crédito antes do lançamento; remissão da multa = extingue crédito (multa) já lançado); → do mesmo modo, a isenção é diferente da remissão de tributo, na medida em que aquela exclui crédito antes do lançamento ao passo em que esta extingue crédito já lançado; Pela regra do parágrafo único, aplica-se, subsidiariamente, as disposições quanto a moratória. DECADÊNCIA: O prazo para a Administração Tributária promover o lançamento do crédito tributário é decadencial, já o prazo para ajuizar a ação de execução fiscal é prescricional → decaindo o prazo extingue-se o direito de lançar; Quando o contribuinte paga um crédito decaído ou prescrito tem direito à restituição, tendo em vista que o objeto do pagamento já se tinha por extinto, todavia a matéria não é pacificada, alguns autores entendem não ser possível a restituição do pagamento de crédito prescrito sob o fundamento de que estaria prescrita apenas o direito de ação, subsistindo o direito material; O direito de lançar é potestativo, logo, sujeito à decadência; O direito de receber um valor lançado é “direito a uma prestação”, logo, sua ação está sujeita a prescrição; Após o lançamento não se fala mais em decadência, mas em prescrição do direito de ajuizar a execução fiscal; O termo inicial, em regra,não é contado da data de ocorrência do fato gerador, mas o tema não é pacífico →geralmente do primeiro dia útil do exercício financeiro subsequente; O lançamento, caso não seja impugnado, se torna definitivo no 31º dia após a notificação do sujeito passivo → quando há impugnação, o prazo prescricional só começa a fluir após a decisão definitiva do processo administrativo; O prazo decadencial impede o nascimento do crédito tributário, de modo que “a decadência extingue algo que ela própria impediu que nascesse.” Regras das contagens de prazo: Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; → regra geral; II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. → regra da anulação de lançamento por vício formal: de certa forma “devolve” o prazo para que a Fazenda Pública refaça o lançamento, desta vez regular; atenção para o fato de que não é possível quando o vício é material; existe uma discussão a respeito da ocorrência (ou não) da interrupção da decadência nestas hipóteses, contudo, pela regra do CTN, entende-se que o prazo é integralmente restituído à Fazenda Pública, ou seja, se entre os 5 anos do prazo da decadência da regra geral é reconhecido o vício e, consequentemente, anulado o lançamento já feito, o Fisco terá, novamente, o prazo de 5 anos para o lançamento regular (pode até ser conceituado como um prazo autônomo); Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. → teoria da antecipação de contagem: por exemplo, é feito procedimento de fiscalização relativo ao fato; Regra do lançamento feito por homologação: art. 150, § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. → decorrido esse prazo, a doutrina entende que ocorre não apenas a homologação tácita, mas também a decadência do direito de constituir lançamento ou de lançar diferenças que a Administração tributária entende devida. A tese dos “cinco mais cinco”: Tese adotada pelo STJ em 1995 que perdurou até o advento da LC 118/2005 que consistia no seguinte: “a decadência somente se verificaria com o decurso de cinco anos, contados do exercício seguinte àquele em que se extinguiu o direito potestativo que possui o Estado para rever o lançamento” → ou seja, contava-se cinco anos do fato gerador → direito potestativo extinto → início do exercício seguinte → mais cinco anos para proceder o lançamento →a tese falava em homologação mesmo quando não havia qualquer pagamento a ser homologado → não é cobrado em provas de concursos; Esse entendimento foi superado pelo STJ, culminando na edição da Súmula nº 555: "quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário conta-se exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa.” PRESCRIÇÃO: A prescrição ocorre em 05 anos, conforme artigo 174 do CTN: Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva. O crédito tributário se constitui na data em que o sujeito passivo é notificado sobre este, todavia, é possível que ele impugne o crédito na via administrativa – ou seja, essa fase não está sujeita a decadência – assim, o crédito não está definitivamente constituído, portanto, não estando sujeito também a prescrição; → caso não ocorra o pagamento ou a impugnação, ou havendo impugnação, esgotado o prazo de pagamento, surge para a Fazenda Pública a pretensão de exigir a satisfação do crédito; judicialmente, através da ação de execução fiscal → daí começa a fluir o prazo prescricional; Somente lei complementar pode veicular norma referente a prescrição tributária. Interrupção do prazo prescricional: Art. 174. Parágrafo único. A prescrição se interrompe: I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) → STJ - Súmula 106 – “Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por motivos inerentes ao mecanismo da Justiça, não justifica o acolhimento da arguição de prescrição ou decadência.” II - pelo protesto judicial; III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; (na prática não são muito utilizados) → o protesto apto é o judicial e não o extrajudicial realizado em cartório → qualquer medida judicial constitui em mora o devedor e, consequentemente, devolve o prazo prescricional em sua integralidade ao credor; IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor. → única hipótese em que a interrupção ocorre na seara administrativa e/ ou extrajudicialmente, bem como é única hipótese que ocorre por iniciativa do próprio devedor; → o prazo é interrompido com qualquer ato do devedor que reconheça a dívida, geralmente isso é feito por meio do pedido de parcelamento ou compensação da dívida; → caso o pedido do devedor seja deferido fica suspenso o prazo prescricional (interrupção + suspensão) → o prazo volta a correr do dia que o devedor deixa de pagar o parcelamento. Suspensão do prazo prescricional: Quando ocorre a suspensão do prazo prescricional, significa que ele para de fluir por um tempo e, quando retorna, segue do exato momento em parou; O CTN não prevê expressamente as causas de suspensão do prazo prescricional, todavia, a hipótese trazida no artigo 155, § único – o período entre a concessão de uma moratória obtida por meio fraudulento e sua “revogação” – configura uma situação em que o prazo prescricional fica suspenso, ou seja, quando o benefício é “revogado”, volta a fluir no prazo restante que tinha no momento da concessão (como já dito, a regra é aplicável também ao parcelamento, remissão, isenção e anistia obtidas de forma fraudulenta); Também, entende-se que em todas as hipóteses do artigo 151 de suspensão da exigibilidade do crédito tributário também estará suspenso o prazo prescricional, haja vista que o credor está legalmente impedido de agir; Outra causa de suspensão é encontrada na lei 6830/80, a Lei de Execuções Fiscais que é a inscrição do crédito tributário em dívida ativa: § 3º - A inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo da legalidade, será feita pelo órgão competente para apurar a liquidez e certeza do crédito e suspenderá a prescrição, para todos os efeitos de direito, por 180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo. Também é hipótese de suspensão do prazo prescricional o fato de não ser possível localizar o devedor ou seus bens, segundo a Lei de Execuções Fiscais: Art. 40 - O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e, nesses casos, não correrá o prazo de prescrição. § 1º - Suspenso o curso da execução, será aberta vista dos autos ao representante judicial da Fazenda Pública. § 2º - Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja localizado o devedor ou encontrados bens penhoráveis, o Juiz ordenará o arquivamento dos autos. § 3º- Encontrados que sejam, a qualquer tempo, o devedor ou os bens, serão desarquivados os autos para prosseguimento da execução. → atenção: não é hipótese de imprescritibilidade tributária; o STJ, afastando a tese de suspensão por prazo indefinido utilizado pela Fazenda Pública, entendeu que este prazo estaria limitado pela regra do artigo 174 do CTN; § 4.0 Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, o juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato". A LEF e o CTN devem ser interpretados harmonicamente; Súmula 34 do STJ: “Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição quinquenal intercorrente.” CONVERSÃO DO DEPÓSITO EM RENDA: Caso o sujeito passivo opte por contestar o valor lançado por meio do depósito do montante integral (hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito) e, não obtenha sucesso por meio da medida, este valor será convertido em renda e consequentemente o crédito tributário serpa extinto. PAGAMENTO ANTECIPADO E A HOMOLOGAÇÃO DO LANÇAMENTO: No lançamento por homologação – hipótese em que o sujeito passivo calcula o montante e realiza o pagamento antecipado- considera-se extinto o crédito tributário na data em que a autoridade pública reconhece e homologa o pagamento (para eventual restituição, considera-se a data do pagamento). CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO JULGADA PELA PROCEDÊNCIA: A ação de consignação em pagamento é o meio adequado para que o sujeito passivo possa pagar sua dívida e obter a quitação do tributo; Dispõe o artigo 164 do CTN: Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos: I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória; → o sujeito passivo pode escolher qual tributo pagar, não importando se tem mais de um perante o mesmo credor; II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal; → quando há fundamento não há o que se falar de manejo da ação judicial; III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador. → exemplo é o caso de “bitributação”; § 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe pagar. § 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância consignada é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis. O consignante deposita o valor que entende devido, não o cobrado pelo Fisco e, caso seja julgado procedente, há a extinção do crédito; DECISÃO ADMINISTRATIVA IRREFORMÁVEL: O sujeito passivo que não concorda com o lançamento tributário pode impugná-lo pela via administrativa ou judicial → caso ao final do litígio a decisão reconheça a improcedência do lançamento haverá a extinção do crédito → essa improcedência poderá decorrer de vício formal: hipótese em que o ente poderá repetir o lançamento recebendo de volta todo o prazo decadencial; ou de vício material: hipótese em que não poderá haver novo lançamento do tributo; → geralmente quando ocorre esse reconhecimento na esfera administrativa o litigio não é levado a seara judicial por falta de interesse de agir do particular e da Fazenda Pública; Pelo disposto na redação do artigo 156, IX a decisão administrativa irreformável é aquela: “definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;” → parece que o CTN admite a hipótese da própria Fazenda Pública recorrer de decisão que ela mesma proferiu. DECISÃO JUDICIAL PASSADA EM JULGADO: Aquela contra a qual não cabe recurso, gozando a partir de então de imutabilidade constitucionalmente protegida → aplicam-se as mesmas disposições sobre vícios formais e materiais. DAÇÃO EM PAGAMENTO EM BENS IMÓVEIS: Segundo o artigo 156, XI do CTN: “a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.” → em direito tributário, a única modalidade de dação admitida é a substituição por bens imóveis → rol taxativo.
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