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Nutrição em Oncologia Pediátrica Giuliana Bouchabki Miguel Nutricionista Clínica Materno Infantil Maio/2021 O que é um CÂNCER? GRUPO DE VÁRIAS DOENÇAS QUE TÊM EM COMUM A PROLIFERAÇÃO DESCONTROLADA DE CÉLULAS ANORMAIS E QUE PODE OCORRER EM QUALQUER LOCAL DO ORGANISMO E TÊM A CAPACIDADE DE INVADIR TECIDOS VIZINHOS E PRODUZIR METÁSTASES, OU SEJA, DE ESPALHAR-SE POR VÁRIAS PARTES DO CORPO. 8460 NOVOS CASOS ATÉ 2022 (84% cura) Representa de 1 a 4% de todas as neoplasias da população 4150 (137 casos por milhão) 4310 (139 casos por milhão) 25 a 30% A Leucemia é o tipo mais comum entre todas as populações Linfomas Tumores SNC Diferente do CÂNCER ADULTO: - Outros diagnósticos - Tratamentos + curtos e + agressivos - Etiologia desconhecida - Diagnóstico precoce Pacientes de Risco • Síndromes genéticas - Sd Down, NF • Prematuros – Hepatoblastomas • Infecções – EBV, hepatites B/C • Imunodeficiências - HIV • Pacientes transplantados - orgãos • Pacientes com tratamento prévio de câncer • Exposições à irradiação – medula óssea * Atenção à frequência e intensidade * Valorizar as queixas SINAIS E SINTOMAS Febre Leucemia/ Linfoma Infecção Vômito Tu Wilms/ Linfoma/ Neuroblastoma/ Tumor SNC Infecção/ DRGE Constipação Tu Wilms/ Linfoma/ Neuroblastoma Má alimentação Tosse Neuroblastoma/ Linfoma IVAS/ BCP Dor óssea/muscular Leucemia/Tumor Ósseo/Neuroblastoma Lesão musculoesquelética/ Infecção viral Cefaléia/dor de cabeça Tumor SNC Enxaqueca/ infecção Adenomegalia- ínguas Leucemia/Linfoma/Mestastáses Linfadenite/ infecção sistêmica Emagrecimento Linfomas/Tumores abdominais Erro alimentar/ Verminoses/ Baixa ingesta Palidez - sangramentos Leucemias / Linfomas Distúrbios de coagulação/ Maus tratos Hematúria Tumor de Wilms ITU/ Glomerulonefrite Sinais e Sintomas Tipos de Câncer Diagnóstico Diferencial DIAGNÓSTICOS Royal Hospital Sick Children Edinburgh (UK) POG Pediatric Oncology Group USA Memory University Atlanta - USA Hospital do Câncer de São Paulo – Brasil Leucemias 5,4 - 4,5 12 Linfomas 8,4 10,5 - 27,6 Tu Wilms 2,5 - 2,8 11,4 Neuroblastomas 5,3 5,4 - 18,6 Tumores SNC 13 9,4 26 34,3 Tumores Ósseos 8,4 11,5-20,8 - 20,7 Sarcomas 6,6 - - 35,3 Quanto tempo leva até o HOSPITAL? Tumores Líquidos: Leucemias e Linfomas. Proveniente de células sanguíneas anormais da medula óssea, ou linfonodos. Vários tipos. Tumores Sólidos: Carcinomas (mais comuns) e Sarcomas (mais raros). Tipos de Neoplasias Neoplasia mais comum na infância Câncer dos tecidos formadores do sangue (células tronco), que se origina na medula óssea Células doentes: sanguíneas Leucemias Blastos são jogados em grande quantidade na corrente sanguínea Encaminhar para realização de exames complementares e início do tratamento Descartar sempre causas infecciosas Leucemias linfóides (mais frequentes) Leucemias mielóides Leucemias Palidez, fadiga, sangramentos espontâneos, febre, dor óssea, hepatoesplenomegalia Coleta de pequena quantidade de sangue do interior do osso (externo ou bacia) com anestesia local Biópsia: retirado um pequeno fragmento do osso e da medula Mielograma e Biópsia de Medula Células doentes: linfócitos Aumento ganglionar acompanhado de algum sinal de alerta Localização supraclavicular, axilar, pescoço, inguinal ou epitroclear. Gânglios >3 cm ou com aumento progressivo após 2 semanas de evolução LINFOMAS Adenomegalias duras, aderidas e indolores Investigar sorologias negativas para toxoplasmose, HIV, CMV, EBV, sífilis Avaliação inicial: RX tórax, HMG, USG, PET scan, bx LINFOMAS Linfoma de Hogkin Linfoma não Hodgkin Sintomas dependem do local e tamanho Diagnóstico: TC crânio, REMA Células doentes: depende da localização Tumores de SNC Tumores de fossa posterior: região de cerebelo e tronco cerebral Alterações visuais e de marcha, perda de força, vômitos, crises convulsivas e cefaleia Células doentes: dependem da localização Tu renais (Wilms), Neuroblastoma, Linfoma de Burkitt, Hepatoblastoma, Tumor de células germinativas Exame físico em consulta ou do próprio cuidador Diagnóstico: USG de abdômen, bx Sinais de alerta: dor abdominal crônica recorrente, hematúria, hipertensão arterial, perda de peso, baixo crescimento, alteração de hábitos intestinais, dores com despertar noturno MASSAS ABDOMINAIS NEUROBLASTOMA Células doentes: células nervosas em sua forma primitiva • Tumor abdominal – glândulas adrenais ou coluna espinhal (gânglios dorsais) • Aumento de volume abdominal e diminuição do apetite • Cirurgia + Quimioterápicos agressivos + TAMO + RDT • Ao diagnóstico: falta de apetite e emagrecimento • 2 a 5 anos (seletividade, desnutrição e diminuição do crescimento) SARCOMAS PARTES MOLES Células doentes: mesenquimais primitivas (células tronco) Grupos de tecidos entre a derma e as vísceras Músculos, gordura, tendões, vasos sanguíneos Massa ou nódulo de aumento progressivo Pode acometer cavidades (proptose, obstrução nasal, hematúria) TUMORES ÓSSEOS Osteossarcoma e Tumor de Ewing Osteo: membros ≠ EWING: tronco e pelve Aparecimento de dor óssea e tumefação do tecido ao redor Avaliação inicial: RX local ( lesões ostelíticas, reação periosteal) Células doentes: células ósseas primitivas Mais frequente em adolescentes Dor Musculoesquelética SINAIS DE ALERTA Dor localizada e fixa Acompanhada de parestesias ou perda de força Alterações da marcha Persistência da dor durante as atividades diárias Dor com despertar noturno frequente Células doentes: células embrionárias da retina Retinoblastoma é o mais comum Leucocoria, estrabismo, irritação ocular, proptose, dificuldade visual Encaminhar precoce ao oftalmologista TUMORES OCULARES Álvaro Sanz E, et al. Nutrition. 2018 Jun 18;57:148-153 Maiores custos associados Aumento de complicações pós- operatórias + maior toxicidade Pior resposta à terapia antineoplásica, maior risco de mortalidade Pior qualidade de vida, maior tempo de internação hospitalar desnutrição e CÂNCER Risco Nutricional ao diagnóstico TUMORES SÓLIDOS OSTEOSSARCOMAS DOENÇAS RECAÍDAS DESNUTRIDOS BEBÊS DOR, FEBRE E INAPETÊNCIA Conselho Federal de Nutricionistas, 2018 Os piores resultados no tratamento quimioterápico em obesos têm causa multifatorial A necessidade de redução da dose dos medicamentos justifica, em parte, a mortalidade maior em pacientes obesos A orientação da ASCO é manter dose para o peso real do paciente Há relação entre aumento da incidência de DECH graus II a IV e aumento do IMC A obesidade está associada com a incidência de doenças infecciosas (bacteriana, fúngica e viral), devido ao aumento da hiperglicemia Diminuição no tempo de depuração da droga pelos rins e aumento da toxicidade American Society of Clinical Oncology (ASCO) obesidade e CÂNCER Alterações na farmacocinética das drogas. Algumas delas não são solúveis em lipídios, com distribuição ruim no tecido adiposo Nutrição fator de risco MODIFICÁVEL AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL Tomografia/Ressonância Magnética Composição Corporal Bioimpedância Tomografia/Ressonância Magnética Fita métrica + adipômetro Agem em células de divisão rápida (cabelo, medula óssea, tecido gastrointestinal) Toxicidade depende da QT, dosagem e duração Podem levar à diminuição importante da ingestão alimentar, anorexia, perda de peso Podem desfavorecer o prognóstico, aumentar o risco de infecções e tempo de internação QUIMIOTERÁPICOS METOTREXATO Mucosite, diarreia, alteração paladar, náuseas e vômitos Náuseas e vômitos, mucosite, anorexia, xerostomia Anorexia, alteração de paladar, estomatite, diarreia, perda renal de aa, Mg, K, Ca, Zn, Cu. Náuseas e vômitos DOXORRUBICINA CISPLATINA IFOSFAMIDA ................ ................ ................ ................ OSTEOSSARCOMAS QUIMIOTERAPIAS CARCINOMA de NASOFARINGE • DIAGNÓSTICO: diminuição do apetite – localizaçãodo tumor • Protocolo com QT com efeitos agressivos: Cisplatina + 5FU + Metrotrexato • Internação prolongada (4 ciclos) • Indicação GTM no primeiro ciclo de QT • RDT após: diminuição do apetite, alteração de paladar, dor, xerostomia Efeito colateral de QT, contagem de neutrófilos abaixo de 500mm³ - risco para infecções Quimioterapia Afetam a medula óssea, reduzindo a produção de neutrófilos Tipos de câncer Afetam diretamente a medula: leucemia, linfoma, mieloma ou metástases Radioterapia Especialmente em: ossos, pélvis, pernas, tórax ou abdome NEUTROPENIA dieta para NEUTROPENIA • Restringir alimentos de risco (?): déficit nutricional (FLV, ovos, alguns tipos de carne) • Sem consenso entre as Instituições mundiais sobre indicação e conteúdo das dietas para neutropenia, porém a maioria indica cuidado ao invés de restrição. • Preferir e orientar alimentação saudável! Probióticos • Poucos estudos/controversos na faixa etária • Lactobacillus plantarum é seguro e viável em crianças e adolescentes durante o TCTH • Consenso Nacional de Nutrição Oncológica (INCA) contraindica o uso para todos os pacientes neutropênicos DIARREIA OBSTIPAÇÃO DOR XEROSTOMIA MUCOSITE MANEJO DE SINTOMAS NÁUSEAS VÔMITOS ALTERAÇÃO PALADAR POLIFAGIA ANOREXIA terapia nutricional Auxilia atuação da Equipe Multiprofissional Padroniza as condutas, o cuidado e o acompanhamento dos pacientes Criados para o local / Guias e Consensos Mantem individualização do paciente - cada paciente responde de uma forma Protocolos Nutricionais Ingestão de <70% das necessidades, implicando em déficit nutricional Uso de complementos alimentares em forma líquida, pó, preparações Fornecem quantidades adequadas de calorias, proteínas e micronutrientes para auxiliar a suprir as necessidades do paciente Geralmente primeira opção antes de SNG ou NPP TERAPIA NUTRICIONAL ORAL TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL • Forma segura e viável de administração de nutrientes no trato gastrointestinal • Recuperação nutricional de forma efetiva • Geralmente escolhida antes da NPP • Preferir fórmulas mais calóricas, se bem toleradas POSIÇÕES DA SONDA NASOENTERAL ][ • Impossível de atingir as NET via oral • >5% de peso/queda 2 percentis + reservas adiposas (CB/DCT) • Mal absorção intestinal (fórmulas específicas) • Ingestão alimentar reduzida por mais de 5 dias (avaliar alterações de P e CB) • Pacientes triados com alto risco nutricional • Atentar aos sinais de intolerância: distensão abdominal, resíduo gástrico, diarreia, sangramentos, vômitos TRIAGEM NUTRICIONAL: CÂNCER ALTO RISCO, TRATAMENTOS INTENSIVOS (TCTH), SINTOMAS DO TGI, DIMINUIÇÃO DA INGESTÃO ORAL, PERDA DE PESO/MEDIDAS TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL indicações Íleo paralítico Obstrução intestinal Tiflite, inflamações, hemorragias intestinais Choque séptico ou hipovolêmico Má absorção intestinal Mucosite Vômitos incontroláveis e/ou diarreia que pioram com a infusão da dieta Plaquetopenia TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL contra indicações • Indicada na impossibilidade de utilização do TGI • Sem perspectiva de receber TNE dentro de 5 a 7 dias (desnutridos: 48h) • Intolerância à aumento de volume enteral: auxilio para atingir meta energética • Critério primordial: estabilidade hemodinâmica e metabólica • Todos os pacientes que iniciam NP são acompanhados nutricionalmente: + monitoramento clínico + laboratorial (alterações metabólicas) TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL NECESSIDADES NUTRICIONAIS <1 ano: 1,5g 1 a 3 anos: 1,1g 4 a 13 anos: 0,95g 14 a 18 anos: 0,85g >18 anos: 0,80g Aspen,2010 (g/kg/dia) Até 10kg: 100 mL/kg 10 a 20kg:1500 mL+50mL/kg p/ cada kg acima 10 >20kg: 1500 mL+20mL/kg p/ cada kg acima 20 Holliday and Segar, 1957 Dietery Reference Intake, DRI. Mesmas que crianças saudáveis. Dietery Reference Intake, DRI. Mesmas que crianças saudáveis. O transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) é uma modalidade terapêutica consagrada para o tratamento de grande variedade de doenças hematológicas benignas e malignas TIPO DE TRANSPLANTE FONTE DE CTH DOADOR Autólogo Medula óssea Sangue periférico Sangue de cordão umbilical ou placentário (raro) Próprio paciente Alogênico Medula óssea Sangue periférico Sangue de cordão umbilical ou placentário Aparentado (irmão ou parentes) Não aparentado (qualquer doador sem laços familiares) Autólogo Linfoma de Hodgkin Linfoma não Hodgkin Neuroblastoma Sarcoma de Ewing Tumor de células germinativas Outras neoplasias na infância Alogênico Leucemia linfoide aguda Leucemia mieloide agua Leucemia mieloide crônica Leucemia linfocítica crônica Síndrome mielodisplásica Neoplasia mieloproliferativa Linfoma de Hodgkin Linfoma não Hodgkin TRANSPLANTE AUTÓLOGO E ALOGÊNICO Autólogo Altas doses de QT seguida por resgate de células tronco do próprio paciente, com o objetivo de melhorar a resposta ao tratamento Alogênico Altas doses de QT seguida por infusão de células de doador compatível, com o objetivo induzir imunossupressão para promover enxertia das células e erradicar a doença QUIMIOTERAPIAS DE CONDICIONAMENTO efeitos COLATERAIS Droga Efeitos tóxicos Carboplatina Neutropenia, anemia, trombocitopenia, náuseas, vômitos, nefrotoxicidade, constipação, diarreia e anorexia Ciclofosfamida Mielodepressão, anerexia, náuseas, vômitos, estomatite, mucosite, colite, nefrotoxicidade, cardiotoxicidade, hepatotoxicidade Melfalano Mielodepressão, mucosite, náuseas, vômitos, diarreia, estomatite, Etoposide Mielodepressão, diarreia, vômitos, náuseas, anorexia, mucosite, hepatotoxicidade Efeitos tóxicos comuns a quimioterápicos mais utilizados em TCTH, relacionados à nutrição Associado ao resgate hematopoiético com células tronco tanto em monoterapia quanto em combinação com radioterapia e/ou outras drogas citotóxicas. Tempo de administração máximo 60 minutos. Anvisa, 2020 Crioterapia: vasoconstrição temporária, aplicável somente em protocolos citotóxicos administrados em um curto período de tempo. Higiene oral + laserterapia quimioterapias MELFALANO Lesões em mucosa oral, laringe, faringe, esôfago, estômago e outras áreas do TGI Aumenta quando associada à radioterapia Crianças > prevalência que adultos Ocorrência de 40 a 70% Manifesta-se de 3 a 10 dias após o início da QT, pode durar 3 sem., e pico de 7 a 14 Dor oral e abdominal intensa, náuseas, vômitos e diarreia: impedem a criança de se alimentar Passagem de SNG precoce mantem estado nutricional e trofismo intestinal durante este período Mucosite grave: aumento da mortalidade em ~ 40% MUCOSITE 1 2 3 4 5 8 7 6 MUCOSITE Algumas QT estão diretamente ligadas à este efeito colateral: metotrexato, 5-fluoracila, melfalano, citarabina, etoposídeo, ciclofosfamida, doxorrubicina e daunorrubicina Mougeot JC, et al. J Natl Cancer Inst Monogr. 2019 Aug 1;2019(53):lgz002 Grau Descrição I Presença de ulceração ou eritema II Presença de eritema e úlcera, com paciente conseguindo se alimentar com sólidos III Presença de úlceras que requerem dieta líquida IV Presença de úlceras que não permitem alimentação via oral classificação da MUCOSITE ][ • Destruição da mucosa intestinal e inibição da replicação das células epiteliais devido QT ou RDT • Pode ser seguida de translocação bacteriana • Ulceração, necrose e grande potencial de perfuração intestinal: ↑ mortalidade TIFLITE (enterocolite neutropênica) • Controle de dor + antibioticoterapia • Evolução de dieta junto à equipe da Oncologia e Cirurgia Infantil • Sintomas: febre, dor, distensão abdominal, diarreia TIFLITE (enterocolite neutropênica) Repouso intestinal e hidratação endovenosa Se jejum ultrapassar 5 dias (desnutridos 48h) Dietas hidrolisadas ou semielementares, com volumes baixos. Progressão lenta até dietas poliméricas isentas de fibras e lactose Água, chá e gelatina, líquida, leve, pastosa, brandae geral Sem alimentos condimentados, gorduras, açúcares e lactose JEJUM NPP TERAPIA ENTERAL VIA ORAL MELHORA DOS SINTOMAS: PROGRESSÃO DE DIETA DOENÇA DO ENXERTO CONTRA O HOSPEDEIRO Shono Y, van den Brink MRM. Nat Rev Cancer. 2018 May;18(5):283-295 DECH][ ETAPA Sintomas Terapia Nutricional 1. Repouso intestinal Grande volume de dieta aquosa (>1000mL/dia), cólicas intestinais, depleção de albumina sérica, ↓ transito intestinal, náuseas, vômitos Somente TNP 2. Introdução de alimentação oral/enteral Volume de diarreia <500mL/dia, ↓ cólicas, melhora do tempo de trânsito intestinal, melhora das náuseas e vômitos TNP+dieta oral/enteral: líquida isosmótica, sem resíduos, sem lactose, sem ácidos e hipogordurosa 3. Introdução de alimentos sólidos Ausência ou diminuição das cólicas e fezes mais consistentes Dieta oral/enteral sólida sem resíduos, sem lactose, sem ácidos, hipogordurosa, sem irritantes gástricos 4. Expansão de dieta Ausência ou diminuição das cólicas e fezes mais consistentes Dieta oral/enteral pobre em fibras, lactose, ácidos, irritantes gástricos e gordura – de acordo com a tolerância do paciente 5. Dieta habitual Ausência das cólicas e fezes em consistência normal Dieta oral (enteral SN) com introdução gradual dos alimentos de acordo com a tolerância do paciente SUPLEMENTO Motivo da prescrição Vitamina C Auxiliar na cicatrização de feridas Zinco Auxiliar na cicatrização de feridas Repor quantidades perdidas em diarreia crônica Ácido fólico Repor necessidades elevadas de produção de hemácias Medicamentos que aumentam o metabolismo dessa vitamina, precisa ser reposta Cálcio com vitamina D Minimizar desmineralização óssea com uso de esteroides crônicos Ômega 3 Interação com os níveis celulares para modificação das citocinas e redução dos processos inflamatórios da DECH Suplementos nutricionais recomendados para receptores de transportes de células tronco com DECH Literatura controversa e inconsistente Uso oral: redução mucosite e DECH Endovenosa: redução de infecções? Cicatrização intestinal na mucosite e DECH ESPEN: não há evidências suficientes para essas recomendações glutamina Manutenção do trofismo da mucosa intestinal Menor chance de translocação bacteriana Menor risco de infecções por uso de NPP Reduz frequência de DECH Reduz índices de mortalidade e o risco de infecções em pacientes após terapia mieloablativa Redução nos custos do tratamento TERAPIA NUTRICIONAL NECESSIDADES NUTRICIONAIS Aspen,2009 (g/kg/dia) Até 10kg: 100 mL/kg 10 a 20kg:1500 mL+50mL/kg p/ cada kg acima 10 >20kg: 1500 mL+20mL/kg p/ cada kg acima 20 Holliday and Segar, 1957 Dietery Reference Intake, DRI. Mesmas que crianças saudáveis. 0 a 2 anos – 2 a 3g 2 a 13– 1,5 a 2g 13 a 18 anos – 1,5g *mínimo 1,5g/kg/dia Schoefield, 1985 Mesmas recomendações para pacientes críticos Monitorar: peso, estatura, consumo alimentar, efeitos adversos do tratamento/doença e manejo Semanal? Quinzenal? Mensal? Leito dia? Tratamentos prolongados (2 anos) Parte do crescimento e desenvolvimento da criança/adolescência ATENDIMENTO NUTRICIONAL CONHECER O TRATAMENTO DO MEU PACIENTE Pré e pós operatório, considerar massas abdominais, cirurgias extensas, tumores ósseos → suplementação/SNG QT e RDT, saber período e conhecer protocolos Efeitos adversos comuns à QT e outros medicamentos Orientar sobre pancitopenia Indicação de terapia nutricional adequada à patologia Coleta de hábito alimentar com informações detalhadas para modificações possíveis TUMORES COMEM AÇÚCAR? Peso • Avaliar a importância de realizar em todas as consultas (considerar peso habitual e peso ao diagnóstico) • Estatura – 1 vez ao mês ou a cada 15 dias; *Pesar com roupas básicas, fralda, sapato? - não causar desconforto ao paciente Circunferência de braço • Método de fácil aplicabilidade; • Não invasivo Bioimpedância AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Resultado nesse espaço VERMELHO: Desnutrição severa AMARELO: Desnutrição moderada VERDE: Criança saudável Uso recomendado para identificar a desnutrição e iniciar o tratamento de crianças desnutridas. Para emergências nutricionais, voluntários ou quando cuidadores ajudam na triagem. • Corrigir erros alimentares e estado nutricional; • Introdução de suplementação adequada; • Apresentação do caso para a nutricionista responsável (vínculos); • Considerar extremos (muito baixo peso/obesidade) AVALIAÇÃO PRÉ TCTH • Realizado semanalmente; • Reabilitação do TGI; • Monitorar estado nutricional; • Retornar hábitos alimentares x sintomas; • Auxílio equipe de fonoaudiologia (SNG, disfagia, mucosite, recusas); • Liberação conforme protocolos e exames (D+100); • Preparar paciente para o retorno a sociedade. ACOMPANHAMENTO PÓS TCTH Ambulatório de TCTH DIETA ENTERAL VIA SNG OU GTM Dieta caseira: alimentos de todos os grupos, alta densidade calórica, temperos naturais Dieta mista: uso de complementos alimentares auxiliam manutenção EN A segurança alimentar é fundamental nestes casos: orientação nutricional e higiene dos alimentos, utensílios e ambiente. ! ][ Posição do paciente Velocidade de infusão Baixa adesão – intercorrências Baixa efetividade – entendimento das orientações Necessidade de dietas especiais (oligoméricas) DIFICULDADES DE ADESÃO Sobreviventes de câncer devem seguir as recomendações para prevenção de câncer e detecção precoce destinados a população geral, incluindo evitar ou parar de fumar, atividade física, nutrição e peso saudáveis. Se necessário acompanhamento e intervenção nutricional, já que o estado nutricional é um fator de mal prognóstico. SEDENTARISMO DIETA PARA NEUTROPENIA USO PROLONGADO DE CORTICOIDES SARCOPENIA RDT CRANIANA INTERNAÇÕES PROLONGADAS NÍVEIS DE OBESIDADE = À POPULAÇÃO MUNDIAL A alimentação adequada e saudável é a prática alimentar apropriada aos aspectos biológicos e socioculturais dos indivíduos, bem como ao uso sustentável do meio ambiente. CUIDADOS PALIATIVOS PEDIÁTRICOS Controle de dor e outros sintomas físicos Protege a espiritualidade, autonomia e vontades da criança Melhora a qualidade de vida Influencia da forma mais positiva possível o curso da doença Acompanha cuidados de fim de vida, evitando “medidas fúteis” de suporte Realiza a comunicação entre paciente, família e equipe Inicia no momento do diagnóstico, independente do tratamento ou desfecho da doença • Seguimento do tratamento: a alta para casa já deve ser bem orientada/encaminhada • Manter a continuidade do cuidado fora do hospital → desnutrição, ganho de peso, infecções, reinternação, cuidados paliativos • Expectativas e medos do paciente devem ser consideradas: saber ouvir para orientar O VÍNCULO É IMPORTANTE Ajudamos a evitar algumas morbidades, como o risco de infecções e intolerância à quimioterapia Estimulamos a alimentação, principalmente via oral (se possível) Oferecemos a quantidade de nutrientes que supra as necessidades nutricionais da criança, de forma que: Garantimos seu estado nutricional, crescimento e desenvolvimento adequados, durante e após o tratamento oncológico Diminuímos o desconforto gerado pelos sintomas da doença e/ou tratamento na hora de se alimentar Melhoramos a qualidade de vida dos nossos pacientes! considerações finais][ Com a terapia nutricional precoce.... Osteossarcoma de fêmur Recebemos em nosso ambulatório uma paciente de 15 anos do sexo feminino, recém diagnosticada. Ela realizou o primeiro ciclo de quimioterapia e conta que não consegue se alimentar há 1 mês, pois está muito nauseada e vomitando. Relata que emagreceu bastante, pois se sente fraca e suas roupas estão largas, mas não sabe dizer exatamente quanto. - Paciente já realizou um ciclo de cisplatina + doxorrubicina. - Próximo ciclo será de metotrexato, daqui 15 dias. - Tem programação de cirurgia para ressecção tumoral. quais seriam SUAS CONDUTAS?][- Você indicaria suplementos via oral? - Você indicaria a passagem de SNG ou GTM? - Quando iniciar a terapia nutricional? - Como orientar um plano alimentar para essa paciente? - Quais medidas antropométricas necessárias para o acompanhamento nutricional? OBRIGADA!OBRIGADA! giuliana.miguel@gmail.com @giulianabm