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Nutrição em Oncologia Pediátrica 2021

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Nutrição em Oncologia 
Pediátrica
Giuliana Bouchabki Miguel
Nutricionista Clínica
Materno Infantil
Maio/2021
O que é um CÂNCER?
GRUPO DE VÁRIAS DOENÇAS QUE TÊM EM COMUM 
A PROLIFERAÇÃO DESCONTROLADA DE CÉLULAS 
ANORMAIS E QUE PODE OCORRER EM QUALQUER 
LOCAL DO ORGANISMO E TÊM A CAPACIDADE DE 
INVADIR TECIDOS VIZINHOS E PRODUZIR 
METÁSTASES, OU SEJA, DE ESPALHAR-SE POR 
VÁRIAS PARTES DO CORPO.
8460 
NOVOS CASOS ATÉ 2022
(84% cura)
Representa de 1 a 4% de todas as 
neoplasias da população
4150
(137 casos por milhão) 
4310 
(139 casos por milhão)
25 a 30%
A Leucemia é o tipo mais comum entre todas as 
populações
Linfomas 
Tumores SNC
Diferente do CÂNCER 
ADULTO: 
- Outros diagnósticos
- Tratamentos + curtos e + agressivos
- Etiologia desconhecida
- Diagnóstico precoce
Pacientes de 
Risco
• Síndromes genéticas - Sd Down, NF
• Prematuros – Hepatoblastomas
• Infecções – EBV, hepatites B/C
• Imunodeficiências - HIV
• Pacientes transplantados - orgãos
• Pacientes com tratamento prévio de câncer
• Exposições à irradiação – medula óssea
* Atenção à frequência e intensidade
* Valorizar as queixas
SINAIS E
SINTOMAS
Febre Leucemia/ Linfoma Infecção
Vômito Tu Wilms/ Linfoma/ Neuroblastoma/
Tumor SNC
Infecção/ DRGE
Constipação Tu Wilms/ Linfoma/ Neuroblastoma Má alimentação
Tosse Neuroblastoma/ Linfoma IVAS/ BCP
Dor óssea/muscular Leucemia/Tumor Ósseo/Neuroblastoma Lesão musculoesquelética/
Infecção viral
Cefaléia/dor de cabeça Tumor SNC Enxaqueca/ infecção
Adenomegalia- ínguas Leucemia/Linfoma/Mestastáses Linfadenite/ infecção sistêmica
Emagrecimento Linfomas/Tumores abdominais Erro alimentar/ Verminoses/ Baixa
ingesta
Palidez - sangramentos Leucemias / Linfomas Distúrbios de coagulação/ Maus tratos
Hematúria Tumor de Wilms ITU/ Glomerulonefrite
Sinais e Sintomas Tipos de Câncer Diagnóstico Diferencial
DIAGNÓSTICOS
Royal Hospital Sick 
Children Edinburgh (UK)
POG
Pediatric Oncology Group
USA
Memory University Atlanta
- USA
Hospital do Câncer de São 
Paulo – Brasil 
Leucemias 5,4 - 4,5 12
Linfomas 8,4 10,5 - 27,6
Tu Wilms 2,5 - 2,8 11,4
Neuroblastomas 5,3 5,4 - 18,6
Tumores SNC 13 9,4 26 34,3
Tumores Ósseos 8,4 11,5-20,8 - 20,7
Sarcomas 6,6 - - 35,3
Quanto tempo leva até o 
HOSPITAL?
Tumores Líquidos: Leucemias e 
Linfomas. Proveniente de células 
sanguíneas anormais da medula 
óssea, ou linfonodos. Vários tipos.
Tumores Sólidos: Carcinomas 
(mais comuns) e Sarcomas (mais 
raros).
Tipos de 
Neoplasias
Neoplasia mais comum na infância
Câncer dos tecidos formadores do sangue (células tronco), 
que se origina na medula óssea
Células doentes: sanguíneas
Leucemias
Blastos são jogados em grande quantidade na
corrente sanguínea
Encaminhar para realização de exames complementares e 
início do tratamento
Descartar sempre causas
infecciosas
Leucemias linfóides (mais
frequentes)
Leucemias mielóides
Leucemias
Palidez, fadiga, sangramentos espontâneos, 
febre, dor óssea, hepatoesplenomegalia
Coleta de pequena quantidade de sangue do interior do osso (externo ou bacia) com 
anestesia local
Biópsia: retirado um pequeno fragmento do osso e da medula
Mielograma
e
Biópsia de Medula
Células doentes: linfócitos
Aumento ganglionar acompanhado de algum sinal de alerta
Localização supraclavicular, axilar, pescoço, inguinal ou epitroclear.
Gânglios >3 cm ou com aumento progressivo após 2 semanas de evolução
LINFOMAS
Adenomegalias duras, aderidas e indolores
Investigar sorologias negativas para toxoplasmose, HIV, 
CMV, EBV, sífilis
Avaliação inicial: RX tórax, HMG, USG, PET scan, bx
LINFOMAS
Linfoma de Hogkin
Linfoma não Hodgkin
Sintomas dependem do 
local e tamanho
Diagnóstico: TC crânio, 
REMA
Células doentes: depende da localização
Tumores de SNC
Tumores de fossa 
posterior: região de 
cerebelo e tronco cerebral
Alterações visuais e de 
marcha, perda de força, 
vômitos, crises convulsivas 
e cefaleia
Células doentes: dependem da localização 
Tu renais (Wilms), Neuroblastoma, Linfoma de Burkitt, 
Hepatoblastoma, Tumor de células germinativas
Exame físico em consulta ou do próprio cuidador
Diagnóstico: USG de abdômen, bx
Sinais de alerta: dor abdominal crônica recorrente, 
hematúria, hipertensão arterial, perda de peso, baixo 
crescimento, alteração de hábitos intestinais, dores com 
despertar noturno
MASSAS 
ABDOMINAIS
NEUROBLASTOMA
Células doentes: células nervosas em sua forma primitiva
• Tumor abdominal – glândulas adrenais ou coluna espinhal (gânglios dorsais)
• Aumento de volume abdominal e diminuição do apetite
• Cirurgia + Quimioterápicos agressivos + TAMO + RDT
• Ao diagnóstico: falta de apetite e emagrecimento
• 2 a 5 anos (seletividade, desnutrição e diminuição do crescimento)
SARCOMAS
PARTES MOLES
Células doentes: mesenquimais 
primitivas (células tronco) 
Grupos de tecidos entre a derma e as 
vísceras
Músculos, gordura, tendões, vasos 
sanguíneos
Massa ou nódulo de aumento progressivo
Pode acometer cavidades (proptose, obstrução 
nasal, hematúria)
TUMORES 
ÓSSEOS Osteossarcoma e Tumor de Ewing
Osteo: membros ≠ EWING: tronco e pelve
Aparecimento de dor óssea e tumefação do tecido 
ao redor
Avaliação inicial: RX local ( lesões ostelíticas, 
reação periosteal)
Células doentes: células ósseas primitivas
Mais frequente em adolescentes
Dor Musculoesquelética 
SINAIS DE ALERTA
Dor localizada e fixa
Acompanhada de parestesias ou perda de força
Alterações da marcha
Persistência da dor durante as atividades diárias
Dor com despertar noturno frequente
Células doentes: células embrionárias da 
retina
Retinoblastoma é o mais comum
Leucocoria, estrabismo, irritação ocular, 
proptose, dificuldade visual
Encaminhar precoce ao oftalmologista
TUMORES 
OCULARES
Álvaro Sanz E, et al. Nutrition. 2018 Jun 18;57:148-153
Maiores custos associados
Aumento de 
complicações pós-
operatórias + maior 
toxicidade 
Pior resposta à terapia 
antineoplásica, maior 
risco de mortalidade
Pior qualidade de vida, 
maior tempo de 
internação hospitalar 
desnutrição e CÂNCER
Risco
Nutricional
ao diagnóstico TUMORES SÓLIDOS
OSTEOSSARCOMAS
DOENÇAS
RECAÍDAS
DESNUTRIDOS
BEBÊS
DOR, FEBRE E
INAPETÊNCIA
Conselho Federal de Nutricionistas, 2018
Os piores resultados no tratamento 
quimioterápico em obesos têm causa 
multifatorial
A necessidade de redução da dose dos 
medicamentos justifica, em parte, a 
mortalidade maior em pacientes obesos
A orientação da ASCO é manter 
dose para o peso real do paciente
Há relação entre aumento da incidência de 
DECH graus II a IV e aumento do IMC
A obesidade está associada com a incidência de 
doenças infecciosas (bacteriana, fúngica e viral), 
devido ao aumento da hiperglicemia
Diminuição no tempo de depuração da droga 
pelos rins e aumento da toxicidade
American Society of Clinical Oncology (ASCO) 
obesidade e CÂNCER
Alterações na farmacocinética das drogas. 
Algumas delas não são solúveis em lipídios, com 
distribuição ruim no tecido adiposo
Nutrição
fator de risco 
MODIFICÁVEL
AVALIAÇÃO E 
ACOMPANHAMENTO
NUTRICIONAL
Tomografia/Ressonância Magnética
Composição Corporal
Bioimpedância
Tomografia/Ressonância Magnética
Fita métrica +
adipômetro
Agem em células de divisão rápida (cabelo, medula óssea, tecido
gastrointestinal)
Toxicidade depende da QT, dosagem e duração
Podem levar à diminuição importante da ingestão alimentar, anorexia, perda
de peso 
Podem desfavorecer o prognóstico, aumentar o risco de infecções e tempo 
de internação
QUIMIOTERÁPICOS
METOTREXATO
Mucosite, diarreia, alteração 
paladar, náuseas e vômitos
Náuseas e vômitos, mucosite, 
anorexia, xerostomia
Anorexia, alteração de paladar, 
estomatite, diarreia, perda renal de 
aa, Mg, K, Ca, Zn, Cu.
Náuseas e vômitos
DOXORRUBICINA
CISPLATINA
IFOSFAMIDA
................
................
................
................
OSTEOSSARCOMAS QUIMIOTERAPIAS
CARCINOMA 
de NASOFARINGE
• DIAGNÓSTICO: diminuição do apetite – localizaçãodo 
tumor 
• Protocolo com QT com efeitos agressivos: Cisplatina
+ 5FU + Metrotrexato
• Internação prolongada (4 ciclos)
• Indicação GTM no primeiro ciclo de QT
• RDT após: diminuição do apetite, alteração de 
paladar, dor, xerostomia
Efeito colateral de QT, contagem de neutrófilos abaixo de 500mm³ - risco para 
infecções
Quimioterapia
Afetam a medula óssea, reduzindo a 
produção de neutrófilos
Tipos de câncer
Afetam diretamente a medula: leucemia, 
linfoma, mieloma ou metástases
Radioterapia
Especialmente em: ossos, pélvis, 
pernas, tórax ou abdome
NEUTROPENIA
dieta para 
NEUTROPENIA
• Restringir alimentos de risco (?): déficit nutricional (FLV, ovos, alguns tipos de 
carne)
• Sem consenso entre as Instituições mundiais sobre indicação e conteúdo das 
dietas para neutropenia, porém a maioria indica cuidado ao invés de restrição.
• Preferir e orientar alimentação saudável!
Probióticos
• Poucos estudos/controversos na faixa etária
• Lactobacillus plantarum é seguro e viável em crianças e adolescentes durante o 
TCTH
• Consenso Nacional de Nutrição Oncológica (INCA) contraindica o uso para todos os
pacientes neutropênicos
DIARREIA
OBSTIPAÇÃO
DOR
XEROSTOMIA
MUCOSITE
MANEJO DE 
SINTOMAS
NÁUSEAS
VÔMITOS
ALTERAÇÃO
PALADAR
POLIFAGIA ANOREXIA
terapia
nutricional
Auxilia atuação da Equipe Multiprofissional
Padroniza as condutas, o cuidado e o 
acompanhamento dos pacientes
Criados para o local / Guias e Consensos
Mantem individualização do paciente - cada 
paciente responde de uma forma
Protocolos
Nutricionais
Ingestão de <70% das necessidades, implicando em déficit nutricional
Uso de complementos alimentares em forma líquida, pó, preparações
Fornecem quantidades adequadas de calorias, proteínas e micronutrientes
para auxiliar a suprir as necessidades do paciente
Geralmente primeira opção antes de SNG ou NPP
TERAPIA NUTRICIONAL 
ORAL
TERAPIA NUTRICIONAL 
ENTERAL
• Forma segura e viável de 
administração de nutrientes no trato 
gastrointestinal
• Recuperação nutricional de forma 
efetiva
• Geralmente escolhida antes da NPP
• Preferir fórmulas mais calóricas, se 
bem toleradas
POSIÇÕES DA SONDA 
NASOENTERAL ][
• Impossível de atingir as NET via oral
• >5% de peso/queda 2 percentis + reservas adiposas
(CB/DCT)
• Mal absorção intestinal (fórmulas específicas)
• Ingestão alimentar reduzida por mais de 5 dias
(avaliar alterações de P e CB)
• Pacientes triados com alto risco nutricional
• Atentar aos sinais de intolerância: distensão 
abdominal, resíduo gástrico, diarreia, sangramentos, 
vômitos
TRIAGEM NUTRICIONAL:
CÂNCER ALTO RISCO, TRATAMENTOS INTENSIVOS (TCTH), SINTOMAS DO
TGI, DIMINUIÇÃO DA INGESTÃO ORAL, PERDA DE PESO/MEDIDAS
TERAPIA 
NUTRICIONAL 
ENTERAL
indicações
Íleo paralítico
Obstrução intestinal
Tiflite, inflamações, hemorragias intestinais
Choque séptico ou hipovolêmico
Má absorção intestinal
Mucosite
Vômitos incontroláveis e/ou diarreia que 
pioram com a infusão da dieta
Plaquetopenia
TERAPIA 
NUTRICIONAL 
ENTERAL
contra
indicações
• Indicada na impossibilidade de utilização do 
TGI
• Sem perspectiva de receber TNE dentro de 5 
a 7 dias (desnutridos: 48h)
• Intolerância à aumento de volume enteral: 
auxilio para atingir meta energética
• Critério primordial: estabilidade
hemodinâmica e metabólica
• Todos os pacientes que iniciam NP são
acompanhados nutricionalmente: + 
monitoramento clínico + laboratorial 
(alterações metabólicas)
TERAPIA 
NUTRICIONAL 
PARENTERAL
NECESSIDADES NUTRICIONAIS
<1 ano: 1,5g
1 a 3 anos: 1,1g
4 a 13 anos: 0,95g
14 a 18 anos: 0,85g
>18 anos: 0,80g
Aspen,2010
(g/kg/dia)
Até 10kg: 100 mL/kg
10 a 20kg:1500 mL+50mL/kg p/ 
cada kg acima 10
>20kg: 1500 mL+20mL/kg p/ 
cada kg acima 20 
Holliday and Segar, 
1957
Dietery Reference
Intake, DRI.
Mesmas que crianças 
saudáveis.
Dietery Reference
Intake, DRI.
Mesmas que crianças 
saudáveis.
O transplante de células-tronco hematopoéticas
(TCTH) é uma modalidade terapêutica consagrada
para o tratamento de grande variedade de doenças
hematológicas benignas e malignas
TIPO DE TRANSPLANTE FONTE DE CTH DOADOR
Autólogo
Medula óssea
Sangue periférico
Sangue de cordão umbilical ou 
placentário (raro)
Próprio paciente
Alogênico
Medula óssea
Sangue periférico
Sangue de cordão umbilical ou 
placentário 
Aparentado (irmão ou 
parentes)
Não aparentado (qualquer 
doador sem laços familiares)
Autólogo
Linfoma de Hodgkin
Linfoma não Hodgkin
Neuroblastoma
Sarcoma de Ewing
Tumor de células germinativas
Outras neoplasias na infância
Alogênico
Leucemia linfoide aguda
Leucemia mieloide agua
Leucemia mieloide crônica
Leucemia linfocítica crônica
Síndrome mielodisplásica
Neoplasia mieloproliferativa
Linfoma de Hodgkin
Linfoma não Hodgkin
TRANSPLANTE
AUTÓLOGO E
ALOGÊNICO
Autólogo
Altas doses de QT seguida por 
resgate de células tronco do 
próprio paciente, com o 
objetivo de melhorar a 
resposta ao tratamento
Alogênico
Altas doses de QT seguida por 
infusão de células de doador 
compatível, com o objetivo 
induzir imunossupressão para 
promover enxertia das células 
e erradicar a doença
QUIMIOTERAPIAS DE
CONDICIONAMENTO
efeitos COLATERAIS
Droga Efeitos tóxicos
Carboplatina
Neutropenia, anemia, trombocitopenia, náuseas, vômitos, nefrotoxicidade, 
constipação, diarreia e anorexia
Ciclofosfamida
Mielodepressão, anerexia, náuseas, vômitos, estomatite, mucosite, colite, 
nefrotoxicidade, cardiotoxicidade, hepatotoxicidade
Melfalano Mielodepressão, mucosite, náuseas, vômitos, diarreia, estomatite,
Etoposide
Mielodepressão, diarreia, vômitos, náuseas, anorexia, mucosite, 
hepatotoxicidade
Efeitos tóxicos comuns a quimioterápicos mais utilizados em 
TCTH, relacionados à nutrição
Associado ao resgate hematopoiético 
com células tronco tanto em 
monoterapia quanto em combinação 
com radioterapia e/ou outras drogas 
citotóxicas.
Tempo de administração máximo 60 
minutos.
Anvisa, 2020
Crioterapia: vasoconstrição temporária, 
aplicável somente em protocolos 
citotóxicos administrados em um curto 
período de tempo. 
Higiene oral + laserterapia
quimioterapias
MELFALANO
Lesões em mucosa oral, laringe, 
faringe, esôfago, estômago e outras 
áreas do TGI
Aumenta quando associada à 
radioterapia 
Crianças > prevalência que adultos 
Ocorrência de 40 a 70%
Manifesta-se de 3 a 10 dias após o 
início da QT, pode durar 3 sem., e 
pico de 7 a 14 
Dor oral e abdominal intensa, 
náuseas, vômitos e diarreia: 
impedem a criança de se alimentar
Passagem de SNG precoce mantem 
estado nutricional e trofismo 
intestinal durante este período
Mucosite grave: aumento da 
mortalidade em ~ 40% 
MUCOSITE
1
2
3
4
5
8
7
6
MUCOSITE
Algumas QT estão diretamente
ligadas à este efeito colateral:
metotrexato, 5-fluoracila, melfalano, 
citarabina, etoposídeo, ciclofosfamida, 
doxorrubicina e daunorrubicina
Mougeot JC, et al. J Natl Cancer Inst Monogr. 2019 Aug 1;2019(53):lgz002
Grau Descrição
I Presença de ulceração ou eritema
II
Presença de eritema e úlcera, com paciente 
conseguindo se alimentar com sólidos
III
Presença de úlceras que requerem dieta líquida
IV
Presença de úlceras que não permitem 
alimentação via oral
classificação da
MUCOSITE ][
• Destruição da mucosa intestinal e inibição da replicação das células epiteliais 
devido QT ou RDT
• Pode ser seguida de translocação bacteriana
• Ulceração, necrose e grande potencial de perfuração intestinal: ↑ mortalidade
TIFLITE
(enterocolite
neutropênica)
• Controle de dor + antibioticoterapia
• Evolução de dieta junto à equipe da Oncologia e Cirurgia Infantil 
• Sintomas: febre, dor, distensão abdominal, diarreia
TIFLITE
(enterocolite
neutropênica)
Repouso intestinal e 
hidratação 
endovenosa
Se jejum
ultrapassar 5 dias
(desnutridos 48h)
Dietas hidrolisadas 
ou 
semielementares, 
com volumes 
baixos. Progressão 
lenta até dietas 
poliméricas isentas 
de fibras e lactose 
Água, chá e 
gelatina, líquida, 
leve, pastosa, 
brandae geral 
Sem alimentos 
condimentados, 
gorduras, açúcares 
e lactose
JEJUM NPP TERAPIA ENTERAL VIA ORAL
MELHORA DOS SINTOMAS:
PROGRESSÃO 
DE DIETA
DOENÇA DO ENXERTO 
CONTRA O HOSPEDEIRO 
Shono Y, van den Brink MRM. Nat Rev Cancer. 2018 May;18(5):283-295
DECH][
ETAPA Sintomas Terapia Nutricional
1. Repouso intestinal
Grande volume de dieta aquosa 
(>1000mL/dia), cólicas intestinais, 
depleção de albumina sérica, ↓
transito intestinal, náuseas, vômitos
Somente TNP
2. Introdução de alimentação 
oral/enteral
Volume de diarreia <500mL/dia, ↓
cólicas, melhora do tempo de 
trânsito intestinal, melhora das 
náuseas e vômitos
TNP+dieta oral/enteral: líquida 
isosmótica, sem resíduos, sem 
lactose, sem ácidos e hipogordurosa
3. Introdução de alimentos sólidos
Ausência ou diminuição das cólicas e 
fezes mais consistentes
Dieta oral/enteral sólida sem 
resíduos, sem lactose, sem ácidos, 
hipogordurosa, sem irritantes 
gástricos
4. Expansão de dieta
Ausência ou diminuição das cólicas e 
fezes mais consistentes
Dieta oral/enteral pobre em fibras, 
lactose, ácidos, irritantes gástricos e 
gordura – de acordo com a 
tolerância do paciente
5. Dieta habitual
Ausência das cólicas e fezes em 
consistência normal
Dieta oral (enteral SN) com 
introdução gradual dos alimentos de 
acordo com a tolerância do paciente
SUPLEMENTO Motivo da 
prescrição
Vitamina C Auxiliar na cicatrização de feridas
Zinco
Auxiliar na cicatrização de feridas 
Repor quantidades perdidas em diarreia crônica
Ácido fólico
Repor necessidades elevadas de produção de hemácias
Medicamentos que aumentam o metabolismo dessa vitamina, precisa ser 
reposta
Cálcio com vitamina D
Minimizar desmineralização óssea com uso de esteroides crônicos
Ômega 3
Interação com os níveis celulares para modificação das citocinas e 
redução dos processos inflamatórios da DECH
Suplementos nutricionais recomendados para 
receptores de transportes de células tronco com DECH
Literatura 
controversa e 
inconsistente
Uso oral: redução 
mucosite e DECH
Endovenosa: 
redução de 
infecções?
Cicatrização intestinal 
na mucosite e DECH
ESPEN: não há evidências 
suficientes para essas 
recomendações
glutamina
Manutenção do trofismo da mucosa intestinal
Menor chance de translocação bacteriana
Menor risco de infecções por uso de NPP
Reduz frequência de DECH
Reduz índices de mortalidade e o risco de infecções em 
pacientes após terapia mieloablativa
Redução nos custos do tratamento
TERAPIA 
NUTRICIONAL
NECESSIDADES NUTRICIONAIS
Aspen,2009
(g/kg/dia)
Até 10kg: 100 mL/kg
10 a 20kg:1500 mL+50mL/kg p/ 
cada kg acima 10
>20kg: 1500 mL+20mL/kg p/ 
cada kg acima 20 
Holliday and Segar, 
1957
Dietery Reference
Intake, DRI.
Mesmas que crianças 
saudáveis.
0 a 2 anos – 2 a 3g
2 a 13– 1,5 a 2g
13 a 18 anos – 1,5g
*mínimo 1,5g/kg/dia
Schoefield, 1985
Mesmas 
recomendações para 
pacientes críticos
Monitorar: peso, estatura, consumo alimentar, efeitos adversos do 
tratamento/doença e manejo
Semanal? Quinzenal? Mensal? Leito dia?
Tratamentos prolongados (2 anos)
Parte do crescimento e desenvolvimento da criança/adolescência
ATENDIMENTO NUTRICIONAL
CONHECER O TRATAMENTO
DO MEU PACIENTE
Pré e pós operatório, considerar massas abdominais, cirurgias extensas, 
tumores ósseos → suplementação/SNG
QT e RDT, saber período e conhecer protocolos
Efeitos adversos comuns à QT e outros medicamentos
Orientar sobre pancitopenia
Indicação de terapia nutricional adequada à patologia
Coleta de hábito alimentar com informações detalhadas para modificações 
possíveis
TUMORES
COMEM AÇÚCAR?
Peso
• Avaliar a importância de realizar em todas as consultas
(considerar peso habitual e peso ao diagnóstico)
• Estatura – 1 vez ao mês ou a cada 15 dias;
*Pesar com roupas básicas, fralda, sapato? - não causar
desconforto ao paciente
Circunferência de braço
• Método de fácil aplicabilidade;
• Não invasivo
Bioimpedância
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Resultado nesse
espaço
VERMELHO:
Desnutrição severa
AMARELO:
Desnutrição moderada
VERDE:
Criança saudável
Uso recomendado para 
identificar a desnutrição e 
iniciar o tratamento de 
crianças desnutridas. 
Para emergências
nutricionais, voluntários ou
quando cuidadores ajudam
na triagem.
• Corrigir erros alimentares e estado
nutricional;
• Introdução de suplementação
adequada;
• Apresentação do caso para a 
nutricionista responsável (vínculos);
• Considerar extremos (muito baixo
peso/obesidade)
AVALIAÇÃO
PRÉ TCTH
• Realizado semanalmente;
• Reabilitação do TGI;
• Monitorar estado nutricional;
• Retornar hábitos alimentares x sintomas; 
• Auxílio equipe de fonoaudiologia (SNG, disfagia, 
mucosite, recusas);
• Liberação conforme protocolos e exames (D+100);
• Preparar paciente para o retorno a sociedade.
ACOMPANHAMENTO
PÓS TCTH
Ambulatório
de TCTH
DIETA ENTERAL 
VIA SNG OU GTM
Dieta caseira: alimentos 
de todos os grupos, alta 
densidade calórica, 
temperos naturais
Dieta mista: uso de 
complementos 
alimentares auxiliam 
manutenção EN
A segurança alimentar é 
fundamental nestes casos: 
orientação nutricional e 
higiene dos alimentos, 
utensílios e ambiente.
!
][
Posição do 
paciente
Velocidade de 
infusão
Baixa adesão –
intercorrências
Baixa efetividade 
– entendimento 
das orientações
Necessidade de 
dietas especiais 
(oligoméricas)
DIFICULDADES DE ADESÃO
Sobreviventes de câncer devem seguir as recomendações para prevenção de câncer e detecção precoce 
destinados a população geral, incluindo evitar ou parar de fumar, atividade física, nutrição e peso saudáveis. 
Se necessário acompanhamento e intervenção nutricional, já que o estado nutricional é um fator de mal 
prognóstico.
SEDENTARISMO
DIETA PARA
NEUTROPENIA
USO PROLONGADO
DE CORTICOIDES
SARCOPENIA
RDT CRANIANA
INTERNAÇÕES
PROLONGADAS
NÍVEIS DE OBESIDADE = À
POPULAÇÃO MUNDIAL
A alimentação adequada e saudável é a prática alimentar
apropriada aos aspectos biológicos e socioculturais dos
indivíduos, bem como ao uso sustentável do meio
ambiente.
CUIDADOS PALIATIVOS PEDIÁTRICOS
Controle de dor e outros sintomas físicos
Protege a espiritualidade, autonomia e vontades da criança
Melhora a qualidade de vida
Influencia da forma mais positiva possível o curso da doença
Acompanha cuidados de fim de vida, evitando “medidas fúteis” de suporte
Realiza a comunicação entre paciente, família e equipe
Inicia no momento do diagnóstico, independente do tratamento ou 
desfecho da doença
• Seguimento do tratamento: a alta para casa já deve ser bem orientada/encaminhada
• Manter a continuidade do cuidado fora do hospital → desnutrição, ganho de peso, 
infecções, reinternação, cuidados paliativos
• Expectativas e medos do paciente devem ser consideradas: saber ouvir para orientar
O VÍNCULO 
É IMPORTANTE
Ajudamos a evitar algumas morbidades, como o risco de infecções e 
intolerância à quimioterapia 
Estimulamos a alimentação, principalmente via oral (se possível)
Oferecemos a quantidade de nutrientes que supra as necessidades 
nutricionais da criança, de forma que:
Garantimos seu estado nutricional, crescimento e desenvolvimento 
adequados, durante e após o tratamento oncológico
Diminuímos o desconforto gerado pelos sintomas da doença e/ou 
tratamento na hora de se alimentar
Melhoramos a qualidade de vida dos nossos pacientes! 
considerações finais][
Com a terapia nutricional precoce....
Osteossarcoma de fêmur
Recebemos em nosso ambulatório uma paciente de 15 anos do sexo 
feminino, recém diagnosticada. Ela realizou o primeiro ciclo de 
quimioterapia e conta que não consegue se alimentar há 1 mês, pois 
está muito nauseada e vomitando. Relata que emagreceu bastante, 
pois se sente fraca e suas roupas estão largas, mas não sabe dizer 
exatamente quanto. 
- Paciente já realizou um ciclo de cisplatina + doxorrubicina.
- Próximo ciclo será de metotrexato, daqui 15 dias.
- Tem programação de cirurgia para ressecção tumoral.
quais seriam
SUAS CONDUTAS?][- Você indicaria suplementos via oral?
- Você indicaria a passagem de SNG ou GTM?
- Quando iniciar a terapia nutricional?
- Como orientar um plano alimentar para essa paciente?
- Quais medidas antropométricas necessárias para o 
acompanhamento nutricional?
OBRIGADA!OBRIGADA!
giuliana.miguel@gmail.com
@giulianabm

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