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FISIOPATOLOGIA E TERAPIA NUTRICIONAL NO CÂNCER

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NEOPLASIAS: FISIOPATOLOGIA E TERAPIA NUTRICIONAL
CÂNCER 
- Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 
doenças que têm em comum o crescimento 
desordenado de células que invadem tecidos e órgãos. 
- Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser 
muito agressivas e incontroláveis, determinando a 
formação de tumores, que podem espalhar-se para 
outras regiões do corpo. 
COMO SURGE O CÂNCER 
 
Foto 
O QUE CAUSA O CÂNCER 
- Fatores genéticos: 15% 
- Fatores ambientais: 85% 
✓ Dieta (gordura saturada, nitratos, agrotóxicos), 
sedentarismo, exposição solar, consumo de 
álcool, tabaco, radiação, prática de sexo sem 
proteção. 
ESTÁGIOS 
1. Iniciação: A célula sofre ação dos agentes 
cancerígenos iniciadores, que alteram a 
estatura do DNA. 
2. Promoção: A célula alterada continua a sofrer 
ação de agentes que estimulam a sua 
multiplicação (agentes promotores) e 
transforma-se em células. 
3. Progressão: 
✓ Multiplicação descontrolada das 
células alteradas 
✓ Acúmulo de células cancerosas 
✓ Tumor 
CÂNCER E CRESCIMENTO CELULAR 
- Tumores malignos: São assim chamados quando o 
crescimento desordenado das células acontece de 
forma muito rápida, agressiva e incontrolável. 
Somente o tumor maligno é denominado câncer. 
- Tumores benignos: Significa, simplesmente, uma 
massa localizada de células que se multiplicam 
vagarosamente e se assemelham ao seu tecido 
original, raramente constituindo um risco de vida. 
 
PREVENÇÃO NO CÂNCER 
 
Tipo de câncer Prevenções 
Pulmão, boca, laringe Evitar o consumo de 
cigarros 
Estômago, reto, mama Comer alimentos 
saudáveis e praticar 
exercícios físicos 
Mama, intestino, boca, 
esôfago 
Evitar bebidas alcoólicas 
Câncer de pele Evitar exposição 
prolongada ao sol 
Câncer de próstata Realizar exame a partir 
dos 50 anos 
Câncer de cólon de 
útero 
Realizar exames 
preventivos a partir dos 
25 anos 
Câncer de mama Realizar mamografia a 
partir dos 40 anos 
ALTERAÇÕES METABÓLICAS 
- Fluxograma 
 
Metabolismo Jejum Câncer 
GER Diminuído Aumentado 
Tolerância à glicose Diminuído Diminuído 
Sensibilidade à 
insulina 
Diminuído Diminuído 
Glicose plasmática Diminuído Inalterada 
Insulina plasmática Diminuído Inalterada 
Lactato plasmático Inalterado Aumentado 
Atividade do Ciclo de 
Cori 
Inalterado Aumentado 
Lipólise Aumentado Aumentado 
Triglicerídeos 
plasmáticos 
Inalterado Aumentado 
Catabolismo muscular Diminuído Aumentado 
Balanço nitrogenado Negativo Negativo 
Nitrogênio urinário Diminuído Inalterado 
 
- Quadro 
COMO TRATA? 
✓ Cirurgia paliativa 
✓ Cirurgia curativa (incluindo TMO) 
✓ Quimioterapia (neoadjuvante ou adjuvante) 
✓ Radioterapia (neoadjuvante ou adjuvante) 
 
✓ Hormonioterapia 
✓ Imunoterapia 
✓ Isolados ou combinados 
 
QUEM TRATA O CÂNCER? 
• Oncologista 
• Hematologista 
• Cirurgião 
• Mastologista 
• Psicólogo 
• Nutricionista... 
COMO DIAGNOSTICA? 
- Depende de cada tipo de câncer 
- Os sintomas são identificados e diferentes para cada 
tipo 
- Biópsia para confirmação 
EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER 
- Estimativa 2018-2019 
TRATAMENTO CIRÚRGICO 
- Primeira modalidade de tratamento empregada com 
sucesso no tratamento do câncer 
- Propósitos das cirurgias em oncologia: 
✓ Profilático (prevenir a propagação) 
✓ Diagnóstico 
✓ Estadiamento 
✓ Curativo 
✓ Paliativo 
TRANSPLANTE DE CÉLULAS HEMAPOIÉTICAS 
- Infusão intravenosa de células progenitoras 
hematopoiéticas na corrente sanguínea para restaurar 
a função da medulas óssea. 
- Tipos de TMO e fontes de células: 
✓ Autogênico ou autólogo: Própria medula 
✓ Alogênico: HLA compatível (aparentado ou 
não) 
✓ Singênico: Irmão gêmeo univitelino 
FASES DO TRANSPLANTE 
1. Período de condicionamento: QT em altas doses 
para destruir as células malignas e a medula do 
receptor (infusão da medula óssea). 
2. Período de aplasia: Fase onde a contagem de 
leucócitos do receptor baixa muito e a medula fica 
“despovoada” de células. 
3. Período de “pega”: Quando a medula do doador 
começa a produzir as primeiras células no receptor. 
QUIMIOTERAPIA 
- Consiste na administração de medicamentos: 
✓ Via endovenosa 
✓ Via intramuscular 
✓ Via subcutânea 
✓ Via oral 
✓ Via intra-arterial 
- Ação da quimioterapia: Age de maneira não seletiva 
contra as células tumorais afetando células de 
proliferação rápida. 
✓ Cabelo, mucosas e sangue 
- Tipos de quimioterapia: 
✓ Curativa: Para tumores com fração de 
crescimento muito alta (doenças do sangue e 
germinativas). 
✓ Adjuvante ou preventiva: Tratamento de 
micrometástases após tratamento curativo do 
tumor primário (normalmente cirurgia). 
✓ Primária ou neoadjuvante: Antes do 
tratamento definitivo, cirúrgico ou não. 
✓ Não curativa / Paliativa: Para o “controle” da 
doença disseminada e melhoria da qualidade 
de vida. 
- Ciclos da quimioterapia 
✓ Em geral ocorrem a cada 3 semanas (+/- 21 
dias, porém depende). 
✓ Na 2ª semana diminui a proliferação celular: 
Células tumorais, medula óssea, cabelo, 
mucosas. 
RADIOTERAPIA 
- Produz radiações ionizantes: 
Íons reagem com a molécula de O2 → Reações químicas 
→ Reações moleculares → Dano celular → 
Reparo/Morte celular 
 
TRIAGEM E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 
✓ TRN-2002 
✓ ASG-PPP ou ASG 
✓ Anamnese alimentar 
✓ Dinamometria 
✓ Exames bioquímicos quando pacientes e 
cuidados paliativos 
INDICADORES DE DESNUTRIÇÃO 
RECOMENDADOS PELO INCA (2015) 
- NRS 2002 (> 3) 
- ASG-PPP > 2 e ASG = B ou C 
- Ingestão alimentar < 75% das necessidades 
nutricionais nas últimas duas semanas 
- Sintomas do TGI de impacto nutricional por mais de 3 
dais consecutivos ou alternados na última semana 
- % de perda de peso significativas ou grava 
- Possível cirurgia de grande porte 
TERAPIA NUTRICIONAL 
- Objetivo: 
✓ Prevenir ou reverter o declínio do estado 
nutricional 
✓ Evitar a progressão para um quadro de 
caquexia 
✓ Auxiliar no manejo dos sintomas 
✓ Melhorar o balanço nitrogenado 
✓ Reduzir a proteólise 
✓ Aumentar a RI 
✓ Reduzir o tempo de internação hospitalar e 
garantir uma melhor qualidade de vida ao 
paciente 
- Pré e pós operatório 
- Quimioterapia e radioterapia 
- Transplante de células hematopoiéticas 
- Cuidados paliativos 
- Sinais e sintomas de terapias anti-neoplásica 
- Pré-transplante 
✓ Garantir que o paciente se submeta ao 
procedimento no melhor estado nutricional 
possível (evitando possíveis complicações) 
- Pós-transplante 
✓ Assegurar a recuperação breve 
✓ Minimizar os efeitos da imunossupressão 
✓ Evitar infecções e contaminações por 
alimentos 
IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 
- Para o início do tratamento nutricional, todos os 
pacientes com câncer devem ser triados para 
identificar aqueles com risco e os que requerem uma 
avaliação nutricional mais detalhada da sua condição. 
- Essa avaliação detalhada inclui, além de perda de 
peso ocorrida com o surgimento da doença, dados 
sobre ingestão alimentar, alterações clínicas e 
funcionais, assim como dados laboratoriais e 
bioquímicos. 
DESNUTRIÇÃO E CÂNCER 
- Fatores que aumentam o risco: 
✓ Aumento da demanda energética para o 
crescimento do tumor 
✓ Anorexia pela doença (citocinas) ou depressão 
✓ Alteração do paladar 
✓ Aversão alimentar adquirida 
✓ Distúrbios gastrointestinais pelos fármacos ou 
pela doença de base (ex.: mucosite, 
xerostomia, diarreia, náuseas, constipação e 
outros) 
✓ Jejuns constantes para procedimentos 
✓ Infecções e inflamação (ILs e TNF alfa) 
✓ Alterações no metabolismo de carboidratos e 
lipídeos, favorecendo a lipólise 
PACIENTE DESUTRIDO GRAVE OU EM RISCO DE 
SÍNDROME DE REALIMENTAÇÃO 
- História de jejum prolongado, perda de peso superior 
a 10% ou IMC < 18,5 kg/m² 
✓ Iniciar dieta com 5 a 10 kcal/kg nos 3 primeiros 
dias 
✓ Evoluir lentamente para 15-20 kcal/kg entre o 
4° e 15° dias 
✓ 25 a 30 kcal/kg após duassemanas 
 
✓ Sempre observar potássio, fósforo e magnésio 
PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA 
NUTRICIONAL 
Alterações metabólicas do câncer + 
Efeitos adversos do tratamento 
- Quimioterapia: Anorexia, náuseas, vômitos, diarreia, 
mucosite, retenção de líquidos, intolerância à glicose. 
- Cirurgia: Depende do local e intensidade do trauma. 
- Radioterapia: Náuseas, perda de apetite, vômitos, 
xerostomia, disfagia, odinofagia, mucosite, alteração 
no paladar e olfato, diarreia. 
RELAÇÃO NUTRICÇÃO X CÂNCER 
- A obesidade é fator de risco para muitos tipos de 
câncer 
- Existe uma grande prevalência de desnutrição entre 
pacientes no momento do diagnóstico e/ou durante a 
internação hospitalar 
- E as pessoas que aparentemente tem peso normal, 
não possuem risco? 
NECESSIDADES NUTRICINAIS 
- Fórmula imunomoduladora na quantidade de 500 mL 
a 1.000 mL, cinco a sete dias antes da cirurgia. 
✓ Redução da incidência de complicações 
infeccioas pós-operatórias, da intensidade da 
resposta inflamatória, do tempo de internação 
e do custo do tratamento 
✓ Melhora significativa na resposta inflamatória, 
na oxigenação intestinal, microperfusão 
✓ Influência positiva nos marcadores 
bioquímicos como pré-albumina, proteína 
ligadora do retinol e transferrina. 
ÔMEGA-3 E CAQUEXIA 
- ASPEN (2009): Com grau de evidencia B sugere a 
suplementação com AGs n-3, com dose alvo de 2 
gramas de EPA diariamente, como possível auxilio na 
estabilização do peso em pacientes com câncer com 
redução de peso involuntária e progressiva recebendo 
dieta oral. 
- Consenso Brasileiro de Caquexia (2011): Recomenda 
que planos alimentares enriquecidos de AGs n-3 
podem ser útil na TN para pacientes com caquexia do 
câncer avançado de pâncreas ou do TGI alto em 
cuidados paliativos. 
SUPLEMENTAÇÃO E TN NA QT E RT 
- Pacientes oncológicos podem apresentar deficiências 
de micronutrientes em função do aumento das 
necessidades e de perdas associadas à diminuição da 
ingestão alimentar (oferta de micronutrientes: 100 a 
200% DRIs). 
- Demais recomendações de Suporte Nutricional e 
suplementação de acordo com o quadro do paciente e 
orientações gerais. 
RELAÇÃO ENTRE TCH E NUTRIÇÃO 
- Imediatas (até 2 semanas): Terapia 
imunossupressora; Náuseas e vômitos (mesmo com 
terapia anti-emética). 
- Tardias (2 a 3 semanas): Mucosite orofaríngea; 
Alteração do paladar; Esofagite; Diarreia (mais de 30 
dais). 
VIA DE OFERTA DA DIETA 
- TNP: Via usada devido à toxicidade causada pelo TGI 
pela ablação do SI e por evitar contaminação, mas com 
grande impacto a glicemia o paciente, tempo de 
internação e atraso no sucesso do enxerto. Sempre que 
possível evitar ou reduzir o uso. 
- TNE: Melhor controle da glicemia e de mortalidade 
nos 100 primeiros dias de enxerto, mas alguns 
pacientes relatam desconforto abdominal (plenitude 
abdominal, vômitos, mucosite, piora da diarreia) ou 
mesmo retiram a sonda inadvertidamente. 
- VO: Quando o paciente conseguir ingerir > 70% das 
suas necessidades sem risco de contaminação.

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