Prévia do material em texto
O material ora apresentado ao aluno é mero auxilio as aulas ministradas em sala. Não tira, portanto, do aluno, a responsabilidade de estudar em outras fontes de informação, tais como as doutrinas indicadas pela Docente que serão também exigidas em provas. JURISDIÇÃO 1- CONCEITO: Uma das funções do Estado, este se substitui aos titulares dos interesses em conflito para, imparcialmente, buscar a pacificação do conflito que os envolve, com justiça. Não são todos os conflitos de interesse que se compõe de por meio da jurisdição, mas apenas aqueles que configuram a lide ou o litigio. Há conflito de interesse quando mais de um sujeito procura usufruir o mesmo bem. (ex: contrato de locação – mesmo bem da vida disputado pelo locador e locatário). Há litigio quando o conflito surgido na disputa em torno do mesmo bem não encontra uma solução voluntária ou espontânea entre os diversos concorrentes. (ex: um contratante exige o cumprimento do contrato e outro contratante resiste ou não vê razão para o cumprimento). o Estado de Direito não tolera a justiça pelas próprias mãos dos interessados caberá à parte deduzir em juízo a lide existente e requerer ao Juiz que solucione na forma da lei, 2- CARACTERISTICAS DA JURISDIÇÃO A jurisdição se apresenta como atividade estatal secundária, instrumental, declarativa ou executiva, desinteressada e provocada. É instrumental porque o objetivo principal outro é dar atuação prática às regras do direito Exercita, de tal sorte, a jurisdição vontades concretas da lei nascidas anteriormente ao pedido de tutela jurídica estatal feito pela parte no processo, o que lhe confere o caráter de atividade “declarativa” ou “executiva”, tão somente. 2.1 – Unidade – função monopolizada dos juízes, será sempre o poder-dever de o Estado declarar e realizar o direito. 2.2 – Secundariedade – a jurisdição é o derradeiro recurso, na busca da solução dos conflitos. A função jurisdicional é secundária no sentido de que só atuará em último caso, quando esgotadas todas as possibilidades de resolução do conflito instaurado. 2.3 – Substituvidade – De modo geral, as relações jurídicas são formadas, geram seus efeitos e extinguem-se sem dar origem a litígios. O Estado ao exercer a jurisdição, estará substituindo, com atividade sua, a vontade daqueles diretamente envolvidos na relação de direito material, os quais obrigatoriamente se sujeitarão ao que restar decidido pelo Estado-juízo. 3- IMPARCIALIDADE E DISPONIBILIDADE É, a jurisdição “atividade desinteressada do conflito” põe em prática vontades concretas da lei dirigida aos sujeitos da relação jurídica substancial deduzida em juízo. O juiz mantém-se equidistante dos interessados e sua atividade é subordinada exclusivamente à lei. Mesmo quando o juiz aprecia uma causa em que o Estado seja parte, a função jurisdicional foca a cargo de um organismo completamente estranho à Administração Pública e cujo único compromisso é com a ordem jurídica. no processo judicial, o juiz atua em nome de uma entidade que não representa o Estado- Administração, mas que tem como única função ocupar-se de apreciar relações jurídicas materiais travadas entre estranhos. 4- OBJETIVO DA JURISDIÇÃO. O fim do processo é a entrega da prestação jurisdicional, que satisfaz à tutela jurídica, a que se obrigou o Estado ao assumir o monopólio da justiça. a) causa final: a atuação da vontade da lei, como instrumento de segurança jurídica e de manutenção da ordem jurídica; b) causa material: o conflito de interesses, qualificado por pretensão resistida, revelado ao juiz através da invocação da tutela jurisdicional; c) causa imediata ou eficiente: a provocação da parte, isto é, a demanda. 5- EFETIVIDADE DA TUTELA JURISIDICONAL O que se deduz do inciso XXXV do art. 5º da C. F., é que nenhuma lesão ou ameaça a direito deixará de ser solucionada pelo Poder Judiciário, quando provocado pelo interessado, na forma legal. Essa tutela, não pode cingir-se a interpretar e aplicar o enunciado de lei pertinente. No moderno Estado Democrático de Direito é imperioso que isso se faça a partir, de sempre, dos valores, princípios e regras consagrados pela constituição. 6- PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS - Principio do Juiz Natural: só pode exercer a jurisdição aquele órgão a que a Constituição atribui o poder jurisdicional. Não é dado ao legislador ordinário criar juízes ou tribunais de exceção, para julgamento de certas causas, tampouco dar aos organismos judiciários estruturação diversa daquela prevista na Lei Magna. - Principio da investidura- somente pode ser exercida por juízes regularmente investidos, providos em cargos de magistrados e que se encontram no efetivo exercício desses cargos. - Principio da Improrrogabilidade- os limites do poder jurisdicional, para cada justiça comum, são os traçados pela Constituição. - Principio da Ideclinabilidade o órgão constitucionalmente investido no poder de jurisdição tem a obrigação de prestar a tutela jurisdicional e não a simples faculdade. Trata-se do dever legal de responder a invocação da tutela jurisdicional assegurada pela constituição. - Principio da Indelegabilidade: não pode o juiz ou qualquer órgão jurisdicional delegar a outros o exercício a função que a lei lhes conferiu, conservando-se sempre as causas sob o comando e controle do juiz natural. - Principio da aderência territorial: todo juiz ou órgão judicial conta com uma circunscrição territorial dentro da qual exerce suas funções jurisdicionais, - Principio da Inércia: o acesso de todos à justiça é garantido pela Constituição (art. 5º, XXXV), mas o Poder Judiciário não pode agir por iniciativa própria, somente o fará quando adequadamente provocado pela parte. - Principio da Unidade: o poder judiciário é único e soberano, embora a partilha de competência se dê entre vários órgãos. 7- JURISDIÇÃO CIVIL A jurisdição, como poder ou função estatal, é uma e abrange todos os litígios que se possam instaurar em torno de quaisquer assuntos de direito. O Direito civil, em seu âmbito é delineado por exclusão, de forma que a jurisdição civil se apresenta com a característica da generalidade. Aquilo que não couber na jurisdição penal e nas jurisdições especiais será alcançado pela jurisdição civil, pouco importando que a lide verse sobre direito material público ou privado. 8- JURISIDIÇÃO CONTENCIOSA E JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA. Jurisdição Contenciosa é a jurisdição propriamente dita, isto é, aquela função que o Estado desempenha na pacificação ou composição dos litígios. Pressupõe controvérsia entre as partes (lide), a ser solucionada pelo juiz. Jurisdição Voluntária: é aquela em que o juiz apenas realiza gestão pública em torno de interesses privados, como se dá nas nomeações de tutores, nas alienações de bens de incapazes, divórcio e separação consensuais, etc. Aqui não há lide nem partes, mas apenas um negócio jurídico- processual envolvendo o juiz e os interessados. A função do juiz é, portanto, equivalente ou assemelhada à do tabelião, ou seja, a eficácia do negócio jurídico depende da intervenção pública do magistrado. 9- SUBSTITUTIVOS DA JURISDIÇÃO Sendo a jurisdição atividade estatal provocada, e da qual a parte tem disponibilidade, pode a lide encontrar solução por outros caminhos que não a prestação jurisdicional. A autocomposição pode ser obtida por meio de transação ou de conciliação. E a decisão da lide por pessoas não integradas ao Poder Judiciário ocorre mediante juízo arbitral. A transação é o negócio jurídico em que os sujeitos da lide fazem concessões recíprocas para afastar a controvérsia estabelecida entre eles. Pode ocorrer antes da instauração do processo ou na sua pendência. A conciliação nada mais é do que uma transação obtida em juízo, pela intervenção do juiz junto às partes, ou o conciliador ou mediador, em quehouver, antes de iniciar a instrução da causa. O Juízo Arbitral, importa renúncia à via judiciária estatal, confiando as partes a solução da lide a pessoas desinteressadas, mas não pertencentes aos quadros do Poder Judiciário. 10- PROCESSO E PROCEDIMENTO 10-1 -Processo e Procedimento – Conceito. Processo é o método, isto é, o sistema de compor a lide em juízo de uma relação jurídica vinculativa de direito público. Procedimento é a forma material com que o processo se realiza em cada caso concreto. È o procedimento que dá exterioridade ao processo, ou à relação processual, revelando-se o modus faciendi com que se vai atingir o escopo da tutela jurisdicional. É o procedimento que nos diferentes tipos de demanda, define e ordena os diversos atos processuais necessários. 10-2-Características do Procedimento. - Objetivo- a multiplicidade de atos que necessariamente o compõem, todos coordenados numa verdadeira dependência recíproca, de modo que um provoca ou outro subsequentemente é legitimado pelo anterior, tudo com um objetivo final, que vem a ser a perseguição do provimento jurisdicional capaz de solucionar o conflito jurídico existente entre as partes. Subjetivo - só se estabelece por iniciativa de parte, só se desenvolve em contraditório com a contraparte definitiva da controvérsia, e, nome da autoridade estatal, só se legitima se respeitar fielmente a demanda e o contraditório, como situações inafastáveis desde a formação arte a exaustão do processo. 10-3 Funções do Processo 1- A de verificar a efetiva situação jurídica das partes (processo de cognição); 2- A de realizar efetivamente a situação jurídica apurada (processo de execução); 3- A de estabelecer as condições necessárias para que se possa, num ou noutro caso, pretender a prestação jurisdicional (condição da ação). 10-4- Pressupostos Processuais Os pressupostos são aquelas exigências legais sem cujo atendimento o processo, como relação jurídica, não se estabelece ou não se desenvolve validamente. 10.4.1 Pressupostos Subjetivos: -competência do juiz para a causa; - capacidade civil das partes; - sua representação por advogado. 10.4.2 - Pressupostos Objetivos: - a demanda do autor e a citação do réu; - observância da forma processual adequada à pretensão; - inexistência de litispendência, coisa julgada, convenção de arbitragem, ou de inépcia da petição inicial; - inexistência de qualquer das nulidades previstas na legislação processual.