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texto 9 : o dualismo antropológico e a concepção ética em Platão
“A verdade é parente da medida justa e a filosofia deve falar com medida” (Platão)
a. a imortalidade da alma
	. “a alma assemelha-se ao que é divino e o corpo assemelha-se ao que é mortal... a alma seja semelhante em grau sumo ao que é divino, imortal, inteligível, uniforme, indissolúvel e sempre idêntico a si mesmo, enquanto o corpo é semelhante em sumo grau ao que é humano, mortal, multiforme, ininteligível, dissolúvel e jamais idêntico a si mesmo”(Fédon, 79a-80b)
	. “...todo corpo ao qual o movimento é comunicado de fora é um corpo sem alma, ao passo que todo corpo ao qual o movimento provém de dentro e a partir de si mesmo, é animado, como se essa fosse a essência da alma. Mas, se assim é - e assim é -, ou seja, que não há nada que se mova a si mesmo a não ser a alma, a alma será necessariamente ingênita e imortal”(Fedro, 245c-246a)
	. a alma é a dimensão inteligível, meta-empírica, incorruptível do homem.
b. o destino escatológico da alma (Górgias e Fédon)
	. “Por esse motivo deve ter muita confiança com respeito à sua alma o homem que, durante a sua vida, renunciou aos prazeres e adornos do corpo considerando-os coisas que não lhe dizem respeito e pensando que só fazem mal; e ao contrário, preocupou-se com as alegrias do aprender e, tendo ornado a sua alma não com ornamentos exóticos, mas com os ornamentos que lhe são próprios, isto é, sabedoria, justiça, fortaleza, liberdade e verdade, assim espera a hora de tomar o caminho do Hades, pronto para partir quando o destino o chamar” (Fédon,, ll4d-115a)
	. metempsicose: “...à estirpe dos deuses não é dado chegar a quem não tenha cultivado a filosofia e que não tenha deixado o corpo inteiramente puro; isso é concedido somente ao amante do saber” (Fédon, 82c)
	. “o homem não é livre para escolher entre viver e não viver, mas é livre para escolher como viver moralmente” (Reale, p.198)
	. “Ao lugar de onde caiu (de onde vivia com os Deuses), cada alma não volta antes de dez mil anos; pois não readquire as asas antes daquele tempo, com exceção da que haja filosofado com toda a sinceridade e haja amado os jovens de acordo com a filosofia; essas almas, ao terceiro volver de mil anos, se por três vezes seguidas escolherem essa maneira de viver, readquirem as asas e levantam vôo...”(Fedro, 248e-249b)
c. o dualismo antropológico
	.relação corpo-alma: “Quem pode saber se viver não é morrer e morrer não é viver? (Górgias)
	. “nada do que é terrestre é mais precioso do que é celeste”( Leis,V,726-29)
	. “todo prazer e toda dor, como se tivesse um cravo, crava e finca a alma no corpo e a faz tornar-se quase corpórea, fazendo-a acreditar ser verdadeiro o que o corpo diz ser verdadeiro”( Fédon, 83 b-e)
	. Filebo: “Ao homem, que é uma alma num corpo, não convém uma vida de pura inteligência que é indubitavelmente a vida mais divina, mas, justamente porque é tal, é vida mais do que humana, é vida dos deuses eternos. Mas também não convém ao homem uma vida de puro prazer, que é uma vida puramente animal. ...Ao homem convém uma vida mista de inteligência e prazer” (Reale, p.211-2)
	. a via do conhecimento, via de purificação da alma: “misticismo”, processo de conversão moral - sua virtude consiste em conhecendo-se, purificar-se.
Leituras complementares:
PESSANHA, José Américo Motta. A água e o mel. In: NOVAES, Adauto (org.) O Desejo. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. P.91-123.
REALE, Giovanni. Corpo, Alma e Saúde. O conceito de homem de Homero a Platão. São Paulo: Paulus,2002
ROGUE, Christophe Rogue. Compreender Platão. Petrópolis: Vozes, 2005.

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