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EXCELENTÍSSIMO SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DO TRABALHO DA 80ª VARA DO TRABALHO DE CUIABÁ – MT Processo nº.: 1000/2018. TECELAGEM FIO DE OURO S.A., sociedade empresária de direito privado, inscrita sob CNPJ nº., com sede à Rua, Bairro, CEP, na Cidade de, Estado, por intermédio de seu (sua) advogado(a) e procurador(a), nos termos do instrumento de Procuração anexo, devidamente inscrito(a) na Ordem dos Advogados do Brasil, sob o nº. OAB/XX, com escritório profissional à Rua, Bairro, CEP, na Cidade de, Estado, onde recebe avisos, intimações e notificações, vem, à presença de V. Ex.ª, com fundamento no artigo 847 da CLT e artigos 335, 336 e seguintes do Código de Processo Civil, apresentar a seguinte CONTESTAÇÃO TRABALHISTA Na reclamação trabalhista que lhe move JOANA DA SILVA, já qualificada na exordial, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. I – DOS FATOS A Reclamante laborou na empresa Tecelagem Fio de Ouro S.A. da data do dia 10/05/2008 a 29/09/2018, exercia a função de cozinheira. Na inicial a Reclamante solicita indenização por dano moral, alegando ser vítima de doença profissional, a integração do valor do plano odontológico, para todos os fins como salário utilidade, a anulação do pedido de demissão e o pagamento dos direitos como sendo uma dispensa sem justa causa, solicita pagamento de um plus salarial de 30% sobre o valor de seu salário, adicional de periculosidade e o recebimento de horas extras, fatos estes que não merecem deferimento conforme será exposto. II – DAS PRELIMINARES II.I – Inépcia da inicial – Ausência da causa de pedir – Adicional de periculosidade Em inicial, a Reclamante solicitou que fosse lhe pago um adicional de periculosidade, porém, não foi apresentado os fatos e fundamento de direito a fim de amparar sua pretensão, portanto, resta-se ausente a causa de pedir. Conforme disposto no artigo 840, §1º, da CLT, um dos principais requisitos da petição inicial é a breve exposição dos fatos de que resulte o litígio, sendo vedada que haja formulação de pedido desprovido de causa de pedir. Portanto, nestes casos, a inicial será declarada inepta, conforme redação do artigo 330, §1º, inciso I, do Código de Processo Civil, sendo aplicável por força do artigo 769 da CLT. Ante o exposto, requer a extinção do processo sem a resolução do mérito quanto a este pedido, conforme os artigos 485, inciso I, 337, inciso IV e artigo 330, §1º, inciso I, todos do Código de Processo Civil. II.II – da Prescrição Quinquenal Sabe-se que a Reclamante trabalhou na empresa Reclamada no período de 10/05/2008 a 29/09/2018, e ajuizou a reclamação trabalhista na data do dia 15/10/2018. Conforme os termos do artigo 7º, inciso XXIX, da Constituição Federal e o artigo 11 da CLT, está disposto que a pretensão quanto aos créditos trabalhistas prescreve em cinco anos após a extinção do contrato de trabalho, e conforme a Súmula 308, inciso I, do TST dispõe que respeitado o biênio subsequente à cessação contratual, tem-se que a prescrição quinquenal começa a contar a partir da data do ajuizamento da reclamação trabalhista. Portanto, requer a prescrição em relação às pretensões anteriores a data do dia 15/10/2013, tendo em vista o ajuizamento da reclamatória ter se dado no dia 15/10/2018. III – DO MÉRITO III.I – Da inexistência do dano moral por doença profissional A Reclamante alega que foi vítima de doença profissional ao laboral na empresa, juntou os laudos de ressonância magnética da coluna vertebral onde está diagnosticado uma doença degenerativa. Conforme preceitua o artigo 20, §1º, da Lei nº. 8.213/91, traz que as doenças degenerativas (aquelas provenientes de lesões nas células) não serão caracterizadas como doença de trabalho. Diante o exposto, requer que seja julgado improcedente o pedido de indenização por dano moral, proveniente de doença profissional, conforme o dispositivo retromencionado. III.II – Da não integração do plano odontológico como salário utilidade Conforme inicial, a Reclamante requereu a integração do planto odontológico pago pela empresa como salário utilidade. Ocorre que conforme disposição legal do artigo 458, §2º, inciso IV, e §5º da CLT, não é permitido a integração do plano odontológico ou assistência odontológica seja considerada como salário do empregado. Ante o exposto, requer que seja julgado improcedente o pedido da Reclamante, com base no artigo supramencionado. III.III – Do não cabimento do pagamento de cesta básica Em exordial, a Requerente solicitou o pagamento das cestas básicas referentes aos meses de agosto e setembro do ano de 2018, segundo ela, é um direito adquirido pela convenção coletiva. A mesma ainda juntou cópia da convenção coletiva de trabalho onde seu período de vigência era da data de 1/06/2016 a 1/06/2018, e com o fim da vigência da convenção, a empresa também parou de fazer a distribuição das cestas básicas, e por conta disso, a Reclamante sustenta o pedido com base na prorrogação automática da convenção. Conforme relatos, a Reclamada cumpriu devidamente e pontualmente o pagamento das cestas básicas durante a vigência da convenção coletiva, portanto, com o fim da convenção, a Reclamada está desobrigada com o pagamento, tendo em vista que convenção coletiva de trabalho não faz direito adquirido. Diante o exposto, requer que seja julgado improcedente o pedido da Reclamante para o pagamento de cestas básicas durante a não vigência da CCTs, com fulcro no artigo 614, §3º, da CLT e a Súmula 277 do TST. III.IV – Do não cabimento das horas extras Ainda alega a Reclamante de que tem direito ao recebimento de horas extras, em razão da participação em cultos ecumênicos 2 (duas) vezes por semana, com duração de 1 hora cada. Tem-se ainda anexado a exordial, a circular da empresa onde informava a todos os empregados que eles poderiam participar do culto na empresa (ou seja, era facultado), que ocorreria todos os dias ao fim do expediente. E conforme a própria circular da empresa, nota-se que os funcionários não eram obrigados a participar de tal culto, portanto, era de única e exclusiva escolha deles a participação ou não nos cultos ecumênicos. Tendo em vista de que a participação era facultada aos empregados, estas horas não são caracterizadas como tempo à disposição do empregador, conforme preceitua o artigo 4º, §2º, inciso I, da CLT. Ante o exposto, a Requerente não faz jus ao recebimento das horas extras suscitadas com base no artigo 4º, §2º, inciso I, da CLT. III.V – Da inexistência de coação A Reclamante pede pela anulação do seu pedido de demissão, pois segundo ela, foi coagida pela Reclamada a fazer isso, caso contrário seria demitida por justa causa. Ocorre que, o pedido de demissão foi escrito pela Reclamante de próprio punho (doc. em anexo) e também foi realizada a quitação de todos os direitos que ela tinha ao fim do contrato de trabalho. E conforme regulamentado pela legislação trabalhista (artigo 818, inciso I, da CLT) e pela legislação processual civil (artigo 373, inciso I, CPC), sabe-se que cabe à Reclamante fazer prova de que realmente houve coação moral por parte da Reclamada, algo que como observa-se nos autos, não ocorreu. Portanto, diante o exposto, requer que seja julgado improcedente o requerimento da Reclamante, com base no artigo 818, inciso I, da CLT e artigo 373, inciso I, do CPC. III.VI – Da inexistência de acúmulo de função Foi fim, a Reclamante ainda alega que laborava com acumulo de função, que segundo ela, foi contratada para exercer a função de cozinheira, mas era obrigada, desde o início de seu contrato, após preparo das refeições, coloca-las em uma bandeja e levar para 5 funcionários do mesmo setor, sendo caracterizado como função de garçom. No entanto, ocorre que está supostasegunda função exercida pela Reclamante é de compatibilidade com seu cargo exercido e sua condição pessoal, portanto, não há de se falar em acúmulo de função, portanto o pedido não merece prosperar. Ante o exposto, requer que seja julgado improcedente o pedido da Reclamada referente ao acúmulo de função, com base no artigo 456, parágrafo único, da CLT. IV – DOS PEDIDOS De acordo com os fatos e fundamentos acima apresentado, requer: a) Acolhimento da preliminar de inépcia da inicial, pela ausência da causa de pedir, com fulcro nos artigos 485, inciso I, 337, inciso IV e artigo 330, §1º, inciso I, todos do Código de Processo Civil; b) Acolhimento da prescrição quinquenal no que tange as pretensões anteriores a data de 15/10/2013, da data do ajuizamento da ação, com base na Súmula 308, inciso I, do TST; c) Requer que as pretensões apresentadas na Reclamatória Trabalhista sejam julgadas totalmente improcedentes, com a consequente condenação da Reclamante para o pagamento das custas processuais e demais cominações legais conferidas à presente causa; d) O pagamento das custas processuais e dos honorários de sucumbência, com fulcro no artigo 791-A, §5º, da CLT; VI – DAS PROVAS Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente o depoimento pessoal da Reclamante, que fica desde já requerido, sob pena de confissão, bem como a juntada de documento, a oitiva de testemunhas, perícias e o que mais for necessário a elucidação dos fatos; Nestes termos, Pede deferimento. Local e Data Assinatura Advogado (a) OAB Nº.
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