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Módulo 6 MÉTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

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26/10/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/12
Módulo 6 – Mediação: Atitudes do Mediador. Aplicabilidade da Mediação. Procedimento de Mediação.
 
MEDIAÇÃO (Lei nº 13.140/2015)
 
O novo Código de Processo Civil inseriu no ‘Capítulo III – Dos auxiliares da justiça’ a ‘Seção V – Dos conciliadores e mediadores
judiciais’. Desta forma, o mediador é disposto como auxiliar da justiça, demonstrando sua importância para o sistema jurídico.
 
Conforme o artigo 165. Parágrafo 3º, do novo Código de Processo Civil, ‘o mediador, que atuará preferencialmente nos casos em
que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de
modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem
benefícios mútuos.’.
 
Assim, o mediador é o terceiro imparcial, que possui um vínculo anterior entre as partes, cuja função, através do diálogo, é
esclarecer os problemas e soluções possíveis a fim de possibilitar as partes a chegarem a uma solução. Ou seja, o mediador não
tem a função de finalizar o acordo, mas sim criar de crias os meios para que as partes encontrem a solução por si mesmas. 
 
Neste sentido, Ana Santanna, Cristiana Veras e Giselle Marques, afirma que ‘dessa forma, o mediador deve colaborar e facilitar a
compreensão da relação conflituosa, na restauração da comunicação e desenvolvimento do diálogo, aproximando as pessoas
intersubjetivamente por meio de uma conversa aberta e flexível, possibilitando soluções identificadas pelas próprias partes, com
independência, autonomia e ganhos mútuos. Sobre o papel do mediador perante as partes, Humberto Dalla Pinho afirma que: [...]
cabe ao mediador auxiliá-las na obtenção da solução consensual, fazendo com que elas enxerguem os obstáculos ao acordo e
possam removê-los de forma consciente, como verdadeira manifestação de sua vontade e de sua intenção de compor o litígio
como alternativa ao embate.’ [SANTANNA, Ana Carolina Squardi; VERAS, Cristiana Vianna; MARQUES, Giselle Picorelli Yacoub.
Independencia e imparcialidade; princípios fundamentai da mediação. A mediação no novo código de processo civil.
Coordenação Diogo Assumpção Rezende de Almeida, Fernanda Medina Pantoja, Samantha Pelajo. – 2. ed – Rio de Janeiro :
Forense, 2016, p. 123].
 
No mesmo sentido, Diogo Almeida e Fernanda Panjota destacam que ‘com base no art. 165, § 3.º, a mediação pode ser definida
como um procedimento de negociação assistida por um terceiro imparcial e sem poder decisório, ao qual incumbe auxiliar as
partes a refletir sobre os seus reais interesses, resgatar o diálogo e criar, em coautoria, alternativas de benefício mútuo, que
contemplem as necessidades e as possibilidades de todos os envolvidos. Destacam-se, assim, três elementos marcantes: (i) o
protagonismo e autonomia dos interessados na busca de uma solução que satisfaça a ambos;2 (ii) o papel do mediador como
condutor do diálogo, o que demanda a sua capacitação em técnicas específicas para essa função; e (iii) o duplo escopo do
procedimento, direcionado não somente à resolução da controvérsia que gerou a instituição do processo, mas também à
restauração da comunicação entre os litigantes, hábil à prevenção de novos litígios. Em função dessas características peculiares,
uma das principais qualidades da mediação é a de cuidar da preservação do relacionamento entre as partes.3 Por isso, mostra-
se mais adequada à resolução dos conflitos em que “houver vínculo anterior entre as partes” (art. 165, § 3.º), isto é, aqueles
decorrentes de relações interpessoais continuadas, cujos laços tendam a subsistir no tempo, como os litígios de família,
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https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/12
sucessões, vizinhança, trabalho etc’. [ALMEIDA, Dioga Assumpção Rezende de; PANTOJA, Fernanda Medina. Técnicas e
procedimento de mediação no novo Código de Processo Civil. A mediação no novo código de processo civil. Coordenação Diogo
Assumpção Rezende de Almeida, Fernanda Medina Pantoja, Samantha Pelajo. – 2. ed – Rio de Janeiro : Forense, 2016, p. 138].
 
1 – Quem é o mediador e qual o objeto da mediação?
 
Mediador é um gestor de conflitos, que promove o equilíbrio entre os litigantes, para propiciar condições ao mais fraco de
enfrentar as opressões do mais poderoso.
 
Possui grande senso de equidade, que lhe propicia deslocar-se com habilidade entre as imposições da ética, da moral, da justiça
e do bem estar dos envolvidos, em um movimento em que mescla arte, filosofia e técnica.
 
O mediador respeita a dignidade e o sofrimento do próximo e tem prazer de servir e atuar com excelência. Isto só é possível pelo
seu autoconhecimento, que lhe proporciona controle sobre as próprias emoções.
 
Pode ser objeto de mediação o conflito que verse sobre direitos disponíveis ou sobre direitos indisponíveis que admitam
transação (Lei 13.140/2015, art. 3º). O consenso das partes envolvendo direitos indisponíveis, mas transigíveis, deve
ser homologado em juízo, exigida a oitiva do Ministério Público (Lei 13.140/2015, art. 3º, § 2º).
 
2 – Perfil do mediador:
 
Idade: os litigantes podem sentir-se mais à vontade com mediadores de idade similar, descontraídas, em sintonia de linguagem,
vivência e experiência de relacionamento interpessoal.
 
Formação superior: a escolaridade de nível superior representa maior garantia na interpretação com precisão da linguagem
falada e escrita, na elaboração de metáforas e analogias úteis para estabelecer a comunicação eficaz e fazer a “ponte” entre os
mediandos.
 
Competência interpessoal: demonstrada pela maneira objetiva, segura, persistente e eficaz com que o mediador administra os
comportamentos, mesmo quando tratam-se de emoções negativas (mágoa, desprezo, raiva).
 
Domínio da língua portuguesa: propicia a compreensão da linguagem escrita e falada, agilidade da leitura e entendimento de
documentos, competência para redigir os acordos, facilidade para expor as próprias ideias e criar uma distinção entre sua própria
pessoa.
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Conhecimento mínimo de direito: é conveniente, não obrigatório, para permitir avaliar a inexistência de decisões versando
sobre bens ou direitos indisponíveis ou objetos ilícitos e se os efeitos legais decorrentes da decisão das partes serão factíveis.
 
Conhecimentos e competências a respeito de mediação e suas técnicas: constituem conhecimentos e competências
indispensáveis.
 
Sintonia cultural: competência para imergir no universo do conflito e contatar com a realidade dos mediandos.
 
Imagem pública: credibilidade do mediador deve ser inatacável.
 
Resistência física: capacidade de permanecer alerta na atuação em várias sessões consecutivas durante o período exigido.
 
Resistência ao estresse emocional: o mediador poderá tornar-se alvo de pessoas perversas, de mau caráter, mal
intencionadas, e não poderá deixar-se afetar ao constatar sofrimento e danos recebidos por uma das pessoas.
 
Paciência: deve perseverar na metodologia e resistir à vontade de decidir pelos mediandos e/ou praticar justiça.
 
Autoconfiança: incentivador e aberto a diálogo, mantém o olhar firme, a fala pausada e direta, estimula o questionamento,
demonstra equilíbrio e ponderação, combina ousadia e prudência e reconhece os próprios erros, aperfeiçoa-se continuamente.
 
Imparcialidade: aplicam-se as mesmas hipóteses legais de impedimento e suspeição do juiz (Lei 13.140/2015, art. 5º; NCPC,
arts. 144 e 145).
 
3 - Objetivos do mediador:
 
Apaziguar: atenuar a confrontação para possibilitar o início e a manutenção da comunicação entre os mediandos.
 
Estabelecer a comunicação: quedeve ser objetiva, prática e conclusiva, voltada para os aspectos substanciais das questões, e
que conduza à compreensão do problema e formulação de alternativas.
 
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Estabelecer a cooperação: obter dos mediandos a disposição para a recepção e análise, construtiva, das novas ideias e
tentativas de solução, e assim, promover a harmonia futura e cumprimento do acordo ( o que significa restabelecer a amizade,
reatar laços, etc.).
 
Equilibrar a mesa de negociação: equilíbrio refere-se à neutralidade, imparcialidade e equidistância do mediador das partes.
 
4 – Postura do mediador:
 
Liderança: o mediador lidera combinando carisma e perícia, transmitindo aos mediandos:
 
Sentimentos de confiança;
Honestidade;
Serenidade e harmonia;
Espírito de cooperação;
Respeito por si mesmo e pelo outro;
Não violência.
 
Agente de transformação: deve utilizar a técnica de perguntar para esclarecer e fazer com que os mediandos
compreendam o que ocorre e como está sendo feito na sessão, bem como desenvolvam a capacidade de multiplicar os
conhecimentos adquiridos no processo para futuros e inevitáveis conflitos da vida.
 
Facilitador do processo:
 
Atua na comunicação e ajuda as partes a se expressar;
Evita o mal entendido, clarifica os problemas e as alternativas de solução;
Explora o problema e amplia o contexto;
Serve de agente da realidade;
Presta-se a ser “bode expiatório” em momentos de angústia e exacerbação de emoções;
Identifica bloqueios e remove obstáculos.
 
5 – Funções do mediador:
 
Acolher: recepção boa das partes no local e assegura o funcionamento de todos os itens e serviços de apoio disponíveis
(condições de conforto, acústica, climatização, etc.).
 
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Organizar: todas as providências para a realização de anotações e registros necessários, dispor de facilidades
operacionais, coletar as informações acerca do caso e outras afins.
 
Informar e esclarecer: comunicar de forma clara, objetiva, precisa e correta os procedimentos e objetivos da mediação,
certificando-se de que todos compreenderam o que foi transmitido.
 
Administrar as participações: obter a efetiva participação de cada mediando, com pleno respeito à integridade física e
emocional. Deve proporcionar idêntica oportunidade de manifestação.
 
Ampliar a compreensão do problema: aprofundar e ampliar as ideias que cercam os problemas.
 
Estabelecer a sintonia emocional: esta aproxima mediador e mediandos, para possibilitar:
 
Identificar aspectos emocionais de cada mediando;
Permanecer atento ao fato que gera emoções de ambos os lados;
Reconhecer a existência de emoções que devem ser explicitadas e ter sua legitimidade reconhecida;
Liberar as partes da carga psíquica das emoções reprimidas (capital emocional negativo), proporcionando às pessoas a
oportunidade de empenhar maior energia (capital emocional positivo) no problema.
 
Desenvolver soluções de forma cooperada: procedimentos destinados a:
 
Revelar os interesses de cada parte;
Criar opções compreendidas e aceitas por elas;
Desenvolver nos mediandos novas aptidões para lidar com os problemas;
Estabelecer comunicação efetiva em torno das opções identificadas e obtenção de acordo.
 
Favorecer acordos satisfatórios: o sucesso da mediação mede-se pelo desenvolvimento dos mediandos.
 
6 – Etapas da mediação
 
Escuta ativa: compreensão do conteúdo global da comunicação e o significado das palavras e expressões empregadas
pelos mediandos.
 
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Identificação dos conteúdos não verbais da comunicação: são os utentes da língua: tom de voz, altura, velocidade,
sinais corporais, movimento do corpo, das mãos e da face, e manifestações somáticas (rubor e sudorese, etc.).
 
Ordenação dos pensamentos: o mediador ordena os pensamentos antes de falar e consegue que os mediandos
também o façam. Por exemplo – uma coisa de cada vez: “quem leva a criança para escola”, “horário de visita” e “valor da
pensão”.
 
Orientação da fala das partes: conduzir as partes a falar apenas a respeito de si mesmas, concentrando-se nos seus
próprios sentimentos, sem procurar adivinhar ou inferir o que a outra parte pensa a respeito do que quer que seja.
 
Manutenção do roteiro previsto: os mediadores devem conduzir a manutenção dos roteiro através da boa
administração do diálogo entre as partes.
 
Insistência em argumentos lógicos: o mediador deve estar atento às generalizações, deduções e inferências, que
originam inúmeros mal entendidos.
 
Gratuidade: assegurada aos necessitados.
 
7 – Procedimentos - Sessão de mediação (Lei 13.140/2015, arts. 14 e ss):
 
Abertura: atividades preliminares e acolhimento dos mediandos.
 
As atividades preliminares são realizadas sem a presença dos mediandos e consiste na obtenção de conhecimentos
relacionados com o caso e a preparação do local onde será realizada a sessão.
 
O acolhimento, após os cumprimentos do mediador e dos participantes, aquele conduz estes à sala de mediação, efetua
a distribuição dos mesmos nos lugares, certifica-se de que todos se conhecem e não há necessidade de apresentações,
firma contrato psicológico (participantes se comprometem a envidar esforços para o bom andamento dos trabalhos e
acatar as orientações do mediador), esclarece os objetivos da mediação e a leitura de informações.
 
Início dos trabalhos:
 
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No início da primeira reunião de mediação, o mediador destaca a dinâmica da sessão e alerta as partes acerca das
regras de confidencialidade aplicáveis ao procedimento.
 
A requerimento das partes e com a anuência das mesmas poderão ser admitidos outros mediadores para funcionarem no
mesmo procedimento, devido a complexidade do conflito
 
Entendimento a respeito da reclamação apresentada, através da exposição de motivos pelas partes, o que possibilita
compreender a diferença entre as posições.
 
É cabível mesmo que em curso processo arbitral ou judicial, mediante suspensão do processo arbitral ou judicial,
respectivo. É irrecorrível a decisão que suspende o processo nos termos requeridos de comum acordo pelas partes. A
suspensão não obsta a concessão de medidas de urgência pelo juiz ou pelo árbitro.
 
Enquanto transcorrer o procedimento de mediação, fica suspenso o prazo prescricional (Lei 13.140/2015, art. 17, § ú).
 
Narrativa: as partes narram suas histórias. São objetivos específicos das narrativas:
 
Alinhar as percepções: fazer com que todos enxerguem a história do problema da mesma maneira.
 
Treinar os mediandos para ouvir o outro: deve acontecer antes dos conflitos se instalar.
 
Conhecer detalhes da história do conflito: devem ser úteis para identificar os interesses e construir opções para o
acordo.
 
Narrativa dos mediandos: o que aconteceu, como aconteceu, quem fez e para quem, quando foi feito, por quê, onde,
em que ambiente ou lugar os fatos se sucederam, os valores envolvidos, e se já tentaram resolver o conflito de outras
formas.
 
Redesenho das narrativas: realiza uma análise dos acontecimentos, separa as diferentes causas apontadas, clarifica os
fatos, detalha percepções suas e dos mediandos e explica os conteúdos essenciais.
 
Convocação de perito: poderá ser necessária a convocação de perito em função da narrativa e da análise da
documentação, para auxiliar nos trabalhos. As partes devem concordar com a convocação de perito, a ser indicado pela
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Câmara de Mediação ou pelos próprios mediandos, em comum acordo. Eles mesmos farão a aceitação ou consideração
de laudos desses profissionais. O laudo será realizado mediante análise de documentos fornecidos pelo mediador ao
perito.
 
Levantamento de dados e informações: das partes e perito, se necessário. O mediador pode reunir-se com as partes,
em conjunto ou separadamente, bem como solicitar das partes as informações que entender necessárias para facilitar o
entendimento entre aquelas (Lei 13.140/2015, art. 19).
 
Identificação de opções:
 
Mediador separa posições de interesse, aumenta o conhecimento de cada um a respeito dos interesses próprios e do
outro.
 
Mediador estimula os mediandos ao pensamento criativo, do qual se constrói a lista de opções.
 
Avaliação e escolha da melhor opção: o mediador conduz os mediandos a uma análise criteriosa das opções, em que se
consideram os seus efeitos e o grau de satisfação que cada uma lhes proporcionará. Minimiza o capital emocional
negativo e maximiza o positivo.
 
Negociação/conciliação: escolha da opção mais adequada entre os mediandos, com ou sem apoio de advogados. O
mediador deve cuidar:
 
Orientar e supervisionar: sem interferir diretamente no resultado da negociação.
 
Equilibrar a negociação: o mediador pode intervir para equilibrar, se suspeitar que a negociação conduz ou pode
conduzir ao desequilíbrio.
 
Negociação com a presença de advogado:
 
Mediação entre pessoas físicas não se admite prepostos.
 
Mediação de conflitos em que pelo menos uma das partes é pessoa jurídica se fará representar por profissional
devidamente qualificado para tanto, comprovando essa condição por documento.
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Normalmente, as partes fazem-se acompanhar de advogados. Os advogados negociam entre si e depois orientam
seus clientes-mediandos. A sessão pode ser interrompida para negociação, se necessitar, em outro ambiente.
 
Celebração do acordo: resultado do acordo decorre da elaboração de lista de necessidades de cada parte, que
as comparam, visando que fiquem claras as responsabilidades e compromissos mútuos a assumir para que o
acordo funcione e seja cumprido.
 
Encerramento:
 
Redação do acordo, as partes, mediador e advogados, se houver, devem assiná-lo, ou lavratura do temo final, quando
não se justificarem novos esforços para a obtenção de consenso.
 
Os acordos podem ser total ou parcial.
 
O documento de acordo constitui título executivo extrajudicial e quando homologado judicialmente, constitui título
executivo judicial (Lei 13.140/2015, art. 20, §único).
 
No caso de descumprimento deste, o acordo deve ser executado perante o Poder Judiciário, através da propositura da
ação executória, fundamentada no acordo escrito.
 
8 – Mediação Extrajudicial – Procedimentos:
 
Início: por meio de convite e deverá conter o escopo proposto para negociação, data e o local da primeira reunião.
 
Resposta: convite deve ser respondido no prazo de até 30 dias da data do recebimento, sob pena de considerar
rejeitado.
 
Previsão contratual de mediação: deve conter prazo mínimo e máximo para a 1ª reunião, local da 1ª reunião, critérios
de escolha do mediador ou equipe de mediadores, penalidade em caso de não comparecimento da parte convidade à 1ª
reunião.
 
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Não há previsão contratual completa de mediação - observância dos seguintes critérios:
 
Prazo mínimo de 10 dias úteis e prazo máximo de 3 meses, contados do recebimento do convite, para a realização da 1ª
reunião;
 
Local adequado a reunião que possa envolver informações confidenciais;
 
Lista com 5 mediadores capacitados para a escolha pela parte convidada. Caso a parte convidada não se manifeste,
considerar-se-á aceito o 1º da lista;
 
O não comparecimento da parte convidada à 1ª reunião de mediação acarretará a assunção por parte desta de 50% das
custas e honorários sucumbenciais caso venha a ser vencedora em procedimento arbitral ou judicial posterior.
 
9 – Mediação Judicial – Procedimento:
 
Realizados nos Centros judiciários de solução consensual de conflitos (Cejuscs): criados pelos tribunais, que
realizarão sessões e audiências de conciliação e mediação, pré-processual e processuais, e pelo desenvolvimento de
programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição.
 
Mediadores não estão sujeitos à prévia aceitação das partes.
 
Partes deverão ser assistidas por advogados ou defensores públicos.
 
Partes que comprovarem insuficiência de recursos: concessão de benefício da assistência pela defensoria pública.
 
Petição inicial deve preencher os requisitos essenciais, se não o pedido não deve ser caso de improcedência
liminar: juiz designa audiência de mediação.
 
Conclusão do procedimento de mediação: até 60 dias, contados da 1ª sessão, salvo se as partes de comum acordo
requererem sua prorrogação.
 
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Acordo: homologado por sentença pelo juiz, lavrado termo final da mediação e arquivamento do processo.
 
Solucionado o conflito pela mediação antes da citação do réu: não são devidas custas judiciais finais.
 
10 – Autocomposição de conflito em que for parte pessoa jurídica de direito público
 
Câmaras de prevenção e resolução administrativa de conflitos: criadas pela União, Estados, DF e Municípios, no
âmbito dos respectivos órgãos da Advocacia Pública, com competência para:
 
Dirimir conflitos entre órgãos e entidades da administração pública.
 
Avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio de composição, no caso de
controvérsias entre particulares e pessoa jurídica de direito público.
 
Promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de conduta.
 
Composição e funcionamento das câmaras: estabelecido em regulamento de cada ente federado.
 
A submissão do conflito às câmaras é facultativa e cabível somente nos casos previstos em regulamento.
 
Acordo: reduzido a termo e constituirá título executivo extrajudicial.
 
Enquanto não criadas as câmaras: conflitos podem ser dirimidos nos termos do procedimento de mediação.
 
Instauração de procedimento administrativo para resolução consensual de conflito no âmbito administração pública, por
meio de emissão de juízo de admissibilidade, suspende a prescrição, que retroage à data da formalização do pedido de
resolução consensual do conflito.
 
11 – Conflitos envolvendo a Administração Pública Federal Direta e suas Autarquias e Fundações
 
26/10/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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Transação por adesão: controvérsias jurídicas que envolvam a administração pública federal direta, suas autarquias e
fundações, fundadas em:
 
Autorização do advogado-geral da União, com base na jurisprudência pacífica do STF ou de tribunais superiores,
ou
 
Parecer do advogado-geral da União, aprovado pelo Presidente da República.
 
Resolução administrativa: definição dos requisitos e condições da transação por adesão.
 
Pedido de adesão: formulado pelo interessado deve juntar prova de atendimento aos requisitos e às condições dispostas
na resolução administrativa.
 
Efeitos gerais da resolução administrativa: aplicada aos casos idênticos, tempestivamente habilitados mediante pedido
de adesão, ainda que solucione parte da controvérsia.
 
Efeitos da adesão: renúncia do interessado ao direito sobre o qual se fundamenta a ação ou o recurso, eventualmente
pendentes, de natureza administrativaou judicial, quanto aos objetos da resolução administrativa.
 
Composição extrajudicial de conflitos: resolução de controvérsia entre
 
Órgãos ou entidades de direito público da administração pública federal;
 
Órgãos ou entidades de direito público da administração pública federal e Estados, DF e Municípios, suas autarquias e
fundações púlbicas, bem como empresas públicas e sociedades de economia mista federais.

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