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GUERRA FRIA Módulo 37 Após a Segunda Guerra Mundial, vimos que as nações vencedoras fizeram uma série de reuniões. Na Conferência de Yalta, na Crimeia, ocorrida em 1945, Estados Unidos, Inglaterra e União Soviética decidiram, entre outras deliberações, que a Europa Oriental ficaria sob o controle soviético – países como Iugoslávia, Bulgária, Polônia, Romênia e Tchecoslováquia são exemplos de territórios que vivenciaram esse processo. O MUNDO DIVIDIDO 219 Entre 17 de julho de 1945 e 2 de agosto do mesmo ano, ocorreu a Conferência de Potsdam, na Alemanha, em que tais potências estabeleceram os rumos do país que havia sido responsabilizado pela guerra, dividindo-o em quatro zonas de ocupação, administradas, respectivamente, por Inglaterra, Estados Unidos, França e União Soviética. O mesmo ocorreu com a capital, Berlim, conforme estudaremos com maiores detalhes. Essa divisão implicou muitas negociações, já que tanto Stalin (URSS) como Roosevelt (EUA) e Churchill (Inglaterra) tinham interesse em permanecer no território alemão. A divisão de Berlim foi um dos principais pontos de tensão nas negociações. Foi nesse contexto que, em 6 agosto de 1945, quatro dias após o fim da conferência, os Estados Unidos lançaram as bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, no Japão. Esse lançamento teve mais o intuito de mostrar a Stalin o poder bélico que tinham do que para, de fato, derrotar o Japão. Nesse contexto, permeado pela tensão entre as nações envolvidas, em 1947, o presidente dos Estados Unidos, Harry Truman (1945-1953), sucessor de Franklin Roosevelt, realizou um discurso que viria a ser considerado por grande parte dos historiadores o início da Guerra Fria. Em sua fala, Truman afirmou o combate contra o avanço do comunismo da União Soviética pelos Estados Unidos. Inaugurava-se a chamada Doutrina Truman, a qual defendia a liderança internacional dos Estados Unidos, que se colocavam como “guardiões da liberdade dos povos”, para conter a influência soviética. DOUTRINA TRUMAN Harry Truman, que governou os Estados Unidos entre os anos de 1945 e 1953. A Guerra Fria configuraria, assim, o conflito entre os Estados Unidos da América e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, as duas superpotências hegemônicas do pós Segunda Guerra Mundial, caracterizadas por posicionamentos opostos no campo ideológico (capitalismo e socialismo, respectivamente) e pela consequente disputa por áreas de influência. Esse conflito, entretanto, caracterizou-se pelo embate ideológico e foi marcado por uma corrida armamentista e espacial. Após as profundas cicatrizes que a Segunda Guerra Mundial havia deixado, tanto os Estados Unidos quanto a União Soviética temiam um novo confronto armado, tendo em vista o alto potencial de destruição que ambas as potências tinham. O risco de uma nova guerra, assim, era utilizado como instrumento de coerção, mesmo que tais nações tenham quase entrado em conflito de fato em alguns momentos. A gênese do Homem de Ferro nos quadrinhos, está situada na Guerra Fria. Criado em 1963, tem seus antagonistas baseados em estereótipos de países socialistas como o Mandarim (China) e o Dínamo Escarlate (URSS) PLANO MARSHALL No mesmo ano do discurso de Truman, o secretário de Estado dos Estados Unidos, George Marshall, lançou um programa de investimentos e recuperação das economias europeias destruídas pela guerra, o Plano Marshall, assinado em 1948. No início, a URSS chegou a participar das conversações, mas logo se retirou das negociações, rejeitando a proposta e acusando-os de favorecer os interesses dos Estados Unidos. Com a rejeição soviética, o Plano Marshall passou a ter como objetivos fundamentais conter a expansão dos ideais comunistas por meio da recuperação econômica europeia e manter o parque industrial norte-americano em pleno funcionamento, destinando parte de sua produção ao mercado europeu. Para fazer frente à recuperação econômica da Europa Ocidental, a URSS reforçou seus aliados, criando, em 1949, o Conselho de Assistência Econômica Mútua – Comecom –, a fim de coordenar a política econômica dos países-membros socialistas. COMECOM No mesmo ano, Estados Unidos, Canadá e países da Europa Ocidental (Bélgica, Dinamarca, França, Grã Bretanha, Itália, Islândia, Luxemburgo, Holanda, Noruega e Portugal) aliaram-se militarmente e formaram a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Mais tarde, aderiram à Otan Grécia, Turquia, Alemanha Ocidental e Espanha. Esses países acordaram que um eventual ataque a qualquer um deles seria considerado um ataque à organização como um todo. OTAN A União Soviética, por sua vez, formou em 1955 o Pacto de Varsóvia, uma aliança militar socialista entre ela e países do Leste Europeu, que estavam sendo reconstruídos com o respaldo de Moscou. Esses dois grandes blocos militares consolidaram a chamada “Cortina de Ferro" e o embate entre países capitalistas e socialistas. PACTO DE VARSÓVIA CONTINUA NO PRÓXIMO EPISÓDIO...
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