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METODOLOGIA DA DANÇA Oséias Guimarães de Castro Processo evolutivo das danças Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Analisar a influência das danças contemporânea e moderna na criação de novos estilos. � Identificar os principais estilos de dança da atualidade. � Descrever as principais características dos estilos de dança relacio- nando-as com a prática do profissional de educação física. Introdução Neste capítulo, você vai analisar o processo de evolução da dança, es- pecialmente durante o século XX. Novas formas de dança foram desen- volvidas, incluindo estilos de dança considerados expressões culturais modernas, tipicamente urbanas. Os estilos e gêneros contemporâneos compreendem um vasto campo de interação para profissionais de educa- ção física, que devem identificar elementos históricos, culturais e técnicos para atuar na arte da dança. A dança, a evolução pelo movimento livre e a ação do profissional de educação física Após o período de influência da dança clássica, novos estilos começaram a surgir a partir da década de 1920. Alguns dançarinos iniciaram um movimento de renovação dos elementos da dança, que precisavam, a seu ver, deixar as restrições impostas pelo balé clássico e experimentar novas posições, novos movimentos e novas roupas, o que culminou no surgimento de novos estilos. É assim que nasce a dança moderna, permitindo aos dançarinos expressar suas emoções e deixar que as mesmas inspirem seus movimentos. Após a Segunda Guerra Mundial, surge a noção de dança contemporânea, cuja quebra de padrões é ainda mais acentuada em todas as outras formas de dança, a ponto de chegar ao movimento denominado non-dance. Nesse movimento, coreógrafos contemporâneos se apropriam de outros estilos de dança, mesclando-os com outras disciplinas artísticas como o teatro, o circo ou as artes visuais, em uma proposta de constante movimento e transformação, contornos difusos e múltiplas formas, possibilitando um contexto de dança que pode ser considerado híbrido (BOURCIER, 2001). Sempre em oposição às regras clássicas, reportadas como rígidas e es- tritas, os dançarinos modernos podem andar descalços, usar a gravidade e as contrações de todo o corpo para acentuar seus movimentos. Dançarinas como Martha Graham, Isadora Duncan e Merce Cunningham são mencio- nadas como as primeiras dançarinas que implementaram os pressupostos modernos e desenvolveram metodologias complexas para suas danças, muitas vezes enfatizando expressões físicas extremas ou selvagens, executadas para acompanhamentos musicais de vanguarda ou experimental. A dança contemporânea pode ser comparada a uma busca por outra repre- sentação de mundo, com um vocabulário diferente em comparação a outras formas de manifestação da dança existentes até então. Assim, a dança con- temporânea busca transmitir uma mensagem contextualizada e culturalmente refletida, por ser um gênero de dança de concerto específico, que se refere a movimentos não mecanizados, influenciados pela filosofia da composição (FAHLBUSCH, 1990). De modo específico, há distinção entre o que se considera dança moderna e dança contemporânea. A dança moderna se desenvolve a partir de 1900, quando os dançarinos se opunham à rigidez e às restrições do balé clássico, como mencionado anteriormente. Esses dançarinos criaram suas próprias técnicas e buscaram um tipo de manifestação por meio da dança, pautada na auto expressão e na criatividade individual em relação à perícia técnica. Isso permitiu que dançarinos e coreógrafos criassem passos usando sua perspectiva e vivência corporal, além da experiência e das emoções para produzir um estilo de dança mais autoral. Inicialmente, a dança moderna se baseou em mitos e lendas, mas passou a dramatizar o clima étnico, social, econômico e político da época. Nos últimos anos, a dança moderna tem sido influenciada por danças típicas de diferentes países, inclusive de países da África e da América Latina. Processo evolutivo das danças2 Embora a dança moderna permita a criação e a livre manifestação gestual, atualmente é mais técnica e lida com mais questões sobre a corporeidade e elementos estruturantes da expressão cultural e artística do que quando foi criada. Essa mudança possibilitou o desenvolvimento de novas concepções e estilos de dança, sendo uma dessas a dança contemporânea, que utiliza técnicas do balé aplicadas a uma perspectiva pós-moderna, permitindo que os dançarinos usem suas habilidades artísticas e criativas com intensidade e liberdade. A dança contemporânea pode também incluir técnicas encontradas no balé e na dança moderna, como trabalho de chão, queda e recuperação, improvisação, elementos gímnicos, ioga, Pilates e artes marciais. Assim, pode-se dizer que a dança moderna e a dança contemporânea se desenvolveram pela liberdade permitida a bailarinos e coreógrafos de se expressassem espontaneamente, rompendo com as amarras estéticas da dança tradicional. Enquanto a dança moderna é focada em emoções e estados de ânimo, a dança contemporânea se concentra na criação de novas técnicas, criando movimentos mais leves e fluidos, enfatizando a conexão entre corpo e mente. Por outro lado, a dança moderna é mais influenciada por danças clássicas já existentes e difundidas, como o balé e o jazz, que usam a gravidade em suas técnicas e sobre os quais veremos mais detalhes a seguir. Os fundamentos da dança contemporânea se baseiam principalmente na sensação corporal, no peso corporal, no espaço e no tempo. A dança contemporânea se alimenta de eventos atuais por sua definição ‘contemporânea’, mas também em razão da experiência do dançarino ou da experiência do professor. Os movimentos não são codificados, mas partem de um impulso natural do corpo, ao seguir os eixos básicos do peso do corpo, movendo-se no espaço dinamicamente. É uma dança que requer flexibilidade mental. A dança contemporânea é desconectada da música: o dançarino pode dançar em silêncio, ou em ruídos, tons, sem seguir o ritmo, criando precisamente sua própria melodia interna. Esta dança se destaca por uma busca constante por novidades, deslocando-se em locais públicos, lugares inusitados, misturando-se com outras artes com o mesmo objetivo de criação e autenticidade. 3Processo evolutivo das danças Os estilos de dança contemporâneos são influenciados por gêneros e ritmos musicais variados, como o hip-hop, a música eletrônica, o techno, o rock alter- nativo, a música clássica, a world music ou a percussão, violinos, vocais, etc. Destaca-se igualmente a grande variedade de estilos e possibilidades criativas de dança para elaboração de novos elementos e movimentos, combinando sensações e musicalidade. Em um contexto de grande variedade cultural, em que a mistura de gêneros é um elemento de identificação do comportamento multicultural, a hetero- geneidade da dança parece conectar-se com uma abordagem antropológica própria da cultura corporal visando dar sentido às experiências de trocas de experiências humanas. (MARQUES, 2001). Os fundamentos teóricos da concepção de dança contemporânea buscam compreender os mecanismos culturais gerais de regulação das relações sociais, que envolvem a coesão e integração, a conexão e a comunidade. Quanto ao surgimento de novas ma- nifestações de pensamento, retratadas por novos estilos e gêneros de dança, estas devem considerar o conjunto de comportamentos individuais ou coleti- vos, relativamente codificados, tendo um suporte corporal, verbal, gestual e postural (BARRETTO, 2010). Os novos estilos de dança são, por assim dizer, releituras contemporâneas a partir da criação de novos elementos culturais, inseridos por simbolismos, que transformam a realidade pelo movimento e pela expressão da emoção de forma contextualizada, traduzidos em movimento, conhecimento e interação (BATALHA, 2016). É a partir desses elementos que podemos considerar a dança contemporâneana construção e na elaboração de novos estilos, a partir do significado social que a dança adquire no simbolismo cultural pela compreensão do corpo vivido, sentido e percebido. Principais estilos de dança contemporâneos Dentre os estilos contemporâneos mais difundidos ou praticados atualmente, podemos elencar alguns, como as danças folclóricas cujas raízes remontam aos mais variados tipos de cultura e contextos nacionais, regionais, sociais e históricos. Outros estilos, como o hip-hop, são claramente modernos. Cada forma tem seu próprio estilo, mas todos pretendem manifestar um objetivo comum de expressão artística e celebração do corpo humano pelo movimento. Processo evolutivo das danças4 Danças folclóricas A dança folclórica é um termo genérico que pode se referir a uma variedade de danças desenvolvidas por grupos ou comunidades, ao invés de ser uma dança criada por um coreógrafo. Essas formas geralmente evoluem ao longo de gerações e são aprendidas informalmente, geralmente em reuniões comuni- tárias em que as danças são realizadas. Música e figurino geralmente refletem as mesmas tradições étnicas dos dançarinos. Exemplos de danças folclóricas incluem a rígida uniformidade da dança da linha irlandesa e a interação entre a chamada e a resposta de uma dança quadrada. Balé O balé tem suas origens no século XV, inicialmente na Itália e, depois, na França. Ao longo dos séculos, o balé influenciou muitos outros estilos de dança, tornando uma forma de arte por si só. A seguir estão descritos os três estilos básicos do balé. Clássico Esta forma atingiu o seu ápice durante o século XIX na França e na Rússia. Muitas vezes é orquestrado e guiado por um enredo, apresentando cenários e figurinos bem elaborados. O movimento enfatiza o trabalho de ponta (dança dos pés), expressões graciosas e simetria entre os dançarinos. Neoclássico Esta é uma evolução do balé clássico que surgiu em meados do século XX. Os movimentos são mais rápidos e urgentes, com menor ênfase na simetria e conjuntos de trajes simples. O enredo é frequentemente inexistente. Orquestras, bandas ou solistas podem acompanhar os bailarinos. Contemporâneo Como no neoclássico, o enredo do balé contemporâneo é posto de lado em favor do movimento puro e da expressão física, que pode não parecer neces- sariamente dançante. Figurinos e cenografias são frequentemente simples ou abstratas, como podemos observar na Figura 1. O trabalho musical ou sonoro, se usado, é frequentemente de natureza contemporânea ou experimental. 5Processo evolutivo das danças Figura 1. Balé contemporâneo. Fonte: Gómez (2011, documento on-line). O balé contemporâneo, mais conhecido como balé moderno, foi criado no início do século XX e ainda preserva o uso de pontas e gestuais muito próximos do balé clássico. Neste estilo de dança, as coreografias passam a ter ideologias diferentes. Não há mais um enredo que segue uma sequência de fatos lógicos, mas muitos passos do balé clássico misturados com sentimentos. É o estilo que abandona os passos clássicos, com movimentos harmônicos e delicados, dando ênfase a movimentos corporais assimétricos. Dança moderna A dança moderna voltou aos princípios básicos da dança, liberada de artifícios e temas fantásticos, sendo um meio para o artista expressar seus sentimentos de um modo mais inovador. Explora as possibilidades motoras do corpo humano, usa o dinamismo, empregando o espaço e o ritmo corporal em movimentos. Os grupos de dança moderna costumam ser fundados por personalidades da dança, como um coreógrafo ou diretor. Portanto, são grupos individualistas e de características próprias. A dança moderna se desenvolveu principalmente nos Estados Unidos, por não ter uma tradição clássica, e na Alemanha, pela particularidade do povo alemão gostar de manter suas características próprias, evitando influências externas. No Brasil, uma das companhias que mais se aproxima deste estilo é a Companhia Déborah Colker, que mescla movimentos de dança com malaba- rismos audaciosos. Processo evolutivo das danças6 Dança de rua O street dance originou-se das escolas de dança como um estilo definido e diferenciado das demais danças urbanas. Embora este termo seja traduzido para a língua portuguesa de forma literal como “dança de rua”, o estilo refere- -se ao estilo de dança que se desenvolveu nos estúdios de dança e envolve a apresentação de uma coreografia, incentivando a interação e o contato com os espectadores e os outros dançarinos, com base em movimentos que seriam “caracterizados” no meio urbano. Hip-hop Outro descendente do estilo de dança jazz, o hip-hop emergiu das ruas de Nova Iorque na década de 1970, nas comunidades afro-americanas e latinas da cidade, junto ao rap, o DJing e o breakdancing. O hip-hop atlético é, tal- vez, a primeira forma de dança hip-hop. À medida que o rap se desenvolveu e se diversificou, diferentes estilos de dança hip-hop surgiam. Krumping e clowning assumiram a exuberância física do breakdancing e acrescentaram uma expressão narrativa e cômica ao hip-hop nos anos 1990. Nos anos 2000, o jerkin’ e o juking se tornaram populares. Ambos utilizam o movimento pop- -lock do breakdancing clássico e adicionam novos elementos, mais intensos. Dança swing A dança swing é outro desdobramento do estilo de dança jazz tradicional, que se tornou popular quando as bandas de swing se tornaram a forma dominante de entretenimento popular no final dos anos 1930 e início dos anos 1940. Ao contrário de outras formas do jazz, que enfatizam o indivíduo, a dança swing é completamente elaborada em torno da parceria. Os casais balançam intensamente, giram e pulam juntos em tempo sincopado ao ritmo da banda, geralmente com um número fixo de etapas coreografadas, repetidas em uma sequência específica. 7Processo evolutivo das danças Country A dança country é uma categoria ampla de muitos estilos de dança, incor- porando influências de contradança (dança em que os pares formam filas e executam movimentos contrários), folk e jazz. Valsas e dois passos são as formas mais comuns de dançar com um parceiro, mas existem variações sobre polcas e outras danças folclóricas. Danças quadradas e danças em linha, em que as pessoas dançam em movimentos apertados e coreografados com vários parceiros ou como parte de um grupo, têm suas raízes na contradança. Dança flamenca A dança flamenca é uma forma de dança expressiva que mistura footwork (trabalho de pés) percussivo com movimentos intrincados de mão, braço e corpo. Esse estilo de dança surgiu das culturas da Península Ibérica entre os anos 1700 e 1800, embora suas origens precisas não sejam claras. O flamenco consiste em três elementos: o canto (música), o baile (dança) e a guitarra (vio- lão). Dentre esses elementos, a dança é sempre associada à música flamenca, por serem executados gestos extravagantes, caracterizados por movimentos rítmicos de pés, dando ênfase ao sapateado. Dança latina A dança latina é um termo amplo que abrange inúmeras formas de dança de salão e estilo de rua que evoluíram entre os séculos XIX e XX no Hemisfério Ocidental de língua espanhola. Esses estilos têm raízes na dança e nos rituais europeus, africanos e indígenas. Muitos estilos de dança latina têm suas origens em uma região ou país específico. O tango, com suas parcerias sensuais e estreitas, originou-se na Argentina. A salsa, com sua batida de quadril, evoluiu a partir dos estilos de dança de países como Porto Rico, República Domini- cana e Cuba. Outras formas populares de dança latina incluem o mambo, que se originou na década de 1930 em Cuba. A bomba, um estilo folclórico de dança rítmica de Porto Rico, e o merengue, um estilo dominicano de parceria, dançando com movimentos de quadril bem ajustados. Processo evolutivo das danças8 Danças brasileiras As danças brasileiras têm sua origem na miscigenação cultural, típica do país, bem como em elementos religiosos inseridos em manifestações populares. Sãomuito diversificadas e possuem forte apelo regional, dentre eles o reisado, uma dança popular que ocorre entre a véspera de natal e o dia seis de janeiro, em que se comemora o dia de reis. Também chamada de folia de reis, essa dança envolve cantores e músicos que vão até as casas da região para anunciar a chegada de um Messias. As pessoas que participam dessa ocasião interpretam diversos personagens e são acompanhadas por instrumentos como o violão, a sanfona, o triângulo e o zabumba. O maracatu surgiu por volta de 1700 e trazido ao Brasil pelos portugueses. A dança tinha partes com coreografias e teatro e era acompanhada por músicos e dançarinos. Estes vestiam roupas que remetiam a realeza: porta-estandarte, rei, rainha, príncipes, duquesas e duques, etc. Posteriormente, o maracatu passou a ser realizado durante o Carnaval. Além disso, a dança conta com a participação de instrumentos como o zabumba e o ganzás. O bumba meu boi mescla dança, música e teatro e é praticado nas mais variadas regiões do país. Inseridos em um contexto folclórico, os personagens cantam e dançam para contar a história de um boi que morreu e ressuscitou após ter sua língua cortada para satisfazer os desejos de uma mulher grávida. O frevo é uma dança típica do estado do Pernambuco que surgiu por volta de 1910 e é, atualmente, uma das vertentes do Carnaval no Brasil. A música tocada durante a festa não possui letra, e uma banda embala os foliões. Conta com diversos passos de danças com malabarismos, passos elaborados, rodopios e saltos. Além disso, o dançarino tem a possibilidade de improvisar à medida que a dança evolui. O fandango chegou à região sul do Brasil por volta de 1750 e foi trazido por portugueses. Os dançarinos, que recebiam os nomes de folgadores e folgadei- ras, dançavam em festas executando diversos passos. Atualmente, permanece preservado na região, executando passos, música e canto. Os instrumentos mais usados são as violas, a rabeca, o acordeão e o pandeiro. Os dançarinos vestem roupas típicas da região e rodam próximo ao seu par, mas sem se tocar. Eles se movimentam para atrair a atenção do outro e os homens sapateiam de forma contínua. A dança é composta por traços de valsas e bailes, sendo executada de forma sensual. No carimbó, enquanto os homens vestem camisas e calças lisas, as mu- lheres utilizam blusas com ombros à mostra e saias rodadas. Os casais ficam em fileiras e o homem se aproxima de seu par, batendo palmas. São dados 9Processo evolutivo das danças passos de volteio e as mulheres também jogam um lenço no chão para que seu parceiro possa pegá-lo, como forma de respeito. O samba chegou junto com os negros ao Brasil e era inicialmente dançado apenas nas senzalas pelos escravos. Os primeiros estados brasileiros a difundi- rem esse ritmo foram o Rio de Janeiro, a Bahia e o Maranhão. A dança seguia sons de percussão e batidas com os pés. Já o samba de roda surgiu na África e também veio para o Brasil com os escravos. O samba de roda é praticado em círculos e as pessoas têm liberdade para se movimentar. Características dos estilos de dança e suas relações com a educação física Os variados estilos de dança podem ser amplamente trabalhados nas aulas de educação física como a ginástica rítmica, as danças folclóricas, as danças regionais, o jazz e as danças de rua. A atuação da dança apresenta uma relação direta com o ritmo, a postura e a estética corporal. A assimilação do conheci- mento e a expressão inerente ao ser humano encontra também na dança uma forma de educação pelo movimento. Por meio da apropriação cultural, a dança se aproxima do homem e de sua história (NANNI, 2002). Neste sentido, a prática docente deve proporcionar a vivência da dança na formação do indivíduo, pois eles podem ser discutidos e representados pelo corpo na experiência motora, na criação e improvisação coreográfica, favorecendo o reconhecimento da importância desta manifestação cultural (GATTI, 2013). Nesse sentido, é importante trabalhar com diversificação de propostas, modelos e práticas de formação, instituindo novas relações e contextos educa- cionais, experimentando novos modos de trabalho pedagógico e reflexão crítica sobre sua utilização, o que favorecerá sua apropriação pelos professores para mediar a relação ativa do aluno com os conteúdos, considerando os conheci- mentos, a experiência, as potencialidades e os interesses (MARQUES, 2010). Uma vez proposta uma ação pedagógica pelo ensino da dança, detecta-se imediatamente o seu escopo inovador, que pode ser traduzido em flexibili- dade, abertura, criatividade e experiência, proporcionando assim um valor pedagógico e um campo de aplicação mais amplo do que aquele em que foi inicialmente praticado. No entanto, é comum que haja resistências que inviabilizam o processo educativo, sobretudo no ensino dos estilos clássicos ou contemporâneos mais elaborados. Processo evolutivo das danças10 Sendo assim, é necessário que aluno e professor se conheçam mutuamente na dança, pelo uso de um código comunicativo, não pela uma transmissão de técnicas ou estilos pré-definidos, mas como uma pesquisa pessoal partindo da experiência do movimento de dança, respeitando as habilidades individuais, a fim de aumentar a expressão e o crescimento pessoal de cada um. Marcos Garcia Neira, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), expõe que, para propor o trabalho pedagógico com dife- rentes tipos de dança, apresentar novos gêneros e permitir que os alunos criem passos próprios, “cabe à disciplina proporcionar experiências que viabilizem práticas significativas com as danças presentes no universo cultural próximo e afastado” (MEIRELLES, 2010). Pautado na abordagem do autor, infere-se que, para superar as resistências instaladas aos estilos clássicos ou contemporâneos mais estruturados, deve- -se inserir propostas musicais e movimento para que cada participante possa encontrar seus próprios tempo e espaço para se expressar gradualmente e sem esforço. A estrutura nunca poderá ser enrijecida, mas será flexível em relação aos estímulos e às necessidades individuais ou coletivas, que o professor deverá acolher e transformar em novos estímulos para o movimento. Neste contexto, um professor de dança precisa guiar as pessoas para que estas possam redescobrir seu movimento autêntico e o que melhor representa a expressão de seu mundo interior. Desse modo, a dança permitirá a dissolução de tensões físicas e de inibições mentais, construídas pela resistência prévia que se instala no processo educativo na maior parte das aulas de educação física. Os temas a serem abordados inicialmente devem prever a percepção e a vivência de ritmos internos, como a respiração e o batimento cardíaco, a serem recontados e a partir dos ritmos musicais estruturados (como a música clássica, o jazz) e, acima de tudo, o ritmo interior que não se traduz no tempo da música, mas que incorpora e manifesta a música já presente em todos os corpos e que, se experimentada pela dança, proporciona inúmeras possibili- dades de expressão. Dessa forma, o processo educativo se torna um ato criativo, de cunho pessoal, real e único. É dotado de uma linguagem autônoma, oportunizada pelo diálogo com o mundo (tanto interior quanto exterior), pela pluralidade de gestos desenvolvidos em forma de conteúdo na dança. Strazzacappa e Morandi (2014) destacam que, na contemporaneidade, o sentimento de precariedade e incerteza que atormenta o ser humano é uma causa socialmente aceita e um reflexo dos paradigmas tomados como referência ao falar do corpo. A corporeidade é substituída pela estética, envolvendo os conceitos de um corpo intangível, propalado pela indústria e pela propaganda. 11Processo evolutivo das danças Portanto, cabe ao professor de dança abordar esses temas de forma diluída. As aulas de dança, nesse contexto, permitem uma inserção analítica e crítica sobre os padrões de estética e sobre a dimensãoexistencial do corpo: trata-se de vincular o tema da corporeidade na valorização do movimento. Essas ações expressivas valorizam esta dimensão corporal, que pode ser entendida como a inclusão do corpo, das emoções e da cognição como instrumento de linguagem, equivalente a amplificação de experiências e a capacidade de comunicá-las. Na esfera pedagógica da dança, o termo processo educacional se refere ao momento destinado a fundamentar as premissas para uma melhoria consciente e duradoura do estilo de vida de um indivíduo, de modo que ele possa desen- volver faculdades e qualidades pessoais que favoreçam o desenvolvimento e a emancipação. É um processo nem sempre previsível ou mecanicamente mensurável, pois tem relação com o ser humano e, transversalmente, com a multiplicidade de dimensões de que o compõem: o físico, o afetivo, o cognitivo e o social. No processo educacional da dança, o que se cria é uma transmissão, uma troca mútua entre dois ou mais sujeitos: há um senso de reciprocidade que pressupõe um relacionamento. É por meio da rede de relacionamentos que cada indivíduo tece que se experimenta, se compara, se constrói a identidade própria e a visão do mundo. Estar em um relacionamento é uma condição essencial do ser humano; no entanto, as formas de se relacionar podem ser diferentes e variadas. O papel e o desafio da educação hoje — todos os contextos que lidam com a formação, relações de ajuda, ações sociais que promovem o apoio e desenvolvimento das pessoas — parece ser precisamente a delineação de novos planos de ação, que atuem não apenas em termos de transmissão de conhecimentos exclusivos e parciais, mas que incorporem uma nova atitude de formação interdisciplinar e intercultural que privilegie as necessidades, as habilidades e as atitudes do indivíduo. Portanto, é imprescindível criar atividades práticas que tenham valor social e cultural, que aumentem o desejo de aprender e que permitam agregar valor e retomar experiências de mudança no contexto em que vivemos, enriquecendo criativamente as experiências que virão. A seguir, observamos as etapas didáticas para uma proposta de abordagem da dança nas aulas de educação física. Processo evolutivo das danças12 1. Mapear e registrar os saberes prévios com a turma: uma boa ma- neira de iniciar o trabalho é pelo mapeamento da cultura corporal dos alunos. É importante conversar com eles para conhecer as músicas e as danças de que gostam e conhecem. Esse levantamento serve como ponto de partida para o planejamento das aulas. As danças apreciadas pelos alunos não devem ser ignoradas: manifestações trazidas por imigrantes ou exibidas pela televisão, combinando gestos ritmados à música, pertencem à rica gama de manifestações da cultura corporal e podem servir como base para o trabalho. 2. Aprofundar o conhecimento em direção a novos saberes: com base na sondagem, é possível investigar os conhecimentos da turma. Questionar os alunos a respeito do percurso histórico das danças mencionadas, perguntar quem são as pessoas que participam e o que pensam sobre elas são boas maneiras de conduzir uma conversa. Assim, é possível caminhar em direção a uma cultura mais ampla, que encare as produções corporais como uma dimensão cultural intrínseca ao corpo. 3. Ampliar o repertório e refletir sobre a diversidade: além de aprender mais sobre danças conhecidas, é essencial avançar e conhecer novos ritmos. 4. Ressignificar e produzir novas manifestações culturais: com base nas referências discutidas é possível iniciar o processo criativo. “Esse tipo de recriação de danças que ocorre na escola recebe o nome de ressignificação” (MEIRELLES, 2010). Por meio da ressignificação é possível mostrar a importância da expressão corporal, sem exigir que todos dancem da mesma forma. Assim, os alunos têm a chance de explorar manifestações culturais e atribuir novos sentidos a elas. A dança é uma resposta intelectual, física e sensorial às experiências do mundo, que sugere que a integração do nosso eu físico, intelectual e emocio- nal e pode ser assimilada como benefícios holísticos (totalidade do ser) nas abordagens contemporâneas (SÖÖT; VISKUS, 2014). Dentre as principais abordagens no ensino da dança, podemos citar as apresentadas a seguir. � Dança holística: aborda o ensino pelo aspecto humano, levando em consideração as características dos estudantes como seres humanos, relacionando a dança com o seu plano pessoal. � Autorreflexão: os alunos não podem ser vistos apenas como corpos treinados. Deve-se desenvolver as ideias propostas pelo coreógrafo Rudolf Laban (1879-1958), em um esquema de aprendizagem livre, 13Processo evolutivo das danças centrado na criança e no ensino de dança, processo chamado de dança criativa. Com o papel ativo dos alunos, as habilidades de autorregulação e reflexão se tornam cada vez mais importantes para os processos de educação pela dança. A reflexão é essencial para que os alunos possam aprender pela percepção de seu desempenho no trabalho coreográfico (MARQUES, 2003). � Dança somática: o objetivo da abordagem somática é conduzir os alunos a seus corpos e ensiná-los a tomar consciência de suas características especiais. Um aspecto importante da abordagem somática é garantir que uma pessoa não prejudique ou danifique o próprio corpo. Os objetivos são o desenvolvimento, a reparação e a melhoria corporal. Enquanto a dança é considerada uma disciplina essencialmente física e estética, a abordagem somática apresenta o lado cognitivo da fisicalidade da dança. O papel do professor na abordagem somática na dança pode ser visto como o de encorajar os alunos a vivenciarem experiências originais por meio do movimento. A abordagem somática é um componente-chave de aprendizado na educação de dança pós-secundária, bem como elemento da dança contemporânea pós-moderna. � Novas mídias, tecnologias e formas de arte no ensino de dança: devido à ampla aplicabilidade dos fenômenos da dança, a dança artística não tem sido vista como meramente orientada para o corpo. A educação para a dança poderia aplicar pessoas interessadas em dança a todas as artes acessíveis e relevantes (design de luz, design sonoro, design gráfico, etc.). Isso enriquece a pessoa, pois o uso de edição de vídeo, da web e do design gráfico como inovações mediadas por computador enriquecem habilidades profissionais e avançam as oportunidades de carreira, estabelecendo possíveis colaborações com representantes de outras disciplinas, estudiosos e artistas. Como outras formas artísticas, a dança agora entrelaça elementos tecnológicos em ensino, performance e coreografia. Em virtude desses avanços tecnológicos, tornou-se cada vez mais importante que os alunos de graduação em dança possuam e utilizem as tecnologias disponíveis para criar, produzir e documentar esforços criativos e acadêmicos. � Multiculturalidade na educação de dança: a globalização é produto do mundo contemporâneo. Atravessar fronteiras nos colocou em sociedades multiculturais e comunidades que apresentam novas realidades para cada professor. As características culturais e nacionais dos alunos se tornam evidentes em seu comportamento, sua atitude e seus métodos Processo evolutivo das danças14 de trabalho. O professor deve considerar as características pessoais de cada aluno, ao mesmo tempo em que deve aceitar e apoiar as raízes culturais do estudante, apoiando assim sua identidade. Para propiciar o melhor aprendizado possível de novos estilos de dança contemporânea, é importante que o professor estabeleça uma cultura de apoio e de abertura de sala em aula, na qual os aspectos culturais e corporais rela- cionados às linguagens empregadas para expressão de todos os alunos sejam permitidos e desejados. Nesse caso, é possível utilizar um estudo de técnicas como um experimento social para a aula de dança, de modo a promover uma atividade sociocultural. A habilidade do aprendiz de conhecer e valorizar suasraízes enriquece a classe com o conhecimento de cada participante e sua cultura (ROLDÃO, 2007). No link a seguir, você encontra um material disponível no blog da secretaria de edu- cação do Paraná com recursos audiovisuais e informações sobre a história da dança, eventos e material específico sobre a evolução dos movimentos utilizados em estilos de dança contemporâneos. https://goo.gl/qcJMsi No século passado, a dança sofreu mudanças substanciais no modo de expressar sentimentos pelo movimento, transformando-se numa mistura de ritmos e estilos que ora guardam aspetos de danças mais antigas, ora inovam com novas formas de expressão, concepção e criação de movimentos. A dança emergiu como criação artística dentro de uma perspectiva cultural, abordando o gesto para externar o momento histórico-social, viabilizado pelo processo de democratização e abertura cultural para a introdução de novos elementos e novas maneiras de expressão em diferentes momentos históricos e sob influência de novas formas de organização social, assim como as artes em geral, foi construindo diferentes maneiras de se expressar e de se colocar no mundo. 15Processo evolutivo das danças A dança é composta por uma série de movimentos corporais realizados em ritmo, de acordo com uma determinada ordem, geralmente acompanhados por música. Sua função difere totalmente do papel utilitarista dos gestos realizados no contexto de uma atividade profissional ou esportiva: a dança expressa ideias e emoções ou busca contar uma estória. Nas combinações de estilos contemporâneos, pode-se criar uma infinidade de movimentos novos e diferentes. Nas imensas possibilidades do corpo, cada cultura optou por privilegiar certos aspectos que caracterizam seu próprio estilo de dança. No entanto, todo movimento de dança é baseado em elementos fundamentais, como os apresentados a seguir. � Espaço: desenhos traçados no chão para os movimentos do corpo e do espaço pelos movimentos dos membros, as formas do corpo em movimento. � Tempo: variações rítmicas, duração da dança, como ocupar o tempo, lento e contínuo, ou pausado e com acelerações rápidas alternadas. � Peso do corpo: diversos mergulhadores com gravidade por movimentos aéreos e graciosos, oposições de força ou em si mesmo, em atitudes pesadas e outras. � Energia: conter, usar em grandes impulsos ou em um fluxo livre e contínuo de acordo com os graus de tensão do corpo. Novos estilos e manifestações se configuraram como a criação de novas maneiras de ser, de se conquistar espaços culturais, buscando se expandir para outros locais, com outros grupos, ultrapassando barreiras nacionais e de classe. Os estilos contemporâneos já não são mais praticadas somente no âmbito das ruas e passaram a ser oferecidas em academias e em palcos teatrais (STRAZZACAPA; MORANDI, 2014). Ao deixar o espaço público e anônimo das ruas, as academias de dança e de ginástica resgataram os aspectos culturais do movimento, ressignificando a dança e outras manifestações sociais por encontrarem novos sentidos pessoais na prática da dança. BARRETTO, E. S. S. Trabalho docente e modelos de formação: velhos e novos embates e representações. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 40, n. 140, p. 427–443, maio/ago. 2010. Disponível em: http://publicacoes.fcc.org.br/ojs/index.php/cp/article/view/170/. Acesso em: 12 abr. 2019. Processo evolutivo das danças16 BATALHA, C. S. 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