Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 TUTORIA 11 – PROBLEMA 9 OBJETIVOS 1. DESCREVER AS ESTRUTURAS RELACIONADAS COM A VIA ÓPTICA; 2. EXPLICAR A NEUROFISIOLOGIA DA VIA ÓPTICA, TRANSDUÇÃO E FOTOQUÍMICA; 3. EXPLICAR OS MECANISMOS DE FORMAÇÃO DA IMAGEM E RECONHECIMENTO DE CORES; 4. EXPLICAR OS MECANISMOS DE ADAPTAÇÃO AO CLARO E ESCURO; 5. DESCREVER AS PRINCIPAIS PATOLOGIAS DA VIA ÓPTICA E GLOBO OCULAR; 6. EXPLICAR AS PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA VIA ÓPTICA (NERVO, QUIASMA, TRATOS, CÓRTEX VISUAL); 7. REPRESENTAR A VIA ÓPTICA E SUAS POSSÍVEIS LESÕES. DESCREVER AS ESTRUTURAS RELACIONADAS COM A VIA ÓPTICA ANATOMIA DO OLHO O sistema visual abrange os olhos, estruturas acessórias, nervos ópticos (II), vias e tratos ópticos. O olho inclui o globo ocular e as lentes. As estruturas acessórias protegem lubrificam, movem e auxiliam a função do olho. Essas estruturas incluem: supercílios, pálpebras, cílios, túnica conjuntiva, aparelho lacrimal e músculos oculares extrínsecos. SUPERCÍLIOS previnem que a transpiração da fronte entre nos olhos e os irrite. Também auxiliam a sombrear os olhos da luz solar direta. As PÁLPEBRAS, com seus cílios associados, protegem os olhos de objetos estranhos. O espaço entre duas pálpebras é chamado de Fissura palpebral (ou rima das pálpebras), e os ângulos onde elas se unem às margens medial e lateral são chamados de Cantos. O canto medial possui uma pequena saliência avermelhada denominada Carúncula lacrimal. A CONJUNTIVA é uma fina membrana mucosa transparente. A túnica conjuntiva da pálpebra cobre a superfície interna da pálpebra, e a túnica conjuntiva do bulbo cobre a superfície branca anterior do olho. As secreções das conjuntivas ajudam a lubrificar a superfície do olho. A Conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva causada por uma infecção ou outra irritação. O APARELHO LACRIMAL consiste em uma glândula lacrimal situada no canto superior lateral da órbita e um ducto nasolacrimal iniciando no canto inferior medial da órbita. A glândula lacrimal produz cerca de 1ml/dia para hidratar a superfície do olho, lubrificar as pálpebras e remover objetos estranhos. É inervada por fibras parassimpáticas do nervo facial (VII). Seis Músculos Extrínsecos do olho são responsáveis pela movimentação do globo ocular. Músculo Reto Superior: Inervado pelo NC Oculomotor (III) Músculo Reto Inferior: Inervado pelo NC Oculomotor (III) Músculo Reto Lateral: Inervado pelo NC Abducente (VI) PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 Músculo Reto Medial: Inervado pelo NC Oculomotor (III) Músculo Oblíquo Superior: Inervado pelo NC Troclear (IV) Músculo Oblíquo Inferior: Inervado pelo NC Oculomotor (III). TÚNICA FIBROSA (EXTERNA) ESCLERA: camada opaca de tecido conjuntivo. Ocupa 5/6 posteriores do bulbo. ‘’Branco dos olhos’’. - Vascularizada CÓRNEA: camada transparente continuamente com a esclera. Ocupa 1/6 anterior do bulbo. Permite a entrada de luz no globo ocular. - Avascular. TÚNICA VASCULAR (MÉDIA) É chamada de Túnica Média do globo ocular é chamada de Túnica Vascular porque possui a maioria dos vasos sanguíneos do globo ocular. As artérias da túnica vascular são derivadas de artérias chamada Artéria ciliares curtas que é derivada da artéria oftálmica, que por sua vez, é ramo da artéria carótida interna. CORIOIDE: 2/3 posteriores da camada vascular, associada com a esclera do olho. CORPO CILIAR: Estrutura em forma de triângulo entre a coroide e a íris. Forma um anel completo em torno do bulbo do olho. MÚSCULOS CILIARES: Funcionam como um esfíncter, controlado pela porção parassimpática do oculomotor. Controlam o tamanho do anel formado pelo corpo ciliar. PROCESSOS CILIARES + FIBRAS ZONULARES = LIGAMENTO SUSPENSOR DA LENTE: estruturas ligadas ao músculo ciliar e ao cristalino. Contrações do músculo permitem ajustar o formato do cristalino, determinando o foco da lente. Processos ciliares também contribuem para a FORMAÇÃO DO HUMOR AQUOSO. ÍRIS: completa a camada vascular. É a parte colorida do olho, e sua cor, difere de pessoa para pessoa. A quantidade de melanina denota a coloração da íris de uma pessoa. A íris é uma estrutura contrátil formada principalmente por músculo liso circundando uma abertura: PUPILA. - A luz entra no olho através da pupila, e a íris regula a quantidade que entra regulando o tamanho da pupila. A íris contém dois grupos de músculos lisos inervados pelo NC Oculomotor (III): MÚSCULO ESFÍNCTER DA PUPILA: contração causa contração da pupila - parassimpático MÚSCULO DILATADOR DA PUPILA: contração causa dilatação da pupila – simpático. TÚNICA INTERNA DO OLHO = RETINA RETINA consiste em uma camada pigmentada externa, e uma camada neural interna. A camada neural possui células fotorreceptoras, cones e bastonetes, que respondem à luz. MÁCULA: pequeno ponto amarelo, de aprox 4 mm de diâmetro, próximo do centro da retina posterior. FÓVEA CENTRAL: é a região da retina onde a luz é focalizada quando o olho está olhando diretamente para um objeto. Contém somente CONES. Consequentemente, é a região da retina com maior acuidade visual (capacidade de distinguir imagens finas). Por essa razão, os objetos são mais bem vistos quando observados diretamente na frente dos olhos. DISCO ÓPTICO: ponto branco em posição medial à macula, através do qual a artéria central da retina entra e a veia central da retina sai do globo ocular. É também o ponto onde os processos nervosos atravessam as duas túnicas externas e saem do olho formando o nervo óptico. É nesse local o ponto cego do olho. PONTO CEGO DO OLHO: Não há fotorreceptores e não responde à luz. PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 Importância clínica: Nesse local que penetram os vasos que nutrem a retina. O edema de papila é um importante sinal indicador da existência de hipertensão craniana. CÂMARAS OCULARES O interior do olho é dividido em três câmaras: CÂMARA ANTERIOR: entre a córnea e a íris. CÂMARA POSTERIOR: entre a íris e o cristalino (lente). CÂMARA VÍTREA: quase totalmente circundada pela retina e preenchida por uma substância gelatinosa chamada Humor Vítreo. Esse auxilia a manter a pressão intraocular, assim como o Humor Aquoso, mas sua produção não é rápida. As câmaras anterior e posterior são preenchidas por Humor Aquoso que contribui para manter a pressão intraocular. A pressão do olho o mantém inflado e ajuda a manter o formato do globo ocular. O Humor Aquoso refrata a luz e fornece nutrição para as estruturas da câmara anterior, como a córnea avascular. CRISTALINO: disco transparente, elástico biconvexo, com maior convexidade no lado posterior. EXPLICAR A NEUROFISIOLOGIA DA VIA ÓPTICA, TRANSDUÇÃO E FOTOQUÍMICA; Os 3 primeiros neurônios da via visual se encontram na RETINA. 1º NEURÔNIO = CÉLULAS FOTOSSENSÍVEIS (CONES e BASTONETES). Localizam na porção mais interna da camada nervosa da retina. CONES: adaptados para a visão com luz de maior intensidade e para a visão de cores; BASTONETES: adaptados para a visão com pouca luz. 2º NEURÔNIO = CÉLULAS BIPOLARES Localizam nas porções mediais da retina. 3º NEURÔNIO = CÉLULAS GANGLIONARES. Localizadas mais externamente. Seus axônios constituem o NERVO ÓPTICO. Os raios luminosos que incidem sobre a retina devem atravessar suas nove camadas internas para atingir os fotorreceptores, cones ou bastonetes. A excitação destes pela luz dá origem a impulsos nervosos, processo chamado de FOTOTRANSDUÇÃO. Os impulsos caminham em direção oposta à seguida pelo raio luminoso, ou seja, das células fotossensíveis para as células bipolares e destas para as células ganglionares, em que os axônios destes formam o nervo óptico. TRAJETO DAS FIBRAS NAS VIAS ÓPTICAS QUIASMA ÓPTICO: local de convergência dos nervosópticos dos dois lados. A partir do quiasma destaca-se os dois tratos ópticos que terminam nos corpos geniculados laterais. Ao nível do quiasma, algumas fibras sofrem decussação parcial. QUIASMA ÓPTICO -> TRATO ÓPTICO -> CORPO GENICULADO LATERAL RETINA NASAL: metade medial da retina de cada olho, ou seja, a que está voltada para o nariz. RETINA TEMPORAL: metade lateral da retina de cada olho, ou seja, a que está voltada para a região temporal. CAMPO VISUAL: é a porção do espaço que pode ser vista por este olho, estando ele fixo. No campo visual de cada olho, distingue-se, como na retina, uma porção lateral, o campo temporal; e uma porção medial, o campo nasal. As fibras nasais, ao nível do quiasma óptico, oriundas da retina nasal, cruzam para o outro lado, enquanto as fibras temporais seguem do mesmo lado, sem cruzamento. RETINA NASAL = CRUZAM PARA O LADO OPOSTO PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 RETINA TEMPORAL = SEGUE SEM CRUZAMENTO Assim, cada trato óptico contém fibras temporais da retina de seu próprio lado e fibras nasais da retina do lado oposto. Explicação: os impulsos nervos originados em metades homônimas das retinas dos dois olhos (p.ex., na metade direita dos dois olhos) serão conduzidos aos corpos geniculados e ao córtex deste mesmo lado. O córtex visual direito percebe os objetos situados à esquerda de uma linha vertical mediana que divide os campos visuais. Assim, também na via óptica é válido o princípio de que o hemisfério cerebral de um lado relaciona-se com as atividades sensitivas do lado oposto. FIBRAS DA VIA ÓPTICA FIBRAS RETINO-HIPOTALÂMICA: destacam-se do quiasma óptico e ganham o núcleo supraquiasmático do hipotálamo. Importante para regulação dos ritmos biológicos/circadianos com o ciclo dia-noite. FIBRAS RETINOTETAIS: Ganham o colículo superior através do braço do colículo superior. Função: estão relacionadas com reflexos de movimentos dos olhos ou das pálpebras desencadeados pelos estímulos nos campos visuais. FIBRAS RETINO-PRÉ-TETAIS: Ganham a área pré-tetal, situada na parte rostral do colículo superior, através do braço do colículo superior. Função: apresenta relação com os reflexos fotomotor direto e consensual. FIBRAS RETINOGENICULADAS: Mais importante de todas Corresponde a 90% do total de fibras que saem da retina. Emergem da retina e fazem sinapse com os neurônios IV da via óptica, localizados no corpo geniculado lateral. Seus axônios constituem as RADIAÇÕES ÓPTICAS (TRATO GENICULO-CALCARINO) e terminam na ÁREA VISUAL (17), situada nos LÁBIOS DO SULCO CALCARINO. TRAJETO DAS VIAS ÓPTICAS QUIASMA ÓPTICO: fibras sofrem decussação parcial Anteriormente: NERVO ÓPTICO Posteriormente: TRATO ÓPTICO CAMPO VISUAL TEMPORAL = RETINA NASAL = DECUSSA NO QUIASMA = TRATO ÓPTICO DO LADO OPOSTO CAMPO VISUAL NASAL = RETINA TEMPORAL = SEGUE HOMOLATERAL = TRATO ÓPTICO DO MESMO LADO FOTOTRANSDUÇÃO Os fotorreceptores convergem energia luminosa em alterações do potencial de membrana. FOTOTRANSDUÇÃO DOS BASTONETES Um neurônio típico em repouso tem um potencial de membrana de cerca de –65 mV. ESCURIDÃO: quando em completa escuridão, o potencial de membrana o segmento externo do bastonete é de cerca de –30 mV. Essa despolarização é causada pelo influxo constante de Na+ através de canais especiais no segmento externo da membrana. Esse movimento de cargas positivas através da membrana é chamado de corrente do escuro. Os canais de sódio têm sua abertura estimulada por um segundo mensageiro intracelular chamado monofosfato de guanosina cíclico (GMPc). (Escuridão → rodopsina desativada → proteína G desativada → formação do GMPc → abertura dos canais PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 de sódio → entrada de Na+ → despolarização da célula) LUMINOSIDADE: a luz reduz a quantidade de GMPc, o que determina o fechamento dos canais de Na+ e o potencial de membrana torna-se mais negativo (hiperpolariza). A resposta hiperpolarizante à luz é iniciada pela absorção da radiação eletromagnética pelo fotopigmento localizado nas membranas. Nos bastonetes, esse pigmento é denominado rodopsina e sua proteína receptora é denominada opsina. (Luminosidade → rodopsina ativada → proteína G ativada → transforma GMPc em GMP → fecha os canais de sódio → hiperpolarização da célula) FOTOTRANSDUÇÃO DOS CONES Há queda dos níveis de GMPc nos bastonetes até um ponto em que a resposta à luz torna-se saturada e a luz adicional não mais promove qualquer hiperpolarização. Assim sendo, a visão durante o dia depende inteiramente dos cones, cujos fotopigmentos necessitam de maior nível de energia para sofrerem desbotamento. O processo de fototransdução nos cones é praticamente o mesmo que aquele que ocorre nos bastonetes, a única diferença é o tipo de opsinas da membrana do cone. Cada cone em nossas retinas contém uma das três opsinas que conferem aos fotopigmentos diferentes : Fotopigmento azul: ativação máxima se dá pela luz com comprimentos de onda de 430 nm Fotopigmento verde: ativação m áxima ocorre com comprimentosde onda ao redor de 530nm Fotopigmento vermelho: ocorre com comprimentos de onda por volta de 560 nm. EXPLICAR OS MECANISMOS DE ADAPTAÇÃO AO CLARO E ESCURO O ajuste dos olhos às mudanças na luz, como ocorre quando passa de um ambiente escuro para a luz do dia ou vice-versa, é chamada de Adaptação à luz e ao escuro. Esse ajuste é acompanhado por mudanças na quantidade de rodopsina disponível. Na luz intensa, o excesso de rodopsina é quebrado, de forma que não há tanta disponibilidade para iniciar potenciais de ação, e os olhos tornam-se adaptados à luz intensa. Em contrapartida, em um ambiente escuro, mais rodopsina é produzida, tornando a retina mais sensível à luz. A adaptação à luz e ao escuro também envolve reflexos da pupila. Na luminosidade fraca, a pupila aumenta para permitir que mais luz entre nos olhos; na luz intensa, a pupila contrai para permitir que menos luz entre no olho. PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 EXPLICAR OS MECANISMOS DE FORMAÇÃO DA IMAGEM E RECONHECIMENTO DE CORES FORMAÇÃO DA IMAGEM Conforme a luz entra através da pupila, a córnea, a lente e os humores a focalizam sobre a retina. A luz incidente sobre a retina é convertida em potenciais de ação, os quais são transmitidos ao encéfalo. A luz visível é a porção do espectro eletromagnético que pode ser detectada pelo olho humano e inclui comprimentos de ondas entre 380 e 750 nm. Essa faixa é chamada muitas vezes de Espectro visível. Dentro do espectro visível, cada cor tem um comprimento de onda diferente. Conforme os raios de luz entram no olho e são focalizados, a imagem formada logo após o ponto focal é invertida. Potenciais de ação que representam a imagem invertida são propagados até o córtex visual do cérebro, onde o encéfalo os interpreta como na posição normal voltada para cima. O sistema de focalização do olho produz uma imagem sobre a retina. Os raios de luz convergem conforme passam do ar para a córnea convexa. DETECÇÃO DE CORES As cores que percebemos são determinadas principalmente pelas contribuições relativas de cada tipo de cone para o sinal na retina. Cada cor do arco-íris, incluindo o branco, poderia ser criada pela mistura de uma proporção adequada de luz vermelha, verde e azul. De acordo com essa teoria, o encéfalo atribui cores com base em uma comparação da leitura (fotométrica) dos três tipos de cones. Quando todos os tipos de cones são igualmente ativos percebemos o “branco”. Várias formas de cegueiras para cores resultam no caso de deficiências de um ou mais dos tipos de fotopigmentos dos cones. DESCREVER AS PRINCIPAIS PATOLOGIAS DA VIA ÓPTICA E GLOBO OCULAR DEFEITOS DE FOCO, ALINHAMENTOOU VISÃO DE CORES MIOPIA Não visualiza de longe – capacidade de ver objetos pertos, mas não distantes. Causada quando o poder de refração da córnea e da lente é muito grande em relação ao comprimento do olho. HIPERMETROPIA Não visualiza de perto – capacidade de ver objetos distantes, mas não aqueles pertos. Causada quando a córnea é muito achatada ou a lente tem muito pouco poder de refração em relação ao comprimento do olho. CONDIÇÃO CLÍNICA: CEGUEIRA GLAUCOMA Problemas no ciclo normal de produção e absorção do humor aquoso provoca AUMENTO DA PRESSÃO INTRA- OCULAR. Pode levar à cegueira devido à compressão da retina e de sua vascularização. O Humor Aquoso é produzido pelos processos ciliares como um filtrado do sangue e retorna à circulação via anel venoso na base da córnea chamado Seio Venoso da Esclera. A produção e a remoção do humor aquoso resultam na ‘’circulação’’ desse fluido e na manutenção da pressão intraocular constante. Se a circulação for inibida, pode resultar no glaucoma. GLAUCOMA DE ÂNGULO ABERTO O glaucoma de ângulo aberto é mais comum do que o glaucoma de ângulo fechado. No glaucoma de ângulo aberto, os canais de drenagem dos olhos vão sendo gradualmente obstruídos por partículas minúsculas e microscópicas ao longo de meses ou anos. Esse tipo de glaucoma é "aberto" porque os canais não estão visivelmente bloqueados (ao serem examinados com uma lâmpada de fenda), mas ainda assim a drenagem através deles é insuficiente. A pressão ocular aumenta lentamente, pois o líquido é produzido normalmente, mas sua drenagem é lenta. SINTOMAS PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 O glaucoma de ângulo aberto é indolor e inicialmente não apresenta sintomas. Geralmente, os dois olhos são afetados, mas normalmente não da mesma forma. O principal sintoma do glaucoma de ângulo aberto é o desenvolvimento, ao longo de meses ou anos, de pontos cegos ou manchas geradas pela perda de visão. Os pontos cegos crescem lentamente e se fundem. Geralmente, perde-se primeiro a visão periférica. As pessoas podem tropeçar em degraus, não conseguir ver partes de palavras quando leem ou ter dificuldades para dirigir. A perda de visão ocorre tão gradualmente que muitas vezes não é percebida até que já esteja muito avançada. Normalmente, como a visão central é a última a ser perdida, muitas pessoas desenvolvem visão de túnel: enxergam perfeitamente o que está à sua frente, mas ficam cegos em todas as outras direções. Se o glaucoma não for tratado, com o tempo até mesmo a visão de túnel é perdida, e a pessoa fica totalmente cega. GLAUCOMA DE ÂNGULO FECHADO O glaucoma de ângulo fechado é menos comum do que o glaucoma de ângulo aberto. No glaucoma de ângulo fechado, os canais de drenagem nos olhos ficam bloqueados ou fechados porque o ângulo entre a íris e a córnea é muito estreito. Este tipo de glaucoma é "fechado" porque os canais estão visivelmente bloqueados. O bloqueio pode ocorrer de repente (glaucoma de ângulo fechado agudo) ou lentamente (glaucoma de ângulo fechado crônico). Se o bloqueio ocorre de repente, a pressão ocular aumenta rapidamente. Se o bloqueio ocorre lentamente, a pressão no olho aumenta lentamente como no glaucoma de ângulo aberto. SINTOMAS No glaucoma de ângulo fechado agudo, a pressão ocular aumenta rapidamente, e a pessoa normalmente apresenta fortes dores nos olhos e de cabeça, vermelhidão nos olhos, visão turva, vê halos em arco- íris em volta das luzes, e tem perda súbita de visão. Ela também pode sentir náusea e vômitos como reação ao aumento da pressão ocular. O glaucoma de ângulo fechado agudo é considerado uma emergência médica porque a pessoa pode perder a visão rapidamente, de duas a três horas após o surgimento dos sintomas se a condição não for tratada. No glaucoma de ângulo fechado crônico, a pressão ocular aumenta lentamente, e os sintomas geralmente começam como no glaucoma de ângulo aberto. Algumas pessoas podem apresentar vermelhidão nos olhos, desconforto, visão turva, ou uma dor de cabeça que diminui ao dormir. A pressão ocular pode ser normal, mas normalmente é maior no olho afetado. Pessoas que têm glaucoma de ângulo aberto ou glaucoma de ângulo fechado em um dos olhos tendem a desenvolvê-lo no outro olho. DIAGNÓSTICO Um exame médico dos olhos Se o médico suspeitar de glaucoma (por exemplo, com base no que encontrou durante um exame de rotina da avaliação ocular), ele fará uma avalição completa para glaucoma. Há cinco passos em um exame oftalmológico completo para o diagnóstico do glaucoma: • Medição da pressão ocular Avaliação do nervo óptico Teste de campo visual Gonioscopia Medidas das córneas Os médicos medem a pressão intraocular. Essa medição é indolor, e é feita com um instrumento chamado tonômetro. As leituras normais da pressão ocular variam de 11 a 21 milímetros de mercúrio (mm Hg). Em geral, leituras da pressão ocular maiores do que 21 mm Hg são consideradas acima do normal. No entanto, medir a pressão ocular não é suficiente, porque um terço ou mais das pessoas com glaucoma apresenta pressão ocular na faixa média, e algumas pessoas apresentam uma leitura elevada da pressão ocular que não é causada por glaucoma. Por isso, os médicos também usam um oftalmoscópio e às vezes outros instrumentos (como tomografia de coerência óptica) para procurar alterações no nervo óptico que indiquem lesão causada por glaucoma. Além disso, um teste de campo visual (teste da visão periférica) permite que o médico detecte pontos cegos. Na maioria das vezes, o teste de campo visual é feito com uma máquina que determina a capacidade de a pessoa ver pequenos pontos de luz em todas as áreas do campo visual. Os médicos também podem usar lentes especiais para examinar os canais de drenagem do olho, um procedimento conhecido como gonioscopia. O PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 gonioscópio permite que o médico determine o tipo do glaucoma, se é de ângulo aberto ou de ângulo fechado. Os médicos também medem a espessura das córneas. Se as córneas forem finas, há maior probabilidade de desenvolvimento de glaucoma. No entanto, uma córnea fina não significa a presença de glaucoma. CATARATA CRISTALINO TORNA-SE OPACO Ou seja, é uma turvação da lente como resultado de uma idade avançada, infecção ou trauma. Causa mais comum de cegueira no mundo. DESCOLAMENTO DA RETINA Separação da retina sensorial e da retina pigmentada; Retina se destaca da camada vascular do globo ocular; Problema relativamente comum; A pessoa percebe um repentino aumento de pontos flutuantes, um súbito surgimento de flashes de luz, uma espécie de véu na frente da visão, ou perda repentina da visão; Os médicos fazem o diagnóstico observando o olho com um oftalmoscópio; A maioria dos descolamentos de retina pode ser solucionada, o que resulta em melhora da visão se o procedimento for realizado logo após acontecido o descolamento. SINTOMAS O descolamento da retina é indolor. Geralmente, as pessoas veem um aumento de objetos flutuantes (pontos flutuantes - objetos que parecem se mover pelo campo de visão) ou muitos pontos de luz intensa, que duram menos de um segundo (fotopsias) e ficam com a visão embaçada. Primeiro há perda de visão periférica, e a perda da visão piora com o nível do descolamento. A perda de visão faz com que o campo de visão fique acinzentado ou é semelhante a uma cortina ou um véu que desce sobre a linha de visão. Pode haver sangue no humor vítreo gelatinoso próximo à parte posterior do olho (hemorragia vítrea). Se a mácula se descolar, a visão piora rapidamente e fica totalmente turva. Alguns descolamentos de retina a princípio não têm sintomas. DIAGNÓSTICO Um exame médico dos olhos; Algumas vezes,ultrassonografia; O médico examina a retina através de um oftalmoscópio e, geralmente, pode ver o descolamento após aplicar um colírio para dilatar a pupila. Se o descolamento não for visível, pode ser realizado um ultrassom do olho para que se torne mais evidente. TRATAMENTO Reparo cirúrgico Para descolamentos causado por vazamento de líquido e sem uma ruptura na retina, medicamentos A maioria dos descolamentos de retina pode ser solucionada. O cirurgião sela as rupturas com cirurgia a laser ou terapia de congelamento (crioterapia). Para descolamentos de retina maiores, o cirurgião pode juntar a retina e a parede do olho ao colocar uma bandagem de silicone em torno do olho (chamada introflexão escleral) ou por remoção do gel vítreo atrás do cristalino e na frente da retina, em uma cirurgia chamada vitrectomia. É comum ser usada uma bolha de gás para manter a retina no lugar. Para descolamentos menores, a cirurgia a laser pode prevenir o aumento no descolamento da retina ou a retina pode ser recolocada por meio de crioterapia e bolha de gás (chamada de retinopexia pneumática). Descolamentos que têm como causa uma doença que afeta a retina (como o diabetes) podem ser tratados com a vitrectomia. Descolamentos causados por vazamento de líquido e que não envolvem uma ruptura na retina podem ser tratados com corticosteroides ou medicamentos que suprimem o sistema imunológico (imunossupressores como metotrexato e azatioprina) administrados por via oral. Corticosteroides também podem ser administrados como um implante injetado no olho, que libera lentamente níveis constantes de um corticosteroide. RETINOPATIA DIABÉTICA Envolve a degeneração do nervo óptico, catarata e descolamento da retina; Frequentemente causada por degeneração dos vasos sanguíneos e hemorragia. PAPILEDEMA PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 O papiledema é um edema do disco óptico decorrente do aumento da pressão intracraniana. Disco óptico inchado resultante de causas que não envolvem aumento da pressão intracraniana (p. ex., hipertensão maligna, trombose da veia retiniana central) não é considerado papiledema. Não há sintomas prévios, embora diminuição passageira da visão possa ocorrer. SINAIS E SINTOMAS Em pacientes com papiledema, a visão normalmente não é afetada no início, mas pode ocorrer escurecimento transitório da visão, visão ofuscada ou diplopia. Pacientes também podem apresentar sintomas relacionados ao aumento da pressão intracraniana, como cefaleia, náuseas e vômito. Dor não está presente. A avaliação começa com exame oftalmoscópico, que revela veias retinianas ingurgitadas e tortuosas, disco óptico (cabeça do nervo óptico) hiperemiado e edemaciado e hemorragias retinianas em volta do disco óptico, mas não na periferia da retina. O edema isolado do disco óptico (p. ex., causado por neurite óptica ou neuropatia óptica isquêmica) sem os achados retinianos indicativos de aumento da pressão liquórica não é considerado papiledema (a menos que a pressão intracraniana esteja elevada na punção lombar feita na vigência do edema). Nos estágios iniciais do papiledema, a acuidade visual e a resposta pupilar à luz são geralmente normais e tornam-se alteradas somente após a condição estar bem avançada. Uma mancha cega aumentada pode ser constatada ao exame de campo visual. Mais tarde, testes de campo visual podem mostrar defeitos típicos das lesões do feixe de fibras nervosas e perda da visão periférica. DIAGNÓSTICO Avaliação clínica Neuroimagem imediata O grau de edema do disco é determinado comparando- se a quantidade de lentes positivas necessárias para focar o oftalmoscópio na porção mais elevada do disco e na porção não afetada da retina. O edema também pode ser quantificado medindo a espessura da camada de fibras nervosas por tomografia de coerência óptica (TCO); a TCO é feita para quantificar o grau do papiledema de modo que as alterações possam ser monitoradas. Para diferenciar papiledema de outras causas de edema do disco óptico, como neurite óptica, neuropatia óptica isquêmica, hipotonia, oclusão da veia central da retina, uveíte ou pseudoedema de disco (p. ex., drusas do disco óptico), é necessária uma avaliação oftalmológica detalhada. Na suspeita clínica de papiledema, fazer imediatamente RM (MR) com gadolínio ou tomografia computadorizada (TC) com contraste para descartar causas como massa intracraniana ou trombose dos seios cranianos. Punção lombar com medição e análise da pressão do líquor só deve ser realizada depois que lesão com massa intracraniana foi excluída. A punção lombar em pacientes com lesões de massas intracranianas pode resultar em herniação cerebral. Ultrassonografia modo B e autofluorescência de fundo são as melhores ferramentas diagnósticas para pseudoedema de papila por drusas do nervo óptico. TRATAMENTO Tratamento da doença subjacente O tratamento da causa de base deve ser imediato. Se a pressão intracraniana não for reduzida, eventualmente pode ocorrer atrofia secundária do nervo óptico e perda visual, juntamente com outras sequelas neurológicas graves. EXPLICAR AS PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA VIA ÓPTICA (NERVO, QUIASMA, TRATOS, CÓRTEX VISUAL) ESCOTOMA: Falha dentro do campo visual, ou seja, cegueira para uma parte deste campo. HEMIANOPSIA: Quando o escotoma atinge metade do campo visual. HEMIANOPSIA HETERONÍMIA: Quando é acometido lados diferentes dos campos visuais, ou seja, desaparece a visão nos campos temporais ou nos campos nasais. Decorre de lesão no quiasma óptico. HEMIANOPSIA HOMONÍMIA: Quando é acometido o mesmo lado do campo visual de cada olho, ou seja, desaparece a visão do campo temporal do olho de um lado e o campo nasal do olho do lado oposto. PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 Decorre de lesão retroquiasmática, ou seja, entre o quiasma e o córtex occipital. REPRESENTAR A VIA ÓPTICA E SUAS POSSÍVEIS LESÕES NEURITE ÓPTICA Neurite óptica é a inflamação do nervo óptico. ETIOLOGIA A neurite óptica é mais comum em adultos com 20 a 40 anos. A maioria dos casos resulta de doenças desmielinizantes, particularmente esclerose múltipla, nos quais pode haver recidivas. A neurite óptica muitas vezes é a manifestação inicial desta última. Outras causas incluem: Doenças infecciosas [p. ex., encefalite viral (particularmente em crianças), sinusite, meningite, tuberculose (TB), sífilis ou vírus da imunodeficiência humana (HIV)]; Metástase tumoral ao nervo óptico; Produtos químicos e farmacológicos (p. ex., chumbo, metanol, tabaco, antibióticos); Neuromielite óptica (NMO); Doença dos autoanticorpos contra a glicoproteína da mielina do oligodendrócito (MOG-IgG); SINAIS E SINTOMAS O principal sintoma da neurite óptica é perda de visão, que alcança seu máximo em 1 ou 2 dias e varia de um escotoma pequeno central ou paracentral até a cegueira total. A maioria dos pacientes tem dor ocular leve, que frequentemente piora com movimentação ocular. Os achados mais característicos incluem visão conturbada das cores, redução da acuidade visual e deficiência do campo visual (frequentemente fora da proporção para perda da acuidade visual). Defeito pupilar aferente é geralmente detectável se o olho contralateral não é afetado ou envolvido em menor grau. O teste da visão de cores é um complemento útil, embora 10% dos homens tenham daltonismo congênito, gerando resultados falso- positivos. Em cerca de dois terços dos pacientes, a inflamação é inteiramente retrobulbar, não provocando alterações visíveis no exame da cabeça do nervo óptico. Nos demais quadros, também podem ocorrer hiperemia e/ou edema do disco, edema ao redor do disco e ingurgitamento dos vasos. Poucos exsudatos e hemorragias podem estar presentespróximos ou no disco óptico. Se o disco óptico está inchado, a doença é chamada papilite. Se o disco óptico parece normal, a doença é chamada neurite retrobulbar. DIAGNÓSTICO Avaliação clínica Ressonância magnética (RM) Suspeita-se de neurite óptica em pacientes com dor característica e perda da visão, particularmente se forem jovens. Exame de neuroimagem, preferivelmente RM contrastada com gadolínio, pode mostrar alargamento e aumento do nervo óptico. A RM também pode ajudar a diagnosticar esclerose múltipla, doença dos autoanticorpos contra a glicoproteína da mielina do oligodendrócito (MOG-IgG) e neuromielite óptica (NMO). TRATAMENTO Corticoides Os corticoides são uma opção, especialmente se há suspeita de esclerose múltipla ou neuromielite óptica. Tratamento com metilprednisolona (500 mg a 1000 mg IV uma vez ao dia) por 3 dias, seguido de prednisona (1 mg/kg VO uma vez ao dia) por 11 dias, pode acelerar a recuperação, mas os resultados finais de acuidade visual são semelhantes a quando se opta apenas pela observação. O uso IV de corticoides mostrou retardo nas manifestações da esclerose múltipla em pelo menos 2 anos. O tratamento apenas com prednisona por via oral não mostra resultados de melhora da acuidade visual e pode aumentar o risco de recidivas. Aparelhos para visão subnormal (p. ex., lupas, dispositivos de impressão grande, relógios falantes) podem ser úteis. Outros tratamentos, como aqueles utilizados para tratar esclerose múltipla, podem ser determinados se há suspeita de esclerose múltipla. LESÃO DO NERVO ÓPTICO Resulta em CEGUEIRA COMPLETA do olho correspondente. PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 Causas: Traumatismo craniano Glaucoma: o aumento da pressão intraocular comprime e lesa as fibras do nervo óptico ao nível da papila. LESÃO DA PARTE MEDIANA DO QUIASMA ÓPTICO Resulta em HEMIANOPSIA BITEMPORAL. Consequência da interrupção das fibras provenientes das retinas nasais que cruzam neste nível. Causas: Tumores de hipófise: crescem e comprime o quiasma de baixo para cima LESÃO DA PARTE LATERAL DO QUIASMA ÓPTICO Resulta em HEMIANOPSIA NASAL do olho correspondente, como consequência da interrupção das fibras provenientes da retina temporal deste olho. Causas: Aneurismas da artéria carótida interna: comprime lateralmente o quiasma óptico. 2 Aneurismas pode comprimir dos dois lados e causar Hemianopsia Binasal, ou seja, nos campos nasais dos olhos. LESÃO DO TRATO ÓPTICO Resulta em HEMIANOPSIA HOMÔNIMA DIREITA ou ESQUERDA, a depender do local da lesão, respectivo no trato óptico esquerdo ou direito. Resulta por causa da interrupção das fibras provenientes da retina temporal de um olho e nasal do olho do lado oposto. Causas: Tumor/ Traumatismo: compressão do trato óptico. Lesões de corpo geniculado lateral dão alterações de campo visual idênticas às observadas após lesão do trato óptico. LESÕES DA RADIAÇÃO ÓPTICA LESÕES COMPLETAS = Resultam em alterações do campo visual idêntica a lesões do trato óptico, ou seja, ocorrem HEMIANOPSIAS HOMÔNIMAS. LESÕES PARCIAIS = QUADRANTONOPSIAS, falhas que comprometem todo um quadrante do campo visual. Ex: Quadrantonopsia Homônima Superior Esquerda: interrupção de fibras oriundas da metade inferior das retinas nasal esquerda e temporal direita. Ocorre em casos de tumor no Lobo Temporal. LESÃO DO CÓRTEX VISUAL PRIMÁRIO (ÁREA 17) Resulta em alterações semelhante a lesões da radiação óptica. Mais frequente lesões parciais. Ex: Lesão do lábio inferior do sulco calcarino direito resulta em QUADRANTANOPSIA HOMÔNIMA SUPERIOR ESQUERDA.
Compartilhar