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Armazenagem e movimentação de materiais Prof.ª Dra. Leila Scanfone 1ª Edição Gestão da Educação a Distância Todos os direitos desta edição ficam reservados ao Unis - MG. É proibida a duplicação ou re- produção deste volume (ou parte do mesmo), sob qualquer meio, sem autorização expressa da instituição. Cidade Universitária - Bloco C Avenida Alzira Barra Gazzola, 650, Bairro Aeroporto. Varginha /MG ead.unis.edu.br 0800 283 5665 Autoria Currículo Lattes: Doutora (2016) em Administração pela UFMG, mestre (2006) e bacharel (2004) em Administração pela PUC Minas e especialista em Docência no Ensino Superior (2011), Design Instrucional para EaD Virtual (2011) e Docência na Educação a Distância (2009). Possui mais de 10 anos em experiência docente em cursos de graduação e pós-graduação. Tem mais de 15 anos de experiência profissional em áreas de gestão (geral, financeira e produção). Áreas de pesquisa de interesse: gestão de servi- ços, gestão de redes de suprimentos e estratégias logísticas. Profa. Dra. Leila Scanfone http://lattes.cnpq.br/5508482926762965 5 Unis EaD Cidade Universitária – Bloco C Avenida Alzira Barra Gazzola, 650, Bairro Aeroporto. Varginha /MG ead.unis.edu.br 0800 283 5665 SCANFONE, Leila. Armazenagem e Movimentação de Materiais. Varginha: GEaD-UNIS/MG, 2018. 79 p. 1. Armazenagem. 2. Movimentação de Materiais. 3. Embalagem de Proteção. Caro (a) aluno (a), O fato de você estar cursando um curso a distância faz com que pensemos que você acre- dita no potencial do ensino a distância e está disposto a mergulhar com dedicação neste universo diferenciado de aprendizado. A disciplina de Armazenagem e Movimentação de Materiais será trabalhada por meio da leitura do nosso guia de estudos, análise de exemplos e realização de exercícios individuais e em grupo. Todas as atividades serão realizadas no nosso ambiente virtual de aprendizagem. Em relação ao ambiente de aprendizagem e às avaliações, estaremos utilizando a maior quantidade possível de ferramentas que possibilitem uma maior interação e comunicação entre aluno (a) e professor. Na disciplina de Armazenagem e Movimentação de Materiais é onde iremos estudar as noções básicas de armazenagem e movimentação de materiais, custos, onde se buscará uma maior quantidade de exemplificações e aplicações práticas para tornar o aprendizado mais eficiente e tam- bém mais prazeroso. Trabalharemos de forma que possamos despertar (ou aumentar) o seu interesse pela área de Logística, mas dependeremos muito de sua determinação quanto à leitura minuciosa deste guia, bem como de todo material complementar que será disponibilizado ao longo do curso. Sabendo das especificidades da área de Logística Empresarial, buscarei uma linguagem bas- tante simples como forma de propiciar um bom entendimento e estarei sempre à disposição para esclarecer dúvidas, trocar informações e auxiliá-los na aplicação dos conceitos da disciplina no con- texto organizacional. Nossa interação será essencial Podem contar comigo sempre! Professora Dra. Leila Scanfone Ementa Orientações Palavras-chave Introdução à armazenagem; Princípios básicos da armazenagem; fundamentos da ges- tão da armazenagem; planejamento da armazenagem; Tecnologia de informações na armazenagem; Os custos de armazenagem; Tipos de embalagens; Princípios de esto- cagem de materiais; Classificação e codificação de materiais; Movimentação de mate- riais; Equipamentos de movimentação. Norma regulamentadora 11 - NR 11. Armazenamegem. Movimentação de Materiais. Embalagem de Proteção Ver Plano de Estudos da disciplina, disponível no ambiente virtual. Unidade I - Fundamentos de Gestão de Armazenagem 12 1. Introdução 12 1.1. Armazenagem 12 1.1.1. Conceito e Objetivos da Armazenagem 13 1.1.2. Princípios e Atividades de Armazenagem 15 1.1.3. Sistemas de Armazenagem 19 1.1.3.1. Estruturas de Armazenagem 20 Unidade II – Planejamento da Armazenagem 27 2. Introdução 27 2.1. Planejamento da Armazenagem 27 2.2.1. Custos de Armazenagem 27 2.2.2. Decisões Operacionais de Armazenagem 31 2.2.3. Otimização dos Armazéns 32 2.2.4. NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais 36 Unidade III – Localização e Movimentação de Materiais 41 3. Introdução 41 3.1. Localização de Materiais 41 3.1.1. Sistemas de Localização de Materiais 41 3.1.2. Classificação e Codificação de Materiais 43 3.2. Movimentação de Materiais 45 3.2.1. Sistemas de Movimentação de Materiais 46 Unidade IV - Embalagem de Proteção e Unitização de Materiais 51 4. Introdução 51 4.1. Embalagem de Proteção 51 4.1.1. Tipos e Funções da Embalagem 52 4.2. Unitização 55 4.2.1. Paletização 56 4.2.2. Conteineirização 57 4.2.3. Pré-lingagem 59 Unidade V - Tecnologias da Informação Aplicadas na Gestão da Armazenagem 62 5. Introdução 62 5.1. Sistemas de Informação Aplicados à Gestão da Armazenagem 62 5.1.1. Sistema de Gerenciamento de Armazéns (WMS) 62 5.2. Tecnologias da Informação Aplicadas à Armazenagem e Movimentação de Mate- riais 65 5.2.1. Código de Barras. 65 5.2.2. Identificação por Radiofrequência (RFID) 67 5.2.3. Troca Eletrônica de Dados (EDI) 69 Referência Bibliográficas 74 Objetivos da Unidade Unidade I - Fundamentos de Gestão de ArmazenagemI - Conhecer os fundamentos de gestão da armazenagem. 12 Unidade I - Fundamentos de Gestão de Armazenagem 1. Introdução Embora represente uma parcela significativa dos custos totais logísticos, a armazenagem possibilita diversas vantagens para a organização, uma vez que, de acordo com Rodrigues (2007), a armazenagem garante a continuidade da cadeia de suprimentos e agrega valor na oferta de serviços diferenciados aos clientes por meio, por exemplo, da redução dos níveis de avarias e da obtenção de registros confiáveis. Diante disto, nesta unidade, conheceremos os fundamentos de armazenagem de materiais, buscando identificar os principais conceitos e processos envolvidos em uma gestão estratégica da armazenagem. 1.1. Armazenagem A armazenagem é a parte do sistema logístico da empresa que estoca produtos (maté- rias-primas, peças, produtos semiacabados e acabados), entre o ponto de origem e o ponto de consumo e proporciona informações à diretoria sobre a situação, condição e disposição dos itens estocados (LAMBERT, 1998). A partir da perspectiva da oferta física de materiais, os armazéns podem ser classificados em três grandes blocos, de acordo com Lambert (1998). São eles: - Bloco 1: Armazéns destinados a apoiar as operações das manufaturas, destinados à guarda de matérias-primas e insumos adquiridos de vários fornecedores que abastecem a fábrica; - Bloco 2: Armazéns compostos, além de estocarem as matérias-primas e insumos destinados à produção, armazenam os produtos acabados destinados à distribuição aos clientes; - Bloco 3: Armazéns de consolidação: destinados à consolidação para a expedição de produtos recebidos de vários fornecedores, cujas cargas são combinadas de acordo com as exigências dos clientes. 13 Além disto, cabe destacar os seguintes fatores para relevância da armazenagem para as organizações (RODRIGUES, 2007) - Necessidade de equilíbrio entre oferta e demanda. - Equilíbrio sazonal. - Garantia da continuidade do suprimento. - Redução das perdas de materiais por avarias. - Melhoria na organização e no controle. - Melhoria nas condições de segurança e de operação. - Aumento da velocidade na movimentação. - Descongestionamento das áreas de movimentação. Contudo, temos que considerar que, embora a manutenção de um armazém seja um custo a mais no sistema logístico, a visão estratégica da armazenagem possibilita que melhores soluções para planejamento do fluxo de materiais sejam alcançadas e que se consiga um bom aproveitamento de todas as oportunidades de redução de custos. Posto isto e antes de continuar com nossaconversa, gostaria que você assistisse o seguinte vídeo: Plataforma Logística Integral https://www.youtube.com/watch?v=jPVsUmjShGo&feature=related Realizada esta breve contextualização, vamos conhecer o conceito e os objetivos da arma- zenagem. 1.1.1. Conceito e Objetivos da Armazenagem De modo geral, a armazenagem é definida como a imobilização de uma mercadoria entre 14 Embora os termos “estocagem” e “armazenagem” sejam muitas vezes utiliza- dos como sinônimos, eles não são. Estocagem é uma das atividades do fluxo de materiais no armazém e o ponto destinado à locação estática dos materiais. Armazenagem inclui todas as atividades de um ponto destinado à guarda temporária e à distribui- ção de materiais (depósitos, almoxarifados, centro de distribuição, etc.) Posto isto, os objetivos da armazenagem são (MOURA, 2005, p. 129): - Máximo aproveitamento do espaço; - Utilização efetiva da mão de obra e equipamentos; - Movimentação eficiente dos itens; - Acesso fácil a todos os itens; - Máxima proteção dos itens; e - Boa qualidade do armazém. Quanto às funções, Martins e Alt (2006, p.408) apontam que as funções da armazenagem são: manter os estoques nos lugares apropriados, no tamanho certo, protegido de forma adequada e permitindo entregas e colocações eficientes nas prateleiras. Por fim, temos que entender que a armazenagem pode ser realizada nos seguintes tipos de área: dois movimentos consecutivos. Contudo, considerando o contexto organizacional atual e a visão estratégica deste processo, Rodrigues (2007, p. 19) define armazenagem como: Gerenciar eficazmente o espaço tridimensional de um local adequado e seguro, colocado à disposição para a guarda de mercadorias que serão movimentadas rápida e facilmente, com técnicas compatíveis às respectivas características, preservando a sua integridade física e entregando-a a quem de direito no momento aprazado. (Rodrigues, 2007, p. 19). E é nesta perspectiva estratégica que discutiremos a armazenagem e a movimentação de materiais ao longo desta disciplina. 15 - Armazém: edificação dotada de piso, cobertura, paredes frontais e laterais. - Galpão: edificação dotada de piso, cobertura e, quando necessário, de cercos frontais e laterais. - Pátio: áreas descobertas, dotadas de piso drenado, compactado e, quando necessário, pavimen- tado e provido de limitações frontais e laterais. Contudo, independentemente do tipo de área, de um modo geral, todo armazém executa cinco funções básicas. São elas, o recebimento, a movimentação, a armazenagem, a separação e a expedição de produtos. ARMAZENAGEM VIRTUAL A armazenagem virtual é uma extensão do conceito do estoque virtual. Enquanto os estoques virtuais atendem às solicitações dos clientes a partir de estoques situados no sistema logístico da empresa, o armazém virtual é aquele em que nem todos os itens à venda encontram-se estocados em um armazém da empresa. Em lugar disso, itens selecionados são remetidos aos clientes diretamente dos estoques de fornece- dores, sem que a empresa vendedora necessite ou pretenda formar estoques próprios. Alguns itens esgotados no armazém podem ser manuseados de uma maneira similar. É só lembrar uma empresa como a Amazon, que estoca altos volumes de títulos de livros em armazém próprio, mas não consegue fazer o mesmo, de maneira prática, com títulos de baixo volume de vendas ou que já sejam considerados raridades. Como alternativa, o manuseio é terceirizado ou as remessas feitas diretamente das empresas vendedoras. O resultado é uma necessidade menor de investi- mento na infraestrutura logística e a possibilidade de manter altos níveis de serviços aos clientes. Posto isto, vamos conhecer os princípios e as atividades envolvidos na armazenagem. 1.1.2. Princípios e Atividades de Armazenagem De acordo com Rodrigues (2007), os seguintes princípios devem ser observados nas deci- sões sobre armazenagem: 16 Princípio Descrição Planejamento Avaliar previamente a área de armazenagem, verificando a existência de efetivas condições físicas e técnicas, observando a natureza, peso e dimensões unitárias e considerando as características de manuseio e segurança. Flexibilidade Operacional Promover a adaptabilidade de corredores, docas, portas e equipamentos disponíveis em uma área de armazenagem, de modo a receber com facilidade, simultânea ou sucessivamente, produtos com diferentes características de movimentação. Simplificação Desenvolver, adaptar e/ou implantar o arranjo físico de uma área de armazenagem, levando em conta as características dos equipamentos disponíveis e a localização de docas, portas e corredores, com o objetivo de simplificar ao máximo os fluxos de entrada e saída, de modo a obter a maior produtividade possível, sem ocasionar gargalos. Integração Planejar a integração simultânea do maior número de atividades possível, organizando e coordenando todas as operações simultâneas. Otimização do espaço físico Armazenamento técnico e seguro, para possibilitar a fácil movimentação da maior quantidade possível de mercadorias em uma única área de armazenagem, observando a resistência estrutural do piso e a capacidade volumétrica da área. Otimização de equipamentos e mão de obra Analisar, dimensionar, desenvolver, padronizar sistematizar e implantar um conjunto de procedimentos direcionados à racionalização dos equipamentos e equipes de trabalho. Verticalização Aproveitar os espaços verticais da melhor maneira possível, sem perder de vista a segurança na movimentação. Mecanização Avaliar as reais necessidades, possibilidades e relação custo-benefício passiveis de serem obtidos com a mecanização dos procedimentos de movimentação de mercadorias. Automação Avaliar a real necessidade e a relação custo-benefício de automatizar o gerenciamento da armazenagem, sistema de controle e demais sistemas administrativos. Controle Planejar, implantar e acompanhar metodicamente um adequado sistema com os registros de recebimentos, tempos de permanência das cargas armazenadas, entregas e controle sobre o inventario físico de mercadorias, possibilitando a sua identificação e retirada imediatas. Segurança Dotar a área de sistemas que garantam a integridade física das mercadorias armazenadas, mão de obra, segurança das instalações e equipamentos, e a saúde financeira da empresa, mantendo as equipes de trabalho devidamente treinadas para eventuais emergências. Preço Garantir a compatibilidade das tarifas de armazenagem, calculadas a partir de uma estrutura de custo real com o praticado pelas empresas congêneres no mercado. Quadro 1 - Princípios de armazenagem Fonte: Adaptado de Rodrigues (2007) por Design Unis EAD A observação destes princípios irá garantir a efetividade das operações de armazenagem, possibilitando o alcance de seus objetivos. No entanto, para que realmente possamos aplicar estes princípios, precisamos conhecer as atividades envolvidas nas operações de armazenagem. Neste sentido, Rodrigues (2010) elenca as seguintes atividades: - Descarga, conferência e recebimento; - Marcação - Separação, segregação e endereçamento - Estocagem 17 - Registros e controles - Entrega - Estatísticas - Serviços Acessórios (Paletização; reembalagem; picking; ovação e desova de contêineres; visto- rias; postponement; e outros). Picking: processo de separação e preparação de pedidos para envio para o cliente. Ovação e desova de contêineres: processo de carregar ou descarregar os con- têineres. Postponement: estratégia de adiamento de atividades para depois da realização do pedido pelo cliente. Na figura a seguir, podemos visualizar estas operações dentro de um armazém. Figura 1 - Operações dentro de um Armazém Fonte: Adaptado de istock.com por Design Unis EAD 18 Além disto, quando pensamosno gerenciamento da armazenagem, tanto a produtividade quanto a otimização e a redução dos custos de suas operações devem ser buscadas. Quanto à produtividade de um armazém e à redução dos custos de suas operações, três fatores devem ser considerados. São eles (GONÇALVES, 2016): - Eficácia na utilização dos equipamentos de movimentação e transporte; - Utilização de pessoal qualificado e treinado para realizar as operações internas; - Maximização do uso do espaço cúbico disponível. Em relação à otimização da operação de um armazém, três aspectos básicos devem ser criteriosamente analisados no projeto de suas operações. São eles: (GONÇALVES, 2016): - Acessibilidade: A acessibilidade deverá ser desenvolvida com o objetivo de permitir um fácil acesso ao material desejado, com um mínimo de trabalho e no menor tempo possível. - Equipamentos de movimentação e armazenamento: O sistema de movimentação deve ser também altamente flexível, ou seja, deve permitir a retirada de um material de seu local de arma- zenagem sem que, para isso, seja necessário movimentar outros itens. - Tipos de embalagens utilizadas no armazenamento: A embalagem deve facilitar a estocagem e o manuseio do produto e proteger os materiais contra perdas e danos. Por fim, vamos conhecer as vantagens e as desvantagens da armazenagem (CASADEVAN- TE, 1974, p. 28): Vantagens A armazenagem quando efetuada de uma forma racional poderá trazer inúmeros benefícios, os quais se traduzem diretamente em reduções de custos. - Redução do risco de acidente e consequente aumento da segurança; - Satisfação e aumento da motivação dos trabalhadores; - Incremento na produção e maior utilização da tecnologia; - Melhor aproveitamento do espaço; 19 - Redução dos custos de movimentações bem como das existências; - Facilidade na fiscalização do processo e consequente diminuição de erros; - Redução de perdas e inutilidades; - Versatilidade perante novas condições Desvantagens - Os materiais armazenados estão sujeitos a capitais, os quais se traduzem em juros a pagar; - A armazenagem requer a ocupação de recintos próprios ou o aluguel que se traduz em rendas; - A armazenagem requer serviços administrativos; - A mercadoria armazenada tem prazos de validade que têm de ser respeitados; - Um armazém de grandes dimensões implica em elevados custos de movimentações; - Um armazém de grande porte necessita de máquinas com tecnologia. Conhecidos estes fatores, vamos conhecer os elementos que compõem um sistema de ar- mazenagem. 1.1.3. Sistemas de Armazenagem Um sistema de armazenagem pode ser compreendido como o conjunto de equipamentos e estruturas necessários para a adequada organização dos materiais e utilização do espaço disponível dentro de um armazém. Neste sentido, Wanke e Magalhães (2012, p. 48) apontam que na armazenagem “é preciso ressaltar a necessidade da perfeita integração entre estrutura metálica, equipamentos de movimen- tação, prédio/armazém, produtos a serem estocados, entre outros. Tudo para que se satisfaçam as necessidades de cada organização”. A partir disto, para se determinar o sistema de armazenagem adequado às necessidades da organização os seguintes aspectos devem ser considerados: 20 Características do Material Condições do Espaço Condições Operacionais o Dimensões o Peso o Possibilidade de unitização em paletes, ou não. o Largura o Comprimento o Pé direito o Condições do piso o Velocidade de estocagem o Seletividade do produto o Quantidade de itens ou densidade Quadro 2 - Aspectos a serem consideros Fonte: Adaptado do autor por Design Unis EAD Vamos conhecer alguns equipamentos e estruturas que formam um sistema de armazena- gem. 1.1.3.1. Estruturas de Armazenagem As estruturas de armazenagem são dispositivos de metal ou de madeira (tratada contra fogo e insetos), dispostos de modo a formar elementos de sustentação de materiais e são destinadas a otimizar a utilização do espaço vertical, proteger, facilitar a localização, organizar e racionalizar a estocagem de material. Ao conjunto de estantes, engradados, estruturas do tipo cantiléver, porta-pallets, entre ou- tros, destinados à estocagem dos materiais dentro do armazém, dá-se o nome de módulos (unida- des) estocagem. Ainda, de acordo com o autor, os modelos de estocagem podem ser classificados, em rígi- dos e dinâmicos. A seleção de módulos de estocagem deve ocorrer em função das características físicas do produto que será estocado, da frequência da demanda do produto, do incremento da demanda e da necessidade de rotatividade do produto. Além disto, devem ser considerados os seguintes aspectos (Fernandes1984): - Conseguir melhor aproveitamento do espaço útil de armazenamento, tanto no sentido horizon- tal (espaçamento entre colunas e espaço disponível) quanto e, principalmente, no vertical (altura livre). 21 - Propiciar condições satisfatórias para melhor preservação e manutenção dos materiais. - Facilitar as operações de inventário, movimentação e circulação de material. - Tornar a localização de material mais fácil e rápida. - Fornecer maior concentração possível de material, sem prejuízo da arrumação e da eficiência de funcionamento do almoxarifado. De modo geral, são classificadas, como: - Estruturas de armazenagem leve. - Estruturas de armazenagem pesada. - Estruturas para organização e multiplicação de espaço. Vamos conhecer algumas destas estruturas! Estruturas de Armazenagem Leve Estantes o Ideal para pequenos volumes (< 0,5 m³); o Carregamento e armazenagem manual; o Altura ideal para o último nível de carregamento ao alcance da mão ou utilizando escadas móveis; o Nível de carregamento regulável verticalmente a cada 50 mm; o Pode se apresentar com piso intermediário; o A movimentação nos corredores pode se apresentar de forma manual ou sobre carrinhos; o Acesso direto a qualquer endereço; o Controle total do PEPS (FIFO). Estruturas de Armazenagem Pesada Quadro 3 - Estruturas de Armazenagem Leve Quadro 4 - Estruturas de Armazenagem Pesada Fonte: Adaptado da autora e de istock.com por Design EAD Unis Fonte: Adaptado do acervo pessoal da autora Estrutura Cantilever o Armazena cargas de comprimento variável como tubos, barras e perfis. o Média densidade de estocagem/m³; o Alta seletividade e média densidade de armazenagem; o Baixa velocidade de movimentação; o Sistema de controle PEPS (FIFO). o Altura limitada pelo equipamento de movimentação; o Movimentação de materiais através de empilhadeiras ou ponte empilhadeira. Estrutura Porta Paletes o Localização e movimentação de qualquer palet sem mover os outros palets (acessibilidade); o Adaptação a cargas de rotação relativamente altas; o Mudança de Layout: facilmente montadas e desmontadas; o Compatível com inúmeros equipamentos de movimentação ou pisos industriais; 22 Estruturas de Armazenagem Pesada Quadro 4 - Estruturas de Armazenagem Pesada Estrutura Cantilever o Armazena cargas de comprimento variável como tubos, barras e perfis. o Média densidade de estocagem/m³; o Alta seletividade e média densidade de armazenagem; o Baixa velocidade de movimentação; o Sistema de controle PEPS (FIFO). o Altura limitada pelo equipamento de movimentação; o Movimentação de materiais através de empilhadeiras ou ponte empilhadeira. Estrutura Porta Paletes o Localização e movimentação de qualquer palet sem mover os outros palets (acessibilidade); o Adaptação a cargas de rotação relativamente altas; o Mudança de Layout: facilmente montadas e desmontadas; o Compatível com inúmeros equipamentos de movimentação ou pisos industriais; Estrutura Drive-in o Armazena aproximadamente o mesmo número de palets de um seletivo, na metade do espaço; o Gerenciamento de movimentação do produto por lotes de produção; o Movimentação de materiais através de empilhadeiras; oBaixa velocidade de movimentação; o Produto armazenado unitizado em palets de madeira, alguns tipos de caçambas de aço etc. o Custo baixo comparado a outros sistemas de alta densidade; o Baixa seletividade. Estrutura Drive-in Dinâmico o Armazena aproximadamente o mesmo número de palets de um seletivo, na metade do espaço; o Gerenciamento de movimentação do produto por lotes de produção; o Movimentação de materiais através de empilhadeiras; o Baixa velocidade de movimentação; o Produto armazenado unitizado em palets de madeira, alguns tipos de caçambas de aço etc. o Custo baixo comparado a outros sistemas de alta densidade; o Baixa seletividade. 23 Fonte: Adaptado do acervo pessoal da autora Estrutura Push Back o Trilhos com roletes ou “carrinhos”; o Custo menor que drive-in dinâmico e velocidade maior que o drive-in estático; o A velocidade de descida é determinada pelo operador; o Trilho com pequena inclinação para descida do palet; o Média velocidade na preparação para distribuição; o Sistema de controle UEPS (LIFO); o Deslocamento por gravidade; o Gerenciamento de movimentação do produto de pequenos lotes de produção; o Custo operacional médio; o Pode ser integrado a outros tipos de equipamentos de armazenagem e movimentação de materiais. Estruturas para Organização e Multiplicação de Espaços Divisórias o Ideal para isolar áreas industriais; o Pode se apresentar em chapa/chapa, chapa/tela e tela/tela; o Local não pode ser climatizado ou com temperatura controlada; o Pode compor salas com acabamento rústico; e o Possui acessórios, portas com dobradiças, portas de correr e guichês para atendimento. Mezanino o Dobra ou triplica o espaço; o Facilmente desmontável; o Pode armazenar unidades de carga, paletizados ou a granel, instalar salas para escritórios etc.; o Baixo peso próprio, na maioria dos casos sem a necessidade de fundações; o Libera espaço inferior para armazenagem convencional ou permite a colocação de equipamentos sobre determinada área; o Pode ser projetado para suportar cargas variando de 350 a 1.500 Kg/m². Fonte: Adaptado de Camargo e Amarantes, 1999. Quadro 5 - Estruturas para Organização e Multiplicação de Espaços Além destas estruturas, a seguir temos algumas unidades auxiliares de estocagem. 24 Unidades auxiliares de estocagem Racks o Alta densidade de armazenagem; o Limitação de altura ou empilhamento máximo; o Ocupa pouco espaço quando desmontado; o Não possibilita endereços fixos. Gaiolas o Alta densidade de armazenagem; o Limitação de altura ou empilhamento máximo; o Ocupa pouco espaço quando desmontado; o Não possibilita endereços fixos. Flow Rack o Alta velocidade na preparação para distribuição; o Ideal para cargas fracionadas de pequenos volumes; o Sistema de controle PEPS (FIFO); o Deslocamento por gravidade; o Custo operacional baixo; o Pode ser integrado a outros tipos de equipamentos de armazenagem e movimentação de materiais; o Flexibilidade na disposição dos níveis de separação. Blocagem o Alta densidade de armazenagem; o Limitação de altura ou empilhamento máximo; o Ocupa pouco espaço quando desmontado; o Não possibilita endereços fixos. Fonte: Adaptado de Camargo e Amarantes, 1999. 25 Com isso, encerramos nossa conversa sobre os fundamentos de armazenagem. Creio que foi possível perceber que, cada vez mais, a armazenagem é vista como uma atividade estratégica para as organizações e que há vários aspectos envolvidos e decisões que devem ser tomadas para o alcance da efetividade das operações de armazenagem. Diante disto, na próxima unidade discutiremos as decisões e os elementos envolvidos no planejamento da armazenagem. Equipamentos de Armazenagem https://www.youtube.com/watch?v=UpG1d0H5cgw Estrutura de armazenagem (vídeo da Bertoline) https://www.youtube.com/watch?v=Ok_T8SO_0qk Objetivos da Unidade Unidade II – Planejamento da ArmazenagemII - Conhecer os elementos e as decisões envolvidas no planeja- mento das operações de armazenagem. 27 Unidade II – Planejamento da Armazenagem 2. Introdução A efetividade das operações de armazenagem depende de um bom planejamento. Neste sentido, questões como custos envolvidos, otimização dos processos, decisões operacionais e o conhecimento das normas específicas devem ser consideradas. Posto isto, nesta unidade discutiremos estas questões. 2.1. Planejamento da Armazenagem O planejamento de armazenagem deve visar ao aproveitamento das oportunidades de re- dução de custos e eliminação de esforços, proporcionando soluções mais adequadas ao fluxo de materiais e ao armazém, sendo a estocagem de curta ou longa duração (MOURA, 2005). Diante disto, vamos conhecer os elementos envolvidos nestas questões. 2.2.1. Custos de Armazenagem Antes de discutirmos os custos de armazenagem, temos que saber que o armazém pode ser próprio ou de terceiros e que os custos de armazenagem irão variar de acordo com o tipo escolhi- do. Contudo, de modo geral, os custos da armazenagem compreendem: - Aluguel, taxas, seguros dos equipamentos e das construções, - Depreciação das construções, - Custos de manutenção e reparos, - Eletricidade, - Salários de seguranças, - Almoxarifes. 28 Posto isto, a seguir, podemos visualizar todos os custos envolvidos nas operações de um armazém, seja ele próprio ou de terceiros - Custos de armazém próprio: Prédio próprio: - Custos de capital investido na construção: prédio, piso, instalações elétricas e hidráulicas. - Manutenção, água, luz, IPTU, seguro - Administração, mão-de-obra, encargos, comunicação, material de escritório. - Manutenção e depreciação dos equipamentos de comunicação. Prédio alugado: - Aluguel, manutenção, água, luz, IPTU, seguro. - Administração, mão-de-obra, encargos, material de escritório, embalagens “one way”. - Manutenção e depreciação dos equipamentos de comunicação. - Equipamentos de MAM: aluguel, manutenção, depreciação e custos de capital. Custos de armazém de terceiros - Taxas de armazenagem por unidade estocada; - Taxas de armazenagem por unidade movimentada; - Taxas de armazenagem por área. Para calcular o custo com a armazenagem, podemos utilizar a seguinte fórmula, de acordo com Dias (1993): Onde: - Q = quantidade de material em estoque no tempo considerado, 29 - T = tempo considerado de armazenagem. - P = preço unitário, - I = taxa de armazenamento expressa geralmente em termos de porcentagem do custo uni- tário e, Por sua vez, para o cálculo da taxa de armazenagem, podemos utilizar a seguinte fórmula: I = Ia + Ib + Ic + Id + Ie + If Onde: - Ia = taxa de retorno de capital - Ib = taxa de armazenamento físico - Ic = taxa de seguro - Id = taxa de transporte, manuseio e distribuição - Ie = taxa de obsolescência - If = outras taxas No Quadro a seguir, podemos verificar a formula para o cálculo de cada uma destas taxas. 30 Taxa Fórmula para o cálculo Retorno de capital Armazenamento físico Onde: S = Área ocupada pelo estoque A = custo anual do m2 de armazenamento C = Consumo anual P = Preço Unitário. Seguro Transporte, manuseio e distribuição Obsolescência Outras Sua empresa comprou no ano 5.000 unidades de um determinado produto para 30 dias de estocagem ao preço médio de R$ 10,00 a unidade. A taxa de armazenagem após todos os levantamentos ficou em 25%. Aplicando a fórmula do Custo da Armazenagem = Q/2 x T x P x i, teremos: Custo de Armazenagem 5000/2 x 30 x 10,00 x 0,25 = R $ 1.875.000,00 Fonte: Souza, 2016, p. 36 31 Conhecidos os custos envolvidos na armazenagem de materiais, vamos discutir as decisões envolvidas nos planos de armazenagem. 2.2.2. Decisões Operacionais de Armazenagem As seguintes decisões operacionais estão envolvidas no planejamento da armazenagem: - Definição do arranjo físico paraarmazenamento das produtos e circulação. Neste aspecto, a ocupação volumétrica versus a acessibilidade deve ser observada. - Consideração dos volumes, peso e tempo de permanência dos produtos. - Definição da condição para itens críticos; - Escolha dos tipos e da padronização de pallets; - Estabelecimento dos níveis de estoque (segurança); - Definição dos ativos envolvidos; e - Escolha do sistema de registro e controle. Quanto à definição do arranjo físico, os seguintes fatores devem ser considerados: tamanho do produto, tamanho do pallet, equipamento mecânico a ser usado, a razão entre a largura do corredor e o tamanho do pallet, o espaçamento do pallet nos porta-pallets, o espaçamento entre dois pallets, o espaçamento das colunas, a forma e tamanho do prédio, a localização desejada do recebimento e expedição, a localização dos corredores e a área de serviço requerida, sua localização e tamanhos desejados. Ademais, em relação ao manuseio e movimentação dos produtos dentro das áreas de arma- zenagem, as seguintes decisões devem ser tomadas: - Definição das áreas, condições, equipamentos, sistemas e métodos operativos; - Estabelecimento das formas de inspeção e devolução dos produtos; - Definição das rotas e roteiros de movimentação e manuseio dos produtos; 32 - Estabelecimento do tempo de ciclo, e - Definição dos ativos envolvidos. Nestas decisões os seguintes critérios devem ser avaliados: - Volume: quantidade total estocada - Densidade: quantidade de itens idênticos (SKU´S) a estocar. - Seletividade: necessidade de acesso direto. - Critério de saída (PEPS/UEPS): necessidade de controlar o critério de saída. - Velocidade: velocidade de ciclo (receber/estocar/sair). - Flexibilidade: capacidade de adaptação aos critérios acima. - Custo = total dos custos das estruturas e dos equipamentos de movimentação Por fim, as seguintes atividades estão envolvidas nestas decisões: localização, dimensiona- mento da área, arranjo físico, alocação de estoques, projeto de docas e configuração dos armazéns, tecnologia de movimentação interna, estocagem e sistemas de 2.2.3. Otimização dos Armazéns Como vimos anteriormente, para a otimização das operações de armazenagem, três fatores devem ser considerados. São eles: acessibilidade, equipamentos de movimentação e armazenamen- to e embalagens utilizadas no armazenamento. Nesta perspectiva, Camargo e Amarante (1999) apontam as seguintes medidas para a oti- mização dos armazéns: - Se o produto não é adequado para a estocagem em pallets e é suficientemente rígido para empilhar, utilizam-se acessórios especiais para movimentá-los (empilhadeira com garras). Antes, é preciso certificar-se de que a embalagem do produto é capaz de suportar esses acessórios. 33 - A estocagem a granel em baias profundas torna mais efetiva a utilização do espaço no piso sem investimento de capital, mas caso a utilização caia abaixo de 60% do usual, significará que o es- paço está sendo utilizado de forma ineficiente. Sendo assim, torna-se necessária a reorganização em baias mais rasas. - Selecionar o tamanho do pallet correto. Por um aumento ou diminuição de sua dimensão, po- de-se obter melhor utilização cúbica dos pallets. - Substituir pallets por slip sheets. A armazenagem com slip sheets não exige vão lateral entre cargas para inserir garras, o que resulta em uma densidade de estocagem maior. Além disso, possuem altura reduzida em relação aos pallets. - Utilizar estruturas desmontáveis para a estocagem de produtos a granel. Materiais granulados são estocados em sacos dispostos sobre estruturas. Após a sua utilização, estes podem ser re- movidos para limpeza, mas a estrutura permanece. Assim, utilizando estruturas que podem ser desmontadas e empilhadas quando vazias, pode-se economizar espaço. - Utilizar caixas dimensionadas segundo tamanho do produto, pois desta forma garantimos a estocagem do produto de forma segura. - Utilizar estruturas do tipo cantiléver para itens compridos, pois facilitam a movimentação deles. - Utilizar armários com gavetas para peças pequenas. Os sistemas de gaveteiros utilizam total- mente a profundidade da gaveta a ser puxada do gabinete, este módulo fornece estocagem densa com acesso fácil e segurança. - Utilizar espaçamento variável nas prateleiras. Nem todos os produtos são da mesma altura, assim podemos obter a utilidade máxima de cada prateleira. - Comprar estanteiras com alturas de prateleiras facilmente ajustáveis. Dessa forma, a empresa estará apta a acomodar rapidamente mudanças no tamanho dos produtos. - Montar armários com gavetas sobre rodas para movimentar o estoque até a estação de traba- lho. Isso elimina a necessidade de áreas de estocagem reservadas separadamente ou em proces- so para itens. - Utilizar caixas empilháveis plásticas para itens soltos. As caixas devem ser dimensionadas com base no tamanho e na quantidade dos itens. 34 - Alturas variadas de vigas. Na maioria das empresas, as alturas de cargas nos pallets completos variam de item para item. Pallets incompletos possuem variações ainda maiores. Assim, vigas co- locadas com diferentes alturas nos boxes permitem um nível de estocagem adicional em algumas seções da estrutura porta-pallets. - Pilhas duplas de pallets na estrutura. Estes, relativamente leves, podem ser estocados em duas alturas nos boxes, para obter maior densidade vertical. - Instalar vigas menores. Diminui-se com isso o espaço livre entre colunas, otimizando o compri- mento da estrutura. - Adicionar extensões nas colunas para utilizar a altura disponível. Essa prática é útil quando se reutilizam estruturas de um edifício anterior ou de segunda mão. Porém, é necessária uma verifi- cação prévia da capacidade de carga da estrutura. - Empilhamento manual ao redor das colunas. Em alguns edifícios, podem-se encontrar colunas no local dos pallets. Normalmente, esses espaços não são ocupados. Para um bom aproveita- mento, instale estantes ao redor da coluna, o que permitirá que o espaço seja utilizado. - Utilizar vigas com largura tripla. Estocar mais pallets entre colunas ocupando menos espaço, da mesma forma que pallets com duplo empilhamento. - Utilizar prateleiras nas estruturas porta-pallets. Algumas vezes, é mais adequado o empilhamen- to manual do material em prateleiras de estrutura porta-pallets ao invés da utilização de pallets. Isso é verdade para itens de movimentação lenta ou situações sazonais, quando o inventário é acumulado durante grande parte do ano e reduzido a certas quantidades de caixas num curto período de tempo. - Consolidar pallets parciais. Alguns itens podem ocupar somente uma fração do espaço cúbico de um pallet. Neste caso, colocar mais de um item em um pallet ou consolidar dois pallets par- ciais do mesmo item em um único economizará espaço. - Utilizar espaço disponível sobre as operações de baixa altura. O espaço sobre as áreas de re- cebimento, expedição e embalagem pode ser aproveitado para fins como escritório, vestiário ou refeitório através da construção de um mezanino. - Utilizar áreas externas para pallets vazios. 35 - Utilizar galpões ou armazéns estruturados / infláveis e transportáveis. Podem transformar um estacionamento em um espaço de estocagem de materiais. - Utilizar estruturas do tipo Drive-in onde viável. Isso aumentará ainda mais a capacidade de es- tocagem, porque o número de pallets em uma pilha vertical pode ser mais alto do que aqueles empilhados um em cima do outro. - Utilizar estruturas do tipo Push-Back, para obter maior número de faces de acesso. Possibilita armazenar produtos diferentes em cada nível. - Utilizar estruturas de dupla profundidade onde viável. Se os tamanhos dos lotes não são sufi- cientemente grandes para justificar a utilização do sistema Drive-In, este formato deve ser consi-derado, pois reduzirá o espaço dedicado aos corredores praticamente à metade em comparação com as estruturas porta-pallets de estrutura única. - Utilizar estrutura porta-pallets dinâmicas para operar com FIFO (First In First Out). No que se refere a projeto, não há restrição quanto à limitação de profundidade de estocagem. Porém, a prática demonstra que, para uma grande profundidade, é necessário um grande desnível para garantir a movimentação, o que pode ser inviável. - Utilizar estruturas com estantes para pallets instáveis, produtos frágeis e de forma irregular que não podem ser empilhados. Dessa forma, a estrutura fornece estabilidade para permitir o empi- lhamento bruto até o limite permitido pelo edifício. - Utilizar espaço disponível sobre áreas de estocagem e estanteiras. Áreas de estocagem com estantes ocupam somente cerca de 2 metros a 2 metros e meio da altura do edifício, sendo que o resultante é inutilizado. Esse espaço pode ser utilizado para: erguer um mezanino e nele colocar seções de estantes; erguer um mezanino sobre toda a área de estanteiras e nele colocar outras operações; e colocar seções distantes sobre múltiplos níveis. - Utilizar transporte contínuo sobre as áreas de trabalho para transportar material. - Fornecem um sistema flexível para transportar peças de formas irregulares que poderiam não viajar bem em transportadoras de correia ou roletes. Vamos ver isto na prática! 36 HUB Natura https://www.youtube.com/watch?v=E5bQkf9jCiQ Para finalizarmos esta unidade, vamos conhecer A Norma Regulamentadora nº 11. 2.2.4. NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais A Norma Regulamentadora nº 11 define os requisitos de segurança a serem observados nos locais de trabalho com relação à armazenagem, manuseio, transporte e movimentação de materiais. Ela é aplicada à depósitos, almoxarifados, centros de distribuição e outros locais de trabalho de empresas do setor logístico. Vamos conhecer, a seguir, alguns dos principais tópicos abrangidos por ela. Cuidados relacionados à movimentação de materiais - Todos os equipamentos utilizados para a movimentação de materiais deverão ser projetados e construídos de forma a oferecerem resistência e segurança adequadas; - De acordo com o item 1.2.1, em todos os equipamentos devem ser indicados (em local visível) sua especificação, carga máxima de trabalho permitida, nome e CNPJ do fabricante e responsável técnico; - Carrinhos manuais para transporte devem ter protetores das mãos. Cuidados com o preparo para a direção de equipamentos de transporte motorizado O trabalhador que opera equipamentos de transporte com força motriz deve receber trei- namento específico da empresa. Após essa habilitação, o profissional estará apto a dirigir a máquina 37 apenas dentro do horário de trabalho, portando um cartão de identificação que traga seu nome e fotografia em lugar visível (11.1.6). Esse cartão será válido por apenas 1 ano (11.1.7) e a revalidação envolve a realização de exame de saúde completo, por conta do empregador. A CNH não é obrigatória para os motoristas de empilhadeiras. Entretanto, que o fato de o operador possuir a Carteira garante mui- to mais tranquilidade ao gerente logístico, uma vez que os exames oficiais chancelam que o funcionário designado à condução do equipamento possui habilidades, reflexos e experiência na direção de veículos, de forma geral. Manutenção e elementos de sustentação O item 11.1.7 determina que os equipamentos de transporte motorizado devem possuir bu- zina. Além disso, a NR-11 esclarece que a empresa deve registrar (física ou eletronicamente) todos os documentos que se relacionem com a inspeção periódica e de manutenção dos equipamentos/ elementos de sustentação usados na movimentação, armazenagem e manuseio de chapas de rochas ornamentais. Após a inspeção dos equipamentos/elementos de sustentação (como cabos de aço, por exemplo), deve ser emitido “Relatório de Inspeção”, que deve ser: - De periodicidade anual; - Elaborado por profissional legalmente habilitado com ART (Anotação de Responsabilidade Técnica). Vale lembrar também que as notas fiscais dos equipamentos adquiridos devem ser mantidas na empresa, pois serão exigidas em caso de fiscalização. No caso de fabricação própria, os projetos, laudos, cálculos e as especificações técnicas devem ser alocados em pasta própria (item 1.3.3). 38 Cuidados com o local de manuseio de materiais Em locais de trabalho fechados ou de pouca ventilação, a emissão de gases tóxicos deverá ser controlada para evitar concentrações acima dos limites aceitáveis. Por outro lado, se o local não possuir ventilação (absolutamente fechado), não é permitido o uso de máquinas de transporte à combustão interna, exceto se a empresa implementar equipa- mentos de neutralização adequados. Alguns detalhes devem ser observados quanto ao controle da movimentação manual de materiais: - A distância máxima prevista para o transporte manual de sacos, por exemplo, é de 60 metros (11.2.2); - A NR-11 não fala sobre peso máximo de carga. Entretanto, o NIOSH (National Institute for Occupational Safety and Health) formulou uma equação (Limite de Peso Recomendado) para delimitar a carga máxima que cada ser humano pode transportar manualmente em segurança. - O transporte descarga deverá ser efetuado por meio de impulsão de veículos apropriados ou qualquer tipo de tração mecanizada; - A movimentação manual de sacos por meio de pranchas sobre vãos de 1 metro ou mais (de extensão) é proibida. Tais pranchas devem ter largura de, no mínimo, 0,50m; - A movimentação de materiais não deve ser feita em pisos escorregadios ou molhados. A em- presa deve providenciar cobertura adequada para evitar acidentes. Para conhecermos um pouco mais sobre a NR 11, sugiro a visualização do vídeo a seguir. NR 11 TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE MATERIAIS https://www.youtube.com/watch?v=odfGmPVTLYc 39 Por fim, além das disposições presentes na NR-11, há muitos outros elementos, presentes em outras Normas Regulamentadoras, que se correlacionam com o tema abordado aqui. São, por- tanto, normativos complementares extremamente úteis a você, gerente logístico que quer evitar multas por força de visitas surpresas de fiscais de trabalho. Sugiro que você procure conhecer: - Item 17.2 da NR-17 (Ergonomia) — Levantamento, transporte e des- carga individual de materiais; - Item 18.14 da NR-18 (Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Constru- ção) — Movimentação e transporte de materiais e pessoas; - Item 29.6 da NR-29 (Segurança e Saúde no Trabalho Portuário) — Operações com Cargas Perigosas; - Item 34.10 da NR-34 (Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Constru- ção e Reparação Naval) — Movimentação de Cargas. Com isto, finalizamos esta unidade. Como foi possível observar, o planejamento das ope- rações de armazenagem, envolvem diversos aspectos. Contudo, o planejamento é essencial para a efetividade da armazenagem. Posto isto, na próxima unidade conversaremos sobre as atividades de localização e movi- mentação de materiais. Objetivos da Unidade Unidade III – Localização e Movimentação de Materiais III - Conhecer os fundamentos de localização e movimentação de materiais. 41 Unidade III – Localização e Movimentação de Materiais 3. Introdução Tanto a localização dos materiais dentro de um armazém quanto sua movimentação são atividades primordiais para a efetividade da armazenagem. Neste sentido, nesta unidade conheceremos os fundamentos e os elementos envolvidos nestas duas atividades. 3.1. Localização de Materiais A localização de materiais refere-se à utilização de uma codificação, normalmente, alfanumé- rica que represente o local da armazenagem. Neste contesto,um sistema de localização tem por finalidade estabelecer os meios neces- sários e proporcionar facilidades em identificar imediatamente o endereço da guarda do material dentro de um armazém ou CD. Posto isto, vamos conhecer os elementos envolvidos em um sistema de localização de ma- teriais. 3.1.1. Sistemas de Localização de Materiais A definição do sistema de localização está relacionada ao arranjo físico das estruturas de ar- mazenamento dos materiais armazenados. Em outras palavras, e com base no layout que o método de endereçamento mais adequado para o armazém é determinado. 42 Um exemplo clássico de endereçamento num CD é a identificação da lo- calização através da construção de “ruas”, onde cada uma tem os níveis de armazenagem numerados e comporta pallets ou contenedores. A nume- ração é ímpar no lado esquerdo destas “ruas” e par no lado direito, e de acordo com a “altura” ou andar recebe a codificação 101, 201 e assim por diante. Essas três coordenadas (rua, número e altura) constituem o “sistema de referência”. O sistema de endereçamento utilizado para localizar e recuperar os produtos nos pontos de deve ser a decisão final no projeto de movimentação de materiais. De acordo com Ballou (2009), há dois métodos básicos. São eles: o sistema de endereços fixos e o sistema de endereços variáveis. Vamos conhecê-los! Recebimento e Endereçamento de produtos https://www.youtube.com/watch?v=R7KMQEEE9Gc 43 Contudo, independentemente do tipo de sistema de endereçamento a ser utilizado, os se- guintes fatores devem ser levados em consideração (MOURA, 1997): - Intensidade do uso: Os produtos de maior rotatividade devem estar localizados em locais de fácil acesso; - Semelhança ou complementaridade: Os itens que com frequência são solicitados juntos devem ser armazenados próximos para evitar deslocamentos excessivos durante o picking; - Tamanho: Os produtos pesados, volumosos e de difícil movimentação devem estar armazena- dos próximos à expedição; - Características dos materiais: O layout do armazém ou CD deve proporcionar locais de arma- zenagem para produtos com características particulares (Ex.: produtos que necessitam de refri- geração ou produtos perigosos). Conhecidos os fundamentos de endereçamento, vamos conversar sobre a classificação e a codificação dos materiais. 3.1.2. Classificação e Codificação de Materiais Com o aumento considerável do quantitativo de produtos utilizados nas organizações e as exigências dos consumidores, tornou-se necessária a criação de uma linguagem única que propicias- se identificar, de forma inequívoca, cada item de material nos estoques. Da necessidade da criação e implementação de um sistema de identificação, nasceu também a necessidade de agrupar os materiais segundo determinados critérios como: forma, dimensões, peso, tipo, uso, entre outros. Este processo foi denominado classificação. A primeira fase da classificação é a identificação. A identificação é construída a partir de um processo descritivo que objetiva, seguindo regras específicas, atribuir uma nomenclatura padronizada para todos os materiais. Na composição da nomenclatura são determinados: nome básico do material, nome modi- ficador (qual é sua denominação complementar), as características físicas de cada material, a aplica- 44 ção (onde o material é utilizado), a embalagem (apresentação do invólucro, por exemplo: tinta em galões ou em baldes) e as referências comerciais que contêm o nome ou o código de referência de cada fabricante. Após a identificação de cada material, passa-se a fase da codificação. Existem três sistemas de codificação de materiais utilizados com maior frequência. São eles: Após a codificação dos materiais, faz-se necessário fazer o seu cadastro cujo objetivo é o registro do item com todas as suas características em um sistema de banco de dados. Uma vez que os dados de cada item de material são inseridos no sistema, o catálogo vai se formando e, se o sis- tema for acessado por todos os usuários, o catálogo também estará disponível para consultas pelos interessados. Esse cadastro envolve, em termos gerais, três operações básicas: a inclusão de um item de material no cadastro de materiais; eventuais alterações quando algum item de material tem algumas de suas características modificadas; e a exclusão, quando um item de material não faz mais parte dos materiais utilizados na empresa. Assim, a última fase do processo de classificação de material, é a catalogação, visando à con- solidação de todos os dados cadastrais de cada material em um acervo conhecido como banco de dados de materiais, que: permita a consulta de todos os usuários para se certificar do material de 45 que necessita ou esclarecer eventuais dúvidas sobre as características do material solicitado; facilite os processos de licitação, uma vez que todas as características do material licitado estão disponíveis no banco de dados; evita a duplicidade de inclusão de itens no catálogo e, por consequência, no banco de dados; e permite a conferência dos dados cadastrais. Conhecidos os processos de classificação e codificação de materiais, vamos conversar sobre o processo de movimentação de materiais. 3.2. Movimentação de Materiais As opções para movimentação de produtos envolvem combinações múltiplas no que diz respeito a equipamentos, formas de operação, entre outros. O objetivo primordial do transporte e da movimentação física dos materiais tem por princí- pios (GONÇALVES, 2016): - Reduzir custos; - Aumentar a produtividade; - Aumentar a capacidade de utilização do armazém; - Melhorar a segurança com a redução dos riscos de acidentes e utilização de critérios de ergo- nomia com a finalidade de reduzir a fadiga dos trabalhadores; - Melhorar o fluxo dos materiais no armazém, envolvendo o recebimento, a movimentação e a expedição. A primeira grande decisão envolve um aspecto muito importante na concepção e operação de um armazém, que é a utilização ou não da direção vertical na armazenagem de produtos. Con- sideramos que há, apenas, o movimento horizontal, quando as unidades deslocadas (palllets, caixas, sacas) são dispostas nos seus locais de destino por um homem, sem auxílio de equipamentos de elevação - o que implica alturas de armazenagem compatíveis com essa condição. As soluções que implicam movimentação vertical, além da horizontal, pressupõem o uso de 46 equipamentos apropriados, tais como empilhadeiras, transelevadores, pontes rolantes etc. Outra grande decisão nos tipos de movimentação refere-se ao uso ou não de equipamentos motorizados. No deslocamento manual, o indivíduo transporta a carga nos braços, em carrinhos, palletiras etc., mas toda a movimentação é feita com suas próprias forças. O outro grupo, que corresponde à movimentação motorizada, pressupõe o emprego de equipamentos acionados por motores elétricos ou de combustão interna (gasolina, GLP, diesel etc.). Outra forma de encarar o processo de movimentação em um armazém é a ocorrência ou não da automação. Os sistemas automatizados visam reduzir a mão-de-obra, mediante investimen- tos em equipamentos. Dependendo da situação, os sistemas automatizados podem ser usados para atender a qualquer necessidade básica de manuseio. Quando algumas necessidades básicas são atendidas por meio de equipamentos automatizados e as outras necessidades são atendidas por meio mecanizado, o sistema é denominado semi-automatizado. Por fim, vamos conhecer os elementos de um sistema de movimentação de materiais. 3.2.1. Sistemas de Movimentação de Materiais De acordo com Ballou (2007), os equipamentos de movimentação são fundamentais para a eficiência das operações em um armazém, havendo diversos equipamentoscom tecnologias avan- çadas que proporcionam velocidade e segurança às operações. Para escolha do equipamento de movimentação adequado, podemos classificar as carac- terísticas de cada movimento e indicar o tipo de equipamento usualmente utilizado. No quando a seguir isto pode ser visualizado. 47 Características dos movimentos Equipamento Roteiro Programação repetitiva Monovia ou manipuladores Programação aleatória Empilhadeiras, paleteiros Frequência de movimentação Fluxo contínuo de materiais Correia transportadora, correntes Fluxo intermitente de materiais Tratores para movimento horizontal Distâncias percorridas Distâncias curtas e frequentes Empilhadeiras, paleteiros Distâncias longas e sistemáticas Comboios tracionados por tratores industriais Ambiente fabril Interno Empilhadeiras elétricas (evitam contaminação das mercado- rias/operários) Externo Tratores movidos a GLP ou diesel Direção do fluxo Horizontal Tratores industriais, correias, correntes Vertical Elevadores de carga Acionamento Manual Paleteiros Motorizado Empilhadeiras e tratores industriais Quadro 6 - Escolha do equipamento de movimentação Fonte: Adaptado de Dias (1993). No Quadro a seguir podemos visualizar alguns equipamentos de movimentação e suas prin- cipais características. Quadro 7 - Equipamentos de movimentação de materiais Palletiras Utilizadas em roteiros aleatórios, intermitentes, em curtas distâncias e com acionamento manual ou elétrico 48 Empilhadeiras Equipamentos para a movimentação e estocagem dos materiais. Tratores Equipamentos destinados à movimentação de cargas em fluxos horizontais Transportadores de esteira ou de roletes. Os transportadores são classificados de acordo com o tipo de acionamento (energia ou gravidade). Nos sistemas movidos à energia, os transportadores têm uma corrente de tração que passa por cima ou por baixo delas. Essa configuração restringe a flexibilidade do sistema. Sistemas operados por gravidade permitem modificações com pouca dificuldade. Guindastes Esses equipamentos são capazes de mover cargas extremamente pesadas com agilidade e segurança. Pórticos Em geral, operam sobre a área de armazenagem e, portanto, não necessitam de corredores. Também são capazes de mover cargas extremamente pesadas com agilidade e segurança. Monovias e carrinhos transportadores As monovias têm aplicação em locais em que as cargas devem seguir uma rota predeterminada e são içadas e colocadas em 49 Monovias e carrinhos transportadores As monovias têm aplicação em locais em que as cargas devem seguir uma rota predeterminada e são içadas e colocadas em um sistema de transporte aéreo ou levadas em caçambas especiais. Transelevadores Operam em passagens estreitas, armazenando e retirando materiais das estantes. Esse equipamento vem recebendo grande atenção, pois sua utilização em armazéns automatizados permite a conservação do espaço físico e redução da mão-de-obra por meio da sua automação. Fonte: Adaptado de Carvalho, 2008. Equipamentos de movimentação https://www.youtube.com/watch?v=nnRtDuvLoNI Como foi possível perceber, as atividades de localização e movimentação de materiais envol- vem diversos aspectos e afetam diretamente a efetividade das operações de armazenagem. Posto isto, na próxima unidade veremos os elementos e as decisões envolvidas na definição das embalagens de proteção. Objetivos da Unidade Unidade IV – Embalagem de Proteção e Unitização de Materiais IV - Conhecer os fundamentos de embalagem e unitização de ma- teriais. 51 Unidade IV - Embalagem de Proteção e Unitização de Materiais 4. Introdução A embalagem, o acondicionamento e a unitização são a base de qualquer sistema logístico, pois os materiais ou produtos, para atender às necessidades das empresas, precisam ser adequada- mente movimentados e armazenados (MOURA e BANZATO, 1997). Diante disto e considerando a perspectiva dos nossos estudos, nesta unidade conversare- mos sobre a embalagem de proteção e o processo de unitização no contexto da armazenagem de materiais. 4.1. Embalagem de Proteção O interesse em analisar a embalagem a partir dos valores que ela oferece para logística é crescente. A embalagem agrega valor ao oferecer proteção, utilidade e comunicação. Sendo respon- sável por manter a condição do produto em todo o sistema logístico. A relação da embalagem com a logística pode ser conceituada como: Características do Produto + Riscos Logísticos = Proteção da Embalagem (BANZATO, 2000). Antes de continuarmos nossa conversa, sugiro a visualização seguinte vídeo: A importância da Embalagem de Transporte https://www.youtube.com/watch?v=22woTizK19Q Posto isto, cabe destacar que dependendo da perspectiva de análise, o conceito de embala- gem pode variar. Contudo, Moura e Banzato (2000) propõem a seguinte definição para embalagem. Conjunto de artes, ciências e técnicas utilizadas na preparação das mercadorias, com o objetivo de criar as melhores condições para seu transporte, armazenagem, distribuição, venda e consumo, ou alternativamente, um meio de assegurar a entrega de um produto numa condição razoável ao menor custo global (MOURA e BANZATO, 2000, p.11) 52 Posto isto, do ponto de vista industrial e no contexto da logística, a embalagem tem como principal objetivo minimizar o custo de entrega e manuseio. (BOWERSOX e CLOSS, 2001). Ainda neste sentido, os autores apontam que a padronização das embalagens possibilita a redução do tempo de movimentação nos armazéns, seja no recebimento, durante o processo de ar- mazenagem ou no processo de expedição e carregamento dos produtos. Complementando, Ballou (2009) argumenta que a padronização, por unitização, por exemplo, possibilita a redução dos custos de movimentação, pois possibilita que uma determinada quantidade de produtos seja transportada com menos viagens. Em relação à questão da padronização por unitização, conversaremos daqui a pouco. Ballou (2009) aponta, também, que a embalagem impacta na eficiência dos processos de ma- nuseio, armazenagem e embalagem dos produtos. Por isto, deve-se observar como estes processos são impactados desde o projeto da embalagem. Além disto, os seguintes fatores devem ser considerados no projeto das embalagens de proteção: fragilidade e finalidade do produto, existência de embalagem primária; volume e peso; e o tipo de material mais indicado para embalagem. Posto isto, vamos conhecer as funções e os tipos de embalagens. 4.1.1. Tipos e Funções da Embalagem As principais funções da embalagem são: contenção, proteção, comunicação e utilidade A contenção refere-se à função de servir como receptáculo do produto. A função de proteção, possi- bilita o manuseio do produto até o consumo final, sem que ocorra danos na embalagem, e/ou pro- duto. A função de comunicação é a que permite levar a informação, utilizando diversas ferramentas, como símbolos, impressões, cores entre outros. A utilidade consiste nas facilidades e praticidades oferecidas ao consumidor (Exemplos: facilidade de abertura, fechamento e dosar seu conteúdo). Ainda em relação à função de proteção, Banzato (2004) aponta que ele é uma função valio- sa pois a avaria do produto no processo de movimentação e transporte pode destruir o valor que foi agregado no processo produtivo. Cabe destacar, no entanto, que o tipo de proteção que uma 53 embalagem pode oferecer depende do valor do produto, bem como suas características físicas e os riscos esperados no sistema logístico. A partir destas funções, as embalagens podem ser classificadas em primária, secundária, ter- ciária, quaternária e de quinto nível. Vamos conhecer cada uma destas classes. Classe Descrição Exemplo Primária é aquela que está emcontato direta com o produto. Potes de alimentos, latas de refrigerantes e sacos de biscoito. Secundária é aquele que protege a embalagem primária. Caixa de cartão ou cartolina do creme dental ou do perfume. Terciária agrupa diversas embalagens primárias ou secundárias para o transporte Caixas de madeira, papelão e engradados de plástico. Quaternária é aquela que facilita a movimentação e a armazenagem, ou seja, qualquer tipo de contenedor. Fardos, bags e contêineres Quinto nível é a embalagem conteinerização, ou embalagens especiais para envio a longa distância. Caixas de madeira, estruturas de ferro e contêiner de carga. Quadro 8 - Classificação das embalagens Fonte: Adaptado da autora por Design Unis EAD Quanto aos tipos de embalagens, temos (RODRIGUES, 2007) - embalagem de contenção: primeira embalagem, usada para acomodar os produtos e protege -los de fatores externos, sejam eles de natureza física, química, natural ou humana. - embalagem de apresentação: é a embalagem que apresenta o produto ao consumidor, sendo externa à de contenção. - embalagem de comercialização: é a embalagem que agrega pequenas quantidades do produto e que são destinadas à comercialização por atacadistas. - embalagem de movimentação (transporte): refere-se à embalagem de unitização de produtos 54 e que buscam oferecer maior resistência aos fatores externos. Quanto à finalidade, segundo Moura e Banzato (1997), as embalagens podem ser classifi- cadas como embalagens de consumo (venda ou apresentação), expositora, de distribuição física, de transporte e exportação, industrial ou de movimentação, de armazenagem. Quanto ao tipo de movimentação a que podem ser submetidas as embalagens podem ser manualmente ou mecanica- mente movimentadas. E quanto à utilidade são classificadas como retornáveis e não retornáveis. Antes de continuarmos nossa conversa, sugiro a visualização do seguinte vídeo. A Embalagem https://www.youtube.com/watch?v=NEgXjZa8yps Por fim, um sistema de embalagem no contexto da armazenagem deve ser projetado para desempenhar quatro funções. São elas: proteção, confinamento, informação e unitização. A proteção deve considerar os riscos comuns da movimentação e da armazenagem em distribuição, como compressão no empilhamento, choque e vibração no trânsito, temperaturas ex- tremas e mudanças, umidade e infestações. A qualidade do confinamento de uma embalagem é a capacidade de resistir ao vazamento ou derramamento, podendo ser variáveis conforme o tipo do produto. A informação deve possibilitar que o operador a identifique corretamente. A unitização compreende a facilidade e a eficiência da movimentação da unidade no esto- que, o peso a resistência e a altura do empilhamento afetam na movimentação, o comprimento e a largura da embalagem influenciam no padrão do empilhamento. Conhecidos os elementos envolvidos nas decisões sobre projetos de embalagens, vamos conhecer o processo de unitização. 55 A ocupação volumétrica dos armazéns e/ou CDs tornam-se mais eficiente quando as embalagens são densas e maximizam o uso do volume. Isto é pos- sível desde de que as caixas prontas para embarque, assim como as cargas recebidas, paletizadas ou não, estejam dimensionadas para se adequarem às 4.2. Unitização Unitização corresponde à alocação de um conjunto de produtos em uma única unidade, ou de acordo com Rodrigues (2007): Processo de agregar fisicamente volumes fracionados em uma única unidade de carga, que pode ou não apresentar dimensões padronizadas e que deverá ser mantida inviolável ao longo de todo o percurso da origem até o destino. (RODRIGUES, 2007, p. 57) Cabe destacar que a unitização não constitui propriamente uma embalagem, é um acessório para o deslocamento ou transporte de carga, não integrando o produto ou o conjunto de produtos armazenados. estruturas físicas dos armazéns e/ou CDs. (Banzato, 2001) Em relação aos objetivos, a unitização deve (RODRIGUES, 2007): - Facilitar a armazenagem, movimentação e transporte; - Reduzir os custos de movimentação; - Obter maior produtividade operacional; e - Gerar segurança adicional. A unitização pode ser realizada de quatro formas. São elas: paletização, conteinerização, pré-lingagem e big-bag e (RODRIGUES, 2007). Na figura a seguir, podemos visualizar as formas mais comuns de unitização. 56 Vamos conhecê-la a partir do apresentado por Souza (2018) e Kliemann e Lovera (1999). 4.2.1. Paletização A paletização corresponde à utilização de plataforma de madeira ou estrado destinado a suportar carga, fixada por meio de cintas, de modo que sua movimentação mecânica utilize garfos de empilhadeira ou guindastes específicos para esse fim. As vantagens dos paletes são: - Redução de perdas, roubos e avarias à carga; - Redução de rotulagem e marcação dos embarques, pois não é necessário realizar as operações para cada item; - Possíveis reduções de utilização de mão-de-obra na movimentação da carga, nas dependências da empresa exportadora; - Aumento da capacidade das instalações de estocagem, por meio de maiores alturas de empi- lhamento; - Maior rapidez nas operações de carregamento e descarregamento de veículos e embarcações, permitindo aumento da rotatividade dos mesmos; - Redução das taxas de capatazia no porto de embarque. Na maioria dos portos, apenas quando o peso da unidade de carga excede 1.000 kg; - Redução das taxas de estiva no porto de embarque. Esta vantagem só é diretamente apropriada Figura 2 - Formas de Unitização de Materiais Fonte: Istock.com Palete Palete Pré-Lingagem 57 pelo exportador quando ele contrata e paga o serviço de estiva da mercadoria a bordo do navio; - Frete básico marítimo inferior àquele pago com o emprego de outras formas de acondiciona- mento, quando há frete promocional; - Descontos e franquias concedidos sobre o valor do frete básico marítimo; - Possibilidade de aplicação do conceito de "sistema global de transportes", no qual a carga se movimenta na forma unitizada desde as dependências do produtor até a loja de varejo, onde a mercadoria pode ser vendida diretamente do pallet. As desvantagens dos paletes são: - Espaços perdidos dentro da unidade de carga; - Investimentos na aquisição de pallets, acessórios para a fixação da mercadoria à plataforma e equipamentos para a movimentação das unidades de carga (sensivelmente menores que os ne- cessários para a movimentação de contêineres); - O peso próprio da plataforma e o volume da mesma podem aumentar o valor do frete, se os transportadores não estabelecerem franquias para essas características físicas do pallet; - Eventual exigência de modificações nos arranjos físicos das instalações do exportador e dos terminais intermediários. 4.2.2. Conteineirização A conteinerização refere-se à colocação da carga em contêiner que é um recipiente cons- truído de material resistente o suficiente para suportar uso repetitivo. As principais vantagens dos contêineres são: - Redução de perdas, roubos e avarias à carga; - Possíveis reduções de custos de rotulagem e embalagem, sendo estas observadas, principal- mente, nos casos em que o contêiner é transportado porta (exportador) a porta (importador); - Possíveis reduções de utilização de mão-de-obra na movimentação da carga, nas dependências da empresa exportadora; 58 - Estocagem de mercadoria em áreas descobertas. Este fator pode ser neutralizado se o expor- tador pagar taxa de sobre estadia pelo uso do contêiner além do prazo livre; - Maior rapidez nas operações de carregamento e descarregamento de veículos e embarcações, permitindo, em consequência, aumento da rotatividade dos mesmos; - Carregamentos e descarregamentos de veículos e embarcações sob condições climáticas ad- versas; - Redução dastaxas de capatazia no porto de embarque; - Redução das taxas de estiva, conferência e conserto de carga no porto de embarque. Esta van- tagem só é diretamente apropriada pelo exportador na situação em que este contrata e paga o serviço de estiva da mercadoria a bordo do navio; - Frete marítimo inferior àquele pago com o emprego de outras formas de acondicionamento, quando há frete promocional; - Descontos sobre o frete básico marítimo sob certas condições, sendo a H/H (house-to-house) a mais frequente; - Possíveis reduções dos tempos totais de viagem, com o emprego de navios expressos. As principais desvantagens da utilização de contêineres são: - Espaços perdidos dentro da unidade de carga; - Exigência de equipamentos de alto investimento para a movimentação da unidade de carga nos locais de expedição e recebimento e nos pontos de transferência de veículo de transporte; - Pagamento de aluguel do contêiner; - Pagamento de taxas de sobre estadia) pelo uso do contêiner, quando este ficar à disposição do exportador por um período além do prazo livre; - Transporte do contêiner vazio para o local onde se faz a estufagem do mesmo; - A incorporação da tara do contêiner na tonelagem global de transporte pode acarretar acrés- cimos no valor do frete rodoviário, na situação em que a carroceria for do tipo reversível contê- iner/carga seca; - Sujeito a pagamento de frete marítimo mínimo que pode exceder o frete da mercadoria trans- 59 portada sob outra forma de acondicionamento; - Acréscimos no valor do frete básico marítimo sob certas condições, sendo as P/H (pier-to-hou- se) e P/P (pier-to-pier) as mais frequentes; - Custos de reparos, reposição e retorno dos contêineres. 4.2.3. Pré-lingagem A pré-lingagem é realizada por meio de slings ou qualquer outro tipo de cintas de material sintético, descartáveis ou não, que se entrelaçam, formando lingas com alças destinadas ao seu iça- mento. As principais vantagens das lingas são: - Redução de perdas, roubos e avarias à carga; - Possíveis reduções de utilização de mão-de-obra na movimentação da carga, nas dependências da empresa exportadora; - Maior rapidez nas operações de carregamento e descarregamento de veículos e embarcações, permitindo, em consequência, aumento da rotatividade dos mesmos; - Redução das taxas de capatazia no porto de embarque. Na maioria dos portos, apenas quando o peso da unidade de carga excede 1.000 kg. - Redução das taxas de estiva no porto de embarque. Esta vantagem só é diretamente apropriada pelo exportador quando ele contrata e paga o serviço de estiva da mercadoria a bordo do navio; - Descontos concedidos sobre o valor do frete básico marítimo. Dentre as desvantagens das lingas, se destacam: - Investimentos na aquisição de lingas e equipamentos para movimentação das unidades de carga; - Custos de reposição e retorno das lingas, caso não sejam descartáveis (em princípio, esses cus- tos são sensivelmente menores do que os pertinentes ao contêiner e ao palete). 60 Para finalizarmos, vamos verificar como a unitização juntamente com a padronização de auxiliam no aumento da eficiência da movimentação e armazenagem de materiais. Para tanto, a visualização do seguinte vídeo. ECR Padronização https://www.youtube.com/watch?v=c8e5j1RDI60 Como foi possível observar, a embalagem tem uma importante função no sistema logístico. Além disto, sua padronização e a opção pela unitização possibilitam o aumento da produtividade e da eficiência nas operações de um armazém. Posto isto, na última unidade, conversaremos sobre as tecnologias da informação aplicadas na gestão e nas operações dos armazéns. Objetivos da Unidade Unidade V – Tecnologias da Informação Aplicadas na Gestão da ArmazenagemV - Conhecer as principais tecnologias da informação aplicados na gestão da armazenagem 62 Unidade V - Tecnologias da Informação Aplicadas na Gestão da Armazenagem 5. Introdução A necessidade de melhoria nos fluxos de informação e de materiais dentro dos armazém e/ou CD e o surgimento de novas tecnologias de informação tanto em hardware (computadores, dispositivos periféricos de entrada e saída, e meios de armazenagem de dados) quanto em softwa- re (sistemas e programas aplicativos levaram ao desenvolvimento de ferramentas e softwares que propiciaram a melhora na precisão das informações de estoque, na velocidade e qualidade das ope- rações do CD e na produtividade do pessoal e equipamentos e possibilitaram a redução de custos, a melhoria na operação e o aumento do nível do serviço prestado aos clientes. Diante disto, nesta unidade conheceremos alguns sistemas e tecnologias da informação que otimizaram as operações de armazenagem. 5.1. Sistemas de Informação Aplicados à Gestão da Armazenagem 5.1.1. Sistema de Gerenciamento de Armazéns (WMS) O WMS é um sistema de gestão de armazéns, que otimiza todas as atividades operacionais (fluxo de materiais) e administrativas (fluxo de informações) dentro do processo de armazenagem, incluindo atividades como: recebimento, inspeção, endereçamento, armazenagem, separação, em- balagem, carregamento, expedição, emissão de documentos, controle de inventário (BANZATO, 1998). O WMS, por meio do seu gerenciamento de tarefas e da sua capacidade em trabalhar com equipamentos de movimentação automatizados, propicia grande redução de custos com pessoal e a otimização do espaço na área de estocagem, já que o sistema tem como uma de suas funções a sugestão do melhor local para armazenar um determinado produto na hora do seu recebimento. O WMS pode otimizar os negócios de uma empresa com redução de custo e melhoria do serviço ao cliente. A redução de custo está associada à melhoria da eficiência de todos os recursos 63 operacionais, tais como: equipamentos e mão-de-obra. Por outro lado, a melhoria do serviço ao cliente pode ser atribuída ao fato de os erros e falhas de separação e entrega serem minimizados, bem como agilização de todo o processo de atendimento ao cliente, combinando melhorias do flu- xo de materiais com melhorias no fluxo de informações (BANZATO, 1998). Além disto, a utilização correta de um WMS proporciona os seguintes benefícios (BANZATO, 1998): redução de erros; eliminação de inventários físicos; aumento da acuracidade do inventário; aumento da produtividade; redução de papelada; melhor utilização do espaço; melhor controle de carga de trabalho; melhor gerenciamento da mão-de-obra; otimização da utilização dos recursos operacionais (equipamentos de movimentação e estocagem), aumento da capacidade do armazém (maior giro dos produtos em função da redução dos estoques decorrentes da velocidade e qualidade das informações); disponi- bilidade online e em tempo real da real quantidade em estoque, entre outros. Ainda de acordo com Banzato (1998), os benefícios proporcionados pelo WMs decorrem dos seguintes fatores: controle operacional (o WMS fornece as tarefas a serem feitas); redução do tempo perdido com esperas; redução do tempo morto dos recursos de movimentação; otimização do percurso de separação de pedidos; estocagem otimizada através de uma localização pela curva ABC de giro; aumento da densidade de estocagem, diminuindo distâncias a serem percorridas. Para compreendermos melhor estes fatores, o quadro a seguir ilustra de forma resumida e direta algumas das principais características e funcionalidades de um WMS. 64 1 Processa o Pedido 2 Processa Pedidos em Atraso 3 Integração com EDI (Intercâmbio Eletrônico de Dados) 4 Programação e Entrada de Pedidos 5 Controle de Portaria 6 Inspeção e Controle de Qualidade 7 Controla o Inventário 8 Controla o Lote 9 Integração com AUTO-ID (Código de Barras e Radiofrequência) 10 Controla o FIFO – “First In First Out” 11 Atualiza
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