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ORGANIZAÇÃO: PROF. ME. ANTONIO CARLOS LEMOS JÚNIOR 1 Conteúdo programático: 1. Automação 1.1 Por que automatizar? 2. Histórico dos CLP’s 2.1 Especificação Técnica GM para sistemas de controle industriais – 1968 3. Divisão histórica dos CLP’s 4. Aplicações para CLP’s 5. O que é o controlador lógico programável – CLP 6. Estrutura do CLP 6.1 Fonte de alimentação 6.2 Módulo CPU 1. Automação Automação é o conjunto de técnicas através das quais se constroem sistemas ativos capazes de atuarem com uma eficiência ótima, pelo uso de informações recebidas do meio sobre o qual atuam. Para tal é necessária a Leitura de Informação, Processamento e Atuação no Processo. 1.1 Por que automatizar? Podemos elencar algumas razões para se automatizar um processo, dentre eles: Aumento da produtividade (produção x tempo); Aumento da qualidade do produto; Redução dos custos em manutenção; Aumento do poder de decisão; Redução das perdas e retrabalhos; Minimização de consumo de energia e matérias-primas; Economia de mão de obra; Aumento de segurança de pessoal e da planta; Aumento da flexibilidade do sistema para modificações e expansões; FACULDADE DE TALENTOS HUMANOS NOTAS DE AULA 1 – CONCEITOS INTRODUTÓRIOS: CLP Disciplina: Automação Industrial Período: 9 e 10º Turma: EELEN6-A/9 e EMECN19-D/10 Turno: NOTURNO Professor: Me. Antonio Carlos Lemos Júnior ORGANIZAÇÃO: PROF. ME. ANTONIO CARLOS LEMOS JÚNIOR 2 Redução de Estoque. 2. Histórico dos CLP’s Os primeiros sistemas de controle foram desenvolvidos durante a Revolução Industrial, no final do século XIX. Na década de 1920, os dispositivos mecânicos foram substituídos pelos relés e contatores. Desde então, os relés têm sido empregados em um grande número de sistemas de controle em todo o mundo. Na indústria moderno, a lógica a relés é raramente adotada para desenvolvimento de novos sistemas de controle. O desenvolvimento da tecnologia dos circuitos integrados (CIs) possibilitou uma nova geração de sistemas de controle. Em muitos sistemas de controle, que utilizam relés e CIs, a lógica de controle, ou algoritmo, é definida permanentemente pela interligação elétrica. No início da década de 1970, os primeiros computadores comerciais começaram a ser utilizados como controladores em sistemas de controle de grande porte. O Programmable Logic Controller (PLC) ou Controlador Lógico Programável (CLP) foi desenvolvido a partir de uma demanda existente na indústria automobilística norte-americana. Em 1968 a especificação feita pela GM que refletia o pensamento de vários usuários de comandos a relé. As dificuldades encontradas foram elencadas na época: Tempos dilatados para o projeto e implementação; Falta de flexibilidade e expansibilidade; Grandes tempos de parada de máquina por dificuldades de manutenção; Grandes espaços físicos para a instalação dos painéis com os elementos de controle. Na figura 1 temos a representação temporal da evolução dos sistemas de controle. Figura 1 – Evolução dos sistemas de controle desde o final do século XIX Fonte: FRANCHI ; CAMARGO, 2019 2.1 - Especificação Técnica GM para sistemas de controle industriais – 1968 ORGANIZAÇÃO: PROF. ME. ANTONIO CARLOS LEMOS JÚNIOR 3 As especificações solicitadas pela GM em 1968 procuravam mitigar ou mesmo eliminar os problemas encontrados em seu parque industrial. As especificações enumeradas seguem abaixo: Simplicidade de programação e reprogramação; Facilidade de manutenção e expansão; Maior confiabilidade operacional; Dimensões reduzidas; Capacidade de envio de informações para um sistema central; Baixo custo; Capacidade de excitar diretamente cargas como válvulas solenoides e pequenos motores. O CLP foi idealizado pela necessidade de poder se alterar uma linha de montagem sem que tenha de fazer grandes modificações mecânicas e elétricas. O CLP nasceu praticamente dentro da indústria automobilística, especificamente a Hydronic Division da General Motors, em 1968, sob o comando do engenheiro Richard Morley e seguindo uma especificação que refletia as necessidades de muitas indústrias manufatureiras. A ideia inicial do CLP foi de um equipamento com as seguintes características resumidas: 1. Facilidade de programação; 2. Facilidade de manutenção com conceito plug-in; 3. Alta confiabilidade; 4. Dimensões menores que painéis de relês, para redução de custos; 5. Envio de dados para processamento centralizado; 6. Preço competitivo; 7. Expansão em módulos; 8. Mínimo de 4000 palavras na memória. 3. Divisão histórica dos CLP’s Podemos didaticamente dividir os CLP's historicamente de acordo com o sistema de programação por ele utilizado: • 1ª Geração: Os CLP's de primeira geração se caracterizam pela programação intimamente ligada ao hardware do equipamento. A linguagem utilizada era o Assembly que variava de acordo com o processador utilizado no projeto do CLP, ou seja, para poder programar era ORGANIZAÇÃO: PROF. ME. ANTONIO CARLOS LEMOS JÚNIOR 4 necessário conhecer a eletrônica do projeto do CLP. Assim a tarefa de programação era desenvolvida por uma equipe técnica altamente qualificada, gravando-se o programa em memória EPROM, sendo realizada normalmente no laboratório junto com a construção do CLP. • 2ª Geração: Aparecem as primeiras “Linguagens de Programação” não tão dependentes do hardware do equipamento, possíveis pela inclusão de um “Programa Monitor” no CLP, o qual converte (no jargão técnico, “compila”), as instruções do programa, verifica o estado das entradas, compara com as instruções do programa do usuário e altera o estados das saídas. Os Terminais de Programação (ou maletas, como eram conhecidas) eram na verdade Programadores de Memória EPROM. As memórias depois de programadas eram colocadas no CLP para que o programa do usuário fosse executado. • 3ª Geração: Os CLP's passam a ter uma Entrada de Programação, onde um Teclado ou Programador Portátil é conectado, podendo alterar, apagar, gravar o programa do usuário, além de realizar testes (Debug) no equipamento e no programa. A estrutura física também sofre alterações sendo a tendência para os Sistemas Modulares com Bastidores ou Racks. • 4ª Geração: Com a popularização e a diminuição dos preços dos microcomputadores (normalmente clones do IBM PC), os CLP's passaram a incluir uma entrada para a comunicação serial. Com o auxílio dos microcomputadores a tarefa de programação passou a ser realizada nestes. As vantagens eram a utilização de várias representações das linguagens, possibilidade de simulações e testes, treinamento e ajuda por parte do software de programação, possibilidade de armazenamento de vários programas no micro, etc. • 5ª Geração: Atualmente existe uma preocupação em padronizar protocolos de comunicação para os CLP's, de modo a proporcionar que o equipamento de um fabricante “converse” com o equipamento outro fabricante, não só CLP's, como Controladores de Processos, Sistemas Supervisórios, Redes Internas de Comunicação e etc., proporcionando uma integração a fim de facilitar a automação, gerenciamento e desenvolvimento de plantas industriais mais flexíveis e normalizadas, fruto da chamada Globalização. Existem Fundações Mundiais para o estabelecimento de normas e protocolos de comunicação. A grande dificuldade tem sido uma padronização por parte dos fabricantes. 4. Aplicações para CLP’s • Indústria de alimentos - dosagem, mistura, embalagem,etc; • Indústria de plástico - injeção, sopro, tratamento térmico, etc; ORGANIZAÇÃO: PROF. ME. ANTONIO CARLOS LEMOS JÚNIOR 5 • Indústria siderúrgica - injeção, forja, fornos, acabamento de peças, controle de qualidade, pontes rolantes, etc; • Indústria automobilística - montagem, teste, pintura, transporte de itens etc; • Construçãocivil - elevadores, sistemas de climatização, ventilação, iluminação. 5. O que é o controlador lógico programável – CLP O CLP é um equipamento eletrônico digital, dedicado ao controle de máquinas e/ou processos em ambiente industrial, que recebe informações através de módulos de entrada, realiza com elas processamentos compostos de operações lógicas, aritméticas, de sequenciamento, temporização e contagem, determinados pelo programa do usuário armazenado em memória, e envia resultados através de módulos de saída. Além de interagir com o sistema a ser controlado, o CLP pode também trocar informações com um operador, recebendo dele comandos, que poderão interferir no controle, e enviando para ele informações que lhe servirão para monitorar a evolução do sistema. Para realizar controle, o CLP deverá executar os seguintes procedimentos: • receber informações do sistema a ser controlado; • processar essas informações com base em um conjunto de instruções, denominado programa, previamente armazenado em memória; • enviar informações para atuar no sistema, de forma a fazê-lo aproximar do objetivo desejado. Toda planta industrial necessita de algum tipo de controlador para garantir a operação segura e economicamente viável. Embora existam tamanhos e complexidades diferentes, todos os sistemas de controle podem ser divididos em três partes com funções bem definidas: os transdutores (sensores), os controladores e os atuadores. • Sensores/Transdutores: dispositivo que converte uma condição física do elemento sensor em um sinal elétrica para ser utilizado pelo CLP através da conexão às entradas do CLP. Um exemplo tipo é um botão de pressão momentânea, em que um sinal elétrico é enviado do botão de pressão ao CLP, indicando sua condição atual (pressionando ou liberado). • Atuadores: função é converter o sinal elétrico oriundo do CLP em uma condição física, normalmente ligando ou desligando algum elemento. Os atuadores são conectados às saídas do CLP. Um exemplo típico é fazer o controle do acionamento de um motor através do CLP. Neste caso a saída do CLP vai ligar ou desligar a bobina do contator que o comanda. • Controladores: de acordo com os estados das suas entradas, o controlado utiliza um programa de controle para calcular os estados de suas saídas. Os sinais elétricos das saídas ORGANIZAÇÃO: PROF. ME. ANTONIO CARLOS LEMOS JÚNIOR 6 são convertidos no processo através dos atuadores. Muitos atuadores geram movimentos, tais como válvulas, motores, bombas; outros utilizam energia elétrica e pneumática. O operador pode interagir com o controlador por meio dos parâmetros de controle. Alguns controladores podem mostrar o estado do processo em uma tela ou em um display. Na Figura 2 temos o esquema tipo de controle usando um CLP. Figura 2 – Sistema de controle típico usando um CLP Fonte: SENAI/CETEL-BH, ? Uma das grandes vantagens de utilizarmos o CLP deve-se ao fato de possuir características de programação que o tornam mais eficiente que outros equipamentos industriais, tais como: Facilidade e flexibilidade para alterar programas. O CLP pode ser reprogramado e operar com uma lógica distinta; O programa pode ser armazenado em memória para replicação em outro sistema ou ser guardado como sistema reserva (backup); No caso de defeito, sinalizadores visuais do CLP informam ao operador a parte do sistema que está defeituosa. Os CLP’s apresentam as seguintes desvantagens em relação aos relés: Custo mais elevado; Uso de algum tipo de programação ou álgebra booleana no projeto, técnicas que são desconhecidas de uma boa parte dos eletricistas; Sensibilidade à interferência e ruídos elétricos, comuns em instalações elétricas; Necessidade de maior qualificação da equipe de manutenção. A lógica a relé foi durante um longo tempo utilizada como lógica de intertravamentos. Esses sistemas tiveram uma grande aceitação devido ao fato de possuírem: Facilidade de verificação de funcionamento, pois quando um relé atua, é visível sua atuação; Imunidade a ruídos elétricos e interferências eletromagnéticas; ORGANIZAÇÃO: PROF. ME. ANTONIO CARLOS LEMOS JÚNIOR 7 Simplicidade de entendimento, fiação e manutenção (em sistemas simples). Entretanto, havia muitos problemas com o uso de relés: Grande complexidade da fiação e sua verificação em sistemas grandes e complexos; Pouca flexibilidade para mudanças, pois qualquer modificação na lógica dos relés implicava refazer todos os desenhos esquemáticos, fiação e testes; Ocupam grande espaço dentro dos painéis. 6. Estrutura do CLP A estrutura do CLP pode ser dividida entre módulos de entrada, CPU e os módulos de saída. Na figura 3 e 4 podemos ver essa divisão: Figura 3 – Estrutura do CLP: Módulos de entrada, módulos de saída e CPU Fonte: SENAI/CETEL-BH, ? O módulo CPU ainda é constituído do processador, memória, fonte de alimentação além de incorporar os circuitos de comunicação do CLP. Esses módulos de comunicação podem ser seriais, RS232, RS485 além da comunicação utilizando protocolo TCP/IP. Na Figura 4 temos a representação das interligações entre dos módulos do CLP. Figura 4 – Interligação interna dos módulos de um CLP Fonte: FRANCHI, 2009 ORGANIZAÇÃO: PROF. ME. ANTONIO CARLOS LEMOS JÚNIOR 8 6.1 Fonte de alimentação A fonte de alimentação é um módulo cuja função é converter a tensão AC aplicada em sua entrada em níveis de tensão DC, necessários ao funcionamento dos demais elementos do CLP. Um barramento de alimentação conduz as diversas tensões de saída da fonte de alimentação a todos os módulos que façam parte arquitetura do CLP. Em alguns CLP’s, a bateria que preserva as informações das memórias RAM da CPU fica acondicionada na fonte de alimentação. 6.2 Módulo CPU O módulo CPU contém a inteligência do CLP. Ele é composto por elementos responsáveis por armazenar e executar os programas de aplicação dos usuários. Local do processador. Na Figura 5 temos a CPU da Siemens. Figura 5 – CPU do CLP Siemens Fonte: SENAI/CETEL-BH, ? Na Figura 6 em detalhes a CPU do CLP Step7 200 da Siemens. Figura 6 – CLP Siemens Step7 200 da Siemens Fonte: SENAI/CETEL-BH, ? Seletor de modo de operação • STOP = Modo Stop; o programa não é executado. • TERM = Execução do Programa, é possível escrita/leitura pelo PG. • RUN = Execução do Programa, é possível somente leitura pelo PG LEDs de Status • SF = Erro interno da CPU; vermelho ORGANIZAÇÃO: PROF. ME. ANTONIO CARLOS LEMOS JÚNIOR 9 • RUN = Modo Run; verde • STOP = Modo Stop; amarelo • DP = I/O Distribuído (somente CPU 215) Referências: Apresentação Controladores Lógicos Programáveis. Belo Horizonte – MG: LICOP – Laboratório de Instrumentação e Controle de Processos, SENAI/CETEL – Centro de Eletroeletrônica – César Rodrigues. FRANCHI, C. M. ; CAMARGO, V. L. A. Controladores lógicos programáveis: sistemas discretos. 2. Ed. São Paulo: Érica, 2009. 352p. Questionário: 1) Quando surgiu o CLP? Quais problemas o CLP pretendia resolver inicialmente? 2) Defina sensores, controladores e atuadores. 3) Cite as vantagens e desvantagens do CLP com relação a outros sistemas de controle. 4) Quais são os componentes essenciais da arquitetura de um CLP? 5) O que é CPU, quais seus componentes e qual a sua função? 6) Quais os modos de operação de um CLP? O que diferencia um modo de outro?
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