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Patologia Geral

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Enzo Amaral Avidago 
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ENZO AMARAL AVIDAGO - 3º PERÍODO / 2019.2 
PROF. PIETRO MAINENTI ENZO AMARAL AVIDAGO - 3º PERÍODO / 2019.2 
PROF. PIETRO MAINENTI 
 
 
Enzo Amaral Avidago 
1 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
• PATOLOGIA → é uma disciplina das ciências biomédicas preocupada em 
desvendar os mistérios das doenças nos seres vivos. Para tanto, se ocupa de 
avaliações macro e microscópicas de estruturas sadias e doentes, pois a 
patologia trabalha com comparação. Caracterizar o processo patológico é 
verificar o que acometeu a estrutura para que ela ficasse doente. 
- ETIOLOGIA (ou ETIOPATOGÊNESE): estudo das causas; reconhecimento do 
agente etiológico; 
- PATOGÊNESE (ou PATOGENIA): estudo dos mecanismos de origem ou de 
evolução de qualquer processo patológico; 
- ANATOPATOLOGIA e HISTOPATOLOGIA: estudo das alterações 
morfológicas dos tecidos que, em conjunto, recebem o nome de lesões; 
 - FISIOPATOLOGIA: estudo das alterações funcionais de órgãos e sistemas 
afetados. 
• SAÚDE X DOENÇA → pode-se definir saúde como um estado de adaptação 
do organismo ao ambiente físico, psíquico ou social em que vive, de modo 
que o indivíduo se sente bem (saúde subjetiva) e não apresenta sinais ou alterações orgânicas (saúde objetiva). Ao contrário, doença é um 
estado de falta de adaptação ao ambiente físico, psíquico ou social, no qual o indivíduo se sente mal (tem sintomas) e/ou apresenta 
alterações orgânicas evidenciáveis objetivamente (sinais clínicos). 
• HISTÓRIA NATURAL → refere-se a uma descrição da progressão ininterrupta de uma doença em um indivíduo desde o momento da 
exposição aos agentes causais até a recuperação ou a morte. Não abrange o tratamento da doença. 
• NOSOLOGIA → é a parte da medicina ou o ramo da patologia que trata das enfermidades em geral e as classifica do ponto de vista 
explicativo (isto é, de sua etiopatogenia). O quadro nosológico serve para limitar um grupo de doenças que você compõe o seu estudo (p. 
ex., o quadro nosológico do coração são as doenças que acometem o coração; quando se impõem mais um limite, como doenças infecciosas, 
o quadro nosológico passa a ser doenças infecciosas do coração). 
• BIÓPSIAS → é um procedimento no qual o médico cirurgião realiza a retirada de um pequeno fragmento do nódulo suspeito para análise 
em laboratório, chamada de exame anatomopatológico. A biopsia deve conter o tecido doente e parte do tecido sadio para comparação. 
• NECRÓPSIAS → significa a abertura e a inspeção detalhada e metódica das cavidades e órgãos do indivíduo morto com o objetivo de 
determinar a respectiva causa mortis. 
• PATOLOGIA CIRÚRGIA X PATOLOGIA CLÍNICA → a Patologia Cirúrgica é a área da Anatomia Patológica que realiza análise dos aspectos 
morfológicos das enfermidades, em amostras de tecido ou órgãos humanos removidos cirurgicamente. A Patologia Clínica, também 
chamada de Medicina Laboratorial, é uma especialidade médica que se baseia na análise de exames de laboratório clínico, como exames 
de sangue, urina, fezes e outros materiais biológicos. 
 
2. TIPOS DE BIOPSIA 
 
• BIÓPSIA INCISIONAL → remove apenas um fragmento do nódulo; é realizada para reconhecer a natureza, e saber se deve ser feita a 
extração remoção completa da lesão ou deve entrar com outro tratamento. 
• BIÓPSIA EXCISIONAL → remove todo o nódulo, com margem e profundidade de segurança. Realizada, por exemplo, em certos tumores 
malignos, que não causam metástase (p. ex., carcinoma basocelular; melanoma). Porém, antes de saber o diagnóstico realiza-se uma coleta 
incisional, para descobrir a origem da lesão. 
• BIÓPSIA ASPIRATIVA → a proposta é a investigação de órgãos, como glândulas salivares, tireóide, mamárias e nódulos linfáticos; a partir 
da coleta de células; é do tipo incisional. Muito usada na tireoide para verificar se as células possuem identidade maligna ou não. 
• BIÓPSIA POR PUNCH → o punch é um bisturi circular, no qual você entra com ele na pele ou mucosa e retira um cilindro de tecido; trata-
se de um procedimento rápido e pouco invasivo. Serve tanto para incisional quanto para excisional dependendo do diâmetro do punch. É 
feito para reconhecer o diagnóstico e o que devemos fazer. 
• BIÓPSIA POR CONGELAÇÃO → é um procedimento diagnóstico dentro da anatomia patológica realizado durante o ato cirúrgico. Serve para 
orientar o cirurgião na cirurgia (ampliação das margens). Pode ser feito em mastectomia, na qual você retira o linfonodo axilar, e avalia se 
tem infiltração, não havendo infiltração não tem metástase. 
! Biópsia por congelamento serve somente para tecidos moles. 
 
3. REQUISITOS PARA BIÓPSIA 
 
• MATERIAL → punch, bisturi – pele e mucosas; bisturi – retira órgãos; brocas e serras – ossos; curetas (uma espécie de colher) – cápsulas, 
material cavitário; 
• TÉCNICA → incisional/punch – retirada de parte do tecido; excisional/punch – retirada do todo o tecido ou órgão; curetas – raspados 
celulares; 
• FIXAÇÃO → formol a 10% quando o material deve ser conservado para a biópsia (paralisa as ações celulares; sem fixador as células vão 
continuar com enzimas metabólicas, e são levadas a autólise, a célula morre); coloração – 80% dos casos é corado com eosina e hematoxilina 
com tonalidade rosada ou avermelhada a lâmina e os outros 20% temos a histoquímica (lâmina verde, azul) e a imunohistoquímica. 
 
 
 
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/sangue.htm
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/formacao-urina.htm
Enzo Amaral Avidago 
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4. RESPOSTAS CELULARES ÀS AGRESSÕES 
 
 As agressões podem se originar no ambiente externo ou a partir do próprio organismo. De modo muito resumido, agressões podem 
ser provocadas por agentes físicos, químicos e biológicos, além de por alterações na expressão gênica ou por modificações nutricionais ou dos 
próprios mecanismos defensivos do organismo (p. ex., alterações na respiração celular; síntese proteica; integridade da membrana celular; 
integridade do genoma). Lesão ou processo patológico é o conjunto de alterações morfológicas, moleculares e/ou funcionais que surgem nas 
células e tecidos após agressões. 
• TIPOS DE AGRESSÃO 
- Hipóxia (diminuição do oxigênio); 
- Anóxia (isquemia – oxigênio insuficiente para o metabolismo celular); 
- Re-oxigenação (reperfusão após isquemia – formas de oxigênio reativas); 
- Agentes físicos (calor e frio extremos, choque elétrico, irradiação, alteração brusca na pressão atmosférica); 
- Agentes químicos (lesões celulares variadas); 
- Mecanismos imunologicamente mediados (defesa humoral ou celular); 
- Agentes infecciosos (lesões celulares diretas – vírus, bactérias, fungos); 
- Deficiências nutricionais. 
! O efeito da agressão depende do estímulo e da célula. Por exemplo, a hipóxia em um neurônio causa alterações celulares irreversíveis ou morte 
da célula e do tecido; já no fibroblasto, a hipóxia causa alteração celular, disfunção e adaptação. 
 As respostas às agressões podem ocorrer: 
- NÍVEL BIOQUÍMICO: regulação das funções metabólicas (sem alteração estrutural); ativação de 
genes com funções citoprotetoras (imunoistoquímica). 
- NÍVEL ESTRUTURAL: alteração microscopicamente perceptível; alteração fisiológica (p. ex., 
aumento da tireóide na gravidez – estimulação das células tireoidianas por hormônio), alteração 
patológica (alteração celular; disfunção; adaptação ou morte). 
 Perante o estimulo agressivo, a melhor resposta para o organismo seria o retorno das 
células ao seu estado normal, sem alteração de nenhuma de suas funções. 
 A adaptação refere-se à capacidade das células, dos tecidos ou do próprio indivíduo 
de, frente a um estímulo, modificar suas funções dentro de certos limites (faixa da normalidade), 
para ajustar-se às modificações induzidas pelo estímulo; pode envolver apenas células (ou suas 
organelas) ou o indivíduo como um todo. 
 Quando não há chance de sobrevivência celular, a célula sofrerá morte celular, em 
que não ocorre nem adaptação da célula, nem possibilidade de retorno ao normal,devido ao 
evento da lesão ocorrer de maneira rápida. 
 
 
 
! Agressões por falta de oxigênio podem gerar formas de oxigênio reativas (FOR), vulgarmente chamados “radicais livres”. Causados por lesão 
celular isquêmica (↓oxigênio – ↑FOR) seguida de reperfusão (↑oxigênio). Formas de oxigênio reativas → superóxido (O2-); peróxido de 
hidrogênio (H2O2); radical hidroxila (OH-). As FOR reagem com todos os tipos de componentes (p. ex., lipídios, proteínas, ácidos nucleicos). 
 
5. ALTERAÇÕES REGRESSIVAS OU DEGENERAÇÕES 
 
 Aplica-se a alterações morfológicas das células, não incluindo modificações no interstício. Indica as lesões reversíveis (a célula retorna 
ao estado normal após ser eliminada a causa) decorrentes de alterações bioquímicas que resultam no acúmulo de substâncias no interior das 
células. 
Enzo Amaral Avidago 
3 
 
 
• DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA → é caracterizada pelo acúmulo de água e eletrólitos no interior da célula, tornando-a tumefeita, aumentada 
de volume. 
 A degeneração hidrópica é provocada por transtornos no equilíbrio hidroeletrolítico que resulta na retenção de eletrólitos e água nas 
células. O trânsito de eletrólitos através das membranas celulares depende de mecanismos de transporte feito por canais iônicos; são as 
chamadas bombas eletrolíticas (dependentes de ATP), que são capazes de transportar eletrólitos contra gradiente de concentração e de 
manter constantes as concentrações desses eletrólitos no interior da célula. 
 Uma agressão pode diminuir o funcionamento da bomba eletrolítica quando → altera a produção ou consumo de ATP (p. ex., hipóxia 
– redução da produção de ATP; hipertermia exógena ou endógena – aumento de consumo de ATP); interfere na integridade das 
membranas; modifica a atividade de uma ou mais moléculas que formam a bomba. 
• ESTEATOSE (DEGENERAÇÃO GORDUROSA) → acúmulo de gorduras neutras (mono, di ou triglicérides) no citoplasma de células que 
normalmente não armazenam. A esteatose é comum no fígado, epitélio tubular renal e miocárdio. 
 A lesão aparece todas as vezes que um agente interfere no metabolismo dos ácidos graxos da célula, aumentando sua síntese ou 
dificultando sua utilização (transformação de triglicerídeos em colesterol, fosfolipídeos ou lipoproteínas), transporte ou excreção. Esteatose 
é causada por agentes tóxicos, hipóxia, alterações na dieta (alcoolismo) e distúrbios metabólicos de origem genética (diabetes). 
! Em uma célula com degeneração gordurosa há acúmulo de triglicérides na célula, o que acarreta deslocamento nuclear para a periferia. 
• DEGENERAÇÃO HIALINA → apresentação de acúmulos de material proteico no interior das células (do grego hyalinos = vidro). O conceito 
de degeneração hialina é morfotintorial: trata-se do acúmulo de material acidófilo no interior da célula. 
 A degeneração resulta da condensação de filamentos intermediários e proteínas associadas que formam corpúsculos no interior da 
célula; em outros, representa acúmulo de material de origem virótica. 
 A ubiquitina, proteína citoprotetora do estresse celular, se liga a proteínas intracitoplasmáticas que necessitam de eliminação. Em 
casos crônicos os produtos das ligações ficam aprisionados na célula. Um exemplo, é a associação da ubiquitina à filamentos intermediários 
de ceratina no interior dos hepatócitos em alcoolistas crônicos, representada pelo corpúsculo hialino de Mallory. 
• DEGENERAÇÃO MUCOIDE → hiperprodução de muco pelas células mucíparas dos tratos digestivo e respiratório, levando ao acúmulo de 
mucina, podendo levar à morte celular; síntese exagerada de mucinas em adenomas e adenocarcinomas, que às vezes extravasam para o 
interstício. Ocorre: estômago, intestino grosso, vesícula biliar, próstata e pâncreas. 
• DEGENERAÇÃO GLICOGÊNICA → trata-se de um processo menos comuns, pois é uma agressão estrutural, visível ao microscópio de luz; 
causas genéticas – deficiências de enzimas responsáveis pelo metabolismo de carboidratos, provocando acumulo de glicogênio nas células 
do fígado, rim, músculos esqueléticos e coração. 
 
6. MORTE CELULAR 
 
 Fases da morte celular vista ao microscópio: 
 
(1) As células normais têm núcleo e nucléolo evidentes. O citoplasma 
é rosa pálido pelo RNA disperso no mesmo; 
(2) A célula em início de necrose apresenta menor tamanho e 
eosinofilia. Uma diminuição do RNA citoplasmático altera a coloração 
do mesmo. Há redução do núcleo, como reflexo de proteção; 
(3) A liberação de nucleases causa a fragmentação do núcleo em 
pequenos pedaços; 
(4) Há dissolução do núcleo. O citoplasma celular exibe uma massa de 
proteína desnaturada. 
 
 
 
 
 
7. APOPTOSE x NECROSE 
 
 A apoptose, também definida como morte celular programada, é um tipo de "autodestruição celular" que requer energia e síntese 
proteica para a sua execução. Está relacionado com a homeostase na regulação fisiológica do tamanho dos tecidos, exercendo um papel oposto 
ao da mitose. 
 Ocorre nos contextos → durante o desenvolvimento; no controle do número celular nos tecidos; mecanismo de defesa nas reações 
imunes; lesão por agentes nocivos; envelhecimento. 
 ETAPAS DA APOPTOSE: células normais → condensação da cromatina; manutenção das organelas → organização em corpos 
apoptóticos → corpos apoptóticos fagocitados por células vizinhas ou macrófagos. 
! Durante a embriogênese ocorre apoptose das células epiteliais para a separação dos dedos. 
 
 A necrose é o estado de morte de um tecido ou parte dele em um organismo vivo; trata-se sempre de um processo patológico e 
desordenado de morte celular (diferente da apoptose) causado por fatores que levam à lesão celular irreversível e consequente morte celular. 
Trata-se de um processo rápido que a célula não consegue reagir. 
- NECROSE DE COAGULAÇÃO: com preservação da arquitetura geral do tecido (p. ex., infarto do miocárdio). 
- NECROSE DE LIQUENIFICAÇÃO: sem preservação da arquitetura geral do tecido (p. ex., trombose no sistema nervoso central). 
- NECROSE CASEOSA: necrose de coagulação com fragmentos granulares amorfos cercados por uma borda inflamatória, sem preservação da 
arquitetura geral do tecido (p. ex., tuberculose). 
- NECROSE GORDUROSA: digestão enzimática do tecido adiposo (p. ex., pancreatite aguda). 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tecido
https://pt.wikipedia.org/wiki/Organismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Apoptose
Enzo Amaral Avidago 
4 
 
8. CICLO CELULAR 
 
G0: fase de descanso; 
G1: fase de pré-síntese; 
G2: fase pré-mitose; 
S: fase de síntese
! O que diferencia os tipos celulares é a período G1. 
 
- CÉLULAS LÁBEIS: são células que entram no ciclo de divisão celular constantemente; 
encontram-se em G0 até receberem um estímulo que iniciará a divisão (p. ex., células 
epiteliais); 
- CÉLULAS ESTÁVEIS: são células que entram no ciclo até G0 e permanece em descanso; 
na necessidade retornam a G1 (p. ex., células parenquimatosas do fígado; fibroblastos); 
- CÉLULAS PERMANENTES: são células que deixam o ciclo após a mitose; permanecem 
em G0 pelo resto da vida (p. ex., neurônios).
 
 
 
9. ALTERAÇÕES PROGRESSIVAS OU DISTÚRBIOS DO CRESCIMENTO 
 
 As células podem responder aos estímulos nocivos e alterar seu metabolismo em relação ao novo ambiente. Em linhas gerais as 
adaptações podem ser: por aumento da atividade celular; por diminuição da atividade celular; por alteração na morfologia celular. 
 
TECIDO NORMAL → ESTÍMULO ANORMAL (aumento do trabalho; aumento do metabolismo; excesso de estímulo endócrino; dano celular 
persistente) → RESPOSTA ADAPTATIVA (aumento do volume celular; aumento do número de células) → TECIDO ‘ESTÁVEL’ (hipertrofia e/ou 
hiperplasia) → FIM DO ESTÍMULO ANORMAL → REMOÇÃO DA CAUSA (redução do volume e/ou número de células) → TECIDO NORMAL 
 
TECIDO NORMAL → ESTÍMULO ANORMAL (nutrientes inadequados; ausência de estimulação endócrina; suprimento sanguíneo pobre; 
denervação; envelhecimento) → RESPOSTA ADAPTATIVA (redução do volume celular e/ou redução do número de células) → TECIDO ‘ESTÁVEL’ 
(hipotrofia e/ou hipoplasia) → FIMDO ESTÍMULO ANORMAL → REMOÇÃO DA CAUSA (aumento do volume e/ou número de células) → TECIDO 
NORMAL 
 
• HIPERTROFIA (grego: hyper – aumento; trophos – nutrição/ metabolismo) → 
consiste no aumento dos constituintes estruturais (número de organelas) e das 
funções celulares, o que resulta em aumento volumétrico das células e órgãos 
afetados; requer fluxo sanguíneo maior que o normal, integridade da inervação e 
normalidade da célula. 
! A hipertrofia pura acontece na musculatura cardíaca e na musculatura 
esquelética. Na maioria dos casos a hipertrofia é acompanhada da hiperplasia. 
EVOLUÇÃO: regressão após o fim do estímulo; degeneração celular por excesso de 
estimulo; ou hiperplasia. 
Pode ser fisiológica ou patológica: 
- FISIOLÓGICA: ocorre em certos órgãos e em determinadas fases da vida como 
fenômenos programados (p. ex., hipertrofia da musculatura uterina na gravidez). 
- PATOLÓGICA: (1) hipertrofia do miocárdio – sobrecarga do coração por 
mecanismo de barreira; (2) hipertrofia da musculatura esquelética – aumento 
exagerado por esforço físico; (3) hipertrofia da musculatura lisa em órgãos ocos – 
relacionado a obstrução; (4) hipertrofia de neurônios; (5) hipertrofia de hepatócitos 
– aumento do retículo endoplasmático liso. 
• HIPERPLASIA (grego: hyper – aumento; plasis – formação) → consiste no aumento 
do número de células de um órgão ou de parte dele, por aumento da proliferação 
e/ou por diminuição da apoptose; só acontece em órgãos que contêm células com 
capacidade replicativa (células lábeis ou estáveis). Requer fluxo sanguíneo 
adequado, integridade da inervação e ausência de desvios morfológicos celulares. 
As células hiperplásicas são idênticas às normais. 
EVOLUÇÃO: regressão após o fim do estímulo; estabilização mesmo depois do fim do estímulo; hiperplasias de superfície – podem sofrer 
inflamação, erosão, ulceração e sangramento (atrito). 
TIPOS: 
- POR AUMENTO DO TRABALHO: (1) realizar trabalho de população celular destruída (hiperplasia vicariante) – hiperplasia de um rim após 
nefrectomia unilateral, hiperplasia do fígado após hepatectomia parcial, testículo remanescente após orquiectomia unilateral; (2) exigência 
de trabalho – hiperplasia da mama na lactação (e, também, hipertrofia). 
- HIPERPLASIA HORMONAL: (1) fisiológica – útero e mamas na gravidez e na puberdade; (2) patológica - hiperplasia do endométrio por 
aumento dos níveis de estrogênio (reposição hormonal; neoplasia de ovário; ovário policístico), hiperplasia prostática por aumento dos 
níveis de 5α-redutase e diidrotestosterona. 
- HIPERPLASIA INFLAMATÓRIA/REACIONAL: (1) proliferação conjuntivo-vascular – tecido de granulação (requer fatores de crescimento); (2) 
inflamações crônicas (protuberâncias sésseis ou pediculadas nas mucosas); (3) infecções viróticas (verrugas por infecção pelo vírus do 
papiloma – hiperplasia epitelial). 
• HIPOTROFIA (grego: hypo – pouco; trophos – nutrição/metabolismo) → consiste na redução quantitativa dos componentes estruturais e 
das funções celulares, resultando em diminuição do volume das células e dos órgãos atingidos. Na hipotrofia primaria, a causa está na 
Enzo Amaral Avidago 
6 
 
célula → inibição da atividade enzimática celular; redução de transcrição de DNA em RNA; na hipotrofia secundária, a causa é extracelular 
→ redução de O2 e nutrientes. 
EVOLUÇÃO: regressão após o fim do estímulo; ausência de regressão se houver fibrose; hipotrofias fisiológicas são irreversíveis 
(envelhecimento). 
 Pode ser fisiológica ou patológica: 
- FISIOLÓGICA: ocorre com o envelhecimento, quando todos os órgãos e sistemas do organismo reduzem as atividades metabólicas (p. ex., 
redução do coração; redução da massa muscular; atrofia fisiológica do cérebro); 
- PATOLÓGICA: (1) inanição – desnutrição promove hipotrofia generalizada; (2) imobilização transitória o permanente – desuso; (3) 
compressão – resulta de uma lesão expansiva, como cistos, tumores, próteses, entre outros; (4) obstrução vascular – doença oclusiva 
arterial ou venosa (isquemia); (5) hormônio – redução (p. ex., menopausa); (6) inflamação crônica; (7) substâncias tóxicas que bloqueiam 
sistemas enzimáticos e a produção de energia pelas células (p. ex., saturnismo – chumbo); (8) neuropatia – falta de inervação motora 
• HIPOPLASIA (grego: hypo – pouco; plasis – formação) → consiste na diminuição da população celular de um tecido, de um órgão ou de 
parte do corpo. A região afetada é menor e menos pesada que o normal, mas conserva o padrão arquitetural básico. As causas principais 
são defeitos na embriogênese (p. ex., focomelia) e destruições celulares. 
Pode ser fisiológica ou patológica: 
- FISIOLÓGICA: involução do timo a partir da puberdade e a de gônadas no climatério; com o envelhecimento, ocorre hipoplasia dos órgãos 
por aumento da apoptose. 
- PATOLÓGICA: tóxica (p. ex., hipoplasia de medula – anemias “aplásicas”); por destruição de linfócitos por corticóides – hipoplasia dos 
órgãos linfoides. 
! No geral, as hipoplasias são irreversíveis. 
 
10. METAPLASIA 
 
 ETIMOLOGIA: (grego: meta – variação; plasis – formação) 
 Trata-se de um processo adaptativo reversível, que consiste na mudança de um tipo de tecido adulto (epitelial ou mesenquimal) em 
outro da mesma linhagem (p. ex., um tipo de epitélio transforma-se em outro tipo epitelial; um epitélio, porém, não se modifica em tecido 
mesenquimal), em resposta a algum tipo de agressão. As novas células são bem diferenciadas; ocorre inativação de genes da primeira 
característica celular e desrepressão de genes para a nova característica. Os antígenos de histocompatibilidade são transformados. 
 Os antígenos de histocompatibilidade são transformados; logo não há somente modificação genética, mas também há alteração 
fenotípica. Desta forma, a célula irá trabalhar com a nova estrutura que ela está admitindo. 
 Tipos mais comuns: (1) epitélio estratificado pavimentoso não ceratinizado em epitélio ceratinizado – ocorre na boca ou no esôfago 
em consequência de irritação; (2) epitélio pseudoestratificado ciliado em epitélio estratificado pavimentoso, ceratinizado ou não; (3) epitélio 
glandular seroso em epitélio mucíparo – acontece na metaplasia intestinal da mucosa gástrica; (4) tecido conjuntivo em tecido cartilaginoso ou 
ósseo; (5) tecido cartilaginoso em tecido ósseo. 
 EXEMPLOS: metaplasia escamosa na bexiga; epidermização no colo do útero; metaplasia intestinal da mucosa gástrica; metaplasia 
cartilaginosa e óssea. 
 É causada, no geral, por agressões mecânicas de baixa intensidade e repetidas (próteses); ação repetida do calor (no tabagismo, no 
uso do chimarrão); ação repetida de agressores químicos (no tabagismo – fumaça na mucosa brônquica); inflamações crônicas (cervicite crônica 
– inflamação crônica do colo uterino). 
 
! LEUCOPLASIA (grego: leuco – branco; plasis – formação) → transformação metaplásica do epitélio escamoso estratificado não ceratinizado 
consistindo em aumento das camadas de ceratina (p. ex., mucosa bucal e colo uterino). O epitélio adquire aspecto → lesão branca, nacarada 
(perolada). IMPORTÂNCIA: a leucoplasia sugere uma lesão pré-maligna (neoplásica); as lesões podem se associar a outros padrões – eritroplasia 
(p. ex., leucoeritroplasia). 
 
11. DISPLASIA 
 
 ETIMOLOGIA: (grego: dys – imperfeito/irregular; plasis – formação) 
 Pode ser definida com a “formação errada” de uma célula ou tecido. 
- RELACIONADAS AO DESENVOLVIMENTO: distúrbios congênitos do crescimento (acondroplasia – tipo de nanismo); displasias por proliferação 
mesenquimal (displasia fibrosa); 
- RELACIONADAS ÀS NEOPLASIAS: displasias adquiridas (displasias mucosas, displasias no trato respiratório); perda da uniformidade nas células, 
tendo células de tamanho, volume e formar variadas (pleomorfismo), e desarranjo estrutural tecidual – alterações do citoplasma e do núcleo. 
 
ETAPAS DA DISPLASIA: 
1. DISPLASIA LEVE: caracterizada por uma duplicação ou triplicação da camada basal; 
2. DISPLASIA MODERADA: há mitose nas camadas basal e 
média;3. DISPLASIA GRAVE: há mitose nas camadas basal, média 
e superficial; 
4. CARCINOMA IN SITU: onde se formou a displasia, neste 
caso a grave, há a formação de um carcinoma que utiliza 
todo o pleomorfismo da manifestação displásica. 
! Carcinoma microinvasivo: é quando o carcinoma in situ 
rompe a membrana basal, invadindo o tecido conjuntivo, 
possibilitando sua disseminação por este ser 
amplamente vascularizado. 
 
 
Enzo Amaral Avidago 
7 
 
12. NEOPLASIA 
 
 ETIMOLOGIA: (grego: neo = novo - plasis = formação) 
 Proliferação de clones de células atípicas com autonomia 
multiplicativa e perda da diferenciação. As neoplasias podem ser benignas ou 
malignas. 
 Caracterizada pelo crescimento progressivo (ininterrupto – pois há 
repressão dos genes que fazem o controle celular), pelo crescimento 
exponencial (número grande de mitoses) e por variação de comportamento 
(distanciamento das células antecessoras). São benignas quando as células 
forem parecidas com as células originais (a regressão ao estágio indiferente é 
pequena) e serão malignas quando divergirem muito das células originais. 
 As células benignas ainda conseguem desempenhar algumas 
funções das células originais (p. ex., a secreção de substâncias); já as células 
malignas concentram toda a atividade celular na multiplicação. 
! Quanto maior o pleomorfismo maior a malignidade da neoplasia. 
 
1. Atipia celular: diferença que a célula tem da célula típica; 
2. Atipia arquitetural: desarranjo tridimensional das células no tecido; 
3. Crescimento expansivo: em todas as direções; 
4. Crescimento infiltrativo: penetração das células em vias de menor resistência; 
5. Metástase: manifestação secundária do tumor primitivo; 
6. Recidiva: reaparecimento da neoplasia após tratamento; 
7. Caquexia: espoliação do hospedeiro; 
8. Anaplasia (ana – negativo; plasia – desenvolvimento): célula indiferenciada; 
9. Classificação clínica: comportamento benigno ou maligno; 
10. Classificação histogenética: origem celular; complementa a classificação clínica; 
11. Parênquima x estroma: o estroma nutre o parênquima neoplásico. 
 
13. OUTROS TERMOS 
 
- AGENESIA (grego: genesis – formação): anomalia congênita por falta de órgão ou parte de um órgão; 
- DISTROFIA (grego: dys – imperfeito; trophos – nutrição/metabolismo): doença degenerativa sistêmica ou não (p. ex., distrofias musculares); 
- ECTOPIA ou HETEROTOPIA (grego: ektos – fora; hetero – diferente): presença de tecido normal em localização anormal; 
- HAMARTOMAS (grego: hamartia – engano ou erro): crescimentos focais e excessivos de determinado tecido de um órgão. 
 
 
 
14. INTRODUÇÃO 
 
 Trata-se de um processo complexo, multifásico e dependente de fenômenos genéticos e epigenéticos que culminam no surgimento 
de clones de células imortalizadas que adquirem a capacidade de se multiplicar autonomamente, de invadir os tecidos vizinhos e de causar 
metástases. Agentes físicos, químicos e biológicos podem induzir agressão ao genoma e ocasionar alterações fenotípicas configurando uma 
neoplasia. O processo pelo qual se desenvolvem as neoplasias induzidas é denominado carcinogênese. 
 
• AGENTES FÍSICOS → raios ultravioletas; radiação ionizante (raios X e gama); 
- MODO DE AÇÃO DOS CARCINÓGENOS FÍSICOS: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• AGENTES QUÍMICOS → hidrocarbonetos policíclicos aromáticos; aflatoxinas 
(toxina produzida pelo Aspergillus flavus); metais; 
- MODO DE AÇÃO DOS CARCINÓGENOS QUÍMICOS: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Enzo Amaral Avidago 
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• AGENTES BIOLÓGICOS → vírus do papiloma; vírus Epstein-Barr; 
Helicobacter pylori. 
- MODO DE AÇÃO DOS CARCINÓGENOS BIOLÓGICOS: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15. HISTÓRIA NATURAL DAS NEOPLASIAS 
 
 Quando a célula sofre iniciação, há uma exposição 
celular ao carcinógeno e alteração permanente do DNA de forma 
não letal, tornando-se neoplásica. Inicialmente, o carcinoma 
promove uma mudança genotípica que não altera visualmente a 
célula, torna-se uma célula pronta para ganhar uma autonomia 
multiplicativa, podendo ficar muito distante da célula original ou 
não. Porém, para se desenvolver um tumor, necessita de um 
agente promotor, ou seja, que estimula a perda do controle de 
proliferação celular, causando uma hiperplasia. Temos depois 
a progressão que seria a perda do controle replicativo, 
estabelecendo o fenótipo maligno, é visível o tumor. 
! O cigarro se encaixa em todos os processos (iniciação, 
promoção e progressão). A bebida é promotora para boca e 
orofaringe, mas no caso de fígado ela é um fator de iniciação. 
 
 
16. ALTERAÇÕES GENÉTICAS 
 
 Pode haver a transformação de um proto-oncogene em 
oncogene, e a partir desse ponto a célula ganha uma 
autonomia proliferativa (ela não se prolifera porque ela quer 
e tem que proliferar, ela cresce pois não responde mais ao 
controle do organismo). Quando se trata de um tumor 
benigno isso não é tão evidente, já que o descontrole genético 
é menor, tanto que a célula nova se parece muito com a 
original. Já nas malignos, alteração genética é grande, logo há 
maior chance de se multiplicar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
17. NEOPLASIA BENIGNA x MALIGNA 
 
• CRESCIMENTO 
- NEOPLASIA BENIGNA: crescimento lento e expansivo (formação de pseudocápsula pelo hospedeiro); 
- NEOPLASIA MALIGNA: crescimento rápido e infiltrativo (resposta do sistema imunológico); 
! Como o tumor benigno cresce expansivo, devagar, dá tempo de alimentar todo o conjunto de células, mesmo que por difusão. Já no tumor 
maligno, por crescer muito, abandona o suprimento da região central, causando necrose. 
• ANGIOGÊNESE 
- NEOPLASIA BENIGNA: pouca angiogênese; ausência de caquexia; 
- NEOPLASIA MALIGNA: muita angiogênese; presença de caquexia (espoliação na neoplasia maligna); 
• ATIPIA ARQUITETURAL 
- NEOPLASIA BENIGNA: pouca atipia arquitetural (moderada coesão celular); 
- NEOPLASIA MALIGNA: grande atipia arquitetural (perda da adesão celular – facilita metástase). 
 
! O tumor pode ser benigno com um comportamento maligno, dependendo da área afetada. 
 
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! Pseudocápsula → é uma estrutura fibrosa (sempre formada por tecido conjuntivo) ao redor do tumor; ajuda a retirar todo o tumor benigno, 
sem deixar rastro. 
 
18. METÁSTASE 
 
 Quando o câncer se espalha além do local onde começou (sítio primário) para outras partes do corpo é denominado metástase. Esse 
processo pode ocorrer quando as células cancerosas viajam através da corrente sanguínea ou dos vasos linfáticos para outras áreas do corpo. 
 Para se iniciar o processo de metástase, é necessária atividade enzimática para quebrar a barreira do tecido conjuntivo, passar por ele, 
penetrar no vaso sanguíneo ou linfático. Por esse motivo, para ser metastático, o tumor precisa possuir alta capacidade de crescimento. 
 Principais rotas de disseminação: 
- DISSEMINAÇÃO LINFÁTICA: é geralmente a mais recorrente, pelos vasos linfáticos e linfonodos; 
- DISSEMINAÇÃO LOCAL: pelo crescimento do tumor no tecido; 
- DISSEMINAÇÃO TRANSCELÔMICA: não é visto com facilidade; passagem das células tumorais dentro dos folhetos naturais, principalmente a 
pleura e peritônio; o tumor se espalha pelo espaço pleural e pode atingir outros órgãos; 
- DISSEMINAÇÃO HEMATOGÊNICA: é a mais difícil de acontecer; o tumor se espalha pelos vasos sanguíneos e pode atingir outros órgãos.  
 
19. NEOPLASIAS BENIGNAS 
 
 De uma maneira geral as neoplasias benignas recebem o sufixo OMA. 
• NEOPLASIA DE TECIDO FIBROSO MADURO → fibrOMA; 
• NEOPLASIA DE TECIDO FIBROSO JOVEM → mixOMA; 
• NEOPLASIA DE CARTILAGEM → condrOMA; 
• NEOPLASIA DE OSSOS → osteOMA; 
• NEOPLASIA DE GORDURA → lipOMA; 
• NEOPLASIA DE MÚSCULO LISO → leiomiOMA; 
• NEOPLASIA DE MÚSCULO ESQUELÉTICO → rabdomiOMA; 
• NEOPLASIA DE GLANDULAR → adenOMA. 
 
20. NEOPLASIAS MALIGNAS 
 
 De uma maneira geral as neoplasias malignas recebem o sufixo SARCOMA (origem mesodérmica) e CARCINOMA (origem 
ectodérmica). 
• NEOPLASIA DE TECIDO FIBROSO MADURO → fibrosSARCOMA; 
• NEOPLASIA DE TECIDO FIBROSO JOVEM → mixosSARCOMA;• NEOPLASIA DE CARTILAGEM → condrosSARCOMA; 
• NEOPLASIA DE OSSOS → osteosSARCOMA; 
• NEOPLASIA DE GORDURA → liposSARCOMA; 
• NEOPLASIA DE MÚSCULO LISO → leiomiosSARCOMA; 
• NEOPLASIA DE MÚSCULO ESQUELÉTICO → rabdomiosSARCOMA; 
• NEOPLASIA DE GLANDULAR → adenoCARCINOMA. 
 
21. NOMENCLATURA BÁSICA DAS NEOPLASIAS DE PELE E MUCOSA 
 
 Os papilomas e condilomas podem ser representados como crescimentos benignos. As neoplasias malignas de pele e mucosas são 
denominadas de carcinomas. As células que identificam as neoplasias são apresentadas no nome do tumor. Por exemplo, carcinoma basocelular 
(ou de células basais), carcinoma espinocelular (ou de células escamosas). 
! Exceções (denominações que sugerem benignidade) → melanoma, linfoma e mesotelioma. 
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22. SISTEMA TNM 
 
 A American Joint Committee on Cancer (AJCC) e a União Internacional de Controle do Câncer (UICC) utilizam o sistema de classificação 
TNM como uma ferramenta para os médicos estadiarem diferentes tipos de câncer com base em determinadas normas. 
- T para o tumor primário; 
- N para linfonodos. O câncer que se espalhou para os linfonodos próximos; 
- M para metástase. O câncer que se espalhou para partes distantes do organismo. 
 
 
 
 A categoria T fornece informações sobre aspectos do tumor primário, como seu tamanho, quão profundamente se desenvolveu no 
órgão em que se originou e quanto invadiu os tecidos adjacentes: 
- TX significa que o tumor não pode ser avaliado. 
- T0 significa que não existe evidência de tumor primário (não pode ser encontrado). 
- Tis significa que as células cancerosas estão se desenvolvendo apenas na camada mais superficial do tecido, sem invadir tecidos mais profundos. 
Também pode ser chamado de câncer in situ ou pré-câncer. 
 Os números que aparecem após o T (tais como T1, T2, T3 e T4) podem descrever o tamanho do tumor e/ou a disseminação da doença 
nas proximidades. Quanto maior o número de T, maior o tumor e/ou mais se disseminou pelos tecidos próximos. 
 
 A categoria N descreve se o câncer se espalhou para os linfonodos vizinhos: 
- NX significa que os linfonodos não podem ser avaliados. 
- N0 significa que os linfonodos vizinhos não contêm câncer. 
 Os números que aparecem após o N (por exemplo, N1, N2 e N3) podem descrever o tamanho, localização e/ou o número dos 
linfonodos com doença. Quanto maior o número, mais o câncer se espalhou para os linfonodos. 
 
 A categoria M descreve se o câncer se espalhou (metástases) para locais distantes do corpo: 
- M0 significa que nenhuma disseminação foi encontrada. 
- M1 significa que o câncer se espalhou para tecidos e órgãos distantes (metástases à distância foram encontradas). 
 
23. TRATAMENTO 
 
 O tratamento pode ser cirúrgico, radioterápico e quimioterápico. Sendo que o tratamento o cirúrgico pode ser usado isoladamente ou 
associado aos outros dois. 
• CIRURGIA → pode ter como objetivo ablações totais de tumores ou ablações para diminuir neoplasias irressecáveis (p. ex., neoplasias da 
boca). Nem sempre é possível remover toda a extensão da neoplasia, como por exemplo, um tumor abdominal com limite cirúrgico 
anatômico na aorta descendente; então faz a cirurgia somente até o limite anatômico. 
• QUIMIOTERAPIA → trata-se da utilização de vários medicamentos extremamente potentes e, ao se misturarem com o sangue, são levados 
para todas as partes do corpo com o objetivo de destruir, controlar ou inibir o crescimento das células doentes. 
• RADIOTERAPIA → uso terapêutico da radiação para o tratamento de neoplasias. A radioterapia ideal deve concentrar, na neoplasia, a maior 
dose com o menor dano possível aos tecidos normais. A unidade gray (Gy) é utilizada para medir a dose de radioterapia. Ela expressa a dose 
de radiação absorvida por qualquer material ou tecido biológico. 
 Quanto mais oxigenado o tecido neoplásico maior o efeito da radioterapia (maior formação de radicais livres). 
 Promove sintomas comuns (ainda sem explicação), como náuseas e vômitos. Causa efeitos adversos, como alterações em glândulas 
salivares, radionecrose, osteorradionecose, inflamações, fibroses, entre outros. 
 
 
 
24. DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA NO CORPO HUMANO 
 
 A água presente no corpo humano encontra-se distribuída da seguinte forma → 2/3 do líquido orgânico encontra-se no meio 
intracelular; enquanto que 1/3 encontra- se no meio extracelular, sendo que 75% deste no compartimento intersticial e 25% no compartimento 
intravascular. 
 Essa proporção é controlada pelo equilíbrio de pressão nos vasos: 
 
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25. EDEMA 
 
 Pode ser definido como o acúmulo de água no interstício e/ou nas cavidades naturais do corpo (p. ex., edema de cavidades – pleural, 
peritoneal, pericárdica, articular). 
 O edema pode ocorrer de forma: 
- LOCALIZADO: em um órgão ou parte do organismo → hidrotórax ou derrame pleural (cavidade pleural); hidrocele (interior da túnica vaginal do 
testículo); hidrartrose (cavidade articular); ascite ou hidroperitônio (cavidade peritoneal); hidropericárdio (cavidade pericárdica); 
- GENERALIZADO: todo o organismo → anasarca (edema em todo o corpo). 
 
• PATOGÊNESE 
A. AUMENTO DA PRESSÃO INTRAVASCULAR (HIDROSTÁTICA): pode ser causada por alteração venosa – impedimento do retorno venoso 
por insuficiência cardíaca, trombose venosa localizada (p. ex., trombose nas veias poplíteas); alteração aterial – aumento do influxo 
arterial (p. ex., inflamações). 
B. AUMENTO DA PERMEABILIDADE DA PAREDE DOS VASOS: pode ser causada por inflamação – mediadores químicos como a histamina; 
fragmentos do sistema complemento (C3a e C5a); bradicinina; fator ativador de plaquetas; leucotrienos; 
C. DIMINUIÇÃO DA PRESSÃO ONCÓTICA DO PLASMA: pode ser causada por baixa concentração de albumina, que sustenta a pressão 
(hipoalbuminemia) – diminuição da síntese pelo fígado (doenças hepáticas de estágio terminal); aumento da perda pela urina 
(Síndrome nefrótica); ingestão protéica inadequada (Kwarshiorkor). 
- Mecanismos → edema na síndrome nefrótica, causada por infecções, diabetes, LES, etc. (proteinúria e hipoalbuminemia, lipidúria e 
hiperlipidemia – Ag-AC no glomérulo): lesão glomerular → aumento da permeabilidade glomerular → proteinúria (+ lipidúria – a lesão 
glomerular deixa passar proteínas e lipídios para a urina) → redução da pressão oncótica intravascular → edema. 
! A síndrome nefrótica traz vulnerabilidade às infecções (perda de imunoglobulinas) e complicações tromboembólicas (perda de fatores 
anticoagulantes). 
D. RETENÇÃO DE SÓDIO: insuficiência cardíaca → redução da perfusão renal → aparelho justaglomerular (secreção de renina) → supra-
renal (secreção de aldosterona) → tubos convolutos distais do rim (retenção de sódio) → retenção de líquido intravascular → aumento 
da pressão hidrostática. 
E. OBSTRUÇÃO DO FLUXO LINFÁTICO (linfedema): pode ser causada por obstrução dos vasos linfáticos e impedimento da retirada da 
linfa dos espaços intersticiais. Sempre localizado (exemplos) → filariose – obstrução dos MMII por filárias (Wuhchereria bancrofti) – 
“elefantíase”; edema após dissecção cirúrgica de linfonodos axilares – neoplasia de mama. 
• TRANSUDATO x EXSUDATO 
- TRANSUDATO: ultrafiltrado do plasma, com poucas células e baixo peso molecular; ocorre → por aumento da pressão hidrostática; por 
diminuição da pressão oncótica; 
- EXSUDATO: líquido com células, proteínas plasmáticas de alto peso molecular; ocorre → por aumento da permeabilidade vascular 
(inflamação). 
• EXEMPLOS DE EDEMA 
- EDEMA PULMONAR: insuficiência cardíaca esquerda – aumento da pressão venosa pulmonar; pneumonia – aumento da permeabilidade 
capilar pulmonar; 
- ASCITE NA CIRROSE: hipoalbuminemia – síntese reduzida no fígado (edema oncótico); obstrução do fluxo linfático (linfedema); retenção 
de sódio – renina-angiotensina = hiperaldosteronismo; hipertensão portal – por impedimento de fluxo de sangue. 
 
26. HIPEREMIA 
 
• HIPEREMIA ATIVA → aumento do influxo de sangue por vasodilatação das arteríolas,o que aumenta o fluxo de sangue no local. Hiperemia 
ativa é causada por estímulos vasodilatadores neurogênicos (rubor facial) ou metabólicos (ADP e adenosina no exercício físico) – causa 
fisiológica; e por mediadores inflamatórios vasodilatadores (calor, rubor, tumor e dor) – causa patológica. 
 O tecido hiperemiados ativamente adquire cor avermelhada (sangue oxigenado) e a temperatura e aspecto dos tecidos é quente. 
• HIPEREMIA PASSIVA (congestão) → estagnação do sangue nos capilares por impedimento de retorno (drenagem venosa); causada por 
insuficiência cardíaca; causas intrínsecas dos vasos; por compressão extrínseca das veias. 
 O tecido hiperemiados passivamente adquire cor vermelho escuro ou azul (sangue venoso) e a temperatura e aspecto dos tecidos é 
frio e úmido. 
 Pode ser → aguda (p. ex., compressão de um dedo – cianose); ou crônica, por falência cardíaca – do ventrículo esquerdo, em que os 
pulmões ficam hiperêmicos, ou do ventrículo direito, em que o fígado fica hiperêmico. 
 
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27. HEMORRAGIA 
 
 Trata-se da saída de sangue dos vasos ou do coração. Pode ser classificada segundo a origem: 
- CARDÍACA: por feridas penetrantes ou por infarto do miocárdio; 
- ARTERIAL: por traumas ou ruptura de um aneurisma; 
- CAPILAR: por trauma ou cirurgias por fraqueza vascular (síndrome de Ehlers-Danlos; deficiência de vit. C); 
- VENOSA: por trauma ou cirurgias. 
TERMINOLOGIA 
- Petéquias: hemorragias puntiformes menores que 1 mm; 
- Púrpura: hemorragias entre 1 mm e 1 cm; 
- Equimoses: hemorragias maiores que 1 cm; 
- Hematoma: acúmulo de sangue extravasado com tumoração; 
- Hemotórax: hemorragia nas cavidades pleurais; 
- Hemopericárdio: hemorragia no saco pericárdico; 
- Hemoperitônio: hemorragia na cavidade peritoneal; 
- Hemartrose: hemorragia em cavidade articular; 
- Hematúria: presença de sangue na urina (rins e trato urinário); 
- Hematêmese: vômito de sangue (TGI alto); 
- Hematoquezia: sangramento pelo reto (TGI baixo ou hemorróidas); 
- Melena: sangue parcialmente digerido nas fezes (TGI alto); 
- Epistaxe: sangramento pelo nariz; 
- Hemoptise: sangramento dos pulmões; 
- Menorragia: sangramento menstrual acentuado; 
- Metrorragia: sangramento vaginal não relacionado à menstruação. 
 
 O controle da hemorragia acontece através da hemostasia; deve ocorrer → vasoconstrição; agregação plaquetária; coagulação 
sanguínea. 
 
28. ATEROSCLEROSE 
 
 Tipo mais comum de arteriosclerose. Ocorre formação de um ateroma (grego: athér, atheros – ponta, papila) que designa a 
histopatologia de placas em médios e grandes vasos; mais comum na aorta, coronárias, cerebrais, carótidas, renais e íleo-femorais. 
! Arteriosclerose → termo genérico que designa certas alterações vasculares associadas ou não → diminuição da elasticidade da parede vascular; 
endurecimento da parede vascular; aumento da espessura da parede vascular. 
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• COMPLICAÇÕES 
- OCLUSÃO: diminuição da luz vascular com isquemia e infarto; 
- TROMBOSE: mobilização do trombo (se forma para proteger vasos ulcerados), formando êmbolos; 
- ANEURISMA: dilatação vascular por enfraquecimento muscular; 
• FATORES DE RISCO 
- RISCO CONSTITUCIONAL: idade (incidência de doença grave aumenta a cada década); sexo (risco maior em homens após a 7ª década); 
genético (pode ser familiar); 
- FATORES MAIORES (contribuição maior; potencialmente tratável e evitável): hiperlipidemia (particularmente hipercolesterolemia); 
hipertensão (especialmente após a 4ª década de vida); tabagismo (efeito aterogênico predominante na aorta e coronárias); diabetes 
(artérias – coronárias, cerebrais e periféricas); 
- FATORES MENORES (contribuição menor nos estudos estatístico): falta de exercícios; obesidade; estresse. 
• FORMAÇÃO DO ATEROMA 
1. Estágio da camada gordurosa → acúmulo de colesterol e triglicérides abaixo da túnica íntima (trauma, hematogênico); macrófagos 
e células mioíntimas (fagocitose); morte celular com liberação da gordura; 
2. Estágio da placa fibro-lipídica → acúmulo lípides na túnica íntima – organização fibro-colágena; células mioíntimas – colágeno 
(citocinas liberadas por macrófagos); hipotrofia da túnica média; 
3. Ateroma maduro → acúmulo lípides túnica na íntima – atrofia e substituição muscular; calcificação da placa fibro-lipídica; trombo 
formado após ulceração (suprimento sanguíneo insuficiente). 
 
! Estreitamento arterial por ateroma → em artérias dos mm. Inferiores – claudicação intermitente; sistema vértebro-basilar (cérebro, cerebelo) 
– Síndrome Vértebro-basilar (tonteira, falta de equilíbrio, inconsciência); arteria coronária (em fumantes) – Angina pectoris. 
 
29. TROMBOSE 
 
 Trata-se da formação de massa sólida de produtos sanguíneos na luz vascular. Fatores predisponentes (Tríade de Virchow) → 
alterações no endotélio vascular; alterações no fluxo do sangue; alterações na composição do sangue. 
• ALTERAÇÕES NO ENDOTÉLIO VASCULAR → solução de continuidade no endotélio – exposição do colágeno e/ou fibras elásticas dos vasos; 
alterações arteriais – ateroma (distorções arquiteturais das artérias); alterações venosas – injúrias leves (anoxia por estase ou compressão 
prolongada; vasculite); alterações no coração – lesão endocárdica (p. ex., infarto do miocárdio); 
• ALTERAÇÕES NO FLUXO DE SANGUE → diminuição da velocidade sanguínea/estase venosa com possibilidade de trombose no coração e 
nas artérias → coração (aurículas) – redemoinhos e agregação plaquetária; artérias (aneurismas) – circulação sanguínea turbulenta; veias 
varicosas – trombos venosos; 
• ALTERAÇÕES NA COMPOSIÇÃO DO SANGUE → aumento do número de plaquetas (cirurgias, policitemias); neoplasias com liberação de 
células e produtos de necrose – estímulo à coagulação; destruição de glóbulos vermelhos malária, anemia hemolítica, transfusões; 
queimaduras, desidratação, rejeição a enxertos; diminuição da fibrinólise; 5 a 10% das pessoas = defeito genético predispondo formação 
de trombos. 
• CARACTERÍSTICAS DOS TROMBOS 
- LINHAS DE ZAHN: deposição alternada de plaquetas + fibrina e eritrócitos; plaquetas + fibrina (branco)/eritrócitos (vermelho); 
- FRIABILIDADE: rede de fibrina pouco coesa – tromboembolismo; 
- ADERÊNCIA: os trombos se aderem aos vasos ou câmaras cardíacas; 
- MODELAMENTO: os trombos tomam a forma dos vasos; 
- TROMBO MURAL: oclusão parcial dos vasos e das cavidades cardíacas; 
- TROMBO OCLUSIVO: oclusão de toda luz vascular. 
• TROMBOGÊNESE → trata-se do processo de formação do trombo. Quando há rompimento do vaso, há reparação; o sangue proveniente 
da vasa varorum tem como objetivo estancar o sangramento de um vaso grande. O processo ocorre segunda as etapas: lesão endotelial → 
liberação de plaquetas → agregação plaquetária → degranulação plaquetária → cascata da coagulação. 
• CONSEQUÊNCIAS 
- OBSTRUÇÃO VASCULAR: oclusão total ou parcial da luz vascular, pode ocorrer isquemia e infarto; 
- EMBOLIZAÇÃO: deslocamento de êmbolos na circulação, pode ser fatal no pulmão; 
- TROMBOEMBOLISMO: deslocamento de trombos (parte ou todo); 
- INFECÇÃO: meio de cultura; 
- TROMBOFLEBITE: inflamação vascular e dos tecidos. 
! Trombose venosa profunda → comum após cirurgias e queimaduras – estase venosa; possivelmente relacionada às dilatações varicosas 
(formação de tromboembolo). 
• POSSÍVEIS EVOLUÇÕES DOS TROMBOS 
- RESOLUÇÃO: restauração do fluxo sanguíneo após fibrinólise e desintegração; 
- ORGANIZAÇÃO: formação de tecido de granulação que reestrutura o tamanho do trombo (fibrose); 
- RECANALIZAÇÃO: reestruturação dos vasos do tecido de granulação permitindo a passagem do sangue. 
 
30. COAGULAÇÃO INTRAVASCULAR DISSEMINADA (CIVD) 
 
 Também denominada coagulopatia de consumo, trata-se de um fenômeno caracterizado por pela geração anormal excessiva de 
trombina e fibrina no sangue circulante, ocorrendo agregação plaquetária e consumo de fatores de coagulação. Um desenvolvimento lento da 
doença pode causar tromboembolismo e um desenvolvimento rápido pode causar hemorragiagrave. Possui causas variadas (queimaduras, 
septicemia por G-, doenças auto- imunes, neoplasias); pode causar insuficiência circulatória difusa (cérebro, pulmões, coração, rins); a formação 
de trombos utiliza plaquetas e proteínas da coagulação. 
! Pode evoluir para distúrbio hemorrágico grave. 
 
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31. EMBOLIA 
 
 O êmbolo pode ser definido como materiais particulados, líquidos ou gasosos, transportados pelo sangue. Pode ser: tromboembólicos; 
êmbolos de ar (gás); êmbolos de gordura; êmbolos de medula óssea; êmbolos de células tumorais; êmbolos de corpo estranho; êmbolos de 
líquido amniótico. 
• TROMBOEMBOLIAS → trombos mais comuns: venosos – originam-se nas veias (95% - veias da perna) são transportados para os pulmões; 
arteriais – originam-se no coração ou artéria de grande calibre são transportados pelo sangue arterial para os órgãos (cérebro, rins, baço 
entre outros); paradoxais – originam-se nas veias e ganham a circulação arterial por defeitos cardíacos. 
! Embolia pulmonar → depende do tamanho do trombo e extensão da embolia; tromboembolismo originário, frequentemente, das veias 
dos MMII. Artéria pulmonar principal ou ramos principais: provável morte; ramos menores: infarto pulmonar + necrose parenquimatosa; 
trombos não oclusivos: clinicamente inofensivos até evoluir para oclusão vascular. 
• ÊMBOLOS DE AR (GÁS) → introdução de ar nas grandes veias - solução de continuidade (cirurgias); descompressão rápida (mergulhadores) 
e grandes altitudes (aviadores); ocorre liberação de oxigênio, gás carbônico e nitrogênio na circulação. 
! O nitrogênio acumula-se no sangue em bolhas juntamente com plaquetas, causando CIVD. 
• ÊMBOLO DE GORDURA → presença de glóbulos de gordura na circulação; relaciona-se a fraturas extensas de ossos longos. 90% dos 
pacientes tem presença de êmbolos; somente 1 a 17% – “Síndrome do embolismo gorduroso”; oclusão da microcirculação (pulmão, 
cérebro, rins, pele, coração); taquipnéia, dispnéia, confusão, coma (“síndrome do embolismo gorduroso”); 
• ÊMBOLO DE MEDULA ÓSSEA → fragmentos de gordura + células hematopoéticas na circulação; consequência de traumatismos ósseos; 
pode ocorrer após fraturas de costelas em manobra de ressuscitação; 
• ÊMBOLO DE CÉLULAS TUMORAIS → migração de células pela parede de capilares; implantação em vasos maiores durante cirurgia; os 
êmbolos podem ser viáveis e se transformar em tumores secundários → metástase hematogênica; 
• ÊMBOLO DE CORPO ESTRANHO → entrada de corpos estranhos na circulação, durante cirurgias (fibras de tecido, fios de sutura); a partir 
do uso de drogas injetáveis (cristais de talco e amido); ou fragmentos de projétil de arma de fogo (PAF). 
• ÊMBOLO DE LÍQUIDO AMNIÓTICO → trata-se de um fenômeno raro (1:80.000 partos), potencialmente letal; pelos lanuginosos, gordura, 
mecônio, restos celulares e outros. O líquido amniótico pode ganhar acesso à circulação pelas veias uterinas. Pode ocluir ramos da artéria 
pulmonar e causar a morte; além disso, pode causar coagulação intravascular disseminada. 
 
32. INFARTO 
 
 Trata-se do efeito da interrupção do fluxo sanguíneo em qualquer órgão, causando necrose. Ocorre após tromboembolismos, 
vasoespasmos, torções e aterosclerose. O infarto arterial pode ser causado pelo bloqueio do sangue por trombos ou êmbolos (complicador – 
presença de ateroma); já o infarto venoso pode ser causado pela compressão mecânica ou torção venosa (p. ex., funículo espermático). 
• TIPOS 
- IINFARTO ANÊMICO OU BRANCO: ocorre oclusão arterial em órgãos compactos (a hemorragia é limitada pelo parênquima sólido); 
principalmente áreas com pouca circulação colateral (p. ex., rins, coração e baço); causa isquemia no órgão afetado; 
- INFARTO HEMORRÁGICO OU VERMELHO: ocorre oclusão arterial ou venosa em órgãos de dupla circulação ou com circulação colateral extensa; 
necrose com hemorragia associada (p. ex., pulmões, intestino e cérebro). 
 
33. CHOQUE 
 
 Trata-se de uma condição causada por hipoperfusão sanguínea tecidual, perdendo a capacidade de fornecer oxigênio e nutrientes. 
• CHOQUE CARDIOGÊNICO → ocorre por diminuição acentuada do débito cardíaco; causado por lesão miocárdica intrínseca (infarto agudo 
do miocárdio), arritmias ventriculares ou obstrução do fluxo sanguíneo (embolia pulmonar); 
• CHOQUE HIPOVOLÊMICO → ocorre por diminuição da volemia; causado por hemorragias internas ou externas, perda de líquidos 
(queimaduras, diarréias, vômitos, desidratação) 
• CHOQUE SÉPTICO → ocorre durante infecções bacterianas (choque endotóxico – Gram-negativo). 
 
 
 O lipopolissacarides (LPS) induz monócitos e macrófagos a liberar mediadores; fator de necrose tumoral favorece inflamação e danifica 
o endotélio; neutrófilos, macrófagos e monócitos liberam radicais livres; neutrófilos cruzam espaços entre células endoteliais; ocorre 
extenso edema intersticial. 
• CHOQUE NEUROGÊNICO → ocorre por acidente anestésico ou trauma raquimedular (perda do tônus vascular e acúmulo periférico de 
sangue); 
• CHOQUE ANAFILÁTICO → ocorre hipersensibilidade generalizada mediada por IgE (vasodilatação sistêmica e aumento da permeabilidade 
vascular). Consequências: hipotensão, hipoperfusão tecidual e anóxia celular. 
 
Enzo Amaral Avidago 
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- FASES DO CHOQUE: 
1. COMPENSADO: aumento da frequência cardíaca; constrição das arteríolas; redução da perda de líquido pela urina; 
2. DESCOMPENSADO REVERSÍVEL: hipotensão; taquipnéia e dispnéia (tentativa de compensação da anóxia); oligúria (redução da filtração); 
acidose metabólica (ac. láctico por glicólise anaeróbica nos tecidos); 
3. DESCOMPENSADO IRREVERSÍVEL: hipotensão acentuada e taquicardia; acidose, anúria, coma, hemorragias (TGI), CIVD. 
 
 
 
34. CONCEITOS GERAIS 
 
 Inflamação ou flogose é uma reação dos tecidos a um agente agressor caracterizada morfologicamente pela saída de líquidos e de 
células do sangue (plasma e leucócitos) para o interstício. Constitui um dos componentes mais importantes da execução da resposta imunitária; 
embora faça parte dos mecanismos defensivos, pode causar dano ao organismo. 
 Caracteriza por ser uma resposta inespecífica, que tende a limitar os efeitos da agressão. Agressões exógenas (físicas, químicas ou 
biológicas) ou endógenas (estresse metabólico ou imunológico) constituem o que se denominam agentes inflamatórios ou flogógenos. Os 
processos inflamatórios são dinâmicos e dependentes de variáveis (agente flogógeno, resposta do hospedeiro, etc). 
 As inflamações ocorrerão sempre que houver alteração da homeostase; tendo como propósito destruir (ou conter) o agente lesivo, 
iniciar os processos de reparo e devolver os tecidos às suas funções. 
 O processo inflamatório irá gerar sinais cardiais → RUBOR e CALOR – aumento da circulação; TUMOR – aumento local do líquido 
intersticial; DOR – substância em terminações nervosas; PERDA DA FUNÇÃO – produto do somatório de sinais. 
 
35. CLASSIFICAÇÃO DAS INFLAMAÇÕES 
 
• INFLAMAÇÃO AGUDA → ocorre poucos minutos ou dias após agressão; constituída de exsudato contendo somente muitos neutrófilos. 
Causa dilatação vascular (hiperemia), ativação da célula endotelial (aumento da permeabilidade vascular) e ativação neutrofílica (adesão 
vascular, motilidade e fagocitose). 
 Pode haver um processo asséptico e séptico. No infarto agudo do miocárdio, por exemplo, ocorre rompimento do músculo, não há 
presença de microrganismos e por esse motivo não reconhecimento por parte do neutrófilo. Caso ocorra infecção, também ocorrerá 
inflamação como uma forma de conter o microrganismo. Logo, quando há infecção há inflamação, porém nem toda inflamação é uma 
reposta a uma infecção. 
• INFLAMAÇÃO CRÔNICA → é persistente; constituída de exsudato contendo poucos neutrófilos, outras células e colágenos (indicando 
reparo). Causa ativação de células de defesa (diferentes de neutrófilos) e ativação de fibroblastos e vasos no processo de reparação (tecido 
de granulação – fibroblastos formando conjuntivo + vasos sanguíneos). Pode convergirpara outro processo inflamatório. Raramente possui 
neutrófilos. No processo crônico, o estímulo vulnerante se equilibra com o processo de reparo. 
! Se em exame houver neutrófilos e leucócitos, trata-se da transição de inflamação aguda para crônica. 
 
 
 
36. FENÔMENOS INFLAMATÓRIOS 
 
• FENÔMENOS ALTERATIVOS → ocorrem logo após o início da agressão, quase como um ato reflexo; o vaso (arteríolas e vênulas) tenta 
realizar uma vasoconstrição rápida, por segundos, mas logo depois haverá dilatação. Os capilares também se dilatam e sofrem ingurgitam 
(aumento da espessura e do calibre). Ocorre hiperemia ativa relacionada a passagem do sangue arterial para uma região que não recebia 
essa quantidade de sangue, causando rubor e calor. 
• FENÔMENOS EXSUDATIVOS → o vaso torna-se propício à saída de células do 
sistema imune; ocorre alteração na permeabilidade vascular; edema na região 
inflamada (transudato com poucas proteínas) – acúmulo de fibrina no 
interstício; presença de leucócitos (PMN – neutrófilos) e hemácias. 
 Primeiro, há saída de fluido com fibrina, sinalizador bioquímico, que 
sinaliza para onde as células inflamatórias devem ir; os neutrófilos, após sair 
do vaso, agrega-se a malha de fibrina até se apropriar dos eventos 
quimiotáticos e ir para seu destino. No geral, a alteração da permeabilidade 
vascular visa a saída de células ativas e, os neutrófilos saem por diapedese do 
vaso sanguíneo (saída de células sanguíneas, em especial leucócitos, pela 
parede dos capilares); as hemácias não fazem diapedese, o que denuncia a 
ocorrência de lesão vascular. 
Enzo Amaral Avidago 
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 A lesão vascular pode ser causada por um agente vulnerante ou pelo próprio neutrófilo; se o vaso sanguíneo não permitir a passagem 
do neutrófilo ao tecido lesado, ele próprio lesa o endotélio do vaso utilizando as suas enzimas para forçar a sua saída dos vasos, causando 
mais uma lesão. Desta forma ocorre um fenômeno exsudativo. 
 Em um processo inflamatório, temos o aumento da pressão hidrostática – uma força tendendo a saída de plasma dos vasos. A pressão 
coloidosmótica é equilibrada pela saída de proteínas. A saída é muito maior do que a entrada para os vasos; o tecido tende a inchar. 
• FENÔMENOS PRODUTIVOS → mais evidente no processo crônico, relacionado ao tecido de granulação; ocorre crescimento do tecido 
conjuntivo (proliferação celular) e vasos neoformados; deposição de colágeno e fibroblastos; migração e proliferação de monócitos e 
linfócitos (proteção da região); fase de reparo tecidual. 
 
37. PERMEABILIDADE VASCULAR 
 
- RESPOSTA IMEDIATA: começa e declina rapidamente com um pico de 10 a 15 minutos (p. ex, picada de inseto – agressão leve). 
- RESPOSTA TARDIA: começa com agressão à capilares e vênulas no momento ou após a agressão e tem declínio lento (p. ex., exposição intensa 
ao sol gera febre como sinal de inflamação – exposição ao sol altera permeabilidade vascular extravasando plasma e causando inchaço, e células 
inflamatória para o corpo todo – inflamação grave). 
! A presença de bolhas em queimaduras significa lesão vascular grave. 
- RESPOSTA IMEDIATA PERSISTENTE: começa com agressão intensa com alteração vascular grave (perda de plasma para tecido) e declínio lento 
com pico de 60 minutos (p. ex., queimadura grave). 
 
38. RECONHECIMENTO DE AGRESSÕES 
 
 As alarminas são moléculas de alarme (reconhecidas em receptores), que fazem a agressão do corpo. Essas moléculas são produzidas 
somente se houver alteração da homeostase. 
 Moléculas dos patógenos (PAMP) + moléculas de resposta dos organismos (DAMP) → alarminas. 
! PAMP = pathogen associated molecular pattern; DAMP = damage associated molecular pattern. 
! Quando se faz o exame de sangue para a proteína C reativa que é produzida pelo fígado, proteína relativa à inflamação, ela é uma molécula do 
tipo DAMP porque dá uma resposta de que tem um processo inflamatório. 
 
39. TRANSUDATO x EXSUDATO 
 
• TRANSUDATO → trata-se de um ultrafiltrado do plasma, com poucas células e baixo peso molecular. Ocorre por um aumento da pressão 
hidrostática e/ou por diminuição da pressão oncótica. 
• EXSUDATO → trata-se de um líquido contendo células, proteínas plasmáticas de alto peso molecular. Ocorre por aumento da 
permeabilidade vascular (inflamação). 
 
 
 
40. CARACTERÍSTICAS GERAIS 
 
• CAUSAS → microrganismos (bactérias, vírus, fungos, parasitas); traumatismo mecânico (corte, erosão); traumatismo químico (ácidos, 
álcalis); radiação (X e UV); temperaturas extremas (frio ou calor); isquemia e necrose; hiperfunção do sistema imune. 
• PATOGENIA → alterações do calibre vascular; alterações estruturais na microvasculatura; saída de leucócitos dos vasos e permanência dos 
mesmos nos tecidos. 
 
41. SINAIS CARDIAIS DA INFLAMAÇÃO 
 
 
 
• CALOR E RUBOR → ocorre a ação de mediadores químicos que farão a vasodilatação dos músculos das arteríolas promovendo um aumento 
na circulação oxigenada naquela região (o que confere o sangue quente). Ocorre a formação de uma hiperemia ativa patológica; provocando 
congestão do vaso (acumulo de sangue). 
 
 
Enzo Amaral Avidago 
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• TUMOR → elevação de certo local devido ao acúmulo de fluido no 
interstício. Primeiramente, ocorre vasoconstrição passageira (ação imediata 
e rápida sobre fibras nervosas vasoconstritoras) e transudação; há liberação 
de substâncias como endotelina 1 que causa lesão vascular direta e a 
vasoconstrição. Seguido de mecanismos de aumento da permeabilidade 
vascular e exsudação. 
Mecanismos de extravasamento vascular: 
- LACUNAS POR CONTRAÇÃO ENDOTELIAL (mais comum): células endoteliais 
estimuladas por mediadores alteram a sua estrutura conformacional 
deixando células inflamatórias passarem. Há dois mecanismos → resposta 
imediata, reversível e breve (15-30 minutos) gera aumento dos espaços 
intercelulares; resposta tardia, até 12 horas após agressão e pode durar dias; 
agente lento (extremo de T, radiação X e UV e toxinas bacterianas) e precisa 
de muitas células liberando citocinas. 
 Há presença de mediadores químicos, como histamina, bradicinina, 
leucotrienos, substância P. Em inflamações, células inflamatórias ou células 
da própria região liberam histamina que gera vasodilatação e contração de 
algumas células para que as inflamatórias passem entre as endoteliais. Esse 
processo de contração é estimulado também pela bradicinina. 
- LESÃO ENDOTELIAL DIRETA (corte e necrose): resposta imediata 
persistente. Após lesões diretas em vasos (queimaduras e infecções 
bacterianas lítica), estes sofrem trombose pelo material morto que fica 
dentro deles podendo acarretar uma tromboembolia. Neste caso há 
hemorragia e necrose. 
- LESÃO ENDOTELIAL MEDIADA POR LEUCÓCITOS: ocorre quando não há 
facilitação pela célula endotelial da saída das células inflamatórias fazendo 
com que os leucócitos se juntem aos vasos, liberando espécies reativos de 
oxigênio e enzimas proteolíticas para perfurar e passar pelo vaso, e por isso 
chegam desarmados no sítio inflamatório, ou seja, ocorrerá 
dificuldade/atraso na resposta inflamatória e no reparo favorecendo a 
multiplicação de microorganismos 
! Somente os primeiros neutrofilos vão chegar desarmados. 
- TRANSOCITOSE AUMENTADA: por ação do fator de crescimento endotelial 
(VEGF) → aumenta o número de canais celulares (vaso fica 
cribriforme/perfurado, cheio de poros) e passagem de líquido (transudato) 
por estes. Ocorre independente de alterações juncionais pois a célula 
sozinha cria poros e amplifica o processo facilitando a saída do transudato. 
! Esses poros não podem durar por muito tempo pois perderia todo o líquido. 
- DURANTE A ANGIOGÊNESE: quando começa a agressão, começa 
imediatamente o reparo com VEGF (fator de crescimento endotelial 
vascular) responsável pela angiogênese e formação de tecido de granulação, 
ou seja, os poros ainda presentes entre as células endoteliais serão aos 
poucos fechados para que decline o processo inflamatório. 
- REORGANIZAÇÃO DO CITOESQUELETO: formação deum poro lateral 
durante o rearranjo dos capilares e vênulas. Dura bastante tempo 
(retardada, 4 a 6 horas, ou prolongada, 24 horas) pois as citocinas 
(interleucina 1, TNF e interferon-gama) são removidas e a célula se destaca 
uma da outra. 
 
 AGENTE AÇÃO RESULTADO 
Lacunas por contração 
endotelial (resposta imediata) 
Mediadores químicos Contração de células Aumento dos espaços 
intercelulares 
Lacunas por contração 
endotelial (resposta tardia) 
Agentes lentos como radiação X, 
UV e toxinas bacterianas 
Contração de células Aumento dos espaços 
intercelulares, lesão celular 
tardia (apoptose) 
Lesão endotelial direta (resposta 
imediata persistente) 
Lesão diretas por queimaduras e 
infecções bacterianas líticas 
Destruição do vaso Perda vascular com 
possibilidade de trombose 
Lesão endotelial mediada por 
leucócitos 
Enzimas proteolíticas; espécies 
tóxicas de oxigênio 
Destruição do vaso Saída de células de defesa com 
solução de continuidade do vaso 
Transocitose aumentada VEGF (fator de crescimento 
endotelial vascular) 
Aumento do número e 
espessura dos canais 
Passagem de líquido 
atravessando as células 
Angiogênese VEGF (fator de crescimento 
endotelial vascular) 
Crescimento de células; 
aumento do espaço intercelular 
Passagem de líquido nas junções 
intercelulares 
Reorganização do citoesqueleto Citocinas (interleucina 1, TNF e 
interferon-γ) 
Reorganização com 
distanciamento celular 
Distanciamento celular 
 
• DOR → causada por pressão na área do tumor (aumento volumétrico dos tecidos pelo edema – quanto maior o volume maior será a dor) 
e substâncias químicas inflamatórias (bradicinina – vasodilatadora). 
Enzo Amaral Avidago 
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- DOR AGUDA: ocorre por causas bioquímicas e pode ocorrer pelo aumento do volume; 
- DOR CRÔNICA: não está relacionada a causas bioquímicas, somente pela persistência do aumento do volume. 
! O anti-inflamatório não bloqueia a inflamação (se bloquear cessa a inflamação mas também não há reparo) mas diminui o volume do 
tumor, diminuindo assim a pressão, e por fim diminui a dor. 
 
42. PARTICIPAÇÃO CELULAR 
 
 Eventos causados pela presença de células no local da inflamação: 
• ALTERAÇÃO NA DISPOSIÇÃO CELULAR E PLASMÁTICA 
INTRAVASCULAR → aumento da permeabilidade vascular (ação da 
histamina); aumento da adesividade plaquetária (devido à 
desaceleração da velocidade do sangue, a plaqueta agrega-se a 
parede do vaso com facilidade) e aumento da hemoconcentração 
(sangue fica grosso devido à saída de líquido/plasma). 
• MARGINAÇÃO → é a diminuição progressiva da velocidade do 
sangue intravascular e aproximação dos leucócitos, na parede 
vascular. 
• ROLAGEM → o contato provisório dos leucócitos com os vasos faz 
células começarem a “rolagem molecular” até pararem devido a 
perda de velocidade molecular (tipo um “freio” molecular). 
• PAVIMENTAÇÃO (ADESÃO) → após parar a rolagem é feita uma 
ligação firme que promove um revestimento do endotélio por 
leucócitos. 
! A passagem de célula inflamatória é ativa (gasto ATP), tem reconhecimento molécula e é feita de forma condicionada. 
• DIAPEDESE → ocorre inserção dos pseudópodos nas junções intercelulares endoteliais. É necessária porosidade para que a célula se 
desloque sem lesar o vaso; para que isso ocorra, deve haver a diminuição do volume celular, possibilitando a passagem para o interstício. 
• MOVIMENTAÇÃO POR QUIMIOTAXIA → após ultrapassar os vasos, os leucócitos se deslocam para os sítios quimicamente sinalizados e os 
pseudópodos ajudam a puxá-las para essas regiões. É neste momento que se tem o exsudato. 
! Antes de sair do vaso as células já sabem que há inflamção mas só saberão o local exato após saírem dele. 
• RESOLUÇÃO DA INFLAMAÇÃO E REESTABELECIMENTO DO FLUXO SANGUÍNEO → ocorre reconhecimento do antígeno, fagocitose, morte 
ou digestão do mesmo. 
 
 
 
43. ADESINAS 
 
 São receptores de adesão intercelular necessários a ligação da célula inflamatória à célula endotelial. Divididas em 3 famílias: selectinas, 
imunoglobulinas e integrinas. 
• SELECTINAS → proteínas específicas que se ligam a carboidratos do tipo selectina dependente específicos. 
- E-SELECTINA: pertence ao endotélio e é estimulada por IL-1 e TNF. São responsáveis pela síntese e expressão molecular na superfície 
endotelial para a aderência de células por ligação mais fraca. Acontece quando uma célula inflamatória (PMN, linfócitos e monócitos) 
começa a fazer a rolagem no endotélio e expressa seu carboidrato, ao tocar o endotélio estimula a E-selectina (por citoinas) que, por sua 
vez, começa as expressões por parte do endotélio. 
- P-SELECTINA: presente no endotélio e plaquetas. É um pentâmero que possui corpúsculos de Weibel-Palade já pré-formados que se 
reorganizam após estimulo inflamatório (histamina, trombina, fator ativador de plaquetas, etc) tornando o endotélio preparado para ser 
acoplado pelas células inflamatórias. Caso o endotélio não esteja preparado, as células o tangenciarão. 
- L-SELECTINA: presente nos leucócitos. 
• IMUNOGLOBULINA → são verificáveis por meio de imunohistoquímica; ICAMS (inter-cellular adhesion molecules – CD54) e VCAMS (vascular 
cellular adhesion molecules – CD106), são estimuladas por IL-1 e TNF que estão em baixa taxa no endotélio normal. Já são pré-fabricadas e 
são expressas na superfície do endotélio para possibilitar o acoplamento das células inflamatórias, quando necessário. 
Enzo Amaral Avidago 
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• INTEGRINAS → são glicoproteínas transmembranas dos leucócitos que funcionam como receptores para componentes da matriz 
extracelular (fibrina – transudato) e reagem com as moléculas de adesão do endotélio fazendo com que as células se desloquem como um 
“trilho”. São ativadas por mediadores inflamatórios como a histamina que ativa LFA-1 (lymphocyte function-associated antigen 1); também 
há MAC-1 (macrophage-1 antigen). 
! LFA-1 e MAC-1 tem 2 cadeias de ligação: alfa e beta. 
MECANISMO: célula inflamatória com integrinas inativas é estimulada por mediadores químicos, que ativa as integrinas e fazem a ligação 
dessas com imunoglobulinas do endotélio (expressas após o contato com mediadores químicos). Se essa ligação for fraca (integrina não 
está esticada, ou seja, esta enrolada) a célula continua rodando. 
 
44. ADERÊNCIA E TRANSMIGRAÇÃO 
 
• HISTÓRIA NATURAL 
1. ATIVAÇÃO ENDOTELIAL: o endotélio é ativado por mediadores químicos. 
2. ROLAGEM: aderência inicial frouxa/fraca; a célula endotelial expressa a E-selectina e as P-selectinas que se ligam à carboidratos 
específicos da célula inflamatória fazendo com que a célula seja “freada”, porém ainda não para pois precisa de ligação forte para tal. 
3. PAVIMENTAÇÃO: aderência firme e ativação dos leucócitos e integrinas; ocorre pela ligação de um carboidrato da célula endotelial à 
L-selectina de um leucócito e ativação de integrinas presentes nas células inflamatórias. Para que a frenagem ocorra de fato, é 
necessário a ligação LFA-1 (integrina) + ICAM-1 (imunoglobulina). 
4. TRANSMIGRAÇÃO/DIAPEDESE: mediada por ICAM-1/integrinas e PECAM-1 (são moléculas presentes em ambas células endotelial e 
inflamatória); a última só se expressa caso haja a formação da ligação forte. Junto com o acoplamento haverá diapedese que ocorre 
com rompimento da membrana basal pelas células inflamatórias e gasto energético devido ao reparo desta. 
! Gasto de energia no processo da inflamação → produção de células (medula óssea produz mais células do que o normal); produção 
de enzimas pelas células inflamatórias; as células gastam cálcio para ter movimento, gastam ATP; romper a colagenase; locomoção 
pelo tecido conjuntivo. Por esses motivos há liberação da enzima lipase lipoproteica, que utiliza a reserva dos adipócitos para queima 
e produção de energia. 
 
• DOENÇAS RELACIONADAS À ADERÊNCIA DE LEUCÓCITOS 
- DEFICIÊNCIA DA ADERÊNCIA LEUCOCITÁRIA DO TIPO I: distúrbio genético em que há alteração na cadeia beta da integrina (CD 18) o que 
impede sua ligação com a ICAM-1 do endotélio,e sendo assim, a células inflamatória não será frenada e não ocorrera diapedese. 
- DEFICIÊNCIA DA ADERÊNCIA LEUCOCITÁRIA DO TIPO II: ausência de Sialil-Lewis X (ponte entre carboidrato da célula inflamatória e E-
selectina) por defeito metabólico impedirá a ligação deste a E-selectina do endotélio, ou seja, não haverá rolamento, frenagem e nem 
diapedese. 
 
45. CÉLULAS DA INFLAMAÇÃO 
 
• NEUTRÓFILOS → faz parte da primeira onda migratória (são 60 a 70% do total de leucócitos). Possuem origem na medula óssea, saem desta 
maduras após 6 dias e se locomovem no interstício através de estruturas pré-formadas de (no vaso sanguíneo há fibrinogênio e no 
transudato se polimeriza virando fibrina). São quimiotáticos à → produtos bacterianos, componentes do complemento (C5a), produtos da 
lipoxigenação do ácido aracdônico (leucotrieno B4). Tem meia-vida de dias na medula e +/- 7h na circulação antes de sair do vaso, e se não 
forem requisitadas são destruídas e substituídas. 
 Pode causar sérios danos teciduais quando se rompe e libera grânulos enzimáticos, pois estes danos estimulam a inflamação e a 
infiltração leucocitária; no interstício vive 2 dias devendo haver nova onda células após este tempo que pode ou não ter neutrófilos (se 
continuar neutrófilo – agudo; se mudar – crônico). 
 Grânulos dos PMNs (lisossomas) → grânulos primários (azurófilo): são os mais importantes e mais destrutivos, são liberados dentro 
dos fagossomas e contém mieloperoxidases (são enzimas presentes nos grânulos responsáveis por degradar matriz extracelular); grânulos 
secundários: possuem lisozima, colagenase e gelatinase; grânulos terciários: possuem gelatinase e catepsina. 
 Os grânulos degradam bactérias e restos celulares; degradam componentes extracelulares; podem amplificar a infiltração leucocitária 
por aumento da quimiotaxia (intensificando a lesão tecidual); antiproteases no soro e tecidos regulam efeitos extracelulares (1-antitripsina). 
Essas enzimas presentes nos grânulos causam danos a tudo, inclusive matam aos próprios neutrófilos. Estes grânulos são liberados 
progressivamente à medida que vão acabando, ou seja, primários → secundários → terciários. 
! Os neutrófilos fagocitam o antígeno, forma fagossomo e por fim o fagolisossomo (fagossomo + lisossomo contendo enzimas). 
• EOSINÓFILOS (4% do total de leucócitos) → são semelhantes aos neutrófilos. Tem origem e maturação na medula óssea estimulados pela 
IL-5. Meia-vida na circulação de 6-12 horas antes de chegar ao interstício onde vivem por até semanas (utilizadas no combate enzimático 
persistente). 
 Nas doenças parasitárias, o eosinófilo tenta matar o parasita mas não consegue e quanto mais este se multiplica mais eosinófilos terão 
na região liberando enzimas desencadeando um quadro de eosinofilia. 
 Os grânulos possuem mais peroxidase que os neutrófilos (maior poder “combativo”) e são muito mais envolvidos com combate 
crônico, sendo chamados quando os neutrófilos são ineficazes contra algum agente. 
 Tem receptores de membrana para IgE e complemento (hipersensibilidade tipo I). São ativados por: IL-2, PAF, TNF e fatores derivados 
de macrófagos, linfócito T, endotélio e parasitas. 
 FUNÇÕES: se relacionam com a destruição de imunocomplexos (reconhecem complexos antígeno-anticorpo); podem bloquear funções 
da histamina; podem bloquear leucotrienos liberados para os mastócitos; participam do processo de reparo tecidual e modulação de 
reações alérgicas. 
• BASÓFILOS e MASTÓCITOS → tem o mesmo precursor na medula óssea. Não são parte do exsudato inflamatório; são células 
cesseis/paradas. 
 Os basófilos são circulantes e os mastócitos amadurecem no interstício. São guardiões dos “poros”, liberam mediadores inflamatórios 
como a histamina e serotonina (aminas vasoativas – aumento dos leitos vasculares e edemas), tem relação com hipersensibilidade (tem 
receptores de IgE e são ativados por este anticorpo). 
Enzo Amaral Avidago 
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 Os mastócitos liberam histamina e serotonina que agem por dentro e por fora do vaso causando vasodilatação que é seguida pela 
abertura vascular formando os poros que darão passagem as células. 
! Dentro do vaso as plaquetas liberam histamina, enquanto fora, os mastócitos o fazem. 
• LINFÓCITOS e PLASMÓCITOS (20-25% dos leucócitos) → possuem origem na medula óssea, reprodução nos órgãos do sistema linfóide. 
Fazem a resposta celular; produzem linfocinas (LT) e imunoglobulinas (LBmemória, plasmócitos). 
Tipos → linfócito T (auxiliar e supressor/citotóxico); linfócito B (produção de imunoglobulinas); linfócito NK (citotóxicos independentes). 
• MACRÓFAGOS → possuem origem na medula óssea pelos monobastos. No sangue é o monócito (vive muito) e no tecido é o histiócito 
(célula de Kupfer, cél APC de Langehans, etc). Uns macrófagos maduros podem se unir formando uma célula gigante; podem se reproduzir 
nos tecidos. Estão presentes na inflamação aguda secretando lisozima (é uma enzima interessante para a quebra de boa parte das 
bactérias), fator ativador de plasminogênio, fatores de complemento (C2, C3, C4, C5), fatores de proliferação (fibroblastos/vasos – estimula 
o tecido de granulação) e interferons; e na Inflamação crônica (formam as células gigantes). 
 FUNÇÕES: fagocitose (receptor para Fc das imunoglobulinas, receptores para frações do complemento e tem lisossomas com enzimas 
hidrolíticas); produção de citocinas; apresentação de antígenos. 
 Quando ativados por linfocinas aumentam o número de lisossomas (maior poder destrutivo) o que ocorre também se apresentarem 
imunoglobulinas aderidas à membrana. 
• PLAQUETAS → fragmentos de células originadas na medula óssea. Tem grânulos com substâncias vasoativas como serotonina e histamina, 
e outras fibrinogênio, fator de crescimento derivado de plaquetas, etc. 
 
46. QUIMIOTAXIA 
 
 Representam a movimentação de células inflamatórias para os locais de agressão, a partir de mediadores químicos. 
! Quimiocinese → movimento sem direção feito pelas células inflamatórias antes de serem estimuladas por mediadores quimiotáticos. 
 Por exemplo, o neutrófilo sai do vaso → se liga à fibrina → faz quimiocinese → é estimulada por agentes quimiotáticos (exógenos – 
produtos bacterianos; endógenos – componentes do complemento, como a C5a; produtos da lipoxigenase e citocinas) que fazem sinalização 
química → faz quimiotaxia. 
 Ocorre ligação entre agentes quimiotáticos e receptores de membrana, promove a liberação de cálcio da reserva intracelular e o influxo 
de cálcio extracelular. A alta taxa de cálcio facilita a organização filamentar de actina e miosina fazendo com que a célula se movimente como 
um grande musculo através de pseudopódos. 
 O movimento celular ocorre por pseudopódos que são a montagem e desmontagem dos filamentos contrateis (actina e miosina) com 
gasto de energia, sendo controlados por íons Ca e proteínas (calmodulina, etc), por isso um paciente com processo inflamatório grande tende a 
emagrecer. 
! Tanto a fagocitose quanto o deslocamento celular são realizados pelo mesmo movimento de pseudopódos → a célula movimenta jogando o 
pseudopódo, que a puxa; na fagocitose o pseudopódo se fecha ao redor do antígeno. 
 
47. FAGOCITOSE 
 
 O processo é realizado por fagócitos (PMN e macrófagos) que fazem reconhecimento de estruturas opsonizadas (opsoninas – IgG e 
C3b) que, por sua vez, facilitam a fagocitose. 
 MECANISMO: reconhecimento (reconhece a imunoglobulina e o C3b na membrana da bactéria e se liga a ela por ligação firme) → 
fixação → engolfamento (formação do fagolisossoma) → destruição do material englobado. 
 
• MECANISMOS DE DEGENERAÇÃO DA FAGOCITOSE 
- MECANISMOS DEPENDENTES DE OXIGÊNIO: 
Etapa 01: migração do complexo enzimático NADPH oxidase do citosol e da membrana plasmática até o fagossoma depende de oxigênio 
→ forma H2O2 (bactericida fraco responsável pela limpeza externa e eventual de um machucado superficial); o peroxido de hidrogênio 
formado nesta etapa ajudara na formação do bactericida forte. 
Etapa 02: mieloperoxidase

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