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Introdução à Farmacologia

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Enzo Amaral Avidago 
0 
 
ENZO AMARAL AVIDAGO - 4º PERÍODO / 2020.1 
PROF. DANIELLE CRISTINA ZIMMERMANN FRANCO 
 
 
 
Enzo Amaral Avidago 
1 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Trata-se do estudo de substâncias que interagem com sistemas vivos por meio de processos químicos, especialmente por ligação a 
moléculas reguladoras e ativação ou inibição de processos corporais normais. Conceitualmente, estuda-se os princípios subjacentes à 
interação de drogas com organismos vivos, e as propriedades dos medicamentos e seus efeitos nos seres vivos. 
Um dos princípios básicos da farmacologia afirma que as moléculas dos fármacos precisam exercer alguma influência química 
(ligação) sobre um ou mais constituintes de um tipo específico de células para produzir uma resposta farmacológica. Logo, para que os efeitos 
farmacológicos ocorram, é preciso haver uma distribuição não uniforme das moléculas do fármaco dentro do organismo ou do tecido. 
 
2. DIFERENÇA 
 
• FÁRMACO e PRINCÍPIO ATIVO → pode ser definido como qualquer substância que altera a função biológica por meio de suas ações 
químicas. A molécula do fármaco interage como um agonista (ativador) ou antagonista (inibidor) com uma molécula especifica no sistema 
biológico que desempenha um papel regulador. Essa molécula-alvo é chamada de receptor. 
Para interagir como o receptor o fármaco deve ter o tamanho, a carga elétrica, o formato e a composição atômica apropriada. Como 
alguns fármacos são administrados distante do seu sítio de ação, deve possuir propriedades necessárias para ser transportado. Além 
disso, precisa ser inativado ou excretado do corpo em uma velocidade razoável, de modo que tenha duração apropriada. 
• MEDICAMENTO → trata-se do produto farmacêutico final; possui finalidade profilática, curativa ou paliativa ou para fins de diagnóstico. 
O medicamento pode ser encontrado em várias formas (p. ex., comprimido, gota, solução, suspensão, pomada). É formada pela 
associação de diversos adjuvantes farmacotécnicos e o(s) princípio(s) ativo(s). 
• REMÉDIO → qualquer substância ou recurso, não necessariamente conhecidos quimicamente, utilizado para obter cura ou alívio. 
• DROGA → toda substância natural e sintética que ao ser introduzida no organismo modifica suas funções com exceção dos alimentos. 
Uma droga com efeito farmacológico é chamada de princípio ativo. 
 
3. OUTROS CONCEITOS 
 
• FORMA FARMACÊUTICA → trata-se da maneira como os medicamentos são apresentados (p. ex., comprimido, gota, solução injetável, 
pomada, spray, colírio, supositório, inalatório); 
• DOSAGEM → inclui a dose, frequência de administração e duração do tratamento; 
• POSOLOGIA → trata-se do estudo da dosagem com fins terapêuticos; 
• INTERAÇÃO → alteração do efeito de um medicamento quando na presença de outra substância (outro medicamento ou alimento); essas 
interações podem ser para aumentar ou diminuir o efeito de determinado fármaco; a maioria das interações, algumas com risco de óbito, 
são ao acaso; 
• REAÇÕES ADVERSAS → qualquer efeito prejudicial não-intencional que surge após a administração de um medicamento em doses 
normais; não estão relacionados com o efeito principal do fármaco; 
• EFEITOS COLATERAIS → é o tipo de reação adversa, porém inerente à ação do medicamento, produzindo uma resposta secundária e 
indesejável, porém previsível (p. ex., sonolência por benzodiazepínicos); 
• EFEITO SECUNDÁRIO → aparece devido às ações não-farmacológicas dos medicamentos (p. ex., deposição de tetraciclina no esmalte do 
dente). 
• EFEITO TÓXICO → efeito farmacológico maléfico causado por uma substância; está relacionado à dosagem desse fármaco (p. ex., 
intoxicação por superdosagem de benzodiazepínicos); 
• IATROGENIA → quando um medicamento é administrado a um indivíduo e produz lesão ou doença de forma não intencional (p. ex., 
hepatite medicamentosa); 
• IDOSSINCRASIA → reações particulares ou especiais de um organismo à droga. São nocivas, às vezes fatais e relacionadas a fatores 
individuais. 
 
4. SUBDIVISÕES DA FARMACOLOGIA 
 
a) FARMACOCINÉTICA: estudo do movimento do 
fármaco desde a hora que ele entra no 
organismo até a hora que ele sai. Os processos 
farmacocinéticos envolvem: 
1 - Liberação → essa etapa está presente em 
medicamentos com comprimidos, onde o 
fármaco precisa ser liberado para 
posteriormente ser absorvido. fármacos em 
gotas, por exemplos se iniciam na absorção; 
2 - Absorção → o fármaco é absorvido no 
organismo em determinada área do intestino. 
Aos medicamentos sublinguais não atribui a 
etapa da absorção; 
3 - Distribuição → nessa etapa, o medicamento 
atinge a corrente sanguínea e ‘caminha’ até o 
alvo para desempenhar seu efeito. Injetais 
iniciam dessa etapa; 
Enzo Amaral Avidago 
2 
 
 
4 - Metabolização (ou Biotransformação) → alguns autores não aceitam o termo metabolização, pois afirmam que esse processo é 
restrito aos acontecimentos naturais do organismo, não se aplicando aos xenobióticos; 
5 - Excreção → a maioria dos fármacos são eliminados por vias renais, porém alguns são eliminados por via retal. 
b) FARMACODINÂMICA: estudo da interação do fármaco com o alvo para produzir determinado efeito; relacionado às reações moleculares. 
c) FARMACOTERAPÊUTICA: estudo da finalidade do uso do fármaco (profilática, curativa ou paliativa ou para fins de diagnóstico). O modo, a 
dosagem, a periodicidade e outras variações de um fármaco determina a interação deste com determinadas manifestações patológicas; 
permitindo que o fármaco possa ser usado para diferentes enfermidades. 
 
 
 
5. IMPORTÂNCIA NA VARIABILIDADE NAS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 
 
- Adequação ao estado do paciente; 
- Maior rapidez de algumas vias na produção de efeitos farmacológicos; 
- Possibilidade de administrar substâncias que são degradadas no TGI; 
- Limitação do efeito a uma área restrita (p.ex., corticoides de uso tópico). 
 
 
 
6. VIAS ENTERAIS 
 
• VIA ORAL → o medicamento inicia seu caminho a partir da deglutição, passa 
pelo estômago e chega ao intestino, onde será absorvido. A maioria dos 
medicamentos possuem caráter básico, logo não são absorvidos no estômago 
(extremamente ácido), ocorre em sua maioria em pH alcalino. No intestino, 
ocorre absorção do fármaco que é direcionado ao sistema porta-hepático, 
onde ocorrerá o metabolismo de primeira passagem gerando → menor 
porcentagem do fármaco e metabólitos inativos; ou menor porcentagem do 
fármaco e metabólitos ativos; ou o fármaco antes inativo, sai ativo (pró-
fármaco ou fármaco latente). Um fármaco de via oral precisa ser ingerido em 
maior quantidade porque grande parte do fármaco é perdida no metabolismo 
de primeira passagem, desta forma a biodisponibilidade destes é baixa. 
! Biodisponibilidade é a quantidade de medicamento presente na corrente 
sanguínea. 
Após sair do fígado, o fármaco pode integrar a bile, onde será liberado no 
intestino e poderá ser excretado ou voltar a ser absorvido e reencaminhado 
ao fígado. Outros fármacos integrarão a corrente sanguínea, alcançando a 
grande circulação e chegará ao alvo. Quando já desempenhou seu efeito o 
fármaco retornará ao fígado onde sofrerá o metabolismo principal e será 
excretado. Há maior sobrecarga do fígado, pois esses fármacos passam duas 
vezes pelo órgão. 
- VANTAGENS: método não invasivo; praticidade; auto-administração; 
facilidade... 
Enzo Amaral Avidago 
3 
 
- DESVANTAGENS: dificuldade de deglutição; baixa absorção no estômago aumenta o tempo de latência dos fármacos; pH’s extremos 
podem inativar algumas moléculas; metabolismo de primeira passagem... 
! O efeito dos fármacos de via oral é mais demorado, pois precisa passar por um processo que antecede a chegada do fármaco na grande 
circulação. 
• VIA RETAL → utilizadas para usos esporádicos, normalmente quando há comprometimento do trato gastrointestinal superior. A absorção 
é irregular, podendo haver perda de 50% do fármaco no caminho até o fígado. Pode ser utilizado tanto para tratamentos locais quanto 
para tratamentossistêmicos. Recomendado em caso de vômitos frequentes, crises convulsivas, cirurgias no trato gastrointestinal, 
desidratação que impeça o usa da via intravenosa. 
 
7. VIA MUCOSA ORAL (SUBLINGUAL OU ENTERAL TRANSMUCOSA) 
 
 Não se tem o consenso sobre onde se encaixa a via mucosa oral → alguns autores afirmam que pertence as vias enterais pois está 
relacionada a uma das estruturas do trato gastrointestinal; já outros autores afirmam que por caírem diretamente na corrente sanguínea se 
encaixa melhor nas vias parenterais. 
 Nesta via, o medicamento é absorvido com rapidez e entrará em contato diretamente com a circulação sanguínea, não havendo 
metabolismo de primeira passagem. 
 
8. VIAS PARENTERAIS 
 
- VANTAGENS: maior rapidez no início dos efeitos; correlação entre drogas administradas e o que fará o efeito; 100% biodisponível; útil em 
casos de coma, vômito e diarreia. 
- DESVANTAGENS: invasivo; risco de intoxicação; necessita de maiores conhecimento técnico e cuidados; concentração x tonicidade. 
 
• VIA ENDOVENOSA OU INTRAVENOSA → inicia seu processo a partir do leito vascular, não há absorção e seu efeito é imediato. Utilizada 
para administração de grandes volumes. Alguns cuidados devem ser tomados → risco de embolia (substância gasosas ou oleosas); 
sobrecarga de volume; cuidado com a velocidade e isotonia das soluções. 
• VIA INTRAMUSCULAR → inicia seu processo a partir na injeção do fármaco no musculo, altamente irrigado, o que favorece uma absorção 
rápida. Alguns cuidados devem ser tomados → líquidos anisotônicos e irritantes devem ser evitados; aplicação com risco de lesar nervos e 
atingir vasos; procedimento invasivo. 
• VIA SUBCUTÂNEA → é aplicada em áreas distensíveis (tecido adiposo), em maiores volumes, com menores risco de complicações. Útil 
para medicamentos que têm de ser absorvidos lentamente. 
• VIA INTRADÉRMICA → trata-se de uma via limitada, utilizadas para vacinas e teste imunológicos, normalmente aplicações com pequenos 
volumes. 
• VIA DAS CAVIDADE SEROSAS → tem como sua principal a via intraperitoneal (I.P), altamente vascularizada. Trata-se de uma via pouco 
utilizada (útil em experimentos com animal); 
• VIAS RESPIRATÓRIAS 
- MUCOSA NASAL: é realizada a instilação de medicamentos para efeito local; 
- MUCOSA BRONQUIAL E ALVEOLAR: é realizada a inalação de medicamentos, podendo ter efeitos locais ou sistêmicos; no pulmão 
funciona como via de administração e eliminação. 
 
9. OUTRAS VIAS 
 
• PELES OU SUPERFÍCIES EPITELIAIS → a aplicação é realizada na pele integra, para tratamentos tópicos ou ações sistêmicas; 
• VIAS INTRA-UTERINA → utilizada para tratamento de infecções do trato genito-urinário e inseminação artificial; 
• VIA INTRA-OCULAR OU CONJUTIVAL → utilizada para tratamento de conjuntivite ou glaucoma. 
• VIA EPIDURAL (PERIDURAL) → essa via possui bom alcance do Sistema Nervoso Central, com difusão para os gânglios, bloqueando-os 
(não há perfuração da dura-máter). Mais frequentemente usada para anestésicos locais em baixas concentrações e analgésicos da classe 
dos opioides. Podendo a administração ser única, repetida em partes (bolus), infundida continuamente, administrada de forma 
controlada pelo paciente. 
• VIA INTRATECAL, SUBARACNÓIDEA OU RAQUIDIANA → aplicação é feita diretamente no canal raquidiano, evitando a barreira 
hematoencefálica. Há perfuração da dura-máter, podendo ocorrer cefaleia por perda de líquor (hidratação e cafeína podem ajudar). 
Geralmente consiste na aplicação de um anestésico local diretamente no interior do canal subaracnóideo, atingindo o líquor, levando 
ao bloqueio nervoso reversível, resultando em perda da atividade autonômica, sensitiva e motora na parte inferior do corpo. 
 
10. PRESCRIÇÃO MÉDICA 
 
Uma prescrição médica deve ser completa, legível, datada e assinada. Além disso, deve conter instruções, sobre a forma de 
administração do medicamento, a dosagem e a frequência que deve ser utilizado. 
 
- EQUIVALENTES TERAPEUTICOS: tratam a mesma patologia. 
- EQUIVALENTES FARMACÊUTICOS: mesmo fármaco, mesma quantidade, mesma forma farmacêutica; os excipientes (substâncias que 
existem nos medicamentos e que completam a massa ou volume especificado) podem ser iguais ou não; precisam ter a mesma 
biodisponibilidade. 
- INTERCAMBIÁVEL: tem que ser as duas coisas. 
 
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4 
 
 
 
! Fármacos de referência podem ser intercambiáveis tanto com genéricos quanto com similares. 
 
11. ÍNDICE TERAPÊUTICO (IT) 
 
Trata-se da faixa de concentração entre a menor e a maior dose que leva ao sucesso terapêutico. Concentração abaixo gera 
ineficácia e concentrações acima gera efeito tóxico. 
! Quanto maior o índice terapêutico, maior a segurança do medicamento. 
- Ineficácia - medicamento é adequado, mas não fica disponível o suficiente no sítio de ação; 
- Inadequado - medicamento impróprio; 
- Tóxico - medicamento adequado usado em altas doses, provocando um efeito toxico. Alguns medicamentos mesmo administrados de forma 
correta (dose e fármaco) podem causar feito tóxico → interação medicamentosa; deficiências hepáticas e renais. 
 
 
 
12. INTRODUÇÃO 
 
Estuda o percurso que a medicação realiza no corpo humano, ou no organismo que está sendo medicado, e também toda a ação que 
a droga administrada sofre ao ser absorvida, transformada ou biotransformada até o seu processo de eliminação corpórea. Através de analises 
quantitativa (descrição matemática) da concentração da droga absorção, distribuição, biotransformação ou metabolismo e excreção ou 
eliminação; relacionando estes processos com intensidade e duração dos efeitos observados, para se ter entendimento sobre os efeitos 
tóxicos e terapêuticos. “Na prática terapêutica, para que uma droga produza seu(s) efeito(s) característico(s), é preciso que ela alcance 
concentrações eficazes em seu local de ação”. 
! LADME → Liberação, Absorção, Distribuição, Metabolismo e Excreção. 
 
13. LIBERAÇÃO 
 
Etapa responsável pela disponibilização do fármaco para o organismo absorvê-lo. Intimamente relacionada com a forma 
farmacêutica (comprimidos, cápsulas, líquidos, etc), não ocorre em uso tópico e parenteral. É preciso que haja a dissolução do fármaco na via 
de administração utilizada para que ocorra a absorção; quanto maior a dissolução, mais rápida será a absorção. Nem todos os autores 
consideram como processo farmacocinético. 
 
14. ABSORÇÃO 
 
Definida como a passagem de um fármaco de seu local de administração para o plasma. Portanto, ela é importante para todas as vias 
de administração, exceto a intravenosa, em que ela está completa por definição. Trata-se da etapa onde o medicamento atravessa barreiras 
até atingir a circulação sanguínea; onde o fármaco se deslocará do local de absorção em direção ao local de ação. Fatores que interferem → 
aspectos físico-químicos da substância, formulação farmacêutica e processos fisiológicos do paciente. 
Propriedades que interferem na capacidade das substâncias atravessaram membranas biológicas → tamanho; lipossolubilidade e 
estado de ionização. 
! Fatores que interferem na absorção → hidrólise do fármaco no estômago; pH do estômago; grau de motilidade do TGI; interação com outros 
fármacos; condições fisiopatológicas do paciente; fatores da formulação e farmacotécnicos; solubilidade; transporte através da membrana. 
 
Enzo Amaral Avidago 
5 
 
a) DIFUSÃO SIMPLES: passagem direta das moléculas grandes e pequenas lipossolúveis (apolar) através da bicamada lipídica. Esses fármacos 
passam dissolvidos livremente na camada lipídica da membrana. 
b) COMBINAÇÃO COM MOLÉCULA TRANSPORTADORA: moléculas pequenas e hidrossolúveis (polar) combinam-se com um transportador de 
soluto ou outro transportador de membrana. Muitos fármacos são ácidos ou bases fortes, existindo tanto na forma não ionizada quanto 
na ionizada; a razão entre as duas formas varia com o pH do meio. Apresenta solubilidade lipídica muito baixa, sendo incapaz de difundir-
se através de membranas, exceto onde existaum mecanismo específico de transporte. A lipossolubilidade de uma espécie sem carga 
depende da natureza química do fármaco; para muitos a espécie sem carga é suficientemente lipossolúvel, mas existe exceções. 
c) DIFUSÃO ATRAVÉS DE POROS: passagem de moléculas grandes e hidrossolúveis (polares) através de poros aquosos formados por 
proteínas especiais (aquaporinas) que atravessam os lipídeos; 
d) PINOCITOSE: passagem de moléculas pequenas e hidrossolúveis (polar) por pinocitose. 
 
• METABOLISMO DE PRIMERIA PASSAGEM → todo fármaco que passa pela etapa de absorção têm uma porção significativa removida pelo 
fígado. Esse fenômeno reduz da biodisponibilidade dos fármacos administrados por via oral; não acontecendo em outras vias. Desta 
forma, para alcançar o efeito esperado é necessária uma dose muito maior do fármaco. Há variações individuais no metabolismo de 
primeira passagem resultando numa situação imprevisível quando essas substâncias são administradas por via oral. 
• IINTEFERÊNCIA DOS ALIMENTOS NA ABSORÇÃO → a administração de medicamentos com as refeições, segundo aqueles que a 
recomendam, se faz por três razões → aumento da absorção; redução de efeito irritante na mucosa do TGI; auxiliar no 
cumprimento/adesão ao tratamento, associando com as refeições. Alguns alimentos podem interferir na ação dos medicamentos. Porém, 
certos medicamentos também podem prejudicar o status nutricional do paciente. 
 
15. DISTRIBUIÇÃO 
 
 Quando o fármaco alcança a circulação sistêmica, ele precisa chegar ao seu alvo, precisando sofrer um processo de distribuição pelos 
compartimentos do corpo. Esse evento depende → absorção; tipo de tecido alvo; taxa de irrigação sanguínea; compartimentos envolvidos; 
presença de barreiras e grau de ionização. 
• RESERVATÓRIO (COMPARTIMENTOS LÍQUIDOS DO ORGANISMO) → o líquido extracelular compreende o plasma (em torno de 4,5% do 
peso corporal), líquido intersticial e linfa. O líquido intracelular é a 
soma do conteúdo líquido de todas as células do corpo. O líquido 
transcelular inclui os líquidos cefalorraquidiano, intraocular, 
peritoneal, pleural e sinovial e as secreções digestivas. Dentro de 
cada um desses compartimentos aquosos, as moléculas de 
fármacos estão presentes tanto livres em solução quanto na forma 
ligada; além disso, os fármacos que são ácidos ou bases fracas 
existem como uma mistura em equilíbrio das formas com carga e 
sem carga, e a posição do equilíbrio depende do pH. 
O padrão do equilíbrio de distribuição entre os diversos 
compartimentos depende, portanto, da → permeabilidade através 
das barreiras teciduais; ligação dentro dos compartimentos; 
partição pelo pH; partição óleo/água. 
! A partição pelo pH significa que os ácidos fracos tendem a 
acumular-se em compartimentos com pH relativamente alto, 
enquanto as bases fracas fazem o oposto. 
Nos reservatórios (p. ex., proteínas plasmáticas, tecido 
adiposo, hepatócitos), o fármaco não produz efeito farmacológico, 
porém também é dificilmente excretado na urina, em pessoas 
normais (pequena taxa de excreção). 
• LIGAÇÃO ÀS PROTEÍNAS PLASMÁTICAS → em concentrações terapêuticas no plasma, muitos fármacos encontram-se principalmente na 
forma ligada; a fração livre em solução aquosa é consideravelmente pequena, sendo essa a forma farmacologicamente ativa. O fármaco é 
distribuído equivalentemente livre nos tecidos ou associados à proteína, caso não possua uma elevada afinidade a lipídeos ou água. A 
albumina liga muitos fármacos ácidos (p. ex., varfarina, anti-inflamatório) e um pequeno número de fármacos básicos; é a proteína 
plasmática mais importante no que se refere à ligação de fármacos. Outras proteínas plasmáticas também desempenham esse papel, 
como β-globulina e glicoproteína ácida (proteína de fase aguda). 
A quantidade de ligação de um fármaco a proteínas depende de três fatores → a concentração de fármaco livre; sua afinidade pelos 
locais de ligação; a concentração de proteínas. 
! Alta ligação às proteínas – baixa eliminação – maior duração do efeito. 
! Baixa ligação às proteínas – alta eliminação – menor duração. 
• VOLUME DE DISTRIBUIÇÃO (VD) → volume em que deveria se dissolver toda a droga contida no organismo para alcançar a mesma 
concentração no plasma. Por exemplo, drogas que se ligam fortemente a proteínas plasmáticas têm VD pequeno. Drogas que se 
acumulam fora do compartimento plasmático (compartimento lipofílico) têm VD que pode ultrapassar o volume corporal total. 
 
𝑉𝐷 = 𝑄 (𝐷𝑜𝑠𝑒 𝐼𝑛𝑡𝑟𝑎𝑣𝑒𝑛𝑜𝑠𝑎 𝑒𝑚 𝑚𝑔) 𝐶𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑃𝑙𝑎𝑠𝑚á𝑡𝑖𝑐𝑎⁄ 
 
! VD elevado mostra que o fármaco tem afinidade a meios lipofílicos (acima de 5L – volume sanguíneo). 
! VD baixo mostra que o fármaco tem afinidade a meios hidrofílicos, ao plasma (abaixo de 5L). 
! Fármacos com VD próximo de 40L (volume total de água no corpo) podem ser hidrofílicos, pois podem encontrar-se distribuídos em 
outros tecidos que contenham água, que não seja o sangue. 
 
 
 
Enzo Amaral Avidago 
6 
 
16. METABOLISMO 
 
 Essa etapa consiste em anabolismo e catabolismo, isto é, construção e degradação de substâncias, respectivamente, pela conversão 
enzimática de uma entidade química em outra dentro do organismo. O processo metabólico está associado à desintoxicação do organismo, 
realizada pelo fígado. Ocorre em duas fases de modo sequencial, diminuindo a lipossolubilidade do composto e aumentando, assim, a 
eliminação renal. 
• FASE 1 (p. ex., oxidação, redução ou hidrólise) → são 
reações catabólicas e seus produtos geralmente são 
quimicamente reativos; podendo se apresentar mais 
tóxico ou carcinogênico que o fármaco original. Serve para 
tornar os componentes mais polares e fáceis de serem 
eliminados. 
Grupos de enzimas hepáticas CYP-450, com 
propriedades redox, promovem reações que inserem um 
grupo hidroxila na molécula do fármaco na presença de 
NADPH, fazendo com que o composto adquira maior 
polaridade. Diferentes membros dessa família têm 
diferentes afinidades. 
A inibição dessas enzimas promove a lentificação do 
metabolismo do fármaco, promovendo uma perduração 
do efeito (p. ex., etilismo agudo); a indução promove uma 
metabolização mais rápida, promovendo o encurtamento 
do efeito (p. ex., etilismo crônico). 
! Inibidores da bomba de prótons (p. ex., prazóis) → inibem o CYP-450. 
• FASE 2 → são reações anabólicas (sintéticas) em que ocorre a formação de compostos conjugados e não-reativos, embora exista 
exceções. A molécula vinda da fase I agora já apresenta um ponto reativo de ligação com outros compostos que são → glicoronil, sulfato, 
metil, acetil, glicil e glutationa. As reações são catalisadas por uma enzima que reconhece variados tipos de medicamentos e compostos 
ligantes (baixa especificidade) → UDP-glucoronil. 
 Algumas substâncias podem sofrer apenas reação de fase II, como por exemplo → diazepam, AAS e acetaminofeno (paracetamol); 
outros podem passar pela fase II, fase I e fase II novamente. 
 
! Pró-fármacos → são precursores inativos metabolizados em metabolitos ativos, ou seja, precisam ser metabolizados para tornarem-se ativos. 
 
17. EXCREÇÃO 
 
 Trata-se da saída do fármaco ou seus metabólitos do organismo. As principais vias de excreção são: 
• EXCREÇÃO RENAL: a eliminação de fármacos pelos rins é mais bem quantificada pela depuração (ou clearance) renal, definida como o 
volume de plasma que contém a quantidade da substância removida pelos rins na unidade de tempo. Três processos renais são mais 
importantes na depuração → filtração glomerular; reabsorção ou difusão; secreção tubular. 
- FILITRAÇÃO GLOMERULAR: os capilares possibilitam que moléculas de fármacos com peso molecular pequeno se difundam para o 
filtrado glomerular. Esses capilares são quase completamente impermeáveis à albumina plasmática, mas a maioria dos fármacos cruza a 
barreira livremente. 
- SECREÇÃO TUBULAR: até 20% do fluxo plasmático renal é filtrado pelo glomérulo, deixando pelo menos 80% do fármaco que chega ao 
rim passar para os capilares peritubularesdo túbulo proximal. As moléculas dos fármacos são transferidas para o lúmen tubular por dois 
sistemas de transportadores independentes e relativamente não seletivos (um para ácidos e outro para bases) → dois fármacos com o 
mesmo caráter competem pelo mesmo transportador, e a preferência é dada aquele que possui maior afinidade. O transporte é feito 
contra o gradiente de concentração, reduzindo a concentração plasmática a quase zero. Mecanismo mais efetivo, elimina substâncias 
associadas a proteínas plasmáticas. 
- REABSORÇÃO NOS TÚBULOS RENAIS: a água é reabsorvida conforme o líquido atravessa o túbulo e, por isso, o volume de urina 
produzida é de aproximadamente 1% do volume do filtrado glomerular. O epitélio tubular é altamente permeável; a maioria das drogas 
são reabsorvidas; drogas lipossolúveis são menos eliminadas. Forma ionizada e hidrossolúvel é eliminada. 
• EXCREÇÃO BILIAR: as células hepáticas transferem diversas substâncias, inclusive fármacos, do plasma para a bile por meio de sistemas 
de transporte. Alguns compostos de fármacos hidrofílicos ficam concentrados na bile e são enviados para o intestino, onde podem ser 
hidrolizados, regenerando o fármaco ativo; o fármaco pode então ser reabsorvido e o ciclo repete-se, em um processo denominado 
circulação êntero-hepática. O resultado é um “reservatório” de fármaco recirculante que pode representar até cerca de 20% do total de 
fármaco presente no organismo, prolongando sua ação. Caso não ocorra esse processo de reabsorção o fármaco é eliminado juntamente 
as fezes. 
 
18. TEMPO DE MEIA VIDA 
 
A meia-vida é um conceito cronológico e indica o tempo em que uma grandeza considerada reduz à metade de seu valor. Em 
farmacocinética, ela representa o tempo gasto para que a concentração plasmática ou a quantidade original de um fármaco no organismo se 
reduza à metade; afetado pela afinidade da substância às proteínas plasmáticas e pelas taxas de metabolismo e excreção. A cada intervalo de 
tempo correspondente a uma meia-vida, a concentração decresce em 50% do valor que tinha no início do período. Esse conceito é 
operacionalizado pela observação da concentração no plasma. 
A caracterização de um evento farmacocinético pelo valor da meia-vida possibilita uma estimativa da rapidez com que o processo 
ocorre, originando dados importantes para a interpretação dos efeitos terapêuticos ou tóxicos dos fármacos, da duração do efeito 
farmacológico e do regime posológico adequado. 
 
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19. INTRODUÇÃO 
 
Os medicamentos produzem suas ações farmacológicas a partir de alterações físicas, físico-químicas ou bioquímicas nas células; 
reações químicas simples que alteram componentes de processos fisiológicos normais. Essas reações ocorrem entre o fármaco ou metabólito 
ativo e o receptor, formando, na maioria dos casos, um complexo reversível fármaco/receptor. Esse processo ocorrerá no local de ação em 
concentração adequada. 
𝐹 + 𝑅 → 𝐹𝑅 
F = Fármaco; R = Receptor; FR = Complexo que gera ação farmacológica 
 
O complexo FR geralmente é feito por ligações fracas (forças de Van der Waals) que têm alta velocidade de dissociação. Quando a 
ligação é forte (Ligações de hidrogênio, covalentes), o efeito do fármaco tem maior tempo de duração. 
! Fármacos com ligações irreversíveis possuem um tempo de ligação maior que a vida biológica do receptor ao qual está ligado. Por exemplo, 
os prazóis ligam-se irreversivelmente aos receptores da bomba de prótons nas células do gástricas; como há renovação constante da mucosa 
gástrica, o fármaco permanece ligado até o fim da vida biológica dessas células. 
 
20. ESPECIFICIDADE DOS FÁRMACO 
 
 Para que um fármaco seja útil como instrumento terapêutico ou científico, precisa agir de modo seletivo sobre células e tecidos 
específicos. Em outras palavras, precisa exibir alto grau de especificidade pelo ponto de ligação (seletividade). Porém, nenhum fármaco age 
com especificidade total. Em geral, quanto menor a potência de um fármaco, e maior a dose necessária, maior a probabilidade de que outros 
pontos de ação, diferentes do local primário, ganhem importância. Em termos clínicos, esse fato está frequentemente associado ao 
aparecimento de efeitos colaterais indesejados, dos quais nenhum fármaco está livre. 
 
21. RELAÇÃO ENTRE CONCETRAÇÃO E EFEITO DO FÁRMACO 
 
Embora a ligação possa ser medida de modo direto, geralmente estamos interessados em uma resposta biológica, como, por 
exemplo, a elevação da pressão arterial, a contração ou o relaxamento de uma tira de músculo liso em um banho de órgão, a ativação de uma 
enzima, ou uma resposta comportamental, e esses fenômenos são frequentemente representados na forma de uma curva concentração × 
efeito (in vitro) ou dose × resposta (in vivo). Tais curvas nos permitem estimar a resposta máxima que o fármaco é capaz de produzir e a 
concentração ou dose necessária para produzir determinada reposta. 
 
22. POTÊNCIA E EFICÁCIA 
 
A potência refere-se à quantidade de medicamento (comumente expressa em miligramas) necessária para produzir um efeito, como 
o alívio da dor ou a redução da pressão sanguínea. Exemplificando → se 5 miligramas da droga B alivia a dor com a mesma eficiência que 10 
miligramas da droga A, então a droga B é duas vezes mais potente que a droga A. Maior potência não significa necessariamente que uma 
droga é melhor que a outra. Os médicos levam em consideração muitos fatores ao julgar os méritos relativos dos medicamentos, como seu 
perfil de efeitos colaterais, toxicidade potencial, duração da eficácia (e, consequentemente, número de doses necessárias a cada dia) e custo. 
A eficácia refere-se à resposta terapêutica máxima potencial que um medicamento pode produzir. Exemplificando → o diurético A 
elimina muito mais sal e água por meio da urina, que o diurético B. Assim, A tem maior eficiência, ou eficácia terapêutica, que B. Da mesma 
forma que no caso da potência, a eficácia é apenas um dos fatores considerados pelos médicos ao selecionar o medicamento mais apropriado 
para determinado paciente. 
 
23. TEORIA DE CLARK e TEORIA DE ARIËNS 
 
• TEORIA DE CLARK → um receptor se combina com uma molécula de droga 
por vez; a intensidade do efeito é proporcional ao número de receptores 
ocupados; o efeito será máximo se todos os receptores estiverem ocupados. 
! Quando todos estiverem ocupados, não adianta aumentar a dose do 
medicamento, pois ele não terá onde se ligar; será nesse momento que se 
terá efeito máximo. 
- LIMITAÇÕES DA TEORIA DE CLARK: essa teoria não explica ‘porquê’ 
algumas drogas nunca atingirem seu efeito máximo mesmo com todos os 
receptores ocupados e ‘porquê’ algumas drogas se ligam aos receptores e 
não produzem efeitos. 
 
• TEORIA DE ARIENS → explica as lacunas da Teoria de Clark, que para produzir efeito farmacológico o fármaco precisa ter duas 
características: 
- AFINIDADE AO RECEPTOR: é a atração mútua ou a força da ligação entre uma droga e seu alvo, seja um receptor ou enzima. 
- ATIVIDADE INTRÍNSECA: é uma medida da capacidade da droga em produzir um efeito farmacológico quando ligada ao seu receptor. 
 Medicamentos que ativam receptores (agonistas) possuem as duas propriedades → devem ligar-se efetivamente (ter afinidade) aos 
seus receptores, e o complexo droga-receptor deve ser capaz de produzir uma resposta no sistema-alvo (ter atividade intrínseca). Por 
outro lado, drogas que bloqueiam receptores (antagonistas) ligam-se efetivamente (têm afinidade com os receptores), mas têm pouca ou 
nenhuma atividade intrínseca; sua função consiste em impedir a interação das moléculas agonistas com seus receptores. 
 
Enzo Amaral Avidago 
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24. CLASSIFICAÇÃO DOS FÁRMACOS QUANTO A AFINIDADE AO RECEPTOR 
 
1) AGONISTAS TOTAIS: têm afinidade pelo receptor e produzem efeito/eficácia 
máxima no tecido alvo; possuem atividade intrínseca igual a 1 (100%); 
2) AGONISTAS PARCIAIS: têm afinidade pelo receptor e não produzem 
efeito/eficácia máxima no tecido alvo; possuematividade intrínseca entre 0 e 1; 
3) ANTAGONISTAS: têm afinidade pelo receptor; não produzem resposta direta; 
possuem atividade intrínseca igual a 0; 
4) AGONISTA INVERSO: capaz de se ligar ao mesmo receptor que um agonista, mas 
induzindo uma resposta oposta; possuem atividade intrínseca igual a -1. 
 
 
25. INTERAÇÃO ENTRE DROGAS 
 
Na administração de 2 drogas pode ocorrer algumas interações → alterar quantativamente os efeitos de um desses fármacos; 
aumentar ou reduzir os efeitos; facilitar ou dificultar aspectos farmacocinéticos 
• SINERGISMO → ocorre quando, para se obter o efeito desejado de um determinado fármaco, necessita da presença de outro fármaco em 
uma dose menor. 
- SINERGISMO POR ADIÇÃO: os dois fármacos administrados juntos geram um efeito relativo ao somatório do efeito individual de cada 
fármaco; 
- SINERGISMO POR POTENCIAÇÃO: a combinação do efeito de ambos os fármacos gera um efeito maior do que a soma do efeito 
individual de cada fármaco (p. ex., anti-hipertensivo + diurético). 
• ANTAGONISMO → intensidade do efeito da droga A é reduzida pela presença da droga B. O antagonista tem como efeito principal 
bloquear o efeito do agonista, a ocorrência do efeito oposto pode ser uma consequência desse bloqueio. 
- ANTAGONISMO COMPETITIVO REVERSÍVEL: quando duas drogas competem pelo mesmo receptor e uma tem atividade intrínseca igual a 
0 e a outra igual a 1; é chamado competitivo porque aumentando-se a dose do agonista, alcança-se efeito máximo. Possuem afinidade 
igual ou muito próxima por um mesmo receptor, e ganha aquele que encontra em maior concentração. Como é reversível, o efeito 
mostrado pode ser modificado quando se altera a concentração de um dos fármacos. 
- ANTAGONISMO IRREVERSÍVEL: o antagonista (B) se liga a outro sítio de modo que, quando aumenta a concentração do agonista (A), não 
se consegue reverter o caso. O antagonista possui uma afinidade muito superior. Acontece, também, do antagonista se ligar em um sítio 
diferente do sitio do agonista, há uma inibição do efeito deste; desta forma mesmo que ocorra aumento das ligações do fármaco não há 
efeito. 
- ANTAGONISMO NÃO COMPETITIVO: o fármaco altera algum ponto da produção do efeito que não consegue ser revertido pelo agonista 
(p. ex., verapamil, que inibe canal de Ca, e drogas que causam contração dos músculos lisos). 
- ANTAGONISMO FISIOLÓGICO: as drogas não disputam o mesmo sítio de ligação ou o mesmo receptor. Uma droga tem a capacidade de 
impedir a ação da outra produzir efeito farmacológico contrário (p. ex., a adrenalina aumenta a P.A. e a histamina diminui a P.A). 
- ANTAGONISMO QUÍMICO: as drogas são incompatíveis quimicamente e uma tem a capacidade de inativar a outra. Utilidade para tratar 
intoxicação com metais pesados, por exemplo. 
- ANTAGONISMO FARMACOCINÉTICO: uma droga compete com a outra porque reduz sua absorção, aumenta seu metabolismo ou sua 
excreção. 
 
26. MODULADOR ALOSTÉRICO 
 
A modulação alostérica modifica a atividade do receptor, alterando a conformação do sítio de ligação ortostérico ou dos sítios 
envolvidos na sinalização intracelular. Podem aumentar o acoplamento do ligante endógeno ou de outros fármacos ao receptor, ou aumentar 
a sua propensão para induzir sinalização (p. ex., o GABA promove a abertura do canal de cloreto, e na presença do benzodiazepínico há o 
prolongamento do tempo que o canal permanece aberto; na ausência do GABA não há abertura do canal e consequentemente não há efeito 
do benzodiazepínico). 
 
27. TOLERÂNCIA, SENSIBILIZAÇÃO e DEPENDÊNCIA 
 
• TOLERÂNCIA → refere-se à diminuição do efeito de uma droga com o uso 
contínuo ou repetida, produzindo um efeito de dessensibilização ou taquifilaxia. 
A primeira administração de uma droga produz uma curva de dose-resposta 
característica; após administração repetida da mesma droga, porém, a curva de 
dose-resposta desvia-se para a direita, pois são necessárias doses maiores para 
produzir a mesma resposta. 
A tolerância é um fenômeno muito variado, podendo ocorrer de forma aguda 
(15 a 30 minutos), rápida (4 a 24 horas) e crônica (superior a 24 horas, de forma 
intermitente ou continua). 
! Alostase → trata-se do desenvolvimento da tolerância tentando reestabelecer a 
homeostasia rompida pela presença da droga. 
 Tipos de intolerância: 
- INATA: relacionada aos mecanismos naturais do indivíduo, capazes de tentar 
evitar que a droga faça alguma transformação no organismo; relacionada a 
fatores genéticos (p. ex., expressão reduzida de receptores para determinada 
droga). 
- ADQUIRIDA 
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a) Tolerância Farmacocinética: ocorre alteração da atividade em alguma etapa farmacocinéticas, principalmente aumento do 
metabolismo (indução do CYP450) e da excreção. 
b) Tolerância Farmacodinâmica: a curto prazo – ocorre diminuição de receptores (p. ex., por endocitose) e transdução de sinais; a 
longo prazo – regulação genética das vias de reposta. 
c) Tolerância Aprendida: um tipo de tolerância aprendida é a tolerância condicionada – são respostas reflexas ao indício ambiental de 
exposição a uma droga, provocando respostas preventivas, compensatórias e inconscientes. 
• SENSIBILIZAÇÃO → também chamado de tolerância inversa, refere-se a um desvio da curva de dose-resposta para a esquerda, de modo 
que a administração repetida de uma droga provoca um maior efeito de determinada dose ou há necessidade de uma dose menor para 
obter o mesmo efeito. Trata-se um fenômeno menos comum. 
• DEPENDÊNCIA 
- DEPENDÊNCIA FÍSICA: manifestação de sintomas na ausência da droga; 
- DEPENDÊNCIA PSICOLÓGICA: determinada via de recompensa sofre adaptação após repetidas administrações da droga; essas 
adaptações são reveladas na abstinência. Mesmo posterior à extinção dos sintomas físicos da dependência os sintomas psicológicos 
podem permanecer, sendo um dos principais motivos de recaídas, pois o indivíduo assume uma postura de curado do vício. 
- ADICÇÃO: homeostase alterada na presença da droga que passa a ser interpretada como normal. Está ligada mais a dependência 
psicológica do que a física. 
 
 
 
! O efeito direto do fármaco sobre seu alvo produz respostas agudas no âmbito da bioquímica celular ou fisiológico. As respostas agudas 
geralmente conduzem a efeitos retardados que se manifestam no longo prazo, como dessensibilização ou infrarregulação (down-regulation) 
dos receptores, hipertrofia, atrofia ou remodelamento dos tecidos, tolerância e dependência. 
 
 
 
28. ALVOS PARA A AÇÃO DE FÁRMACOS 
 
 Os alvos proteicos para a ação de fármacos sobre as células de mamíferos, podem ser, no geral, divididos em: 
 
 
 
 
 
 
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29. TIPOS DE PROTEÍNAS RECEPTORAS de SUPERFÍCIE 
 
• CANAIS IÔNICOS (RECEPTORES IONOTRÓPICOS) → são receptores de membrana, que possuem como efetor um canal iônico, onde 
promove um acoplamento direto; promove a abertura de um canal iônico, que vai, por exemplo, permitir alteração na polarização da 
membrana. Esse efeito direto permite que ocorra, em alta velocidade de resposta, uma sinalização elétrica e consequentemente uma 
resposta celular. A entrada de íons positivos (Na+, Ca2+) ou a saída de íons negativos (Cl-) através da membrana promove sua excitação, 
enquanto a entrada de íons negativos (Cl-) ou saída de íons positivos (K+) promove a hiperpolarização da membrana. 
Os fármacos capazes de abrir canais de sódio são excitatórios do funcionamento celular, enquanto os fármacos capazes de abrir 
canais de potássio são inibitórios. Já os fármacos capazes de abrir canais de cloreto (promove uma hiperpolarização) dificultam a 
despolarização e impossibilitam o funcionamento celular; esses fármacos podem comportar-se com potenciais inibidores do sistema 
nervoso central. 
• RECEPTORES LIGADOS A PROTEÍNA G (RECEPTORES METABOTÓPICOS) → são receptores de membrana que agem a partir do 
acoplamento por meio da proteína G e desempenha um efeito em cascata, ou seja, há estimulação de um ponto na célula, que leva a 
potencializaçãodos eventos até chegar na resposta esperada. Por esse motivo, apesar de possuírem uma resposta lenta, há amplificação 
da resposta. Dentre essa série de acontecimentos na célula, ocorrem → ativação ou inibição de enzimas; modulação da função dos canais 
iônicos; regulação da transcrição do DNA. 
Quando um receptor acoplado a uma proteína G é ativada, ocorre, inicialmente a ativação do receptor, seguido da ativação da 
proteína G e produção de segundos mensageiros. Por fim, ocorre a produção do sinal (p. ex., abertura de canais iônicos). 
• RECEPTORES ENZIMÁTICOS → são receptores de membrana que quando ativados desempenham o papel de uma enzima; possuem como 
efetor uma proteína quinases, onde promove um acoplamento direto. 
• INTEGRINAS → são receptores de membranas responsáveis por promoverem a adesão e a modificação do formato celular, permitindo 
que as células possam sair da corrente em direção ao sítio inflamatório. 
• RECEPTORES NUCLEARES → são receptores intracelulares, que possuem como efetor a transcrição gênica, onde ocorre o acoplamento 
por via DNA. 
 
! Exceções → há fármacos que não possuem receptor (p. ex., manitol, carboximetilcelulose) e fármacos com receptores inespecíficos 
(substâncias de efeito quelante, como Pb e Hg). 
 
30. RECEPTORES IONOTRÓFICOS 
 
a. RECEPTORES NICOTÍNICOS: podem ser divididos em três classes principais → musculares, ganglionares e do SNC, respondem à 
acetilcolina e desempenham papel excitatório. Os receptores musculares estão confinados à junção neuromuscular esquelética; os 
receptores ganglionares são responsáveis pela transmissão nos gânglios simpáticos e parassimpáticos; e os receptores do tipo SNC estão 
espalhados por todo o cérebro e são heterogêneos com respeito à sua composição molecular e à localização. 
O início e a execução da contração muscular ocorrem do seguinte modo → um potencial de ação trafega ao longo de um nervo 
motor até a sua chegada nas fibras musculares, mais precisamente na placa nervosa. Em cada terminação nervosa, há liberação do 
neurotransmissor denominado acetilcolina (Ach) devido ao estímulo do potencial de ação. 
A acetilcolina atua na membrana das fibras musculares em repouso (ddp negativo, baixa [Na+] e alta [K+] intracelular) abrindo os 
canais de Na+ na membrana, canais sensíveis ao ligante, desencadeando um potencial de ação na fibra muscular e abrindo mais canais de 
Na+, canais sensíveis à voltagem (ou voltagem-dependentes). Nesse ponto a célula encontra-se despolarizada (ddp positivo, alta [Na+] e 
alta [K+] intracelular). Este potencial de ação trafega ao longo da fibra muscular e também em profundidade, despolarizando toda 
musculatura. 
Esta despolarização na fibra leva a liberação de íons Ca2+ de dentro dos retículos sarcoplasmáticos. A presença de Ca2+ provoca 
grande força atrativa entre os filamentos de actina e de miosina que resulta em contração muscular. Por fim, os íons Ca2+ são bombeados 
de volta aos retículos sarcoplasmáticos, interrompendo a contração muscular; 
Posteriormente ocorre a repolarização → saída de K+ (estado dessensibilizado). E para finalizar e retornar ao estado de repouso 
celular, há ativação da Bomba de Na+/K+ para reestabelecer a concentração iônica. 
! Se a concentração de K+ está baixa, é difícil fazer este reestabelecimento; a célula fica no estado despolarizado por mais tempo, eu seja 
excitada, gerando a cãimbra. 
b. RECEPTORES GLUTAMATÉRGICOS: encontram-se no Sistema Nervoso Central, respondem ao glutamato e desempenham papel 
excitatório. Estão envolvidos no processo de memorização e aprendizagem; e possuem dois tipos → NMDA (influxo de Na+ e Ca2+) e não 
NMDA (influxo de Na+). 
c. RECEPTORES DE GLICINA: encontram-se no Sistema Nervoso Central, respondem à glicina e desempenham papel inibitório. 
Aplicada ionoforeticamente aos neurônios motores ou aos interneurônios, ela produz hiperpolarização inibitória que é indistinguível 
da resposta sináptica inibitória. A estricnina, veneno convulsivante que age principalmente na medula espinhal, bloqueia tanto a resposta 
inibitória sináptica quanto a resposta à glicina. 
d. RECEPTORES DE GABA: encontram-se no Sistema Nervoso Central, respondem ao ácido gama-aminobutírico e desempenham papel 
inibitório. Possuem vários subtipos (GABAa, GABAb...), estão associados à abertura de canais de Cl-. 
! Os benzodiazepínicos se ligam a um sítio auxiliar do receptor e faz o canal permanecer aberto por mais tempo, ou seja, são moduladores 
alostéricos. 
 
31. RECEPTORES METABOTRÓPICOS 
 
Esses receptores quando ativados por agonistas interagem com a proteína G que, por sua vez, ativa outras enzimas (adenilato 
ciclase, fosfolipase C, fosfolipase A2), produzindo segundos mensageiros (AMP cíclico, IP3). São exemplos desses receptores → receptores 
muscarínicos (M1, M2, M3, M4 e M5) – para acetilcolina (SNA Parassimpático) e receptores noradrenérgicos (α1, α2, β1 e β2) – para 
noradrenalina (SNA Simpático). 
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1º CASO: os receptores β1 (excitatório) e β2 (inibitório) possuem como neurotransmissor a noradrenalina, atuando sobre o Sistema 
Nervoso Autônomo Simpático. Esses receptores ativam a proteína G → enzima adenilato ciclase → ATP quebrando em AMP cíclico (AMPc) → 
proteína quinase A que fosforila canais de K+ (no caso do receptor β2) ou Ca2+ (no caso do receptor β1). 
- Receptores β1: atua no coração (aumento da frequência cardíaca/taquicardia); 
- Receptores β2: atua no pulmão (broncodilatação), útero (relaxamento uterino) e outros. 
2º CASO: os receptores α2 (atua no SNA Simpático – respondendo a noradrenalina); e M2 e M4 (atuam no SNA Parassimpático – 
respondendo a acetilcolina). Esses receptores ativados ativam a proteína G → inibe adelinato ciclase → ↓AMP’c → ocorre fosforilação dos 
canais iônicos (K+). 
- Receptor α2: ativado quando há a liberação de noradrenalina, fazendo com que aconteça a saída de K+ para repolarizar a célula (inibição do 
SNC – desempenha o controle de PA). 
- Receptor M2: atua no coração (ocorre fosforilação dos canais de K+, provocando relaxamento/bradicardia). 
 3º CASO: os receptores α1 (atua no SNA Simpático – respondendo a noradrenalina); e M1, M3 e M5 (atuam no SNA Parassimpático – 
respondendo a acetilcolina). Esses receptores ativam a proteína G → enzima fosfolipase C → fosforilação de lipídeos de membrana → 
formação de IP3 → ativação de canais de Ca2+. 
- Receptores α1: atuam nos vasos (promove vasoconstrição) e musculatura radial no olho (promove dilatação – midríase); 
- Receptor M3: atuam no músculo circular do olho (promove constrição – miose). 
 
 
 
32. DEFINIÇÃO DO SISTEMA NERVOSO AUTONÔMO 
 
 O sistema nervoso autônomo é composto divisões anatômicas principais → a simpática e a parassimpática; que estabelecem um 
vínculo entre o sistema nervoso central e os órgãos periféricos. É capaz de conduzir todas as informações provenientes do sistema nervoso 
central para o restante do organismo, exceto para a inervação motora dos músculos esqueléticos. 
Os principais processos que ele regula, em maior ou menor extensão, são → a contração e o relaxamento da musculatura lisa de 
vasos e vísceras; todas as secreções exócrinas e algumas endócrinas; os batimentos cardíacos; o metabolismo energético, particularmente no 
fígado e nos músculos esqueléticos. Os sistemas simpático e parassimpático têm ações antagônicas em algumas situações (p. ex., no controle 
da frequência cardíaca e sobre a musculatura lisa gastrointestinal), mas não em outras (p. ex., sobre as glândulas salivares e o músculo ciliar). 
! Esses sistemas podem ser alvos da terapêutica (p. ex., controle da pressão arterial); porém interações medicamentosas podem promover 
efeitos adversos bastantes graves que interfiram no funcionamento desses sistemas, ocasionando o óbito. 
 
33. MECANISMOS DE AÇÃO 
 
Esses medicamentos podem interagir com os receptores de membrana (promovendo uma ação direta), que respondem aos 
neurotransmissores referentes aos determinados sistemas ou com os neurôniosautonômicos (promovendo uma ação indireta). Esses 
medicamentos podem interferir em problemas, como hipertensão, asma brônquica, contração da musculatura lisa (vísceras), temperatura, 
sudorese. 
- Todas as fibras nervosas autonômicas que deixam o sistema nervoso central liberam acetilcolina, que age nos receptores nicotínicos 
(embora, nos gânglios autônomos, uma pequena parte da estimulação seja resultante da ativação de receptores muscarínicos). 
- Todas as fibras parassimpáticas pós-ganglionares liberam acetilcolina, que age nos receptores muscarínicos. 
- Todas as fibras simpáticas pós-ganglionares (com uma exceção importante) liberam norepinefrina, que pode agir sobre receptores α ou 
β-adrenérgicos. A única exceção consiste na inervação simpática das glândulas sudoríparas, em que a transmissão resulta da ação da 
acetilcolina sobre receptores muscarínicos. 
 
 
 
! Outros transmissores, além da norepinefrina e acetilcolina (transmissores NANC), também são abundantes no sistema nervoso autônomo. Os 
principais são o óxido nítrico e o peptídeo vasoativo intestinal (parassimpático), o ATP e o neuropeptídeo Y (simpático). Há também a 
participação de outros mediadores, tais como 5hidroxitriptamina, GABA e dopamina. 
Para modificar a atividade do SNA poderia se estimular (ação agonista) ou inibir (ação antagonista): 
- Liberação de acetilcolina pelo pré-ganglionar → o aumento/redução da liberação de Ach pelo neurônio pré-ganglionar promoverá o 
aumento/redução da secreção de acetilcolina pelo SNA Parassimpático e de noradrenalina pelo SNA Simpático, no neurônio pós-ganglionar. 
Trata-se de um mecanismo de baixa especificidade, pois age sobre o SNA Simpático (pré-sináptico) e o SNA Parassimpático (pré e pós-
sináptico). 
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- Liberação de noradrenalina pelo pós-ganglionar, pelo SNA Simpático, ou acetilcolina pelo pós-ganglionar, pelo SNA Parassimpático. Apesar 
desse mecanismo ser um pouco mais especifico que o primeiro quando se trata da liberação de noradrenalina (somente o pós-sináptico do 
SNA Simpático), ainda assim ativaria quatro tipos de receptores (α1, α2, β1 e β2). 
- Atuar sobre as enzimas que degradam os neurotransmissores → o excesso de neurotransmissores é degradado por enzimas especificas, 
gerando um melhor resultado no SNA Simpático, quando degrada noradrenalina no neurônio pós-ganglionar; ocorre um aumento de 
noradrenalina na fenda sináptica. Já as enzimas que degradam acetilcolina interfeririam em três situações diferentes. 
- Mimetizar/bloquear a ação de neurotransmissor no receptor → este mecanismo seria o mais especifico, pois interagem com o receptor que 
se deseja ativar ou bloquear. 
 
34. FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO AUTONOMO PARASSIMPÁTICO 
 
I. RECEPTORES MUSCARÍNICOS 
 
 Os receptores do SNA Parassimpático podem ser divididos em excitatórios (M1, M3 e M5) – fosforilam os canais de Ca2+ e promovem 
um evento celular; e inibitórios (M2 e M4) – abrem os canais de K+ fazendo com que a célula adquira caráter negativo, impedindo que ela 
promova um evento celular. 
Esses receptores encontram-se localizados: 
- No coração – M2 (em maior quantidade) e M3 → como predomina o receptor M2 com ação inibitória, o efeito de bradicardia predomina via 
SNA Parassimpático. 
- No cérebro – de M1 a M5 → há processos excitatórios e inibitórios. 
! A acetilcolina possui um papel fundamental na memória, no aprendizado, no humor e na coordenação motora. Em algumas demências, 
ocorre redução da Ach em algumas das áreas do cérebro; desta forma, alguns fármacos agem inibindo a acetilcolinesterase (que degrada a 
Ach), visando melhorar e/ou amenizar a perda dessas funções. 
- Nas glândulas – M1 e M3 → ocorre somente processos excitatórios, promovendo a liberação do conteúdo glandular. 
- Na musculatura lisa, na bexiga, nos pulmões, no pâncreas, no estomago e no intestino – M3 (em maior quantidade) e M2 → predomínio de 
processos excitatórios (aumento do peristaltismo, contração da bexiga, entre outros). 
 
II. FÁRMACOS AGONISTAS (PARASSIMPATOMIMÉTICOS ou COLINOMIMÉTICOS) 
 
a) AÇÃO DIRETA – MIMETIZAM A AÇÃO DA Ach: esses fármacos são capazes de se ligarem diretamente aos receptores que correspondem a 
acetilcolina. Exemplos → metacolina (susceptível a AchE; atividade nicotínica); carbacol (atividade nicotínica); betanecol; arecolina; 
pilorcapina; muscarina (não mais utilizada). 
 A metacolina, o carbacol e o betanecol possuem carga positiva e por isso possuem baixa absorção no trato gastrointestinal 
(dificuldade para atravessar a membrana plasmática); porém quando são absorvidos possuem ampla distribuição por alta ligação com 
proteínas plasmáticas. Possuem uma excreção fácil (permanência curta no organismo), principalmente em urinas ácidas. 
 A pilorcapina e a arecolina e intoxicantes são apolares e por isso possuem alta absorção no trato gastrointestinal; associam-se mais 
fortemente às proteínas plasmáticas e possuem menor excreção renal. O colírio de pilocarpina leva à constrição das pupilas (miose) e é 
utilizado para o tratamento de glaucoma (aumento da pressão intraocular). 
a) AÇÃO INDIRETA – INIBEM A ENZIMA ACETILCOLINESTERASE: ocorre ativação de receptores muscarínicos (SNA Parassimpáticos) ou 
nicotínicos. Exemplos → neostigmina; fisostigmina; edrogônio; organofosforados, carbamatos e outros agentes intoxicantes (p. ex., 
chumbinho). 
 A neostigmina, a fisotigmina e o edrogônio possuem grande valia no tratamento da miastenia gravis, doença autoimune que 
produzem anticorpos que destroem as placas motoras, esses anticorpos são direcionados aos receptores nicotínicos ocupando-os ou 
destruindo-os. Ao bloquearem a AchE para aumentar a concentração de Ach na fenda sináptica; dá-se maior chance da Ach se ligar aos 
receptores, num processo de competição reversível. A neostigmina e a fisostigmina atuam no tratamento em si por interagirem 
moderadamente com a AchE, enquanto o edrofônio atuam no diagnóstico por interagirem fracamente com a AchE, ocorre uma melhora 
por curto período de tempo. 
 Os inseticidas organofosforados são absorvidos por todas as vias (alta lipossolubilidade) e inibem irreversivelmente a AchE; podem 
ser encontrados em alimentos. Quando internalizado pode causa sintomas, como broncoconstrição e aumento da secreção gástrica, 
falência de músculos respiratórios, depressão do centro respiratório e hipóxia, náusea vômito e diarreia, miose. Como tratamento utiliza-
se atropina (antagonista muscarínico) e pralidoxima (regenerador da AchE). 
! Os fármacos parassimpatomiméticos podem ativar receptores muscarínicos ou nicotínicos (pré-ganglionares dos SNA e músculo), o que pode 
gerar respostas relacionadas aos receptores nicotínicos. 
• APLICAÇÕES CLÍNICAS 
- Cirurgias oftálmicas e drenagem do humor aquoso (carbacol e betanecol); 
- Constipação atônica; 
- Meteorismo (por exemplo, antes do exame radiológico); 
- Atonia intestinal pós-operatória e retenção urinária; 
- Miastenia gravis pseudoparalítica; 
- Antagonista dos curarizantes (para neutralizar o efeito miorrelaxante do curare e dos preparados do mesmo tipo). 
 
III. FÁRMACOS ANTAGONISTAS (PARASSIMPATOLÍTICOS) 
 
 São os fármacos capazes de bloquearem os receptores muscarínicos, ocupando seu sítio de ligação, não permitindo que a 
acetilcolina se ligue. Desta forma, a ação parassimpática de determinado órgão é bloqueada e em alguns casos ocorre a ação oposta. 
- ATROPINA: fármaco não especifico dos receptores muscarínicos; utilizado na recuperação na intoxicação por organofoforados e carbamatos, 
e como pré-anestésico (diminui secreção brônquica e gerenciamento da bradicardia). Além disso, pode ser utilizado no tratamento da 
bridcardia sinusal, após infarto agudo do miocárdio, por exemplo. 
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- IPRATRÓPIO (Atrovent): impede contração da musculatura lisa brônquica e reduz a secreções (M3). Caso não ocorra uma administração 
altamente especifica pode ocorrer bloqueia de M2 e promover uma taquicardia; 
- ECOPOLAMINA: relaxa musculaturalisa, principalmente para cólicas uterinas e renais; 
- HIOSCINA e PROPANTELINA: antieméticos e antidiarreicos; tratamento de cinetose (enjoo causado pelo movimento); 
- TRIEXILFENIDILA: tratamento do Parkison (tremor proveniente do aumento de acetilcolina e da diminuição de dopamina). 
 
35. FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO AUTONOMO SIMPÁTICO 
 
IV. RECEPTORES NORADRENÉRGICOS 
 
 Os receptores do SNA Simpático podem ser divididos em excitatórios (α1 e β1) – fosforilam os canais de Ca2+ e promovem um evento 
celular; e inibitórios (α2 e β2) – abrem os canais de K+ fazendo com que a célula adquira caráter negativo, impedindo que ela promova um 
evento celular. Esses receptores são acionados pelas substâncias fisiológicas → noradrenalina (neurotransmissor produzido pelo Sistema 
Nervoso) e a adrenalina (hormônio neutrotransmissor produzido pela suprarrenal). 
- Receptores α1: vasoconstrição, relaxamento da musculatura lisa gastrointestinal e da musculatura radial do olho (midríase), secreção salivar e 
glicogenólise hepática; 
- Receptores α2: inibição da liberação de transmissores (incluindo a liberação de norepinefrina e acetilcolina pelos nervos autônomos), 
agregação plaquetária, contração do músculo liso vascular, da liberação de insulina; 
- Receptores β1: aumento da frequência e da força de contração cardíacas, hipertrofia cardíaca tardia; 
- Receptores β2: broncodilatação, vasodilatação, relaxamento da musculatura lisa visceral, glicogenólise hepática e tremores musculares; 
- Receptores β3: lipólise e termogênese; relaxamento do músculo detrusor da bexiga. 
 
V. FÁRMACOS AGONISTAS (SIMPATOMIMÉTICOS) 
 
a) AÇÃO DIRETA – MIMETIZAM A AÇÃO DA NORADRENALINA: o fármaco se liga ao receptor específico. 
b) AÇÃO INDIRETA: pode ocorrer a estimulação da liberação de noradrenalina, impedimento da recaptação e inibição da metabolização de 
enzimas que degradam noradrenalina (p. ex., MAO e COMT). Exemplos → anfetaminas e antidepressivos. 
 
Afinidade de 3 diferentes moléculas quando relacionadas aos tipos de receptores: 
- α: adrenalina > noradrenalina > isoproterenol 
- β: isoproterenol > adrenalina > noradrenalina 
 
• FÁRMACOS α1 SELETIVOS → são fármacos excitatórios, responsáveis principalmente por vasoconstrição das vísceras e pele, e 
consequentemente aumento da resistência vascular periférica e aumento da pressão arterial. Utilizados em casos de hipotensão e 
descongestionantes (utilizados para redução de edemas nasais). Apesar da ação restrita desses fármacos descongestionantes, deve-se ter 
atenção no uso em idosos e crianças, pois caso caia na corrente sanguínea e ter efeito sistêmico. Principais exemplares → nafazolina e 
efedrina. 
• FÁRMACOS α2 SELETIVOS → são fármacos inibitórios, responsáveis pela inibição da noradrenalina em nível central, podendo ser 
utilizados como sedativos e na diminuição da pressão arterial (tratamento associado). Principais exemplares → xilazina e clonidina. 
• FÁRMACOS β1 SELETIVOS → são fármacos excitatórios, responsáveis pelo aumento da frequência cardíaca (cronotropismo) e força de 
contração (inotropismo); apesar da utilidade clínica, podem causar arritmias cardíacas. Principais exemplares → dobutamina. 
• FÁRMACOS β2 SELETIVOS → são fármacos inibitórios, responsáveis pela broncodilatação, vasodilatação dos vasos musculares 
(taquicardia reflexa) e relaxamento útero gravídico. Utilizado em casos de insuficiência respiratória e para prevenir parto prematuro. 
Principais exemplares → fenoterol e salbutamol. 
• FÁRMACOS β3 SLETIVOS → são fármacos excitatórios, promovem a lipólise e apresentam um potencial de tratamento na obesidade. 
 
VI. FÁRMACOS ANTAGONISTAS (SIMPATOLÍTICOS) 
 
São os fármacos capazes de bloquearem os receptores noradrenérgicos, ocupando seu sítio de ligação, não permitindo que a 
noradrenalina se ligue. 
• ANTAGONISTAS α 
- α NÃO SELETIVOS: fazem vasodilatação e diminuição da pressão arterial. Os principais PRM (problema relacionado ao medicamento) são 
taquicardia leve reflexa, hipotensão ortostática e congestão nasal. Principais exemplares → fenoxibenzamina (tratamento de 
feocromocitoma) e fentolamina. 
- SELETIVOS α1: são usados na hipertrofia prostática benigna (músculo liso apresenta α1 e promove relaxamento), hipertensão. Principais 
exemplares → doxasozina e prazosina. 
• ANTAGONISTAS β 
- β BLOQUEADORES: utilizados para fins cardiológicos, como diminuição da frequência cardíaca e da força de contração (efeitos 
cronotrópico e inotrópico negativos). Podem ser seletivos β1 (p. ex., atenolol e metoprolol) e não seletivos (p. ex., propranolol) → 
utilizados para hipertensão, angina pectoris, ansiedade situacional. Indivíduos que possuem problemas respiratórios (bronquite, DPOC, 
enfisema, entre outros) devem se restringir ao uso de seletivos β1 já que esse atua exclusivamente no coração ao contrário dos não 
seletivos que também atuam no pulmão. 
! O nebivolol, além de ser um beta bloqueador, estimula a oxido nítrico sintase. 
 
 
 
 
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36. HIPERTENSÃO ARTERIAL, INSUFICIÊNCIA CORONARIANA e INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA 
 
𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝐴𝑟𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 = 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑉𝑎𝑠𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑃𝑒𝑟𝑖𝑓é𝑟𝑖𝑐𝑎 × 𝐷é𝑏𝑖𝑡𝑜 𝐶𝑎𝑟𝑑í𝑎𝑐𝑜 
𝐷é𝑏𝑖𝑡𝑜 𝐶𝑎𝑟𝑑í𝑎𝑐𝑜 = 𝐹𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐶𝑎𝑟𝑑í𝑎𝑐𝑎 × 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑆𝑎𝑛𝑔𝑢í𝑛𝑒𝑜 
 
• HIPERTENSÃO ARTERIAL → trata-se de uma doença causada quando a força do sangue contra as artérias (vasos sanguíneos) é muito alta 
e dificulta a circulação; apresenta, raramente, sinais ou sintomas de alerta. Condição clínica multifatorial caracterizada por elevação 
sustentada dos níveis pressóricos ≥ 140 e/ou 90 mmHg. Frequentemente se associa a distúrbios metabólicos, alterações funcionais e/ou 
estruturais de órgãos-alvo, sendo agravada pela presença de outros fatores de risco (FR), como dislipidemia, obesidade abdominal, 
intolerância à glicose e diabetes melito (DM). 
! TRATAMENTO FARMACOLÓGICO → diuréticos; antagonistas e agonistas adrenérgicos; vasodilatadores diretos; bloqueadores da 
produção ou ação da angiotensina (iECA e ARAII). 
• INSUFICIÊNCIA CORONARIANA → trata-se de uma obstrução da luz dos vasos, impedindo a circulação sanguínea e, consequentemente, 
promove uma falta de oxigenação que provocará o sofrimento do músculo cardíaco. 
 Os medicamentos para insuficiência coronariana têm como objetivo → diminuir o trabalho cardíaco, adaptando, assim, o consumo 
de oxigênio à oferta limitada (β-bloqueadores e antagonistas dos canais de cálcio); melhorar a oferta de oxigênio (nitratos); diminuir a 
coagulabilidade do sangue e prevenir aterosclerose (antiagregantes plaquetários e estatinas). 
! TRATAMENTO FARMACOLÓGICO → nitratos; beta-bloqueadores; bloqueadores do canal de cálcio; antiagregantes plaqueatário; 
anticoagulantes e hipolipemiantes. 
• INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA → trata-se da incapacidade do coração em manter o débito cardíaco necessário, por vários 
motivos → dificuldade no enchimento ventricular (hipertrofia do VE), deficiência na função contrátil (cardiopatia dilatada), dificuldade de 
esvaziamento do ventrículo (estenose aórtica). Pacientes com ICC apresentam sinais de cansaço ao esforço, retenção hídrica e redução na 
expectativa de vida. 
! TRATAMENTO FARMACOLÓGICO → ionotrópicos positivos ou cardiotônicos; diuréticos; beta-bloqueadores; iECA e ARAII. 
 
37. DIURÉTICOS 
 
Essa classe de fármaco age sob um mecanismo geral de aumento na depleção de sódio, que consequentemente aumenta a 
eliminação de água, diminuindo a pressão arterial (PA). Diminuem a reabsorção de Na+ e de um ânion acompanhante (em geral) de Cl− do 
filtrado, sendo o aumento da perda de água secundário ao aumento da eliminação de NaCl (natriurese). Isso pode ser obtido por: ação direta 
sobre as células do néfron; ação indireta, por modificação do conteúdo do filtrado. Em pacientes que fazem uso desses medicamentos, é 
possível perceber → num primeiro momento ocorre a diminuição do volume sanguíneo que aumenta a resistênciavascular periférica (RVP); já 
em um segundo momento, ocorre a diminuição da RVP e diminuição da PA. 
• TIAZÍDICOS → são fármacos amplamente utilizados para hipertensão, sendo primeira escolha para negros, idosos e obesos. São mais 
tolerados que os diuréticos de alça e, em ensaios clínicos, demonstram reduzir os riscos de acidente vascular cerebral (AVC) e de infarto 
do miocárdio associados à hipertensão. Principais exemplos são hidroclorotiazida e clortalidona. 
! A hipertensão do negro está majoritariamente relacionada à retenção de sódio, enquanto que no caucasiano está relacionada ao 
sistema renina-angiotensina-aldosterona. 
Seu mecanismo de ação ocorre através da inibição da ação do transportador de Na+ e Cl- no túbulo contorcido distal com aumento de 
eliminação de Na+, Cl-, K+ e água (importante no princípio do tratamento); em contraste com os diuréticos de alça, entretanto, os 
tiazídicos reduzem a eliminação de Ca2+, o que pode ser vantajoso em pacientes mais idosos com risco de osteoporose. Fazem discreto 
bloqueio Alfa-1 que ajuda a manter a vasodilatação (assumem maior importância a partir de +/- 2 semanas de tratamento). 
- Reações adversas ao medicamento (RAM) e efeitos colaterais → tontura, fraqueza, câimbras, ansiedade, parestesia, peso nas 
pernas, impotência, reações alérgicas. As principais desvantagens relacionadas a esses medicamentos encontram-se no desenvolvimento 
de patologias como gota, diabetes I e II, pré-eclampsia e dislipidemias. 
- Alterações metabólicas → hipocalemia, hiperglicemia, aumento da LDL, hiperuricemia (fármacos competem com o transportador 
para ácido). 
! Os tiazídicos podem atrapalhar parâmetros metabólicos importantes como CT, LDL e HDL (mecanismo pouco claro) → alteração nos 
ácidos graxos livres no plasma alteram comportamento da insulina (resistência à insulina, nível de insulina e intolerância a glicose). Além 
disso, a hipocalemia (déficit de potássio) pode atrapalhar a secreção de insulina e a sensibilidade dos tecidos à insulina. 
• DIURÉTICOS DA ALÇA → são medicamentos que atuam na porção ascendente alça de Henle e bloqueiam o transportador de Na+, K+ e Cl-; 
aumentam a excreção de Ca2+ e Mg2+. Principais exemplos são furosemida, ácido etacrínico e bumetamida. Produzem hipovolemia mais 
acentuada que os tiazídicos, por esse motivo, em geral, são utilizados em indicações mais graves, como → insuficiência renal, estados 
edematosos (edema agudo de pulmão), hipertensão resistente, hipercalcemia e hipercalemia. 
- Efeitos extra-renais → vasodilatação (aumento da produção de prostaglandinas tipo E2 – PGE2) e hiperglicemia. 
- RAM e efeitos colaterais → desequilíbrio hidroeletrolítico, arritmias (perda de K+, Ca2+, Mg2+), alcalose metabólica hipocalêmica (perda 
de H+ através de bombas de próton-potássio), ototoxicidade (principalmente por ácido etacrínico). 
• POUPADORES DE POTÁSSIO → atuam sobre um mecanismo mais simples, cessando a reabsorção de sódio (impedindo a entrada). Têm 
eficácia apenas limitada como diuréticos, porque atuam no néfron distal, onde ocorre apenas pequena fração de reabsorção de Na+. São 
utilizados juntamente com diuréticos perdedores de K+ (diuréticos de alça ou tiazídicos) de modo a prevenir perda de K+, em casos nos 
quais a hipocalemia seja especialmente perigosa. 
Esse processo pode ocorrer por dos caminhos: 
- ANTAGONISTAS DO RECEPTOR DE ALDOSTERONA (ESPIRONOLACTONA): competem com a aldosterona por seus receptores 
intracelulares, assim inibindo a retenção de Na+ e a secreção de K+ em nível distal. As indicações dependem de estados que aumentam a 
aldosterona endógena (p. ex., aldosteronismo). Como reações adversas pode causar ginecomastia em homens. 
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- AMILORIDA e TRIANTERENO: são fármacos que atuam inibindo o canal de Na+. Atuam sobre os túbulos e dutos coletores inibindo a 
reabsorção de Na+, sobre os canais de Na+, e diminuindo a excreção de K+. 
• INIBIDORES DA ANIDRASE CARBÔNICA → atuam na inibição da anidrase carbônica (associação e dissociação de H2O e CO2 em H2CO3). Na 
luz, o bicarbonato não se dissocia em água, diminuindo sua reabsorção; no interior da célula, não forma H2CO3, logo não tem próton para 
trocar com o Na+). Aumentam a eliminação de bicarbonato acompanhado de Na+, K+ e água, resultando em aumento do fluxo de urina 
alcalina e acidose metabólica. Esses agentes, embora já não usados como diuréticos, ainda são aplicados no tratamento de glaucoma para 
reduzir a formação de humor aquoso e em casos de edema. Principal exemplo é a acetazolamida. 
 
! Manitol → trata-se de um fármaco não relacionado à receptores; seu mecanismo de ação está no fato de deixa o filtrado glomerular 
hiperconcentrado, provocando um deslocamento de volume de água para a urina de através de osmose. 
 
38. ANTAGONISTAS ADRENÉRGICOS 
 
• ANTAGONISTAS ALFA-1 → atuam bloqueando a ativação dos receptores α1 periféricos causando dilatação nos vasos; ocasiona queda da 
resistência periférica sem grandes mudanças no débito cardíaco. Indicado em casos de hipertensão leve, ou associado com outros anti-
hipertensivos. Possui como efeitos colaterais cefaléia, fraqueza, tontura, palpitações, hipotensão postural (geralmente nas 1as doses). 
Principais exemplos são prazosina, doxazosina, terasozina. 
• ANTAGONISTAS BETA-1 → atuam no bloqueio da ação noradrenérgica no músculo cardíaco, diminuindo diretamente a frequência 
cardíaca e força de contração. Além disso, ocorre redução na produção de renina, modulação da regulação da PA no SNC, readaptação 
dos barorreceptores (pressorreceptores) → menor influxo eferente simpático. Indicado em casos de HA com estresse, ansiedade, 
hipertensão em jovens, coronariopatia, taquicardia, tremor essencial, enxaqueca, IAM; primeira opção na HAS associada a 
coronaropatias. Principais exemplos são propranolol (não seletivo) e atenolol (seletivo); pacientes com doenças respiratórias não devem 
usar não-seletivos. 
! São úteis em vários acometimentos cardíacos → reduz o consumo de O2 (efeito antisquêmico); controla a pressão arterial e atua na 
reversão da hipertrofia miocárdica; reduz a frequência cardíaca. 
• AGONISTAS ALFA-2 (SIMPATOMIMÉTICOS DE AÇÃO CENTRAL) → os receptores α2 são receptores inibitórios, estão localizados na 
membrana pré-sináptica de neurônios nos centros superiores e quando ativados induzem efeitos ansiolíticos, sedativos, simpatolíticos e 
anti-hipertensivos. A α-metildopa por ação da DOPA descarboxilase transforma-se em α-metilnoradrenalina que atua no cérebro, em 
receptores α2 adrenérgicos inibindo o efluxo neuronal adrenérgico do tronco cerebral. A clonidina, guanabenzo e guanfacina atuam como 
agonistas α2 adrenérgicos no tronco cerebral reduzindo o efluxo simpático do SNC. 
Como vantagem, a metildopa pode ser usada na gravidez, boa experiência reportada (segurança); já como desvantagem, é pouco 
utilizada como monoterapia, pois pode causar sonolência; a clonidina pode causar efeito rebote. 
 
39. VASODILATADORES DIRETOS 
 
 São fármacos que possuem ação direta sobre a musculatura lisa dos vasos, diminuindo a resistência vascular periférica (RVP) e a PA 
rapidamente. Os mecanismos para se alcançar esse efeito são diversos → diminuição da noradrenalina na periferia (hidralazina), aumento de 
NO (minoxidil e diazoxido), bloqueio da contração vascular (bloqueio dos canais de cálcio). São indicados em emergências hipertensivas, 
angina pectoris, hipertensão arterial não-responsiva às doses toleradas de diurético mais um segundo agente antihipertensivo. Não podem ser 
usados como monoterapia (mecanismos reflexos de retenção de Na+ e taquicardia). Principais exemplos são hidralazina, minoxidil, diazoxido, 
bloqueadores dos canais de cálcio (dihidroperidinas – nifedipina, anlodipina/verapamil e diltiazem). 
 
 
 
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• BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO → bloqueiam a entrada de Ca2+ em resposta à despolarização; esse bloqueio promove o 
bloqueio da contração muscular e por esse motivo ocorre favorecimentoà vasodilatação. Os efeitos adversos comuns incluem edema 
pré-tibial e (especialmente com o verapamil) constipação. 
- DIHIDROPIRIDINAS (NIFEDIPINA e ANLODIPINA): usados preferencialmente na HAS (ação mais específica sobre a vasculatura, sem 
interferência clínica significativa cardíaca). Indicados como primeira escolha em hipertensos com insuficiência coronária ou vasculopatia 
periférica. São também preferidos no tratamento do paciente idoso (que tende a ter níveis mais baixos de renina plasmática), pois sua 
ação anti-hipertensiva não depende da atividade do sistema renina-angiotensina. 
- VERAPAMIL e DILTIAZEM: possuem interferência clínica cardíaca (canais de cálcio dos vasos e do coração). Pode ocorrer bradicardia 
excessiva, bloqueio atrioventricular e depressão miocárdica, por isso ocorre a associação desses medicamentos com β-bloqueadores não 
é recomendada. 
• BLOQUEADORES DA PRODUÇÃO/AÇÃO DA ANGIOTENSINA → agem sob o eixo renina-angiotensina-aldosterona, em dois pontos: 
! Ambos os grupos de medicamentos não devem ser utilizados em gestantes, por complicações adversas. 
- INIBIDORES DA ECA (IECA): fazem o bloqueio na produção de angiotensina, a partir do bloqueio da enzima conversora da angiotensina I 
em angiotensina II. Indicado em caso de Insuficiência Cardíaca Congênita (ICC); reduz hipertrofia ventricular esquerda e dos vasos; eficaz 
na proteção renal, principalmente em diabéticos. Principais exemplos são captopril e enalapril. 
Angiotensinogênio → Liberação de Renina → Angiotensina I → 𝐄𝐂𝐀 → Angiotensina II → Receptores (AT1R) 
A ECA degrada a bradicinina, logo sua inibição mantém essa substância íntegra e apresenta efeitos vasodilatadores. Em alguns 
pacientes há relatos de tosse produtiva seca, por conta do acumulo de cininas; além disso, há relatos de aparecimentos de angioedemas. 
- ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES DE ANGIOTENSINA II (ARAII): também chamados de bloqueadores dos receptores de angiotensina 
(BRA), fazem o bloqueio nos receptores de angiotensina II tipo 1 (AT1) que exerce várias funções pró-hipertensivas (SNC, rins e vasos). 
Indicado em hipertensão associada a ICC, risco para AVC e diabetes. Principais exemplos são losartana, valsartana e candesartana. 
Angiotensinogênio → Liberação de Renina → Angiotensina I → ECA → Angiotensina II → 𝐑𝐞𝐜𝐞𝐩𝐭𝐨𝐫𝐞𝐬 (𝐀𝐓𝟏𝐑) 
 O bloqueio dos receptores de angiotensina II tipo 1 (AT1) libera os AT2 para formarem a angiotensina II. 
! ATR1 → promove vasoconstrição, estimula SNC, SRA-A. Estimula fibrose, hipertrofia, proliferação celular. 
! ATR2 (menor afinidade) → promove vasodilatação, liberação de NO, anti proliferação, anti hipertrófico, proteção pulmonar. 
 
 
 
40. NITRATOS 
 
Esses fármacos relaxam a musculatura lisa (especialmente a musculatura lisa vascular) e promovendo a vasodilatação coronariana; 
são vasodilatadores diretos, porém mais potentes. Possuem diferentes formas de apresentação, podendo ser oral, sublingual, inalatória que 
impactam na velocidade de ação e duração de efeito. Principais exemplos são nitroglicerina, isossorbida. 
A ação antianginosa dos nitratos envolve → redução do trabalho cardíaco, pela redução da pré-carga (venodilatação) e da pós-carga 
(redução da onda reflexa arterial), levando à redução da necessidade de oxigênio pelo miocárdio; redistribuição do fluxo coronariano em 
direção a áreas isquêmicas através de colaterais; alívio do espasmo coronariano. 
 
41. ANTIAGREGANTES PLAQUETÁRIOS 
 
Esses fármacos atuam na diminuição da formação de trombos pela participação das plaquetas no processo de aterogênese. Existem 
diversos alvos para esta inibição → da COX, da fosfodiesterase e dos receptores de ativação das plaquetas. Recomendado para pacientes com 
risco de aterosclerose e usuários de dispositivos. 
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- ÁCIDO ACETILSALICÍLICO e TRIFLUSAL: usados em baixas doses causam inibição da COX-1 presente nas plaquetas, impedindo-as de 
produzirem tromboxanos. O ácido acetilsalicílico (AAS) causa mais distúrbios no TGI que o triflusal. 
- DIPIRIDAMOL e CILOSTAZOL: atuam mantendo elevado os níveis de AMPc, reduzindo a interação plaquetária. 
- TICLOPIDINA e CLOPIDOGREL: inibem os receptores de ativação das plaquetas. Indicado para pacientes refratários ao AAS. 
 
42. ANTICOAGULANTES 
 
• HEPARINA, ENOXAPARINA e NOACs → essas substâncias atuam sob um 
mecanismo de ação que afeta a cascata de coagulação em algum ponto, 
impedindo a formação de fibrina. Recomendado para pacientes com risco 
de aterosclerose, coagulopatias e usuários de dispositivos. 
• ANTAGONISTAS DE VITAMINA K → a vitamina K é essencial para a síntese 
da protrombina, uma proteína que converte o fibrinogénio solúvel em 
circulação no sangue numa proteína bastante insolúvel chamada fibrina, o 
componente principal de um coágulo sanguíneo. Antagonistas dessa 
impedem a formação do coágulo. 
A varfarina atrapalha a síntese dos fatores II, VII, IX e X, inibindo as 
enzimas que catalisam a produção de vitamina K. Possui alta taxa de 
ligação às proteínas plasmáticas; seu metabolismo pode sobrecarregar 
função hepática. 
 
43. FÁRMACOS INOTRÓPICOS POSITIVOS 
 
São fármacos capazes de aumentar a força de contração do coração, sendo úteis apenas na Insuficiência Cardíaca Sistólica que é 
quando o VE (principalmente) é ineficiente, diminuindo a fração de ejeção sanguínea. Não é útil para a Insuficiência Cardíaca Diastólica porque 
neste caso, o relaxamento das câmaras que estará afetado. 
• DIGITÁLICOS → promovem a inibição da bomba de Na+/K+/ATPase mantendo a concentração de Na+ alta por mais tempo e, 
consequentemente, mantendo a despolarização por mais tempo. Promove o aumento da força de contração do coração. Tem efeito 
estimulador do parassimpático (M2), diminuindo a frequência cardíaca e diminuindo o consumo de O2. Possuem como respostas adversas 
ginecomastia, arritmias, náuseas e vômito. Principais exemplos são digoxina e deslanosídeo. 
• AMINAS SIMPATOMIMÉTICAS → a dopamina age em diferentes receptores dependendo da dose utilizada; a dobutamina possui ação 
seletiva beta-1; ambos os fármacos aumentam a força de contração do coração. Indicado em pacientes com IC grave em hospitalização; a 
longo prazo, opta-se pelos digitálicos, pois as aminas causam intenso remodelamento da musculatura cardíaca. 
 
44. HIPERTENSÃO PULMONAR 
 
Ocorre quando a pressão arterial é anormalmente alta nas artérias pulmonares (pequena circulação) ou na irrigação vascular dos 
pulmões. Dependendo do caso, poderá provocar uma marcada diminuição da tolerância ao exercício e falhas do coração. É uma doença rara 
que afeta sobretudo mulheres jovens, mas que pode atingir pessoas de todas as idades e de todas as etnias. Esta hipertensão é independente 
da forma mais comum, a hipertensão arterial. 
Pode ser primária ou secundária → é secundária (HPS) quando deriva de enfisema pulmonar, doenças hematológicas, embolia 
pulmonar por trombose (obstrução da artéria), parasitos e doença cardíaca congénita; é considerada primária (HPP), quando não se consegue 
encontrar a causa para o distúrbio, e neste caso chama-se de idiopática (pré-disposição genética + lesão), em que ocorre reatividade com 
vasoconstrição e trombose. 
! TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA HPP → bloqueadores dos canais de cálcio (nifedipina, amlodipina, diltiazen); anticoagulantes; 
antagonistas do receptor de endotelina; inibidores da PDE; estimulantes da guanilatociclase; prostaciclinas. 
! TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA HPS → vasodilatadores e bloqueadores de canal de cálcio; broncodilatadores e oxigenoterapia (aliviar 
hipoxemia); anticoagulantes (em caso de embolia); prostaciclinas. 
 
• VIA DA ENDOTELINA → a endotelina1 é um peptídeo vasoconstritor e mitógeno, que se liga principalmente aos receptores ETA (principal 
mediador de vasoconstrição) e ETB (menor expressão de vasodilatação e depuração da endotelina). 
- AMBRISENTANA: antagonista seletivo da ETA 
- BOSENTANA: antagonista não seletivo 
 Ambos os medicamentos são metabolizados

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