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Semiologia Médica II

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ENZO AMARAL AVIDAGO - 5º PERÍODO / 2020.2 
PROF. [Endereço da empresa] 
[TÍTULO DO DOCUMENTO] 
ENZO AMARAL AVIDAGO - 5º PERÍODO / 2020.2 
PROF. 
 
 
 
 
1. SISTEMA ARTERIAL PERIFÉRICO 
 
- AVALIAÇÃO NOS MEMBROS: simetria; tamanho; cor; textura da pele; leitos ungueais; padrão venoso; presença de edemas; 
- MÉTODO SISTEMÁTICO: carótida → braquial → radial → ulnar; femoral → poplítea → tibial posterior → dorsal do pé; 
- SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA: choque, parada cardiorrespiratória e/ou perda da consciência; verificar se há perfusão cerebral (pulso carotídeo); 
- FREQUÊNCIA CARDÍACA: arritmia, batimento eficaz 
- RITMO: regular e irregular; ECG é a escolha 
- CARACTERISTICAS DO PULSO: fraco e pequeno – insuficiência cardíaca, estenose aórtica, hipovolemia e estados de choque; forte – febre, 
anemia, insuficiência aórtica, fístulas artério-venosas, hipertireoidismo; aumentam o volume sistólico. 
 
2. INSUFICIÊNCIA ARTERIAL PERIFÉRICA 
 
 Relaciona-se com oclusão progressiva das artérias, chamada de periférica, pois afeta principalmente as artérias mais longas (nos 
membros inferiores). Em 90% dos casos é causada por aterosclerose (mais pacientes com mais de 50 anos), e com frequência menor relaciona-
se com arterite (em pacientes com menos de 50 anos). A arterite mais comum nos MMII é a tromboageíte obliterante (doença de Buerger) 
acomete artéria de menor calibre abaixo do joelho (pode acometer também, femoral, ilíaca ou até mesmo aorta); relaciona-se com o tabagismo. 
 O comprometimento das artérias dos membros inferiores relaciona-se → diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, tabagismo, 
dislipidemia, hipercolesterolemia familiar. 
 
• QUADRO CLÍNICO → claudicação intermitente (característico e inconfundível). O paciente começa a andar, ocorre aumento do consumo 
de oxigênio; como a artéria está obstruída ocorre isquemia e dor. Com isso, há redução a marcha e claudicação (‘mancar’); em algum 
momento para e descansa. Quando alivia ou desaparece a dor, o paciente volta a caminhar. 
- DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL COM ORTOPEDIA: a dor ortopédica aparece também se sentado ou em pé; há dias que anda longas distâncias 
sem dor; começa após caminhar alguns metros, é tolerável e vai melhorando à medida que aquece; quando dói e para, a dor demora meia 
hora ou mais para ceder ou só cede se sentar ou deitar. 
 A dor isquêmica em repouso ocorrem em casos de insuficiência arterial mais avançada. A dor é tipo em queimação e mais intensa nas 
extremidades (dedos e dorso do pé); piora quando o paciente deita (mais à noite) e melhora quando levanta, mas se andar piora novamente. 
Pode vir como formigamento ou dormência dos dedos que melhoram quando sentado ou de pé (muito pacientes dormem sentados). A dor 
não melhora com analgésicos comuns. 
 Há evolução para lesões tróficas → são lesões nas extremidades (geralmente nas pontas dos dedos); inicialmente brancas e isquêmicas, 
que evoluem para coloração mais escuras. O quadro mais grave da insuficiência arterial periférica é o que contém úlceras ou necrose de 
extremidades. Pode ser desencadeada por trauma no membro já isquêmico ou por progressão espontânea. Evolui rapidamente podendo 
levar a perda do membro. 
 
3. EXAME ARTERIAL 
 
- PULSO: busca-se a palpação do pulso pedioso, tibial anterior, tibial posterior, poplítea e femoral; em 20% das pessoas há o pulso pedioso 
ausente. Deve fazer uma comparação entre o ambas a pernas, iniciando com o membro não acometido. 
- COLORAÇÃO e TEMPERATURA: frio e pálido, no geral. 
Na manobra de Buerger, o paciente em decúbito dorsal, o médico eleva ambos os MMII do paciente a 45° durante 3 minutos (acentua 
se o paciente fizer dorso-flexão do pé várias vezes); o pé doente ficará pálido. Senta-se o paciente com os MMII pendentes e aparecerá uma 
hiperemia reativa. A sensibilidade para o teste é maior quando a isquemia for assimétrica. Quando abaixa o membro ocorre vasodilatação 
compensatória, rubor e hiperemia reativa. 
- USG: é utilizado para padronização científica; 
- ARTERIOGRAFIA: só é realizada em pré-operatório (solicitado pelo cirurgião vascular). 
 
4. TRATAMENTO 
 
- MEDIDAS CLÍNICAS: pede-se ao paciente para andar, pois quanto mais ele andar e mais isquemia ele fizer, haverá estimulação da formação de 
novos vasos, ou seja, a circulação colateral. 
- MEDICAMENTOS: estatinas e aspirinas; 
- CIRURGIA: faz-se uma ponte arterial a partir de um enxerto; outra opção é utilizar um stent. 
 
 
 
5. SISITEMA VENOSO PERIFÉRICO 
 
Sabe-se que 85-90% do sangue retorna pelo sistema profundo e tem que vencer a pressão abdominal positiva e a gravidade → 
importância das válvulas (músculo liso) e os músculos. As veias perfurantes fazem a comunicação do sistema superficial com o profundo; são 
aproximadamente 155 veias. Essas veias perfurantes formam um fluxo em sentido único, exceto no pé que é bidirecional. Caso o sistema venoso 
profundo não esteja funcionando corretamente, não ocorre a passagem do sangue superficial pelas veias perfurantes, promovendo uma estase 
sanguínea. As alterações profundas não são visíveis, porém as varizes são alterações superficiais visíveis. 
Nos membros inferiores a drenagem superficial é feita principalmente pela safena interna (dorso do pé → maléolo medial → face 
medial da coxa) e safena externa (face lateral do pé → face posterior da coxa); sede de flebites e local para acesso venoso rápido. Nos membros 
superiores não formação de varizes, em primeiro lugar, por questão de proximidade; além disso o sistema superficial participa ativamente da 
drenagem. Por isso, as válvulas e a contração muscular não são importantes. 
 
6. INSUFICIÊNCIA VENOSA PERIFÉRICA 
 
 Fatores de risco: idade avançada; obesidade; HAS; Síndrome Nefrótica; ICC; diabete mellitus; artrite reumatóide; antecedentes de 
trombose venosa; aumento da pressão abdominal (gestação, grandes tumores com compressão); obstrução prostática; câncer sigmóide; estilo 
de vida (ortostatismo prolongado, tabagismo, sedentarismo). 
 
• VARIZES → a clínica é caracterizada por uma sensação de peso (desconforto), dolorimento e pode estar associada a complicações de IVP. 
A incidência em mulheres é de 2 a 3 vezes maior que em homens; gravidez e mioma uterino aumentam a pressão. 
• DOR → quando com sinais flogísticos, está associada com tromboflebite. Caso a dor esteja associada ao subcutâneo, pode ser relacionada 
a celulite e erisipela. 
No sistema profundo, pode ocorrer trombose venosa profunda (TVP) e pode acontecer dias antes do edema; a TVP pode ser 
espontânea e contínua ou que surge apenas com deambulação. A dor muscular é secundária a TVP ou por inflamação da parede do vaso 
da região afetada; diferencial com dores articulares, traumatismos ou contusões musculares. 
Caso ocorra dor em todo o membro, pode estar relacionada com trombose extensa do membro → promove dor intensa com edema 
importante, consistência dura e cianose, chamada de flegmasia cerulea dollens (grego – inflamação azulada dolorosa); pode, pelo edema, 
comprimir artéria, causando flegmasia alba dollens (grego – inflamação branca dolorosa). 
• EDEMA → de longa duração, crônico, predominantemente vespertino, principalmente em região de tornozelo (poupa os pés). Em pacientes 
com insuficiência venosa, em que repentinamente há uma piora da dor, uma piora do edema, assimétrico, unilateral e agudo, deve-se 
pensar em TVP. 
! O linfedema (edema linfático) é tipicamente unilateral; acomete o pé; um edema duro que não melhora com elevação dos pés. 
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS: 
- Complicações da IVP: flebites, TVP, flegmasia cerulea dollens; 
- Tumores comprimindo vasos e linfáticos: em especial pélvicos, próstata e anexiais; 
- ICC, insuficiência hepática, insuficiência renal, desnutrição, distúrbios da tireóide; 
- Medicamentoso (bloqueadores de canais de cálcio, clonidina, Minoxidil, hidralazina, metildopa, estrógenos, esteróides, progesterona e 
testosterona); 
- Lipedema, acúmulo de tecido adiposo nas pernas (obesidade mórbida).• HEMORRAGIA → ocorre nas grandes varicosidades ou secundários a traumas; 
• PRURIDO → comum nas varizes de longa duração. Algumas vezes erroneamente justificadas como dermatites por pomadas e pela meia 
elástica; 
• ALTERAÇÕES TRÓFICAS → escurecimento da pele, dando um aspecto ‘sujo’, proveniente do extravasamento de componentes ricos em 
ferro, chamada de dermatite ocre. 
• CAIMBRAS e PARESTESIAS → predomínio noturno. 
 
! Complicações → úlceras na região perimaleolar; caráter crônico; difícil cicatrização; podem ser indolores; presença de “tecido de granulação”. 
Na presença de sinais flogísticos, configura infecção. 
 
EXAME FÍSICO 
 
- Faz-se a inspeção com o paciente de pé; 
- Faz-se a palpação por 10 minutos, com o paciente em pé; 
- Pesquisa de coroa flebectásica → são pequenas veias dilatadas ao redor do tornozelo (IV crônica); 
- Para avaliação de edema, faz-se a medição da circunferência (método mais sensível) → deve ser feita diariamente em 2 ou 3 pontos distintos. 
 
 
7. TROMBOSE VENOSA PROFUNDA 
 
 Trata-se de um acometimento mais frequente nas veias profundas dos MMII. A epidemiologia relaciona-se com doenças que 
aumentam risco de TVP → neoplasias, insuficiência cardíaca, cirurgia de joelho e quadril. Os sintomas relacionam-se com edema assimétrico, 
com ou sem dor, aumento de temperatura. 
- 1ª FASE (1 a 14 dias): trombo pode se desprender, formando um êmbolo, e migrar para outra região, principalmente para os pulmões 
(tromboembolismo pulmonar) → em casos mais leves ocorre dispneia ao esforço; em casos mais graves ocorre dor torácica, dispneia ao repouso, 
choque e óbito. 
- 2ª FASE (após 14 dias): trombo se desloca menos, pois já está organizado. 
 
• DIAGNÓSTICO 
- Edema unilateral tem acurácia de 50% para TVP; 
- Sinal de Homam: dorsiflexão forçada do pé do membro suspeito com dor à manobra – altamente inespecífico; 
- Sinal de Bancroft: apalpação dolorosa da panturrilha. 
- Empastamento da panturrilha ou sinal da bandeira desfraldada → apalpação da panturrilha na tentativa de encontrar uma região 
endurecida; 
 
 
 
 
 
 
8. DEFINIÇÃO DE CEFALEIA 
 
 Trata-se de uma dor de intensidade variável, localizada ou difusa, em qualquer parte da cabeça; também pode ser chamada de 
cefalalgia ou dor de cabeça. O termo cefaleia pode ser usado para designar a presença de sensação dolorosa em todo segmento cefálico (cabeça, 
pescoço ou face). Estima-se que 93% dos homens e 99% das mulheres terão algum tipo de dor de cabeça ao longo da vida; e que 76% do sexo 
feminino e 57% do masculino tenham pelo menos um episódio de dor de cabeça por mês. 
 
9. ANAMNESE 
 
• LOCALIZAÇÃO → unilateral (p. ex., enxaqueca, trigêmino-autonômicas); bilateral ou holocraniana (p. ex., cefaleias tensionais); 
• TIPO DE DOR → opressiva (p. ex., cefaleia tensional); pulsátil (p. ex., enxaqueca); fisgada e pontada (trigêmino-autonômicas, em salvas); 
• DURAÇÃO DO EPISÓDIO DE DOR → segundos (p. ex., SUNCT); minutos a horas (p. ex., cefaleias tensionais, enxaquecas); dias (p. ex., 
cefaleias crônicas); 
• INTENSIDADE → leve (não atrapalha atividades rotineiras), moderada (atrapalha as atividades rotineiras), grave (impede as atividades 
rotineiras), muito grave ou insuportável. Pede-se o paciente para classificar de 1 a 10; 
• HORA DO INÍCIO → ao levantar (p. ex., enxaqueca); após deitar; durante o dia (p. ex., enxaqueca, tensional); despertar noturno; 
• MODO DO INÍCIO → inicia fraca com piora progressiva (p. ex., enxaqueca); mantém intensidade (p. ex., tensionais, em salvas); 
• FATORES DE PIORA → alimentos e bebidas; luz; barulho; esforço físico; odores; relacionam, no geral, com enxaqueca. 
• FATORES PRECIPITANTES → menstruação; privação de sono; jejum prolongado; 
• FATORES DE MELHORA → dormir; comer; vomitar; analgesia oral ou venosa; 
• COMPORTAMENTO DURANTE A CRISE → auras; sintomas associados; 
 
PERFIL CARACTERÍSTICA 
SEXO IDADE HISTÓRIA FAMILIAR 
Enxaqueca Mulheres (3:1) 20 a 45 anos; raro após os 50 anos +++ 
Tensional Mulheres (8:1) Pico aos 40 anos s/r 
Salvas Homens (4-8:1) 20 e 50 anos + 
Hemicrania paroxística Mulheres (2:1) Pico aos 40 anos ? 
SUNCT Homens (1,5:1) Em torno de 50 anos ? 
 
10. FISIOPATOLOGIA 
 
 As cefaleias primárias ou funcionais, na maior parte das vezes são decorrentes de um desequilíbrio eletroquímico com origem no SNC, 
cuja resposta é dor em um segmento cefálico. 
1) Ativação dos receptores nociceptivos extracerebrais (extra-cranianos ou intra-cranianos) em resposta a lesão tecidual: pele e tecido celular 
subcutâneo, músculos, artérias, periósteo, dura máter, seios venosos intracranianos, olhos, ouvidos, seios paranasais, nervos cranianos. 
2) Hiperexcitabilidade dos neurônios do SNP ou SNC e/ou tronco cerebral, seguida de vasodilatação e a liberação de prostaglandianas, 
serotonina e outras substâncias inflamatórias que causam a dor. 
! Cefaleias primárias normalmente não trazem alterações importantes no exame físico neurológico. 
! Sintomas de cefaleia secundária → exigem investição por imagem (TCC ou RNM) e exames laboratoriais). 
 
11. INSTALAÇÃO 
 
- AGUDAS: cefaleia com períodos menores que três meses ou 90 dias. Atingem intensidade máxima em minutos ou poucas horas, de caráter 
recorrente. 
- CRÔNICAS: cefaleia que ocorre na maior parte dos dias (mais de 15 vezes por mês), por um período maior que três meses ou 90 dias, que 
normalmente persistem por meses ou anos, não progressivas, sem mudanças no padrão de dor, na ausência de uso excessivo medicação 
analgésica. 
 
12. SINAIS DE ALARME 
 
1) Cefaleia acompanhada por inconsciência (síncope); 
2) Cefaleia de início súbito sem história prévia (“pior cefaleia da vida”) → rotura de aneurisma intracraniano; neuralgia do trigêmio; em salva. 
3) Cefaleia acompanhada por alterações neurológicas que persistem após a dor → AVC; 
4) Cefaleia associadas a papiledema (p. ex., lesão expansiva de sistema nervoso, processos inflamatórios graves), rigidez nucal (p. ex., 
meningites) e/ou febre; 
5) Cefaleia com início após os 50 anos de idade → não é normal um paciente que não tem histórico de cefaleia quando chega aos 50 anos 
apresente forte cefaleia associada a náusea, vomito e/ou perda súbita da visão; 
6) Cefaleia com mudança no padrão de dor ou na resposta ao tratamento; 
7) Cefaleia associada a alterações de personalidade ou hábitos (acordar/deitar) → cefaleia que acorde o paciente; que ocorra ao deitar 
(cefaleia hípnica); associada a tumores e processos expansivos; 
8) Cefaleia associada a hipertensão ou anormalidades endócrinas; 
9) Cefaleia que não segue padrão de origem primária; 
10) Cefaleia relacionada a tosse; 
11) Cefaleia em pacientes imunossuprimidos (HIV); 
13. ENXAQUECA (MIGRÂNEA) 
 
 A migrânea com aura é uma síndrome que se inicia com sintomas premonitórios visuais, sensoriais e motores seguidos, às vezes 
diretamente, às vezes com intervalo de até 1 hora, por cefaleia geralmente unilateral e latejante, acompanhada de intolerância à luz e aos sons, 
com náuseas ou vómitos. A dor piora com a atividade física, como por exemplo subir uma escada. A migrânea sem aura consiste em dor com as 
mesmas características, sem a presença de sintomas premonitórios. 
 A prevalência é igual em ambos os sexos até a puberdade, quando passa a predominar nas mulheres, voltando a diminuir após a 
menopausa. Apresentam distribuição familiar e associação com alguns desencadeantes que incluem alimentos como café, chocolate, queijos, 
alterações do ritmo de sono e períodos menstruais. 
 No exame do paciente com enxaqueca podemos encontrar dor à palpação dos globos oculares e dos ramos do trigêmeo; também 
pode ocorrer dor na palpação do trajeto das carótidas e das artérias do sistema da carótida externa envolvidas no processo. 
 
13.1. MIGRÂNEA SEM AURA 
A) Pelo menos 5 crises nos critérios B a D; 
B) Duração de 4 a 72 horas (sem tratamento ou tratamento ineficaz); 
C) Pelo menos duas características → unilateral; pulsátil; moderada ou forte intensidade (limitando atividades diárias);exacerbada por 
ou levando o indivíduo a evitar atividades físicas rotineiras; 
D) Pelo menos um dos sintomas associados → náusea e/ou vômitos; foto/fonofobia; 
E) Não atribuída a outro transtorno. 
 
13.2. MIGRÂNEA COM AURA 
! Aura é o complexo de sintomas neurológicos, que ocorre normalmente antes da cefaleia, mas pode ter início após a dor ter começado, ou 
prosseguir para a fase de cefaleia. 
A) Pelo menos dois episódios preenchem os critérios B e C; 
B) Um ou mais dos seguintes sintomas de aura, totalmente reversíveis: 
- Visual (mais comum – 90%; bilaterais) – escotomas, moscas volantes; 
- Fala e/ou linguagem (parestesias, vertigem) – enxaqueca vestibular; 
- Motor (paresia) – enxaqueca hemiplégica; 
- Tronco cerebral (zumbido, hipoacusia, diplopia, ataxi) – enxaqueca basilar; 
- Retiniano (monocular – amaurose fugaz) – enxaquexa retiniana. 
C) Pelo menos duas das quatro características seguintes: 
- Pelo menos um sintoma de aura que se alastra gradualmente em 5 ou mais minutos, e/ou dois ou mais sintomas aparecem 
sucessivamente; 
- Cada sintoma individual de aura dura 5 a 60 minutos; 
- Pelo menos um sintoma de aura é unilateral; 
- A aura é acomplanhada, ou seguida em 60 minutos, por cefaleia. 
D) Não melhor explicada por outro diagnóstico a ICHD com exclusão de um ataque isquêmico transitório (AIT). 
! Mulheres com enxaqueca com aura tem maior risco de apresentar acidente vascular encefálico (AVE). 
 
14. CEFALEIA TIPO TENSÃO (TENSIONAL) 
 
 A Sociedade Internacional de Cefaleias define cefaleia do tipo tensional como uma dor em pressão/aperto, de intensidade leve a 
moderada, geralmente bilateral, que não piora com a atividade física. Intolerâncias à luz e aos sons estão geralmente ausentes e quando 
presentes são de menor intensidade, nunca estando presentes ao mesmo tempo. Náuseas e vômitos são raros. Podem ser divididas em 
episódicas (duram menos de 15 dias por mês ou menos de 180 dias por ano) e crônicas (duram mais de 15 dias por mês ou mais de 1 80 dias 
por ano). A cefaleia do tipo tensional episódica está associada a pacientes ansiosos e os casos crônicos' a pacientes deprimidos, havendo, 
portanto, grande comorbidade com alterações psiquiátricas. 
 Os pacientes com cefaleia do tipo tensional episódica tendem a conviver com a doença e raramente procuram auxílio médico. Isso 
acaba levando a uma grande quantidade de automedicações que somam ao componente original da cefaleia um componente de abuso de 
analgésicos simples, o que seria interpretado pelo sistema nervoso como uma ausência crônica de aferências dolorosas, levando a alterações 
dos mecanismos centrais de inibição da dor e consequente evolução para a cronicidade. 
 No exame de pacientes com cefaleia do tipo tensional, deve-se incluir a palpação da musculatura do dorso, principalmente dos 
trapézios. Em aproximadamente 50% dos casos, encontrar-se-á um aumento da tensão muscular, embora esse tipo de exame requeira uma 
melhor padronização. 
 
14.1. CEFALEIA TENSIONAL EPISÓDICA POUCO FREQUENTE 
A) Pelo menos 10 episódios de cefaleia ocorrendo 1 dia por mês em média (12 dias por anos) e preenchendo os critérios de B a D; 
B) A cefaleia dura entre 30 minutos a 7 dias; 
C) A cefaleia tem pelo menos duas das quatro seguintes características → localização bilateral; em pressão ou aperto (opressiva; não 
pulsátil); intensidade leve a moderada; não é agravada por atividade física de rotina como caminhar ou subir escadas; 
D) Acompanha-se dos seguintes aspectos → ausência de náuseas e/ou vômitos; 
Apenas um dos seguintes sintomas estão presentes → fotofobia ou fonofobia; 
E) Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD. 
 
14.2. CEFALEIA TENSIONAL EPISÓDICA FREQUENTE 
A) Pelo menos 10 episódios de cefaleias que ocorrem entre 1 a 14 dias em média por mais de 3 meses (mais de 12 dias por ano e menos 
de 180 dias por ano) e preenchendo os critérios B a D; 
B) A cefaleia dura entre 30 minutos a 7 dias; 
C) A cefaleia tem pelo menos duas das quatro seguintes características → localização bilateral; em pressão ou aperto (opressiva; não 
pulsátil); intensidade leve a moderada; não agravada por atividade física de rotina como caminhar ou subir escadas. 
D) Acompanha-se dos seguintes aspectos → ausência de náuseas e/ou vômitos; 
Apenas um dos seguintes sintomas estão presentes → fotofobia ou fonofobia; 
E) Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD. 
 
14.3. CEFALEIA TENSIONAL CRÔNICA 
A) A cefaleia ocorre mais de 15 dias por mês em média, por mais de 3 meses (mais de 180 dias de dor por ano), e preenchendo os critérios 
de B a D; 
B) A cefaleia dura horas ou dias, podendo ser contínua; 
C) A cefaleia tem pelo menos duas das quatro seguintes características → localização bilateral; em pressão ou aperto (opressiva; não 
pulsátil); intensidade leve a moderada; não agravada por atividade física de rotina como caminhar ou subir escadas. 
D) Acompanha-se dos seguintes aspectos → ausência de náuseas ou vômitos moderadas ou graves; 
Apenas um dos seguintes sintomas estão presentes → fotofobia ou fonofobia; 
E) Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD. 
 
15. CEFALEIA TRIGÊMINO-AUTONÔMICAS 
 
! Mesmo padrão, diferentes na frequência e duração dos sintomas. 
• CEFALEIA EM SALVAS → crises de dor forte, estritamente unilateral, orbitária, supraorbitária, temporal ou qualquer combinação destes 
locais, durando 15 a 180 minutos, ocorrendo desde uma vez em cada 2 dias até 8 vezes por dia. A dor está associada a hiperemia conjuntival 
ipsilateral, lacrimejamento, congestão nasal, rinorreia, sudorese da região frontal e da face, miose, ptose e/ou edema da pálpebra e 
inquietação ou agitação. Respondem de forma absoluta com oxigenoterapia. Mais comum em homens. 
• HEMICRANIA PAROXÍSTICA → crises de dor aguda, estritamente unilateral, orbitária, supraorbitária, temporal ou qualquer outra 
combinação destas áreas, com duração de 2 a 30 minutos, que ocorrem várias ou muitas vezes por dia (mais de 20 episódios). As crises 
estão associadas a hiperemia conjuntival ipsilateral, lacrimejamento, congestão nasal, rinorreia, sudorese facial e da região frontal, miose, 
ptose, e/ou edema da pálpebra. Respondem de forma absoluta à indometacina. Mais comum em mulheres. 
• SUNCT → crise de cefaleia moderada ou grave, estritamente unilateral, que dura segundos a minutos, ocorrendo pelo menos uma vez por 
dia até múltiplos episódios, geralmente associada a lacrimejamento proeminente e hiperemia conjuntival do olho ipsilateral. Mais comum 
em homens. 
 
15.1. CEFALEIA EM SALVAS EPISÓDICA 
A) Pelo menos cinco crises preenchendo os critérios de B a D; 
B) Dor forte ou muito forte, unilateral, supraorbitária e/ou temporal com duração de 15 a 180 minutos (quando não tratada); 
C) Um dos dois ou ambos os seguintes: 
- Sensação de inquietação ou agitação; 
- Pelo menos um dos seguintes sintomas ou sinais ipsilaterais à cefaleia: hiperemia conjuntival ou lacrimejamento; congestão nasal ou 
rinorreia; edema da pálpebra; sudorese facial e da região frontal; rubor facial e da região frontal; sensação de ouvido cheio (plenitude 
auricular); miose e/ou ptose. 
D) As crises têm uma frequência de uma, em cada dois dias até oito por dia, durante mais da metade do tempo em que a perturbação 
está ativa; 
E) Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD. 
! As crises ocorrem em períodos que duram de 7 dias a um ano, separados, por períodos livres de dor de, pelo menos, 1 mês. 
 
15.2. CEFALEIA EM SALVAS CRÔNICAS 
A) Pelo menos cinco crises preenchendo os critérios de B a D; 
B) Dor forte ou muito forte, unilateral, supraorbitária e/ou temporal com duração de 15 a 180 minutos (quando não tratada); 
C) Um dos dois ou ambos os seguintes: 
- Sensação de inquietação ou agitação; 
- Pelo menos um dos seguintes sintomas ou sinais ipsilaterais à cefaleia: hiperemia conjuntival ou lacrimejamento; congestão nasal ou 
rinorreia; edema da pálpebra; sudorese facial e da região frontal; rubor facial e da região frontal; sensaçãode ouvido cheio (plenitude 
auricular); miose e/ou ptose. 
D) As crises têm uma frequência de uma, em cada dois dias até oito por dia, durante mais da metade do tempo em que a perturbação 
está ativa; 
E) Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD. 
! As crises ocorrem em períodos de mais de um ano, sem remissão ou remissão ou maior que 1 mês. 
 
15.3. CEFALEIA HEMICRANIA PAROXÍSTICA EPISÓDICA 
A) Pelo menos 20 crises preenchendo os critérios de B a E; 
B) Dor grave, unilateral orbitária, supraorbitária e/ou temporal com duração de 2 a 30 minutos; 
C) Pelo menos um dos seguintes sintomas ou sinais ipsilaterais à dor: hiperemia conjuntival ou lacrimejamento; congestão nasal ou 
rinorreia; edema da pálpebra; sudorese facial e da região frontal; rubor facial e da região frontal; sensação de ouvido cheio (plenitude 
auricular); miose e/ou ptose. 
D) As crises têm uma frequência superior a 5 por dia, mais da metade do tempo; 
E) As crises previnem-se de forma absoluta por doses terapêuticas de indometacina; 
F) Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD. 
! As crises de hemicrania paroxística, que ocorrem em períodos que duram entre 7 dias a 1 ano, separadas por períodos sem dor de, pelo 
menos, 1 mês. 
 
15.4. CEFALEIA HEMICRANIA PAROXÍSTICA CRÔNICA 
A) Pelo menos 20 crises preenchendo os critérios de B a E; 
B) Dor grave, unilateral orbitária, supraorbitária e/ou temporal com duração de 2 a 30 minutos; 
C) Pelo menos um dos seguintes sintomas ou sinais ipsilaterais à dor: hiperemia conjuntival ou lacrimejamento; congestão nasal ou 
rinorreia; edema da pálpebra; sudorese facial e da região frontal; rubor facial e da região frontal; sensação de ouvido cheio (plenitude 
auricular); miose e/ou ptose. 
D) As crises têm uma frequência superior a 5 por dia, mais da metade do tempo; 
E) As crises previnem-se de forma absoluta por doses terapêuticas de indometacina; 
F) Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD. 
! As crises de hemicrania paroxística, que ocorrem durante mais de 1 ano sem remissão, ou com períodos de remissão que duram menos 
de 1 mês. 
 
15.5. SUNCT 
A) Pelo menos 20 crises que cumpram os critérios B a D; 
B) Cefaleia moderada a grave, unilateral, com distribuição orbitária, supraorbitária, temporal e/ou outra trigeminal, durando 1 a 600 
segundos (até 10 min), ocorrendo como “pontada” única, séries de “pontadas” ou padrão de “dente de serra”. 
C) Pelo menos um dos seguintes sintomas ou sinais ipsilaterais à dor: hiperemia conjuntival ou lacrimejamento; congestão nasal ou 
rinorreia; edema da pálpebra; sudorese facial e da região frontal; rubor facial e da região frontal; sensação de ouvido cheio (plenitude 
auricular); miose e/ou ptose. 
D) As crises têm uma frequência de, pelo menos, um por dia, durante mais de metade do tempo em que a perturbação está ativa; 
E) Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD.

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