Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA / PUC-Rio MICROECONOMIA II Prof. Eduardo P.S. Fiuza Complemento à Nota de Aula 15: Introdução a Equilíbrio Geral 1 E ciência de Pareto: Existem quatro de nições alternativas de e ciência de Pareto. Uma alocação (X1; X2) e ciente de Pareto pode ser descrita como: 1. Não existe maneira de deixar todos os agentes envolvidos mel- hor, ou seja: @ (X 01; X 02) j � x10A; x 20 A � �A �x1A; x2A� e �x10B ; x20B� �B �x1B ; x2B� Diz-se que esta alocação é FRACAMENTEPARETO-EFICIENTE. 2. Não existe maneira de deixar algum agente envolvido melhor sem deixar alguém pior, ou seja: @ (X 01; X 02) j � x10A; x 20 A � �A �x1A; x2A� e �x10B ; x20B� &B �x1B ; x2B� SPG (sem perda de generalidade) Diz-se que esta alocação é FORTEMENTEPARETO-EFICIENTE. 3. Todos os ganhos de comércio foram exauridos (de nição equiv- alente à de nição 2). 4. Não existem ganhos mútuos a serem feitos (de nição equiva- lente à de nição 1). Naturalmente não precisamos demonstrar que, se uma alocação é fortemente Pareto-e ciente, ela também é fracamente Pareto-e ciente: se não se pode deixar pelo menos um agente melhor, quanto mais deixar a todos melhor. O reverso só é verdadeiro sob condições especiais, enunciadas na proposição abaixo: Proposition 1 Suponha que as preferências são contínuas e monotôni- cas. Então uma alocação é fracamente Pareto-e ciente se e somente se for fortemente Pareto-e ciente. Proof. Como vimos, Forte )Fraco é óbvio. Vamos demonstrar agora que Fraco)Forte por absurdo. Suponha uma alocação que não é fortemente P.E. Vou provar que ela também não é fracamente PE. 1 Se a alocação não é fortemente P.E., então existe algum agente, em particular (por exemplo, A, SPG). que pode ser melhorado sem prejudicar o outro. Como as preferências são contínuas e monotônicas, eu posso tirar um pouquinho da diferença entre X10A e X1A e dar para B. Neste caso, A continua melhor que na alocação original (por continuidade) e B melhora (por monotonicidade). Assim, ambos estão melhor, portanto a alocação é fracamente P.E. q.e.d. Complemento à Nota de Aula 16: 2 Ainda sobre a Lei de Walras Proposition 2 Se a demanda iguala a oferta num mercado, elas tam- bém devem igualar-se no outro mercado. Proof. A Lei de Walras vale para todos os vetores de preços, já que cada agente deve satisfazer sua restrição orçamentária (RO) para todos os preços. Em particular, a Lei vale para um conjunto de preços tal que a demanda excedente pelo bem 1 seja zero. Então, se z1 (p � 1; p � 2) = 0, pela lei de Walras, p�1�z1 (p�1; p�2)| {z } 0 +p�2 � z2 (p�1; p�2)| {z } 0 = 0 Assim, para p2 > 0, temos z2 = 0: Na verdade, então, para termos z2 6= 0, precisaríamos que p2 = 0: Ora, pela condição de equilíbrio, z2 � 0 (factibilidade). Logo, temos o seguinte corolário: Corollary 3 Se (p�1; p�2) compõe um equilíbrio Walrasiano e z2 (p�1; p�2) < 0, então p2 = 0. Em outras palavras, se algum bem está em excesso de oferta num equilíbrio Walrasiano, então ele deve ser um bem grátis. Proof. Se (p�1; p�2) é um equilíbrio Walrasiano, �z1(p�1 ;p�2) z2(p�1 ;p�2) � � 0. Como� p1 p2 � � 0, p�1 � z1 (p�1; p�2) + p�2 � z2 (p�1; p�2) � 0: Se z2 (p�1; p�2) < 0 (SPG) e p2 > 0, teríamos p�1�z1 (p�1; p�2)+p�2�z2 (p�1; p�2) < 0; contradizendo a lei de Walras. 2 3 Preços relativos Lembremos a homogeneidade de grau zero da demanda. A Lei de Walras garante apenas M � 1 equilíbrios independentes: se a de- manda iguala a oferta em M � 1 mercados, então demanda iguala oferta no M-ésimo. Mas, se há M bens, haverá M preços a serem determinados. Só que, como vimos, a demanda é homogênea de grau zero em preços. Podemos, então, normalizar um dos preços a 1. Example 4 maxuA � x1A; x 2 A � = � x1A �a � �x2A�1�a s.a. p1x1A + p2x2A = yA CPO: a� �x1A�a�1 � �x2A�1�a��p1= 0 (1� a) � �x1A�a � �x2A��a��p2= 0 Resolvendo: x1A= a yA p1 x2A=(1� a) yAp2 Analogamente: x1B= b yB p1 x2B=(1� b) yBp2 Demanda excedente: z1 (p1; p2)= a yA p1 +byBp1 �!1A�!1B z2 (p1; p2)= (1� a) yAp2 +(1� b) yB p2 �!2A�!2B Substituindo yA= p1! 1 A+p2! 2 A yB= p1! 1 B+p2! 2 B nas demandas excedentes, e lembrando que, pelo equilíbrio Wal- rasiano, z1 (p1; p2)= 0 z2 (p1; p2)= 0 temos que: p1 p2 = a!2A+b! 2 B (1�a)!1A+(1�b)!1B é o resultado de ambos. Em outras palavras, as duas equações são linearmente dependentes. Portanto, posso normalizar p2 = 1 e obter: p1= a!2A+b! 2 B (1�a)!1A+(1�b)!1B 3
Compartilhar