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INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS - TEORIA GERAL DOS CONTRATOS - RESUMO

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Érika Cerri dos Santos 
UFES – 2021/1 
INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS 
No que tange às relações contratuais, sempre será necessária a 
verificação do conteúdo negocial declarado pelas partes a fim de se 
determinar o tipo contratual desejado, ainda que se constate que optaram 
por um contrato atípico. Entretanto, nem sempre o contrato traduz a vontade 
exata das partes, o que exige uma interpretação para precisar o sentido e 
alcance do negócio jurídico firmado. 
A execução de um contrato exige a correta compreensão do intensão 
das partes. 
Toda manifestação de vontade necessita de interpretação para que se 
saiba o seu significado e alcance. 
- Carlos Roberto Gonçalves 
Na interpretação, busca-se apurar a vontade concreta das partes, não 
a vontade interna, psicológica, mas a vontade objetiva, o conteúdo, as 
normas que nascem de sua declaração(Carlos Roberto Gonçalves). 
Todo contrato deve ser interpretado, por mais claras que sejam 
suas cláusulas, principalmente porque o contrato não é apenas 
um acordo de vontades com o escopo de gerar obrigações, 
ganhando relevo nas condições subjetivas dos contratantes e 
ainda os efeitos que este negócio produz para a sociedade. 
Para que ela seja feita, além da observância aos preceitos do próprio 
Código Civil, é importante que as normas estabelecidas pela Constituição 
Federal sejam respeitadas, haja vista o processo de constitucionalização do 
direito civil que ocorrera com a promulgação do Código de 2002. 
O método de interpretação conforme a Constituição, entre 
outras vantagens, amplia a tutela do homem enquanto ser, e no 
que pertine aos negócios jurídicos, mitiga o peso da vontade em 
prol de outros valores tutelados pela Lei Maior, haja vista que as 
regras inspiradas no individualismo e que dão força ao 
Érika Cerri dos Santos 
UFES – 2021/1 
positivismo dogmático tornaram-se inadequadas e obsoletas 
para solucionar os problemas da sociedade contemporânea. 
- Marcos Jorge Catalan 
Segundo Marcos Jorge Catalan, essa virada metodológica permite 
que, hoje, as desigualdades presentes nas relações contratuais sejam 
amenizadas. Assim, a inserção na Constituição dos direitos sociais de 
segunda geração exerce papel primordial na construção de um novo 
método de interpretação, pois tais direitos não deixam de ser direitos civis. 
Ao se tratar de textos contratuais de difícil interpretação, será necessário 
recorrer aos instrumentos da hermenêutica jurídica, a qual é um ramo de 
hermenêutica que estuda e desenvolve os métodos e princípios da 
interpretação jurídica. 
A interpretação dos contratos pode se dar de forma: 
❖ DECLARATÓRIA: Quando tem como único escopo a descoberta 
da intenção comum dos contratantes no momento da 
celebração do contrato; 
❖ CONSTRUTIVA: Quando objetiva o aproveitamento do contrato, 
mediante o suprimento das lacunas e pontos omissos deixados 
pelas partes. 
A integração contratual preenche, pois, as lacunas encontradas nos 
contratos, complementando-os por meio de normas supletivas, 
especialmente as que dizem respeito à sua função social, ao princípio da 
boa-fé, aos usos e costumes do local, bem como buscando encontrar a 
verdadeira intenção das partes, muitas vezes reveladas nas entrelinhas 
(Carlos Roberto Gonçalves). Logo, a integração ocorre após a interpretação 
e preenche lacunas dessa, primeiramente usando as normas legais, e na 
Érika Cerri dos Santos 
UFES – 2021/1 
existência dessas, recorrendo aos interesses indefinidos para a interpretação 
da vontade das partes, usando critérios científicos (Paulo Nader). 
 
Contrato de adesão: Negócio jurídico cujo clausulado vem previamente 
estipulado por um dos contratantes e ao qual se tem a opção de aderir ou 
não. É aquele cujo conteúdo é preestabelecido por uma das partes, 
restando à outra somente a possibilidade de aceitar em bloco as cláusulas 
estabelecidas ou recursar o contrato e procurar outro fornecedor de bens 
(Claudia Lima Marques). 
São elementos dos contratos de adesão a bilateralidade, a 
generalidade, a uniformidade e a abstração das cláusulas, bem como a 
relativa inalterabilidade e a eficácia concreta dependente de integração. 
Enunciado 171, III Jornada de Direito Civil: O contrato de adesão, 
mencionado nos arts. 423 e 424 do novo Código Civil, não se 
confunde com o contrato de consumo. 
Diante dessas considerações, evidente é que o contratante que não 
participou das definições figura como uma parte hipossuficiente e sujeita a 
abusos. Assim, é importante que a natureza do contrato de adesão seja 
considerada no momento em que é necessária a interpretação do contrato. 
Regras interpretativas: 
ESPARSAS: Delegam interpretações especiais de determinados negócios 
jurídicos. 
❖ Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou 
contraditórias, dever-se-à adotar a interpretação mais favorável ao 
aderente (art. 423, CC) 
❖ A transação interpreta-se restritivamente (art. 843, CC) 
Érika Cerri dos Santos 
UFES – 2021/1 
❖ A fiança não admite interpretação extensiva (art. 819, CC) 
❖ Sendo a cláusula testamentária suscetível de interpretações 
diferentes, prevalecerá a que melhor assegure a observância da 
vontade do testador (art. 1899, CC) 
 
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR: 
❖ As cláusulas contratuais devem ser interpretadas de maneira mais 
favorável ao consumidor. 
 
REGRAS PRÁTICAS: 
❖ A melhor maneira de apurar a intenção dos contratantes é 
verificar o modo pelo qual o vinham executando, de comum acordo; 
❖ Deve-se interpretar o contrato, na dúvida, de maneira menos 
onerosa para o devedor (in dubiis quod minimum est sequimur); 
❖ As cláusulas contratuais não devem ser interpretadas 
isoladamente, mas em conjunto com as demais; 
❖ Qualquer obscuridade é imputada a quem redigiu a estipulação, 
pois, podendo ser claro, não o foi (ambiguitas contra stipulatorem est); 
❖ Na cláusula suscetível de dois significados, interpretar-se-à em 
atenção ao que pode ser exequível (princípio da conservação ou 
aproveitamento do contrato).

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