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DIAGNOSTICO DIFERENCIAL - ULCERAS - PROBLEMA 3

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Raquel da Silva Rogaciano Ferreira – Medicina Unime 
 
ÚLCERAS 
Úlcera é qualquer interrupção na solução de continuidade do tecido cutâneo-mucoso, acarretando 
alterações na estrutura anatômica ou função fisiológica dos tecidos afetados. 
Classificação das úlceras: As úlceras podem ser classificadas, quanto: 
 À causa, em: cirúrgicas, não cirúrgicas; 
 Segundo o tempo de reparação, em agudas e crônicas, 
 Com a profundidade, em relação à extensão da parede tissular envolvida (epiderme, derme, 
subcutâneo e tecidos mais profundos, como músculos, tendões, ossos e outros), em graus, i, ii, iii e iv. 
o Grau I: ocorre um comprometimento da epiderme; a pele se encontra íntegra, mas 
apresenta sinais de hiperemia, descoloração ou endurecimento. 
o Grau II: ocorre a perda parcial de tecido envolvendo a epiderme ou a derme; a ulceração 
é superficial e se apresenta em forma de escoriação ou bolha. 
o Grau III: existe comprometimento da epiderme, derme e hipoderme (tecido subcutâneo). 
o Grau IV: comprometimento da epiderme, derme, hipoderme e tecidos mais profundos. 
 
ÚLCERA VENOSA 
A úlcera venosa é devida à insuficiência venosa crônica por varizes primárias, sequela de trombose 
profunda, anomalias valvulares venosas ou outras causas que interferem no retorno do sangue venoso. As 
características clínicas são extremidade quente, edema, presença de varizes, alterações cutâneas como 
eczema de estase, esclerose e hiperpigmentação. O doente apresenta queixa de dor em pontada ou 
contínua. 
A localização mais frequente é a região do maléolo e terço distal da perna; em geral, de progressão lenta, 
bordas infiltradas, fundo com fibrina e, quase sempre acompanhada de infecção secundária. Surge após 
trauma e, muitas vezes, é precedida por episódio de erisipela, celulite ou eczema de estase. A fisiopatologia 
revela que o sangue retorna da perna ao coração através de três conjuntos de veias (profundas, superficiais 
e intercomunicantes). Se este sistema falhar em um dos seus componentes, o resultado é uma hipertensão 
venosa que causa distensão e alongamento das alças capilares. 
O fibrinogênio extravasa para os tecidos através de poros endoteliais alargados e a fibrina é depositada nos 
capilares, formando um “coxim” que limita a difusão do oxigênio e de outros nutrientes para a pele. 
Adicionalmente, os leucócitos se acumulam durante os períodos de imobilidade, obstruindo os capilares e, 
assim, contribuem para a isquemia local. Na palpação do pulso pedioso e tibial posterior, os mesmos devem 
estar presentes. O Azulay traz esses tipos de ulceras venosas: 
 Úlcera angiodérmica (Favre) 
Trata-se de uma doença que acomete adultos e idosos. 
Inicia-se por lesões purpúricas puntiformes ou em placa 
decorrentes de pequenos infartos locais que originam 
pequenas úlceras necróticas, as quais confluem para formar 
úlceras maiores. Localiza-se, de preferência, na face interna 
do terço inferior da perna esquerda e, por isso, é conhecida, 
pelos dermatologistas hispânicos, como a úlcera dos três i, 
que significam: inferior, interno e izquierdo. A explicação para 
essa propensão é que o retorno venoso está lentificado ao 
cruzar o arco crural. As lesões podem permanecer isoladas 
 
 
Raquel Rogaciano - Medicina Unime - 2021.1 
indefinidamente ou, o que é a regra, confluir, formando placas que podem acompanhar-se de esclerose, 
com comprometimento de vasos maiores. 
Esses casos estão associados à insuficiência venosa, e, por essa razão, certos autores preferem a designação 
de dermatite de estase, o que não nos parece constituir verdade para todos os casos. A fase final do quadro 
é a úlcera angiodérmica, chamada “úlcera de perna”, uma úlcera crônica e progressiva, raramente 
dolorosa, que se instala na região supramaleolar interna, que pode atingir muitos centímetros de diâmetro. 
O tratamento deve ser feito com repouso e elevação do membro; devem ser considerados também o uso 
de bota de Unna e a aplicação de curativos biológicos, bem como medidas gerais de combate à infecção 
local e, em certos casos, enxerto de pele. Tromboflebite e infecções ocasionais podem complicar o 
processo. 
 Úlcera de estase 
Neste caso, teríamos obrigatoriamente a insuficiência venosa crônica associada, que pode ocorrer por 
mecanismos variados (insuficiência valvular venosa, tromboflebite, varizes, compressão das veias ilíacas por 
gravidez e tumores abdominais etc.). De maneira gradativa, instala-se fibrose inflamatória com esclerose, a 
qual é denominada dermatoesclerose e, caracteristicamente nos quadros de longa evolução, tem a 
morfologia de “garrafa invertida”. A ulcera é a etapa final do processo, podendo acometer grandes áreas 
do terço inferior da perna. Erisipelas de repetição e tromboflebite ocorrem com frequência. 
 Úlcera isquêmica 
Caracteriza-se, de modo diferente da anterior, por apresentar poucas manchas purpúricas e pigmentadas, 
com instalação de infarto e necrose, acompanhadas de muita dor e isquemia. Os pulsos tibial posterior e 
pedioso estão marcadamente diminuídos ou ausentes; a temperatura da pele está diminuída. A dor 
caracteristicamente melhora quando a perna está para baixo, e piora quando está elevada. 
ÚLCERA HIPERTENSIVA DE MARTORELL 
A úlcera hipertensiva é uma complicação da hipertensão arterial sistêmica grave. A lesão parece ocorrer 
por arterioloesclerose das arteríolas dérmicas, diminuição da pressão de perfusão cutânea e aumento 
localizado da resistência vascular, que resulta na formação de úlcera por isquemia . O diagnóstico é 
sobretudo clínico, baseando-se nos critérios descritos por Martorell: 
 Hipertensão arterial nos braços e nas pernas; 
 Ausência de oclusão de grandes artérias de membros 
inferiores e pulsos palpáveis em todas as artérias dos membros 
inferiores 
 Ausência de distúrbio na circulação venosa; 
 Úlcera superficial na face anterolateral de membro inferior 
simetria das lesões; 
 Maior prevalência em mulheres; 
 Ausência de calcificação arterial. 
Não estão definidos quantos critérios são necessários para se firmar o diagnóstico. Do ponto de vista clínico, 
são características a dor desproporcional ao tamanho da úlcera e, pela resposta ao tratamento, a 
dependência do controle adequado da pressão arterial. 
O tratamento pode ser conservador controlando-se a pressão arterial com fármacos que diminuam a 
vasoconstrição periférica, como os bloqueadores dos canais de cálcio e os inibidores da enzima conversora 
da angiotensina, bem como se tratando da lesão com cuidados adequados. 
Betabloqueadores estão contraindicados. Nos casos resistentes, simpatectomia lombar e/ou enxertia são 
opções terapêuticas. 
ÚLCERA NAS DOENÇAS HEMATOLÓGICAS 
 
 
Raquel Rogaciano - Medicina Unime - 2021.1 
Trata-se de úlceras, uma ou várias, em geral justamaleolares, porém podendo aparecer em outras áreas da 
perna. São, de certo modo, pequenas e bem delimitadas; em cerca de 50% dos casos, há bilateralidade. 
Acompanham certas hematopatias, a saber: anemias falciforme e hemolítica, policitemia vera, 
trombocitemia, microglobulinemia e outras. A hidroxiureia utilizada no tratamento de diversas neoplasias, 
sendo inclusive a medicação de escolha da trombocitemia essencial, é também capaz de causar úlceras 
dolorosas; portanto, deve ser lembrada no diagnóstico diferencial desse tipo de úlcera. 
ÚLCERA ARTERIAL 
A úlcera arterial é produzida pela desnutrição cutânea devido a uma insuficiência arterial que tem como 
resultado a isquemia, caracterizando-se clinicamente por extremidade fria e escura. Há palidez, ausência 
de estase, retardo no retorno da cor após a elevação do membro, pele atrófica, perda de pêlo, diminuição 
ou ausência das pulsações das artérias do pé e dor severa aumentada com a elevação das pernas. 
A úlcera é de bordas cortadas a pique, irregular, localizada nos tornozelos, maléolos e extremidades digitais 
(perna, calcanhar, dorso do péou artelho). 
 A dor geralmente exacerba-se após elevação do membro. 
 A causa mais comum é a doença arterioesclerótica. 
 O risco de ulceração arterial de extremidades inferiores é aumentado em fumantes, diabéticos, 
idosos e indivíduos com evidência de doença arterial em outros locais. 
 Um sintoma clássico da doença arterial é a claudicação 
intermitente e dor em repouso (aliviada quando as pernas são 
colocadas em uma posição pendente). 
Ao exame físico observam-se: pés frios, pulsos pediosos fracos ou 
ausentes, enchimento capilar alentecido. As úlceras arteriais são 
pálidas, arredondadas e com bordas “talhadas a pique”. Ocorrem 
com localizações mais distais, frequentemente sobre proeminências 
ósseas. A pele em torno é fina, atrófica, com pelos ralos. 
Úlceras venosas x úlceras arteriais: A úlcera venosa se localiza no terço inferior da perna, comum 
supramaleolar, enquanto a úlcera arterial pode ocorrer nos dedos, pés ou calcanhar. O desenvolvimento 
da venosa é lento e o da arterial é rápido. A venosa tem bordas superficiais e irregulares e o tecido profundo 
não é afetado, já a úlcera arterial é geralmente profunda, envolvendo tendões e músculos e as bordas são 
bem definidas. A venosa apresenta manchas varicosas castanhas, eczema e é quente ao toque, enquanto 
a arterial apresenta pele lustrosa, fria ao toque e cianose. O edema está presente na venosa e praticamente 
ausente na arterial. A dor é variável na venosa, melhorando com a elevação do membro, e intensa na 
arterial. Na venosa o pulso está presente enquanto na arterial o pulso está diminuído ou ausente. 
ÚLCERAS NOS PÉS DIABÉTICOS 
Os diabéticos têm risco de 15 a 25% de desenvolver uma úlcera nos pés em algum momento da vida, 
geralmente consequente a neuropatia periférica ou doença vascular associada ao diabetes. A neuropatia 
motora periférica enfraquece os músculo s intrínsecos dos pés , produzindo anormalidades estruturais que, 
quando acompanhadas pela neuropatia sensitiva, aumentam o risco de feridas pelo estresse mecânico 
contínuo. Tipicamente, um calo espesso forma-se na área de pressão repetida e finalmente se rompe, 
levando a uma ulceração. 
A dificuldade de cicatrização nas úlceras dos pés de pacientes diabéticos deve-se a glicemia elevada, 
baixa oxigenação tecidual e comprometimento da resposta imunológica à lesão. As úlceras dos pés de 
pacientes diabéticos têm um risco maior de amputação, uma vez que a osteomielite subjacente não é 
incomum. 
As úlceras arteriais são consequência de fluxo sanguíneo inadequado para a pele. A causa mais comum é 
a doença arterioesclerótica. O risco de ulceração arterial de extremidades inferiores é aumentado em 
fumantes, diabéticos, idosos e indivíduos com evidência de doença arterial em outros locais. 
 
 
Raquel Rogaciano - Medicina Unime - 2021.1 
OBS: Uma úlcera crônica pode ser definida como um rompimento na barreira cutânea de longa duração 
(mais que 6 semanas) ou recorrência frequente. Entre as causas comuns de úlceras crônicas podem se citar: 
úlceras de estase venosas, úlceras arteriais, lesões ulceradas dos pés de pacientes diabéticos (pés 
diabéticos), úlceras por pressão, vasculites e pioderma gangrenoso. Outras causas de grande importância 
e que devem ser sempre lembradas pelos dermatologistas como relevantes diagnósticos diferenciais, 
especialmente no Brasil são: leishmaniose tegumentar, ectima, micobacterioses atípicas, úlcera tropical, 
esporotricose, paracoccidiodomicose, úlceras por animais peçonhentos (loxocelismo, ofidismo) e úlcera por 
anemia falciforme. 
CANCER DE PELE NÃO MELANOMA : 
 Carcinoma Basocelular (CBC) 
O carcinoma basocelular, epitelioma basocelular ou basalioma, é o mais 
benigno dos tumores malignos de pele. Constitui-se por células que se 
assemelham às células basais da epiderme. 
Deriva das células não queratinizadas que originam a camada basal da 
epiderme. É o câncer mais comum em humanos, corresponde a 75% de 
todos os tipos de câncer de pele e 25% de todos os tipos de câncer 
diagnosticados nos EUA. 
É mais comum em idosos e no sexo masculino. É raro no indivíduo negro. 
Os principais fatores de risco são: pele clara, olhos claros, cabelo ruivo, efélides, exposição solar (atualmente 
muito discutido), especialmente durante a infância e do tipo intermitente causando queimadura; outros 
fatores: radiação terapêutica, exposição ao arsênico, imunossupressão (transplantados), tabagismo 
(pequeno risco), nevo sebáceo de Jadasohn. 
É o menos agressivo dos tumores malignos da pele, apresentando raramente metástase. A 
invasão local é o maior perigo, pela capacidade de invadir e destruir tecidos adjacentes, 
inclusive ossos. É importante notar que o risco para desenvolver um novo CBC varia de 35-
50%. 
Manifestações clínicas: O CBC apresenta-se como pápula (ou nódulo), perolado e com 
telangectasias. O crescimento é progressivo, eventualmente podendo ulcerar. Localiza-se 
preferencialmente nos dois terços superiores da face com 30% das lesões localizando-se no 
nariz. Quando atinge pálpebra, acomete mais o canto medial da pálpebra inferior. Não 
ocorre nas palmas, plantas e mucosas. 
Localização preferencial nos dois terços superiores da face, acima de uma linha passando pelos lóbulos das 
orelhas e comissuras labiais. Menos comum em 
outras áreas do rosto, no tronco e nas 
extremidades; não ocorre nas palmas, nas plantas 
e nas mucosas. 
O tipo clínico mais comum é o chamado 
epitelioma basocelular nódulo-ulcerativo. No 
início, é pápula rósea, perlada, que evolui 
progressivamente a nódulo, com posterior 
ulceração central, recoberta por crosta que, 
retirada, determina sangramento. A lesão, então, 
é típica, com as bordas cilíndricas, translúcidas, 
mostrando formações perláceas e, às vezes, finas telangiectasias. 
Com a progressão do quadro, pode haver extensão em superfície, às vezes, com cicatrização central (forma 
plano-cicatricial), ou em profundidade, com invasão e destruição de músculo, cartilagem, osso ou outras 
estrutras (forma terebrante), ou há proliferação central (forma vegetante) 
 
 
Raquel Rogaciano - Medicina Unime - 2021.1 
As formas clínicas do CBC são: 
 - Nódulo-ulcerativo – mais comum 
 - Plano-cicatricial; 
 – Esclerodermiforme 
 - Pigmentado 
 - Superficial 
 - Basoescamoso ou metatípico (apresenta áreas com CBC e CEC). 
O tipo esclerosante é variante clínica, caracterizada por placa brancoamarelada, escleroatrófica, dura, 
lisa, às vezes com telangiectasias, bordas mal definidas, lembrando esclerodermia. A evolução é muito lenta 
e raramente se ulcera. 
O epitelioma basocelular superficial ou pagetoide é formado por lesões múltiplas, eritematoescamosas, 
discretamente infiltradas, emolduradas por bordas irregulares e ligeiramente elevadas. O aspecto lembra 
psoríase, eczema seborreico, lúpus eritematoso, doença de Bowen ou de Paget, e a localização é 
geralmente no tronco. 
O CBC pigmentado tem forma nódulo-ulcerativa com variável pigmentação melânica e assemelha-se ao 
melanoma maligno, do qual deve ser diferenciado. 
Durante o exame físico, o médico observará tamanho, forma, cor e textura das lesões em questão, e se há 
sangramento ou descamação. 
O médico também apalpará os gânglios linfáticos da virilha, axilas, pescoço e próximos da área da lesão. 
O aumento dos gânglios linfáticos pode sugerir que o câncer de pele basocelular ou espinocelular se 
disseminou para esse local. 
Junto com o exame, alguns dermatologistas usam uma técnica chamada dermatoscopia para avaliar as 
manchas da pele com o auxílio do 
dermatoscópio (uma lente de 
aumento especial com fonte de luz 
própria para observar a pele). Às 
vezes, uma fina camada de óleo é 
usada com este instrumento. Uma 
imagem digital ou fotográfica do 
local pode ser tirada. 
Diagnóstico e tratamento: a biópsia 
confirma o diagnóstico. O tratamento 
vai depender da localização, 
tamanho e profundidadeda lesão. As 
opções incluem curetagem, 
eletrocoagulação, criocirurgia ou 
imiquimod, 5-fluoracil, para lesões 
primárias, pequenas e superficiais; e 
exérese cirúrgica convencional ou 
cirurgia micrográfica de Mohs para 
lesões maiores. 
 Carcinoma Espinocelular (CEC) 
Representa 15% das neoplasias malignas de pele. É derivado dos queratinócitos suprabasais (camada 
espinhosa). É também conhecido como carcinoma de células escamosas ou carcinoma epidermoide. 
Apresenta uma incidência maior acima dos 40 anos de idade, sendo duas vezes mais comum em homens 
(de pele clara). 
 
 
Raquel Rogaciano - Medicina Unime - 2021.1 
Há possibilidade de ocorrer em pele normal, mas, frequentemente, tem origem na queratose solar, na 
leucoplasia, na radiodermite crônica, na queratose arsenical, no xeroderma pigmentoso, em úlceras 
crônicas e em cicatrizes de queimadura. 
Principais fatores de risco: fotoexposição (radiação ultravioleta), exposição ao arsênico ou hidrocarbonetos 
aromáticos, lesões precursoras (ceratose actínica, doença de Bowen, eritroplasia de Queyrat, líquen 
escleroatrófico genital, cicatrizes de queimaduras-úlcera de Marjolin, úlceras e fístulas crônicas), HPV 16 e 18 
(mucosa genital), imunossupressão (é o mais associado aos transplantados), genodermatoses, como 
albinismo ou xeroderma pigmentoso, (ambas associadas com um aumento da susceptibilidade da pele a 
radiação UV). Doenças crônicas como lúpus discoide. O tabagismo está associado com desenvolvimento 
de CEC da cavidade oral. 
O carcinoma espinocelular desenvolve-se frequentemente a partir de lesões pré-cancerosas, sendo as mais 
importantes as queratoses actínicas, as queilites actínicas, as leucoplasias, as radiodermites crônicas, as 
queratoses arsenicais, o xeroderma pigmentoso, as úlceras crônicas, as cicatrizes de queimaduras, e o líquen 
erosivo da mucosa oral. Outros processos dermatológicos de natureza diversa que podem sofrer 
malignização em direção ao epitelioma espinocelular, ainda que raramente, são o lúpus vulgar, o lúpus 
eritematoso discoide crônico, o líquen escleroso e atrófico de genitais e as lesões de sífilis tardia. 
Manifestação clinica: 
Manifesta-se clinicamente na pele como placa eritematosa ceratósica que, segundo o grau de proliferação 
da camada córnea, pode evoluir para um corno cutâneo; ou pode apresentar-se como pápula ou nódulo 
com diversos graus de ulceração e 
infiltração segundo o tempo de 
evolução. 
O CEC localizado na mucosa 
apresenta-se como placa de 
leucoplasia ou então como lesão 
infiltrativovegetante. O corno cutâneo 
pode representar um CEC ou 
simplesmente uma hiperceratose 
colunar benigna (mais comum). 
As localizações mais comuns são lábio inferior, orelhas, face, dorso das mãos, mucosa bucal e genitália 
externa 
As metástases acontecem em 0,5-6% (especialmente em linfonodos regionais) dos casos e são mais 
frequentes em lesões recorrentes e em lesões que invadem estruturas profundas ou nervos cutâneos. A 
orelha tem a maior chance de recidiva (18%). A possibilidade de metástase aumenta quando a lesão se 
localiza no lábio (12%) e sobre cicatrizes (até 40%)!! 
Na pele, há, inicialmente, área queratósica infiltrada e dura ou nódulo, a lesão aumenta gradualmente e 
ulcera-se. Na evolução, pode adquirir aspecto de ulceração com infiltração na borda ou tornar-se 
vegetante ou córnea. 
Na mucosa, pode iniciar-se em placa de leucoplasia, por área de infiltração ou lesão vegetante. No lábio 
inferior, ocorre em área de leucoplasia que se infiltra ou é lesão nodular. 
Nos genitais, pode surgir sobre área de eritroplasia. Irritações crônicas pelo fumo, dentes defeituosos e 
aparelhos de próteses representam importante papel na gênese do quadro. 
Variante particular do carcinoma espinocelular é o carcinoma verrucoso, de evolução lenta e aspecto 
anatomopatológico relativamente benigno, difícil de diferenciar-se de hiperplasias pseudoepiteliomatosas, 
exigindo, às vezes, várias biópsias para esclarecimento diagnóstico definitivo. O carcinoma verrucoso é uma 
forma do CEC de baixo grau de malignidade que clinicamente se apresenta como uma tumoração 
exofítica verrucosa em várias regiões. Recebe também os seguintes nomes: 
 
 
Raquel Rogaciano - Medicina Unime - 2021.1 
 1-Papilomatose florida (oral) 
 2. -Condiloma acuminado gigante de Buschke- -Loewenstein (anogenital) 
 3. Epitelioma cuniculatum (CEC localizado na região plantar). 
Em paralelo ao comportamento histopatológico relativamente benigno, o carcinoma verrucoso tem 
também comportamento biológico menos agressivo, com metástases mais raras. Essa variante do CEC pode 
localizar-se na região plantar, corresponde ao epitelioma cuniculatum; na região genital, constitui o 
condiloma acuminado gigante de Buschke-Löwenstein; e, na cavidade bucal, é representado pela 
chamada papilomatose oral florida. 
Diagnóstico e tratamento: o diagnóstico deve ser confirmado pela biópsia. 
O primeiro passo do diagnóstico do carcinoma espinocelular é analisar o histórico clínico e familiar do 
paciente, para levantar possíveis sinais e sintomas e os fatores de risco da doença. Depois é realizado o 
exame físico, em que o médico verifica o tamanho, a forma, a cor e a textura das lesões na pele e se há 
sangramento ou descamação. Para avaliar de forma mais detalhada as manchas e lesões, o médico utiliza 
um instrumento chamado dermatoscópio, uma lente de aumento especial com fonte de luz própria. 
Também se faz a palpação dos gânglios linfáticos da virilha, das axilas, do pescoço e de áreas próximas à 
lesão, porque o aumento desses gânglios pode indicar que o câncer espinocelular está se disseminando. O 
carcinoma espinocelular surge por meio de uma ferida, mas evolui rapidamente e pode apresentar 
metástase. A confirmação é feita por meio de uma biópsia. 
A escolha terapêutica deve se basear no 
tamanho, tempo de evolução e 
localização da lesão, assim como na 
idade e estado imunológico do 
paciente. Tendo como opções a 
curetagem e eletrocoagulação, 
criocirurgia, excisão cirúrgica 
convencional, cirurgia micrográfica de 
Mohs e a radioterapia para áreas de difícil acesso cirúrgico ou como adjuvante no caso de metástase a 
linfonodos. 
ECTIMA: 
A infecção superficial da pele causada por Streptococcus ou Staphylococcus é o impetigo, e sua forma evolutiva, que 
causa úlcera mais profunda, é o ectima. 
O ectima é uma infecção piogênica, ou seja, produtora de pus, que acomete a pele de forma profunda, sendo 
habitualmente causada pela bactéria Streptococcus pyogenes e, eventualmente, pelo Staphylococcus aureus. Por ter 
caráter profundo, pode atingir até a gordura subcutânea, deixando cicatrizes permanentes. 
Epidemiologia: A infecção é comum em crianças de classes sociais menos privilegiadas, em razão das más condições 
de higiene. É uma doença de distribuição universal, incide com maior frequência em áreas com precárias condições 
de higiene pessoal. É mais frequente no verão. Na região Norte é muito freqüente durante o período da chuva. Os 
quadros recorrentes são transmitidos por portadores sãos, devido às colonizações nasal e inguinocrural. 
 
 
Raquel Rogaciano - Medicina Unime - 2021.1 
Fisiopatologia: Podem-se dividir os mecanismos de agressão por ação direta do micro-organismo ou com lesões de 
hipersensibilidade a distância, como na complicação renal, e a síndrome da pele escaldada estafilocócica. O contágio 
se dá por inoculação direta da lesão ou por roupas contaminadas. Algumas cepas de Staphylococcus aureus produzem 
toxinas esfoliativas que levam à formação de bolhas por clivagem na epiderme, daí os quadros de impetigos bolhosos 
estarem mais associados ao S. aureus, e o impetigo crostoso, mais associado ao Streptococcus. 
O ectima é mais associado ao Streptococcus beta-hemolítico do grupo A. Algumas cepas de Streptococcus podem 
provocar, como complicação, glomerulonefrite pós-estreptocócica (18 a21 dias após o impetigo), assim como ocorre 
com outras infecções, como otites, sinusites e amigdalites (10 dias após) 
Quadro clínico: A lesão inicial, efêmera, é uma vesícula ou vésico-pústula que evolui com formação de úlcera superficial 
que logo forma crosta seca, dura e aderente. As lesões ocorrem mais freqüentemente nas pernas e pés. Podem curar 
com ou sem cicatrização. Tem duração de semanas ou meses. O ectima normalmente é uma lesão única, ulcerada, 
com fundo purulento e borda crostosa circundada por eritema, costuma ser dolorosa e, por sua vez, é comum 
principalmente nos membros inferiores.O período de incubação é variável e indefinido. Em geral de quatro a dez dias. 
A úlcera de Marjolin 
foi descrita pela primeira vez no século XIX.1 Refere-se à malignização de uma lesão ulcerosa crônica, sendo que 
úlceras crônicas associadas a cicatrizes permanecem como as lesões precursoras mais frequentemente descritas na 
literatura médica. As úlceras crônicas, particularmente dos membros inferiores, constituem uma das muitas 
comorbidades que assolam grande número de doentes nas unidades de prestação de cuidados primários de saúde. 
Qualquer que seja a sua natureza (leishmaniose, queimadura, lúpus eritematoso, tuberculose luposa, úlcera 
angiodérmica), úlceras e cicatrizes antigas podem, eventualmente, sofrer transformação para o CEC, o que constitui a 
chamada úlcera de Marjolin. 
Ulcera de Marjolin é uma degeneraçao maligna, especialmente do tipo carcinoma de células escamosas, que ocorre 
em feridas crônicas nao cicatrizadas ou cicatrizadas por segunda intençao. A maioria das descriçoes reflete a 
transformaçao neoplásica a partir de uma cicatriz de queimadura, mas podem surgir em diversos tipos de lesoes 
crônicas, como úlceras de pressoes, úlceras venosas, úlceras diabéticas, tecidos irradiados, fístulas, osteomielite, e 
outras menos comuns, como hidradenite, cistos pilonidais, perifoliculites, fístulas urinárias, lesoes por leishmaniose, 
lesoes lúpicas, lesoes por congelamento, cromomicose, blastomicose, psoríase, cicatrizes vacinais, cicatrizes de herpes 
zoster, cicatrizes de enxerto, cicatrizes de mordeduras, síndrome de Fournier, trombose de veia femoral e outras. 
O carcinoma espinocelular (CEC) é a neoplasia encontrada na maior parte dos casos e, geralmente, localiza-se nas 
extremidades, particularmente nos membros inferiores. A latência até à transformação maligna é, em média, de três 
décadas. A cirurgia é o tratamento de eleição, sendo a modalidade terapêutica com maior taxa de cura e a que oferece 
maior sobrevida. 
Descrito inicialmente em queimaduras, o termo tem sido empregado de modo mais abrangente para designar também 
os CEC que surgem a partir de úlceras e cicatrizes antigas; reconhece-se essa 
transformação quando, na borda da úlcera ou em uma brida da cicatriz, começa a 
surgir lesão vegetante, muitas vezes hemorrágica; nessa fase, deve-se considerar no 
diagnóstico diferencial, histologicamente, a hiperplasia pseudocarcinomatosa. 
A doença pode manifestar-se sob duas formas: aguda, quando o câncer se instala até 
um ano depois da ocorrência da cicatriz; ou crônica, após este prazo. Em relação ao 
tipo histopatológico do tumor, a maior parte dos casos é de carcinoma espinocelular. 
No entanto, podem ser encontradas outras neoplasias malignas, como carcinoma 
basocelular, melanoma e sarcoma. 
 
 
 
 
Raquel Rogaciano - Medicina Unime - 2021.1 
REFERÊNCIAS: 
• GOOGLE IMAGENS 
• SANAR RESIDÊNCIA MÉDICA 
 
 
 
Este material foi produzido para estudo pessoal, com referência bibliográfica das diretrizes, imagens do 
google e informações e dicas de aulas, obtidas através de curso para residência médica.

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