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Por @hasenvet Referência: BERCHIERI JÚNIOR A.; MACARI, M. Doença das aves. 2°ed. Doença que afeta aves muito jovens, sendo caracterizada por uma marcada anemia, aplasia medular, mortalidade variável, atrofia generalizada de órgãos linfóides, retardo no crescimento, hemorragias e imunossupressão. A doença é observada principalmente entre aves de 2 a 5 semanas de vida, mas quando se passa de 2 semanas, a aves não desenvolvem a doença clínica. As galinhas são o único hospedeiro natural do vírus, que é mundialmente distribuído. A anemia infecciosa é causada por um vírus do gênero Gyrovirus da família Anelloviridae, o CAV (Chicken anemia vírus), sendo de DNA circular fita simples, não envelopado. O vírus é altamente resistente à inativação química e ao calor. O agente possui efeito imunossupressor devido à depleção de linfócitos T e alteração na expressão de mediadores químicos da resposta imune. O genoma do CAV é responsável por codificar 3 proteínas, a VP1, VP2 e VP3, sendo que o primeiro é responsável por formar o capsídeo viral e gerar a imunidade protetora (junto com VP2). A VP3 é responsável por gerar apoptose, que atua na depleção dos linfócitos T e, consequentemente, na imunossupressão. A infecção é específica a células do timo e medula, mas podemos detectar antígenos virais e realizar o isolamento a partir de diversos órgãos. A transmissão é feita de forma horizontal (fezes de aves infectadas via oral de aves saudáveis) ou de forma vertical (ovo, matrizes). Entretanto, a transmissão vertical acontece por 3 a 6 semanas, mas pode chegar até a 12 semanas. Matrizes infectadas durante o período reprodutivo não demonstram sinais clínicos, nem alterações produtivas, mas podem transmitir o vírus verticalmente por meio do ovo. Após a formação de anticorpos, essas aves irão transferir passivamente para os ovos, o que protege a progênie de forma total ou parcial (durante a fase suscetível – 2 a 3 semanas de vida). Os sinais clínicos caracterizam-se por retardo do crescimento, atrofia generalizada dos órgãos linfóides com imunossupressão, aumento na mortalidade, severa anemia (hematócrito baixo, palidez de crista, barbela e musculatura). Ainda, podemos encontrar hemorragias subcutâneas e intramusculares, aplasia medular e atrofia de timo. A anemia presente na doença se deve pelo vírus infectar hemocitoblastos presentes na medula óssea e precursores linfocitários T no timo. A destruição e depleção dos hemocitoblastos resulta na anemia. Ainda, as hemorragias intramusculares também estão relacionadas a estas células, pois são elas que originam as plaquetas. As aves infectadas com 1 dia de vida desenvolvem os anticorpos ao redor de 21 dias, entretanto, os títulos são baixos. Quando a infecção se dá em aves de 2 semanas, a resposta imune acontece mais rápido, cerca de 7 a 8 dias, com maiores títulos. O diagnóstico é feito por meio do histórico, sinais clínicos e lesões macroscópicas, além do isolamento viral e detecção de anticorpos. O diagnóstico sorológico irá indicar a exposição das aves ao CAV via detecção de anticorpos produzidos em resposta à infecção, sendo que podemos utilizar os testes de imunofluorescência indireta, imunoperoxidase, testes de soroneutralização em cultivo celular ou ELISA. Para isolamento viral e PCR devemos coletar amostras de timo, fígado, ou também baço, Bursa e fêmur. O controle da anemia infecciosa das galinhas é baseado na transferência de imunidade passiva das matrizes à progênie. A imunização das matrizes pode acontecer por desafio de campo ou através da aplicação de vacinas vivas atenuadas antes do início da postura. ANEMIA INFECCIOSA DAS GALINHAS