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Toxicologia forense

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TOXICOLOGIA FORENSE 
 
- O alimento e o medicamento diferenciam-se do veneno não apenas pela qualidade da 
substância, mas principalmente pela quantidade. 
- Os venenos, por sua natureza, afetam a saúde ou causam a morte em pequenas quantidades. 
 
 
 VENENOS 
- O ser humano pode estar exposto mesmo antes do nascimento, pois drogas ingeridas pela 
gestante muitas vezes ultrapassam a barreira placentária. 
 
 a) Espécies de veneno: 
- As intoxicações exógenas podem ser causadas por substâncias naturais de origem animal, 
vegetal e mineral, ou por substâncias industrializadas. 
 
 b) Fatores que influenciam a produção de danos ao organismo: 
- Idade, disponibilidade da substância, ocorrência no campo ou na cidade e ocorrência no lar 
ou no ambiente de trabalho. 
 
 c) Vias de penetração: 
- Relacionadas com o estado da substância. 
- Substâncias sólidas: geralmente penetram por ingestão. 
- Substâncias voláteis: geralmente penetram pela via respiratória. 
- Substâncias líquidas: geralmente penetram por ingestão ou endovenosa. 
i) Via oral: a substância deve ser solúvel em água ou em lipídios, sendo absorvida a partir do 
estômago. O organismo se defende por meio de vômitos e/ou diarreia. 
ii) Via aérea: é a via do monóxido de carbono e dos derivados do petróleo (importante nas 
intoxicações nos locais de trabalho), e do gás lacrimogêneo. 
iii) Via cutânea: locais de pele mais espessa e sem anexos como pelos, glândulas sebáceas, são 
de mais difícil penetração. Substâncias lipossolúveis penetram com maior facilidade, enquanto 
as que dissolvem em água penetram pelos anexos. Favorecem a penetração: pele hidratada, 
aumento de temperatura e regiões com escoriações. 
iv) Via parenteral: utilizada principalmente por viciados. Endovenosa: a substância atua na 
dependência da velocidade de injeção / Intramuscular ou subcutânea: a atuação depende da 
velocidade de remoção da substância para cair na corrente sanguínea / Intradérmica: a 
substância aplicada permanece em alta concentração no local da aplicação, podendo ser 
identificada na perícia. 
 
 d) Absorção: 
- Depende da via de introdução. 
- No caso de ingestão, o estômago cheio geralmente retarda a absorção. 
- A via endovenosa é caminho mais rápido. A substância que entra numa veia cai diretamente 
na circulação, mas para atingir os órgãos, passa pelo lado direito do coração, pulmões e volta 
para o lado esquerdo do coração, sendo, então, distribuída aos órgãos. 
- Já na penetração por inalação, a droga passa dos alvéolos pulmonares para os capilares 
(vasos muito pequenos), cai na circulação e vai diretamente para o lado esquerdo do coração, 
sendo então distribuída para os órgãos. 
 
 e) Mecanismo de ação: 
i) Bloqueio do transporte de oxigênio; 
ii) Bloqueio da respiração celular; 
iii) Tetanização. É a contração muscular espasmódica persistente, impedindo a expansão do 
tórax e, consequentemente, a respiração; 
iv) Paralisia da musculatura esquelética. Impede os movimentos do tórax; 
v) Depressão do sistema nervoso central; 
vi) Arritmias e parada cardíaca. 
 
 f) Fatores que modificam a ação dos tóxicos: 
i) Susceptibilidade individual; 
ii) Hiperreatividade decorrente de particularidades do organismo; 
iii) Hiporreatividade ou tolerância: pode ser natural ou adquirida após doses repetidas da 
substância, como ocorre com alcoolistas crônicos, que custam para ficar embriagados [a 
tolerância é chamada MITRIDATIZAÇÃO]; 
iv) Peso; 
v) Idade; 
vi) Associação de drogas: efeito aditivo -> quando o efeito final da soma de duas substâncias é 
maior do que o de cada uma delas isoladamente [SINERGISMO] / efeito antagônico -> quando 
uma substância compete com a outra pelo mesmo receptor ou uma neutraliza a outra. 
 
 
 SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 
- São substâncias capazes de influir no estado de ânimo das pessoas. 
- Droga: substância psicoativa proibida. 
- Toxicomania: desejo constante de usar drogas para obter sensações prazerosas ou estado 
especial de exaltação, gerando danos físicos e mentais com o passar do tempo. 
- Dependência química: engloba a dependência física e a dependência psíquica. A 
dependência química é sempre física e psíquica, podendo predominar uma ou outra. 
- Dependência física: necessidade física anormal causada pela suspensão abrupta ou dosagem 
insuficiente das drogas, denominada síndrome de abstinência, representada por sintomas 
orgânicos variados como diarreia, calafrios, sudorese, taquicardia, convulsões, alucinações, 
etc. 
- Dependência psíquica: manifestações psíquicas que levam o indivíduo a usar a droga por 
qualquer meio (fissura). 
- Tolerância: necessidade de doses cada vez maiores para conseguir os mesmos efeitos. 
- Toxicidade: produção de efeitos nocivos físicos e psicológicos pela ação das drogas nos 
diferentes setores do organismo. 
 
 
 TOXICOMANIAS 
- As substâncias psicoativas são substâncias químicas naturais ou sintéticas capazes de alterar, 
de vários modos, a atividade mental, ora deprimindo, ora excitando, ora perturbando o 
psiquismo. 
 
 DROGAS PSICOLÉPTICAS 
- São substâncias que deprimem a atividade mental, diminuem a vigília, reduzem a atividade 
intelectual, sedam a tensão emocional, induzem ao sono, relaxam os músculos e diminuem a 
ansiedade e o pânico. 
- Atingem primeiro os centros inibitórios, causando uma excitação inicial, pois inibem as 
inibições, para depois agirem sobre os centros excitatórios causando os sintomas já descritos. 
 
 a) Ópio: 
- É extraído da papoula e produz excitação inicial, que é ilusória porque consequente à inibição 
dos centros inibitórios (inibe a inibição), seguida de depressão decorrente da inibição dos 
centros excitatórios, além de sono não reparador e fadiga. 
- O ópio e seus derivados são potentes analgésicos e causam hipnose, pois aumentam o sono, 
daí serem chamados de narcóticos. 
- A crise de abstinência tem como principais sintomas: transpiração excessiva, lacrimejamento, 
coriza, febre, vômitos, diarreia e irritabilidade. 
- Derivados: 
i) Morfina -> alcaloide sintético, usado no tratamento da dor. 
ii) Diacetilmorfina -> substância semissintética conhecida como heroína, usada incialmente em 
xaropes contra a tosse. 
iii) Codeína -> alcaloide natural obtido do ópio, usado no tratamento da dor e tosse. 
iv) Meperidina ou petidina -> droga sintética, usada no tratamento da dor, que leva à severa 
dependência. 
v) Speedbaling -> é uma droga composta por heroína e cocaína. 
vi) China-white -> é o alfa-metil-fentanil, cuja potência assemelha-se à da heroína. 
vii) Metadona -> utilizada no tratamento do viciado em heroína, por ter efeitos menos 
devastadores e ser de uso oral. 
 
 b) Barbitúricos: 
- Substâncias sintéticas industrializadas legalmente que agem como calmantes, indutores do 
sono e anticonvulsivantes. 
- Em doses altas, deprimem a respiração e levam à morte. 
- Exemplos: fenobarbital (gardenal) -> anticonvulsivante / pentobarbital e tiopental -> efeito 
anestésico, de uso hospitalar. 
 
 c) Calmantes e tranquilizantes: 
- Aqui se enquadram os Benzodiazepínicos (Diempax, Lóorax, Dalmadorm, etc). 
- Usados em medicamentos para combater a ansiedade, o pânico e a insônia, constituem 
problema de saúde pública em face do abuso. 
- Quando utilizados continuamente causam dependência e taquifilaxia, que é o efeito 
decrescente pelo uso sucessivo por curto período. 
- Podem causar amnésia, sendo administrados pelos criminosos às suas vítimas para cometer 
furtos e crimes sexuais (boa noite cinderela). 
 
 DROGAS PSICOANALÉPTICAS 
- Substâncias que estimulam a atividade mental, aumentam a vigília, causam insônia, excitam a 
atividade intelectual, exaltam a tensão emocional, levando à euforia e ansiedade. 
- Algumas combatem a depressão, enquanto outras diminuem o apetite, levando ao 
emagrecimento. 
 
 a) Cocaína: 
- É um alcaloide presente em baixa concentração nas folhas de coca. 
- É usada poraspiração nasal, endovenosa ou raramente por ingestão, sendo veículo de 
disseminação da Aids pelo compartilhamento de seringas. 
- A extração se dá em duas fases, das quais resulta a pasta base, que tem um teor de mais de 
80% de cocaína. Para se chegar à cocaína em pó, que pode ser inalada ou diluída e injetada, 
adicionam-se ácido clorídrico, éter e acetona. 
- Atua aumentando a disponibilidade de neurotransmissores especialmente de dopamina, 
produzindo sensação de bem estar, euforia, aumento do estado de alerta, da concentração e 
do prazer sexual, e acelera o pensamento. 
- Esse efeito high é sucedido pelo crash, que consiste em disforia (contrário de euforia, mal-
estar) associada à depressão, fadiga, irritabilidade e impulsividade. 
- Conforme aumenta a dependência, o cocainômano passa a apresentar as seguintes 
características: vive o presente, apresenta embotamento afetivo, delírio de perseguição, 
excitação, insônia, emagrecimento, impotência e frigidez. 
- O abuso da droga conduz a estados alucinatórios, com cenas de violência ou suicídio. 
- O rebote ou rebordose causado pela falta da droga caracteriza-se por ansiedade, tristeza e 
pânico. 
- A morte por overdose é causada por complicações cardíacas, uma vez que a cocaína aumenta 
a pressão arterial, desencadeia arritmias, enfarte do miocárdio, podendo também levar ao 
acidente vascular cerebral, problemas respiratórios e convulsões. 
- A cocaína atravessa a barreira placentária e atinge o feto de mães usuárias, causando 
retardamento do desenvolvimento, cardiomiopatias (doenças do músculo cardíaco), distúrbios 
de comportamento, microcefalia e morte intrauterina. 
- Os vestígios do consumo de cocaína podem ser pesquisados na urina, sangue, saliva e 
mecônio (conteúdo intestinal do feto): urina -> até 2-3 dias após o consumo / cabelo -> até 2-3 
meses. 
- Derivados: 
i) Crack: é a cocaína sem refino (sem éter e sem acetona), fumada em cachimbo, muito forte e 
barata. Tem mais impurezas se vier da pasta base, e menos se vier do cloridrato de cocaína. No 
crack e nos outros derivados também fumados, a droga entra pelos alvéolos pulmonares e cai 
na circulação sanguínea, atingindo rapidamente o cérebro em poucos segundos. 
Consequentemente o metabolismo é mais rápido, levando à queda da sua concentração no 
sangue na mesma velocidade. Por isso, os efeitos do crack surgem em 8 a 10 segundos, mas 
duram apenas 5 a 10 minutos. 
ii) Freebasing: é o resultado da transformação do cloridrato de cocaína em cristais de cocaína, 
os quais são esmagados e fumados em tubo de vidro especial. 
iii) Merla: é obtida da pasta crua de coca, à qual se adiciona ácido sulfúrico, ou querosene, ou 
cal virgem, contendo alto nível de impurezas. A adição de ácido sulfúrico gera o sulfato de 
cocaína. A merla pode ser fumada pura, ou misturada ao tabaco ou à maconha (Bazuca). 
iv) Oxi ou oxidato: também vem da pasta crua e tem mais impurezas, sendo sua composição 
semelhante à da pasta base. É fumado em cigarros ou cachimbos, sendo mais potente e letal 
do que o crack. 
 
 b) Anfetaminas: 
- Drogas sintéticas utilizadas para diminuir o sono e para emagrecimento. 
- O indivíduo torna-se muito falante, com movimentos exacerbados, a boca fica seca e os olhos 
bem abertos, a resistência às bebidas alcoólicas é aumentada e surge a necessidade do uso de 
calmantes para combater a insônia. 
- Pequenas doses: tiram a fadiga, causam sensação de bem-estar, melhoram o humor e a 
performance, sendo usadas por esportistas e motoristas de caminhão para tirar o sono. 
- Altas doses: provocam hipertermia (aumento da temperatura corporal), hiperreflexia 
(exacerbação dos reflexos) e arritmias cardíacas. 
- São popularmente chamadas de bolinhas, rebite, ice, cristal, speed, ecstasy, mitsubish e 
cápsula de vento. 
- A modificação das anfetaminas em laboratórios, principalmente clandestinos, deu origem a 
inúmeros derivados, muitos deles com efeitos alucinógenos. Essas metanfetaminas perdem 
parte do efeito estimulante para tornarem-se alucinógenas. 
 
 DROGAS PSICODISLÉPTICAS 
- Substâncias que perturbam a atividade mental, gerando distorção da realidade (delírios), 
alucinações, ilusões, estados confusionais e despersonalização. 
 
 a) Maconha: 
- Altera a sensopercepção, a memória, a capacidade de orientação. Gera síndrome 
amotivacional (perda do interesse pelas coisas), confusão mental e enfraquecimento da 
concentração. 
- Pode causar câncer de pulmão e levar à alteração dos cromossomos. 
- Seus vestígios são encontrados na urina, sangue, saliva, cabelo, suor e mecônio. Na urina: 
usuários ocasionais -> até 3-7 dias após o consumo / usuários crônicos -> até 60 dias após o 
consumo. 
- O haxixe e o skunk também são retirados da cannabis sativa e geram os mesmos efeitos da 
maconha, porém em maior intensidade. 
- O principal componente da maconha fumada é o tetraidrocanabinol, responsável pelos 
efeitos psíquicos de euforia e distorção da realidade. 
- O uso recreativo e recorrente pode levar a alterações no funcionamento e em estruturas 
cerebrais em particular em cérebros em desenvolvimento, ou seja, em adolescentes. 
 
 b) LSD: 
- É um produto do fungo que dá no centeio, provoca alucinações visuais terrificantes, pânico, 
desespero e depressão. 
- O principal perigo consiste na perda da habilidade de perceber e avaliar as situações de 
perigo. 
 
 c) Metanfetamina: 
- São drogas sintéticas que deixam os usuários ansiosos, desconfiados, agressivos, com 
distúrbios psíquicos representados por ilusões e alucinações táteis que os levam a produzir 
escoriações na pele. 
- Também podem ocorrer outras complicações como hemorragias intracranianas, convulsões 
consequentes à hipertermia, geralmente fatais, edema agudo de pulmão e morte súbita. 
- Têm-se: 
i) Ice -> é inalada, enquanto a maioria das anfetaminas é ingerida. 
ii) Ecstasy (MDMA) -> é usada na forma de comprimidos ou de pó. 
- Essas formas são traficadas principalmente por universitários e causam euforia, sensação de 
intimidade, alteração da percepção visual, aumento da libido, secura da boca e garganta, 
diminuição da fome, estado energético assemelhado a um transe, aumento da temperatura 
corporal acima de 42ºC, com intensa desidratação e choque térmico, podendo levar à morte. 
- Apesar do aumento da libido, há diminuição da capacidade de ereção. 
- Os efeitos tóxicos são a depressão, fadiga, ansiedade, distúrbios do sono, que ocorrem dias 
após o uso. 
 
 d) Outras: 
- Mescalina: usada pelos índios em rituais místicos. 
- Psilocybina: consumida pela geração hippie dos anos 1960. 
- Santo Daime: usada pela seita, que tem o mesmo nome, na forma de chá. Causa visões, 
revelações e encontros com Deus, e pode desencadear doença mental latente. 
- Feniciclidina: também chamada de pó de anjo e combustível de foguete. Restrita ao uso 
veterinários, sendo também utilizada para adulterar outros alucinógenos como LSD, mescalina 
e maconha. 
 
 OUTRAS DROGAS 
 
 a) Solventes e inalantes: 
- Solventes: substâncias capazes de dissolver outras substâncias que lhe são semelhantes. 
- Inalantes: substâncias voláteis, isto é, que evaporam facilmente. 
- Tanto os solventes como os inalantes são voláteis, sendo utilizados por meio da aspiração 
pelo nariz e pela boca. Muitos são inflamáveis, representando um risco adicional aos usuários. 
Ex.: gasolina, querosene, cola de sapateiro, etc. 
- Deprimem o sistema nervoso causando euforia, desinibição e agressividade inicial, seguidas 
de dificuldade para falar, desorientação espacial, processos alucinatórios, alterações auditivas, 
perda da memória, chegando ao coma e à morte. 
- O uso crônico do éter (Loló) leva à degeneração mental. O cloreto de etila (lança-perfume) 
produz inconsciência e insensibilidade. 
 
 b) Maria-louca: 
- É a aguardente dos presídios, resultante da fermentação do milho ou arroz, casca de frutas e 
açúcar, por sete dias. Tem altoteor alcoólico. 
 
 c) Drogas sintéticas: 
- Substâncias sintetizadas em laboratórios clandestinos a partir de princípios ativos legais, 
muitos deles componentes de medicamentos. 
- Simulam os efeitos de drogas ilegais como maconha, cocaína, LSD e ecstasy, mas não utilizam 
ingredientes ou princípios ativos proibidos em lei. 
- Canabinoides sintéticas (spice): imitam os efeitos da maconha. Composta por capim moído o 
cristais esverdeados que liberam o princípio ativo ao serem fumados pelo usuário. 
- O DOB (dimetoxibromo-anfetamina): é uma droga psicoanaléptica na forma de 
comprimidos, sintetizada a partir da adição do bromo à anfetamina. Produz um pico de grande 
euforia, intensas alucinações, taquicardia, sudorese, tendo seus efeitos duração de até 30 
horas. 
- Pastilhas que simulam ecstasy: liberam serotonina, estimulam sensações de intimidade e 
êxtase, e reduzem a inibição. A blessed causa visão turva e confusa, e sensação de felicidade e 
afeição pelos que estão em sua companhia. A Happi Cap causa perda da memória de curto 
prazo. 
- Cloud Nine: é uma droga alucinógena. São estimulantes cerebrais que causam insônia, 
agitação, irritação, náuseas, paranoia, delírios, pensamentos suicidas e ataques de pânico. Não 
controlam as emoções, nem o corpo. 
- Krokodil: é a heroína sintética. 
- Nyaope: heroína + veneno para rato + farelo de remédio para HIV + maconha. 
 
 
 
 RELAÇÃO ENTRE DEPENDÊNCIA E IMPUTABILIDADE 
- Dependência leve: ligada a um condicionamento social, é perturbação da saúde mental. 
Usuário imputável. 
- Dependência moderada: uso quase diário da droga, com certa crise de abstinência e 
incapacidade parcial de autodeterminação que levam à semi-imputabilidade, considerada 
também perturbação da saúde mental. 
- Dependência grave: é uma doença mental, pois há síndrome de abstinência e perda total da 
capacidade de autodeterminação, daí a inimputabilidade. 
- Viciado: é doente e inimputável / decai financeiramente e materialmente / espera da droga 
os efeitos / vende tudo e mata pela droga / tem intenção toxicofílica, visando apenas adquirir 
a droga / descumpre a lei pela doença. 
- Traficante: é imputável, mesmo que também dependente / prospera, pois visa o lucro / 
espera do tóxico o lucro / adquire e vende a droga, aumentando o capital / tem intenção 
lucrativa e por ela descumpre a lei. 
 
 
 ALCOOLISMO 
- É o abuso de bebidas alcoólicas. 
- Como substância depressora do sistema nervoso central, o álcool inibe inicialmente os 
centros inibidores cerebrais, isto é, inibe as inibições com consequente euforia e desinibição 
comportamental, para, a seguir, deprimir os centros excitatórios, causando depressão. 
- O álcool é rapidamente absorvido, sendo cerca de 20% já no estômago e o restante no 
intestino delgado. A embriaguez é mais rápida em jejum. 
- Uma vez absorvido, o álcool entra na corrente circulatória e é distribuído pelos diferentes 
órgãos, incluindo-se os pulmões. Nos alvéolos pulmonares ocorre um perfeito equilíbrio entre 
o álcool presente nos pulmões e no sangue, permitindo que o exame do ar expirado sirva para 
avaliar a concentração de álcool no sangue. Os instrumentos de dosagem são programados 
para aceitar apenas o ar alveolar, obtido em um sopro contínuo que alcance a expiração quase 
completa, sendo rejeitada a primeira parte. 
- As mulheres são mais sensíveis por possuírem maior proporção de gordura no organismo e 
por desenvolverem níveis sanguíneos mais altos que os dos homens em decorrência da menor 
quantidade de água no corpo, além de apresentarem menor quantidade da enzima que digere 
o álcool. 
 
 
 TIPOS DE ALCOOLISMO 
 
 ALCOOLISMO AGUDO 
- Intoxicação alcoólica que se caracteriza pela ausência de crise de abstinência, significando 
que os sintomas cessam quando se esgota o álcool no organismo. 
 
 a) Períodos de intoxicação aguda: 
- Período de euforia, caracterizado por comportamento extrovertido e ausência de autocrítica; 
- Período médico-legal, no qual há diminuição das faculdades mentais e comprometimento da 
coordenação motora e do autocontrole; 
- Período comatoso, evidenciado pela ausência de reflexos, atonia muscular (músculos 
relaxados), pulso lento, hipotensão, hipotermia, náuseas, vômitos, culminando com parada 
respiratória. 
 
 b) Tipos de alcoolismo agudo: 
- Alcoolista social: abusa esporadicamente de bebida alcoólica. 
- Alcoolista habitual: embriaguez frequente. 
 
 
 
 ALCOOLISMO CRÔNICO 
- O indivíduo bebe há muito tempo e os distúrbios não cessam mesmo após a eliminação do 
álcool, pois há crise de abstinência. Se moderado, apesar de se perceberem manifestações 
comportamentais, o convívio social está mantido. Sendo grave, há transtornos psicóticos pelo 
alcoolismo, com distúrbios da sensopercepção (alucinações) e do pensamento (ciúme 
alcoólico). 
 
 a) Teorias biológicas: 
- Baseadas na hereditariedade, explicariam a vulnerabilidade e o determinismo biológico. 
Observa-se que alguns não conseguem controlar-se diante do álcool, bebendo até a 
embriaguez. Essa perda de controle independe da vontade, sendo decorrente de fatores 
próprios da constituição desses indivíduos, que geralmente apresentam antecedentes de 
doença mental, perturbação da saúde mental ou casos de toxicomania e alcoolismo na família. 
- A presença do álcool no organismo desencadeia a compulsão. 
- Os fatores genéticos atuam tanto diretamente, regulando o metabolismo no álcool, como 
indiretamente, determinando traços de personalidade. 
 
 b) Teorias psicológicas: 
- Teoria da personalidade: baseada em características individuais de dependência, 
insegurança, passividade e introversão que levariam ao alcoolismo. 
- Teoria da aprendizagem: explicaria os casos em que indivíduo aprende a lidar com seus 
problemas existenciais por meio dos efeitos do álcool. 
- Teorias socioculturais: baseadas no consumo diferenciado do álcool dependendo do sexo, 
idade, etnia, educação e religião, afirmando seus defensores que os fatores sociais são muito 
mais complexos. 
 
 c) Danos aos seguintes sistemas: 
- Digestivo: causando anorexia, gastrite, infiltração gordurosa do fígado. 
- Circulatório e sanguíneo: levando lesões do músculo cardíaco, anemia e diminuição dos 
glóbulos brancos. 
- Reprodutor: conduzindo à impotência no homem e esterilidade em ambos os sexos. 
- Nervoso: cujas lesões trazem diversas consequências psiquiátricas, além de tremores e 
enfraquecimento dos membros devido a neurites. 
 
 d) Alterações psiquiátricas: 
- Demência alcoólica: o psiquismo está comprometido havendo desorientação, alterações da 
memória, do interesse, da afetividade, embotamento intelectual, decadência moral, familiar, 
social e profissional. 
- Delirium tremens: quadro de desorientação, com alucinações visuais, inquietação, ausência 
de memória de fixação, sudorese, debilidade cardíaca, febre, podendo levar à morte. 
- Alucinose alcoólica: o dependente escuta vozes, com as quais dialoga, sendo o discurso 
violento, repetitivo, mantendo certo grau de lucidez. 
- Embriaguez patológica: é a embriaguez com pequena ingestão de álcool, que ocorre em 
indivíduos com constituição epiléptica, ou retardamento mental, ou após trauma craniano. Os 
sinais de embriaguez surgem subitamente, com atos violentos, seguidos de sono profundo. 
- Dipsomania: o consumo de bebidas alcoólicas é esporádico, mas em grande quantidade, até 
por vários dias seguidos. Nos intervalos, não bebe e tem aversão ao álcool. Esses indivíduos 
têm alta tolerância ao álcool, não apresentando sintomas de intoxicação, apesar da grande 
quantidade ingerida. Também é dipsomania quadro semelhante usando gasolina, 
refrigerantes, água, clorofórmio. 
- Psicose de Korsakov: perturbação da memória, alucinações visuais e confabulação. 
Fisicamente está desnutrido, com fraqueza muscular e reflexos lentos. 
 A embriaguez patológica, a dipsomania e psicose de Korsakov são distúrbiosmentais de 
origem alcoólica ligados a uma patologia mental de base. 
 
 
 IMPLICAÇÕES FORENSES 
- O alcoolismo crônico é doença mental e, havendo nexo entre a patologia e o delito, impõe-se 
a inimputabilidade. 
- Criminosos comuns ou indivíduos com distúrbio de conduta (fronteiriços), muitas vezes 
utilizam o álcool para desinibir, facilitando as manifestações mórbidas. 
- Não sendo alcoolista crônico, é imputável.

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