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DOENÇA ARTERIAL CORONÁRIA · As DCNT constituem o principal grupo de causa de morte em todo o mundo, sendo responsáveis por mortes prematuras, perda de qualidade de vida, além de impactos econômicos e sociais · As DCNT são responsáveis por cerca de 70% das mortes globais · No Brasil, 72% das mortes resultam de DCNT, sendo 30% devidas a DC, 16% a neoplasias e 6% a doenças respiratórias · A definição de DCV pode variar de acordo com o estudo, desde a inclusão de todas as doenças listadas no capítulo IX da CID-10 até o simples agrupamento das 3 principais causas (DIC, AVC e insuficiência cardíaca). Engloba 10 causas: cardiopatia reumática, DIC, doença cerebrovascular, cardiopatia hipertensiva, cardiomiopatia, miocardite, fibrilação e flutter atrial, aneurisma aórtico, doença vascular periférica e endocardite · Custo da atenção à saúde: no Brasil, as DCV – custos diretos com hospitalização, e indiretos por redução da produtividade devido a incapacitação e ausência no trabalho · As DCV e suas complicações resultaram em um gasto de US$ 4,18 bilhões na economia brasileira entre 2006 e 2015 · No Brasil, 27,3% da mortalidade é por doença cardiovascular, 32,1% é por doença isquêmica do coração e 28,2% por AVC, sendo a região Centro-Oeste a mais acometida. ANATOMIA CORONARIANA: CLASSIFICAÇÃO: · Aguda: angina instável, IAM, morte súbita · Crônica: angina estável, assintomática CAUSAS: · Aterosclerose: causa mais comum, mais de 90% · Causas não ateroscleróticas de doença arterial coronariana (menos de 10% dos casos) A evolução da aterosclerose se dá com a passagem dos anos, iniciando na primeira década de vida e chegando ao ápice na quarta década, com manifestações dando pela placa fixa como pela complicação de uma placa, levando a trombose, oclusão aguda e infarto. Ao longo do período de formação, se houver alguma descompensação, pode levar uma ruptura, aterotrombose e oclusão aguda. INÍCIO DA ATEROGENESE: · Endotélio é o fator primordial · Inicia com disfunção endotelial por dislipidemia, HAS, fumo, diabetes, que levam alterações do endotélio, como também fatores inflamatórios associados, implicando em perdas das propriedades antiadesiva, antiproliferativa e anticoagulante · Endotélio é fundamental na aterosclerose (se inicia com a disfunção endotelial) · Recrutamento de leucócitos para intima (penetram no endotélio e se diferenciam em macrófagos) · Formação da estria gordurosa – papel dos macrófagos (fagocitam a LDL que penetra na parede dos vasos, levando a formação de células espumosas, estria gordurosa, e todo processo inflamatório com leucócitos, mediadores inflamatórios) · Papel dos linfócitos T na perpetuação da aterosclerose · Portanto, existe a progressão do ateroma e as complicações do ateroma ao longo da vida do paciente EVOLUÇÃO: · Anos ou décadas, ocorre um remodelamento da parede dos vasos, de modo centrifugo (cresce para dentro da parede do vaso e quando não consegue mais ser para dentro da parede, vai para dentro do vaso, que leva aos processos obstrutivos), na parede da artéria e invade o lúmen quando excede a capacidade de remodelamento centrifugo · Crescimento da placa parece ser descontinuo, com períodos de maior e menor crescimento · Considerações: · Lesões acima de 50% podem ter expressão clínica quando houver demanda cardíaca aumentada: dominância (quando o consumo muito grande de oxigênio pelo coração, é porque o coração está trabalhando muito e se tiver uma artéria hipoplásica não dominante, pode ter uma insuficiência colateral e isso causar uma angina) · Pode haver oclusão total do vaso sem história previa de infarto, mas tem muita circulação colateral e isso consequentemente tem um suprimento sanguíneo adequado, não causando angina · Pode ocorrer infarto em estenoses menores que 50% · Trombose arterial é o principal mecanismo de agudização da doença aterosclerótica · Doença aterosclerótica é generalizada nas artérias de médio e grande calibre MANIFESTAÇÃO CLÍNICA: · Doença cerebrovascular: AVC e ataque isquêmico transitório · Doença coronária: angina, IAM, morte súbita · Doença aórtica: aneurisma · Doença vascular periférica: claudicação, isquemia critica · Patogênese similar em todos os vasos · Coexistente · Desenvolvimento silencioso · DAC oculta em pacientes com: disfunção erétil e claudicação intermitente ETIOPATOGENIA E FISIOPATOLOGIA DA INSUFICIÊNCIA CORONÁRIA: · Depende da oferta e consumo de oxigênio · Normalmente a artéria coronariana tem um tônus basal que permite o fluxo predominantemente na diástole, que depende do tempo da diástole · Tem influência geral, então se o paciente fizer anemia e tiver um baixo aporte de oxigênio, pode intensificar a angina · O fator mais importante do fluxo coronariano é a autorregulação local pré-capilar e capilar. Então o fluxo é dado pela oferta, isso pela autorregulação local, e depende também da demanda, que está relacionada a frequência cardíaca, contratilidade e tensão parietal = precisando de uma maior demanda de oxigênio, e assim tem que ter um fluxo coronariano adequado OFERTA DE OXIGÊNIO: · Capacidade de transporte do oxigênio no sangue · Na ausência de anemia ou doença pulmonar, a capacidade de transporte de oxigênio é em geral, constante · Fluxo coronário 5% DC · O fluxo coronariano é bem mais dinâmico, pressão de perfusão e resistência coronariana · Ao contrário da maioria dos tecidos, o coração não pode aumentar sua taxa de extração de oxigênio quando ocorre aumento da demanda, uma vez que em seu estado basal a extração de oxigênio do sangue já é máxima (75% repouso e 90% durante a isquemia) – 12% consumo total do organismo · Qualquer necessidade adicional de oxigênio só pode ser suprido através do aumento do fluxo de sangue ao miocárdio. A autorregulação do tônus vascular é o mediador mais importante nesse processo · Os fatores que participam da regulação da resistência coronariana são o acumulo de metabolitos, fatores endoteliais e inervação autonômica. A resistência coronariana está relacionada a vasos de condutância, que são os maiores, arteriolares e pré-capilares CONSUMO MIOCARDICO DE OXIGENIO: 1. Tensão da parede ventricular 2. Frequência cardíaca 3. Inotropismo FLUXO CORONÁRIO: · Pressão perfusão / resistência coronária · PMAO = pressão media na aorta · PMAD = pressão media átrio direito · Resistência artérias epicárdicas · Resistência da microcirculação · A resistência pré-capilar e microcirculação tem papel predominante na resistência arterial coronariana ESTREITAMENTO DA LUZ VASCULAR: · A partir de 70% de obstrução, a pressão do fluxo após a lesão passa a ser limitante e a vasodilatação compensatória não impede que o fluxo seja reduzido após a obstrução, causando isquemia. Durante um aumento de demanda, como a que ocorre numa atividade física, resta muito pouca reserva de fluxo · Obstruções superiores a 90% causam uma redução de fluxo que diminui a oferta de oxigênio mesmo em condições basais, gerando então isquemia em repouso HISTÓRIA CLÍNICA E PESQUESA DE FATORES DE RISCO: · A presença ou não deles irá dirigir a conduta a ser tomada com o paciente · Pesquisar obrigatoriamente: sexo, idade, tabagismo, HAS, dislipidemia, obesidade, diabetes, passado de doença coronariana ou de doença cerebrovascular, história familiar para doença coronariana ou cerebrovascular · Existe vários outros fatores de risco Clássicos: · Não modificáveis: · Gênero (sexo masculino) · Idade (após os 40 anos no homem e após a menopausa nas mulheres) · Hereditariedade (de 1º grau, no homem abaixo de 55 anos e na mulher abaixo de 65 anos) · Potencialmente modificáveis: · Tabagismo: o tabagismo é considerado a principal morte evitável em todo o mundo · Nutrição: alimentação inadequada · Dislipidemia · HAS: é o mais prevalente dos fatores de risco para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares. É considerada como a principal causa de morte em todo o mundo, pela sua elevada prevalência, nitidamente associada a idade bem como pela relação com a doença coronariana, cerebrovascular einsuficiência cardíaca · Diabetes: é causa importante de complicações cardiovascular. Aproximadamente dois terços dos indivíduos com o diagnóstico de DM acabam por falecer devido a doença arterial coronariana ou doença cerebrovascular. Acompanhando o aumento do peso populacional, a incidência de diabetes tem crescido em todo o mundo · Psicossocial: baixo nível socioeconômico, falta de apoio social, estresse no trabalho e no ambiente familiar, depressão, ansiedade, hostilidade e personalidade tipo D Emergentes: · Fibrinogênio, homocisteína, adiponectina, Lp A, inflamação (PCR US, TNF, IL), vitamina D, apneia obstrutiva do sono (principalmente nos obesos) Estratificação de risco cardiovascular: prevenção evento agudo e diminuir a progressão da aterosclerose · Um evento coronariano agudo é a primeira manifestação da doença aterosclerótica em aproximadamente metade das pessoas que apresentam essa complicação. Dessa forma, identificação dos indivíduos assintomáticos com maior predisposição é crucial para prevenção efetiva com a correta definição das metas terapêuticas · Para estimar a gravidade da DCV, foram criados os chamados escores de risco · O escore de risco global (ERG) de Framingham inclui a estimativa em 10 anos de eventos coronarianos, cerebrovasculares, doença arterial periférica ou insuficiência cardíaca e foi escore adotado pelo Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia · Abaixo de 5% = baixo risco · De 5 a 10% para mulheres = risco intermediário · De 5 a 20% para homens = risco intermediário · Acima de 10% para mulheres = alto risco · Acima de 20% para mulheres = alto risco · Risco muito alto são classificados nessa categoria os indivíduos que apresentam doença aterosclerótica significativa (coronária, cerebrovascular ou vascular periférica) com ou sem eventos (sintomas), e os pacientes que estão nessa classificação, tem metas mais agressivas no tratamento · Risco alto são os pacientes em prevenção primaria que apresentam ERG > 20% (homens) ou > 10% (mulheres) ou que apresentam condições agravantes de risco com base em dados clínicos ou de aterosclerose subclínica (DASC) · Pacientes com diabetes, mas sem fatores ER ou de DASC – sem complicações e sinais de lesão de órgão alvo = risco intermediário DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA: · Mais comumente devido a obstrução coronariana por uma placa ateromatosa · Incialmente não há sintomas, sendo o desconforto torácico o sintoma predominante INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO: MANIFESTAÇÕES CLÍNICA – ICO CRÔNICA: · Desconforto retroesternal · Dor retroesternal e suas característica: · Irradia para membro superior esquerdo, ombros, cervical, maxilar inferior, epigástrio; · Sintomas associados: cansaço, palpitações · Desencadeada por estresse físico ou emocional · Dispneia aos esforços sem angina · A angina noturna deve levantar a hipótese de apneia do sono (a hipoxemia pode dar a angina) · Angina geral: alcança intensidade máxima em minutos, quase nunca em segundos, pacientes procuram repousar, alivio em 5 a 10 minutos com repouso ou nitroglicerina ANGINA ESTÁVEL: · Doença coronariana crônica que se caracteriza clinicamente pela angina desencadeada aos esforços, que piora de forma gradual, que melhora com o repouso e com uso de nitratos, com duração em média de 5 minutos para mais. Relaciona-se com a presença de uma obstrução fixa no sistema coronariano (lesão aterosclerótica), causando deficit de suprimento sanguíneo e portanto de oxigênio ao miocárdio · As lesões ateroscleróticas somente são clinicamente evidentes em lesões com 70% de obstrução do vaso coronariano · Quando a dor ultrapassa 20-30 minutos, já pensa que está passando da isquemia para necrose do musculo, que seria o infarto DOR TORÁCICA NÃO CORONARIANA: · Duração fugas menor que 1 minuto · Dor relacionada a movimento respiratório ou dos membros superiores ou a palpação do examinador (dor de caixa torácica) · Dor que não respeita a topografia da dor anginosa. Eventos dolorosos abaixo da cicatriz umbilical e superiores ao ramo da mandíbula não são relacionados a evento isquêmico coronariano · Dor pontual, com área não maior que uma polpa digital, mesmo sobre a região mamária · Dor prolongada, com horas de duração, sem comprovação de isquemia miocárdica através dos exames complementares EXAME FÍSICO: · Geralmente inexpressivo · Arco corneano: arco de coloração branca, cinza ou azulada que aparece ao redor da córnea que é composto por lipídeos · Xantelasmas: pequeno depósito de gordura e colesterol que ocorre logo abaixo da superfície da pele, especialmente ao redor dos olhos · Pressão pode elevar-se aguda durante episódio anginoso · Associação entre doença vascular periférica e DAC · Associação entre doença carotídea, mesmo em fase inicial, aumento a possibilidade de DAC · Lembrar que a doença aterosclerótica é generalizada em todo o corpo, então se o paciente tem em uma artéria, muito provável que tenha em outras também · Sopros apicais transitórios na disfunção musculo papilar durante episódio de isquemia · B3 (ICC), B4 (DAC), impulso apical ventricular nas disfunções · Classe III ou IV: pacientes de risco alto, em que se tem angina mesmo em carga baixa de esforço e devem ser encaminhados para o serviço de emergência ou referencia · Classe I: pacientes tem angina em carga alta de esforço, que deve ser encaminhado ao especialista, só que com mais tranquilidade METODOLOGIA COMPLEMENTAR DIAGNÓSTICA DOENÇA CV: importante fechar diagnóstico, estratificar a gravidade, para determinar o tratamento, se vai para clínico ou invasivo, como angioplastia ou cirurgia aberta de revascularização · Eletrocardiograma · Radiografia de tórax · Teste ergométrico · Cintilografia miocárdica · Holter · MAPA · MRPA · Ecocardiograma transtorácico · Ecocardiograma transesofágico · Ecocardiograma sob estresse físico ou farmacológico · TC · RNM · Cateterismo cardíaco Eletrocardiograma: Teste ergométrico: é o método não invasivo utilizado com maior frequência na AE, visando especialmente a confirmação diagnóstica, determinação prognóstica e definição de conduta terapêutica. Se o paciente tem uma dor para subir escada, ou seja, aos baixos esforços, encaminha diretamente ao especialista e não tem necessidade de pedir teste ergométrico. Mas se o paciente tem dor a uma carga de esforço moderada, pode lançar mão do teste ergométrico. Coloca o paciente para fazer um esforço físico em uma esteira ergométrica, aumentando o consumo de oxigênio e assim analisar se ele tem alguma falha de perfusão coronariana. Na imagem mostra o ECG normal comparado com o resultado do teste ergométrico, sendo que no teste, ocorreu um aumento de FC, aumento de contratilidade cardíaca (PA sistólica), e o eletro teve uma mudança, com um infradesnível de segmento ST, uma isquemia importante. Confirmada a isquemia no cateterismo, com lesão grave de descendente anterior. Ecocardiograma: · Avalia a parte morfológica do coração · Existe o de repouso e stress, que é o ecocardiograma sob estresse farmacológico e sob estresse físico · O ecocardiograma sob estresse farmacológico é dado dopamina para o paciente, para aumentar a FC, aumentar a contratilidade cardíaca, e se ocorrer alguma falha de contração em uma parede cardíaca, vai ser sugestivo de isquemia · O ecocardiograma sob estresse físico é o mesmo mecanismo para avaliar isquemia Cintilografia miocárdica: · Vai fazer através do estresse físico ou farmacológico · Vai aumentar a FC e a contratilidade do coração, injetando um contraste · Se fizer a injeção do contraste em repouso, é observado que o contraste vai penetrando no musculo, e quando submete ao estresse, se o paciente tiver algum grau de isquemia, vai ocorrer uma falha de captação de contraste, na parede que ocorreu a isquemia · Faz outros exames para confirmar, já que o cateterismo cardíaco é o padrão ouro para detectar isquemia As lesões são classificadas em: · Leve < 50% · Moderada = 51-69% · Severa > 70% · Paciente que tiver isquemia de óstio de coronária esquerda,são candidatos a morte súbita Angiotomografia de coronária: · Usada na pratica para diagnostico e analisar o grau de obstrução TRATAMENTO DA DAC ESTÁVEL: 1. Correção dos mecanismos desencadeantes oi de doenças associadas 2. Controle dos fatores de risco 3. Mudanças do estilo de vida 4. Medicamentoso: estabilizar doença aterosclerótica – prevenção · Prevenção do IAM e óbito · Redução dos sintomas e da isquemia miocárdica 5. Tratamento intervencionista: quando paciente não faz tratamento adequado, ou quando tem comprometimento da função renal, área de isquemia grande. Pode ser feita a angioplastia, cirurgia de ponte de safena Medicamentoso: · IECA ou BRA: captopril, enalapril, losartana · Betabloqueador · Aspirina – AAS · Estatina, sinvastatina, atorvastatina, rosuvastatina · Paciente que tem doença coronariana diagnosticada, não pode ficar sem estatina e aspirina principalmente, pois reduzem a mortalidade Drogas anti-anginosas: · Beta bloqueador: drogas anti-anginosas de primeira linha. Seletivos de preferência atenolol, bisoprolol, metoprolol e nebivolol. Manter a FC média de 50 a 60bpm. · Bloqueadores do canal de cálcio: verapamil, diltiazen (esses não associa com BB, são utilizados em substituição quando há contraindicação) e amlopidina (pode ser associado com nível de segurança alto). Podem ser associados · Nitratos de ação rápida: dinitrato de isossorbida sublingual (usado na hora da crise anginosa) · Nitratos de ação longa: dinitrato de isossorbida oral, mononitrato de isossorbida e propatilnitrato – drogas consideradas de terceira linha, lembrar sempre do risco de hipotensão, quando associado a inibidores da fosfodiesterase. São usados para aliviar os sintomas. · Trimetazidina: modulador metabólico – inibição oxidação ácidos graxos, consegue fazer com que o musculo tenha uma redução do estresse metabólico, poupando energia · Ranolazina: ação parece ser nas correntes tardias dos canais de sódio · Aspirina: prevenção primária/secundaria. Antigamente era usada de forma disseminada, atualmente se usa mais em pacientes de risco maior em prevenção primária e secundaria. Se não for possivel usar aspirina, usa outro anti-plaquetário · Ivabradina: ação no nó sinusal – canais f. Só usa em pacientes que tem ritmo sinusal · Preferência a medicações que reduzem mortalidade na DAC crônica: inibidores da enzima de conversão (IECA), estatina, betabloqueador e aspirina Quando classifica o paciente, tem que determinar o grau de risco em que ele está. Sempre vai usar estatina em paciente com DAC. Elas podem ser de alta ou baixa potência, e a dose vai ser utilizada de acordo com a meta que tem que ser atingida em cada paciente. Um paciente com muito alto risco, que já tem aterosclerose maior que 50% em alguma artéria, a meta do LDL pra esse paciente é 50, se for alto risco é 70, moderado é 100 e baixo risco é 130mg/dL. Normalmente começa com uma estatina de baixa potência, e segue com a de potência maior, podendo associar se não conseguir atingir a meta, com ezetimibe, que atua nas vilosidades intestinais para diminuir a absorção de colesterol; ou os inibidores de PCSK9, que atua no fígado, mas são injetáveis e caras, que não faz parte da pratica diária. Medicamentos de acordo com cada paciente: · Lembrar dos efeitos colaterais e encaixar os medicamentos de acordo com a condição de cada paciente · Se não conseguir fazer o BB, como em pacientes com DPOC e asma, vai para o BCC (verapamil, diltiazen) DOENÇA NÃO ATEROSCLERÓTICA: Causas de angina por doença arterial coronariana: · Angina variante de Prinzmetal: espasmo de coronária · Síndrome X: doença de microcirculação · Cardiomiopatia de takotsubo: coração partido devido ao estresse · Ponte miocárdica: o feixe de musculo passa por cima da coronária e pode levar a dificuldade de fluxo e isquemia · Anomalias congênitas das artérias coronárias · Embolia coronariana: o trombo sai do coração e pode ir para as coronárias e ocasionar o IAM · Dissecção coronariana espontânea: causa mais importante do IAM em gestantes · Arterite coronariana · Radioterapia: enrijecimento devido a fibrose da parede coronariana, levando a restrição de fluxo · Estenose aórtica: hipertrofia levando a dificuldade de fluxo, pois o coração pode ter uma parede muito espessada e a irritação ocorre no endocárdio, pericárdio e miocárdio · Cardiomiopatia hipertrófica Na primeira imagem mostra uma angiografia, onde se injetou contraste dentro do coração, onde se suspeitava de IAM. A imagem que formou é característica, chamada de formação aneurismática da parede anterior apical, parte da inferior, onde tem uma imagem semelhante a uma armadilha para pegar polvo chamada de Takotsubo, que é o nome do vaso. É reversível e a causa se pensa que está ligada ao estresse, com uma descarga adrenérgica, comprometendo a microcirculação, levando a perda de contração e dilatação ventricular. PONTE MIOCÁRDICA: · Anomalia congênita · Segmento coronário intra-miocárdico – mais comum da DA · Clínica: assintomático/angina estável · Tem que aumentar o tempo de diástole, melhorar o fluxo coronariano, diminuir a FC · Usar preferencialmente betabloqueadores, segunda opção bloqueadores de canal de cálcio · Evitar nitritos ANGINA DE PRINZMETAL / VARIANTE / ESPASMO CORONARIANO · Causada por vasoespasmo localizado e intenso. Pode estar ou não correlacionada com lesão aterosclerótica coronariana e melhora com a administração de nitratos, fazer cateterismo · Os pacientes portadores de angina de prinzmetal tendem a ser mais jovens que os portadores de DAC crônica, e muitos não apresentam os fatores de risco clássicos para doença coronariana, exceto pelo tabagismo · A dor tende a ser severa e a ocorrer durante a madrugada, por vezes em surtos repetidos 2 ou 3, num período de até 1 hora. Ao contrário da angina instável, não ocorre normalmente história de angina de esforço previa · Episódios de IAM por espasmo em artérias angiograficamente normais são bem documentados · O tratamento inclui nitratos e bloqueadores de cálcio como drogas de escolha · Betabloqueadores e aspirina pode piorar os sintomas SÍNDROME X OU ANGINA MICROVASCULAR (coronárias normais): · Síndrome anginosa ou angina like, com artérias coronárias normais, que deve ser diferenciada da doença coronariana clássica · Ocorre mais frequentemente em mulheres na fase peri e pós menopausa, enquanto a DAC obstrutiva ocorre mais e homens e mulheres pós menopausa · Menos da metade dos pacientes tem sintomas de angina típica, no entanto esta dor pode ser incapacitante, mesmo que benigna no ponto de vista de mortalidade · O prognostico normalmente é excelente. Os pacientes são encaminhados para coronariografia por suspeita de DAC · A causa da síndrome não é completamente entendida. Aumento na incidência de desordens psiquiátricas nos pacientes com dor torácica e coronárias normais · Prognóstico excelente · Drogas anti-anginosas, aspirina, controle de fatores de risco e estatina ETAPAS DO ATENDIMENTO: · História clínica e exame físico: probabilidade alta de DAC drogas que diminuem mortalidade · Exames complementares: laboratório: glicemia, HGA1C, hemograma, creatinina, perfil lipídico, TSH, EAS · Eletrocardiograma · Ecotranstorácico · US carótidas / ITB / escore de cálcio coronário · Estimar probabilidade ou carga de doença aterosclerótica, fatores de risco e metas de controle – risco de cada paciente · Retorno do paciente com outros exames: teste ergométrico e/ou ecotranstorácico, se tiver normal, so faz seguimento com o paciente; se duvidoso ou alterado, encaminhamento para especialista para realização de cintilografia miocárdica esforço / ecoestresse / RNM / TC de coronárias · Invasivo: cateterismo cardíaco Aterosclerose: · Situação atual do paciente · Focar na prevenção – MEV · Farmacologia: aspirina, estatina, BB e IECA · Lembrar sempre da progressão da doença · Complicações agudas da doença
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