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CURSO DE SERVIÇO SOCIAL 
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO SERVIÇO SOCIAL 
PROFESSORA: CLAUDETE VEIGA 
AULA DE REVISÃO AV1
OS PROTAGONISTAS: a Igreja Católica, o Estado, e a realidade social da América Latina
O que é o Serviço Social? Como surgiu, a quem serve, porque surgiu, que forças concorreram no seu surgimento? Qual a função concreta do Serviço Social, e por ter surgido no seio da Igreja Católica, com as protoformas neotomistas, não poderíamos considerar que a profissão é a caridade profissional? Estas perguntas freqüentemente aparecem não só no meio acadêmico como também nos diversos campos de atuação profissional. 
Castro (2000) em seus estudos sobre a natureza do Serviço Social apresenta duas teses claramente opostas sobre a natureza profissional: Perspectiva Endógena e Perspectiva Histórico-Crítica.
PERSPECTIVA ENDÓGENA:
Dentre seus principais defensores podemos destacar: Herman Kruse, Ezequiel Ander-Egg, Natalio Kisnerman, Boris Aléxis Lima, Ana Augusta de Almeida, Balbina Otoni Vieira e José Lucena Dantas.
PERSPECTIVA EXÓGENA OU HISTÓRICO-CRÍTICA:
José Paulo Netto e Marilda Vilela Iamamoto, Vicente de Paula Faleiros, Maria Lucia Martinelli, Manuel Manrique Castro, entre outros.
Segundo Castro (2000), o surgimento do Serviço Social como profissão: vinculado aos conflitos da relação capital/trabalho (NETTO, 1992, p.13).
Com as mobilizações e reivindicações da classe trabalhadora nas primeiras duas décadas do século passado, abre-se o debate sobre a “questão social” em toda sociedade, o que obriga o Estado, a Igreja e a burguesia a se posicionarem diante dela.
A Igreja através de suas ações em obras assistenciais, implementadas, com o objetivo de solidificar sua penetração entre os setores operários.
Influi na fundação das primeiras escolas de Serviço Social no país, tendo inicialmente a influencia do Serviço Social europeu e mais tarde do Serviço Social norte-americano com uma base ética filosófica neotomista e princípios oriundos de uma moral religiosa, particularmente da Ação Católica.
Baseados nestes princípios o Serviço Social surge “da iniciativa de grupos e frações de classe dominante, que se expressavam através da Igreja, como um dos desdobramentos do movimento do apostolado leigo”.
Outrossim, é através de um pacto político entre a burguesia, o Estado e a Igreja que se unem no intuito de coibir as reivindicações dos trabalhadores, e que, segundo Martinelli, surge o cenário histórico para os assistentes sociais como agentes executores da prática da assistência social.
O Serviço Social tem em sua gênese, marca profunda do capitalismo e do conjunto de variáveis: alienação, contradição e antagonismo que buscou afirmar-se historicamente como uma prática humanitária, sancionada pelo Estado e protegida pela Igreja, como uma mistificada ilusão de servir (CASTRO, 2000). 
Bases nos ensinamentos de franceses e belgas. 
Influência norte-americana ao final da 2ª Guerra mundial (1945) e nas décadas de 70/80 houve uma disputa (reconceituação) sobre a necessidade de um trabalho que levasse em conta as necessidades latinoamericanas e não as receitas de países estrangeiros (época da disputa entre o sistema capitalista e o socialismo) que resultou em que até hoje essa profissão.
Nos países da America Latina, o Serviço Social destacou-se no Chile pelas idéias de libertação das teorias estrangeiras (americanas) quase na mesma época que ocorreu Brasil – Dr. Alejandro Del Rio (1925). Peru e Brasil (1930).
Influência do Serviço Social norte-americano e europeu, o conceito de Assistência Social evoluiu da assistência paliativa e curativa, passando a assistência mútua aos programas de bem-estar, a assistência individualizada e coletiva (comunidade) até a atuação profissional junto ao Estado “que assume a responsabilidade da cura ou prevenção de determinados males sociais, soluções de problemas e ação comunitária com planos de bem-estar, saúde, educação e desenvolvimento.
O Serviço Social: tentativa de recuperar áreas de influências e privilégios que a Igreja Católica havia perdido.
Secularização da sociedade e das tensões presentes em suas relações com o Estado e também pela sua legitimação jurídica dentro do aparato estatal.
A Igreja influi na fundação das primeiras escolas de Serviço Social no país, tendo inicialmente a influência do Serviço Social europeu e mais tarde do Serviço Social norte-americano com uma base ética filosófica neotomista e princípios oriundos de uma moral religiosa, particularmente da Ação Católica. 
Baseados nestes princípios o Serviço Social surge “da iniciativa de grupos e frações de classe dominante, que se expressavam através da Igreja, como um dos desdobramentos do movimento do apostolado leigo.
O Serviço Social tem em sua gênese, marca profunda do capitalismo e do conjunto de variáveis: alienação, contradição e antagonismo que buscou afirmar-se historicamente como uma prática humanitária, sancionada pelo Estado e protegida pela Igreja, como uma mistificada ilusão de servir (CASTRO, 2000). 
Ao contrário da idéia evolucionista da profissão o Serviço Social não pode ser entendido apenas como nova forma de exercer a caridade.
Sobretudo, como forma de intervir ideologicamente na vida dos trabalhadores, ainda que sua base seja a atividade assistencial; porém seus efeitos são essencialmente políticos: através do “enquadramento dos trabalhadores nas relações sociais vigentes, reforçando a mutua colaboração entre capital e trabalho.
A profissão propõe: Uma ação educativa, preventiva e curativa dos problemas sociais através de sua ação junto às famílias trabalhadoras.
Diferentemente da assistência pública, por desconhecer a singularidade e as particularidades dos indivíduos, o Serviço Social passa a orientar a “individualização da proteção legal, entendida como assistência educativa adaptada aos problemas individuais.
Uma ação organizativa entre a população trabalhadora, dentro da militância católica, em oposição aos movimentos operários que não aderiram ao associativismo católico.
Serviço Social emerge como uma atividade com bases mais doutrinarias que científica, no bojo de um movimento de cunho reformista-conservador.
E mesmo com o processo de secularização e ampliação do suporte técnico-científico da profissão, com o desenvolvimento das escolas e faculdades de Serviço Social, sob influência das Ciências Sociais no marco do pensamento conservador, do Serviço Social americano, não houve ruptura com os paradigmas da profissão, muito pelo contrário, eles foram reforçados e atualizados.
Conforme Castro (2000, p. 17), o Serviço Social surge como “uma resposta particular do Capitalismo nos países da América Latina.
Na perspectiva histórico-crítica a profissão é entendida como subproduto da síntese dos projetos políticos-econômicos, e está situada na sociedade capitalista como um elemento que participa das relações de classes e das contradições nelas existente.
Periodização e história profissional 
Segundo Barreix: formas de ação social, assistência social, dos pioneiros à Mary Richmond, as escolas sociológica, psicológica e eclética e os métodos de grupo.
Segundo Ander-Egg: cinco momentos articulados em três fases: Assistência Social; Concepções para-médicas(ou para-jurídica), asséptico-tecnocrática e desenvolvimentista; Trabalho Social (Concepção conscientizadora-revolucionária).
Segundo Boris Lima: Pré-técnica, técnica, pré-científica e científica.
A Igreja em sua preocupação com a “questão social” se prontifica em compartilhar da ação do Estado no que concerne às famílias através de sua ação doutrinaria e organizadora, com o objetivo de “livrar o operariado das influências da vanguarda socialista do movimento operário e harmonizar as classes em conflitos a partir do comunitarismo cristão. 
A partir desse suporte analítico e dessa estratégia de ação, a Igreja deixa de se contrapor ao capitalismo, e passa a concebê-lo através da ‘terceira via’, que combate veementemente o socialismo e substitui o liberalismo pelo comunitarismo cristão.
Pacto político entrea burguesia, o Estado e a Igreja que se unem no intuito de coibir as reivindicações dos trabalhadores, e que, segundo Martinelli, surge o cenário histórico para os assistentes sociais como agentes executores da prática da assistência social, essa categoria profissional assalariada passa a operacionar, formular e executar as políticas sociais setoriais. 
O Serviço Social tem em sua gênese, marca profunda do capitalismo e do conjunto de variáveis: alienação, contradição e antagonismo que buscou afirmar-se historicamente como uma prática humanitária, sancionada pelo Estado e protegida pela Igreja, como uma mistificada ilusão de servir (CASTRO, 2000). 
Qual a influência da Igreja Católica no surgimento do Serviço Social na América Latina e no Brasil?
A Igreja Católica criou as pastorais, que têm função profética, função litúrgica mas cuja função real diz respeito à promoção e orientação das comunidades, à organização da caridade e à animação cristã das realidades terrestres. 
A dimensão sócio-transformadora da ação da igreja é constituída de quatro aspectos complementares e indissociáveis: sensibilidade para com os fracos e indefesos, solidariedade em frente a determinadas emergências, profetismo no combate à injustiça e espiritualidade libertadora.
A Igreja Católica e a abertura das duas primeiras escolas de Serviço Social no Brasil: a Escola de Serviço Social de São Paulo, em 1936 e a Escola de Serviço Social do Rio de Janeiro, em 1937, sendo essas duas escolas as pioneiras do Serviço Social no Brasil. 
ORIGEM DO DIA DO ASSISTENTE SOCIAL E ENCÍCLICA RERUM NOVARUM 
Em 15 de maio de 1891, o Papa Leão XIII publicava a Encíclica "Rerum Novarum": os fundamentos e as diretrizes da Doutrina Social da Igreja. 
Era a primeira Encíclica Social já escrita por um Papa e, arcava o posicionamento da Igreja frente aos Graves problemas sociais que dominavam as sociedades européias.
Leão XIII começou por desfazer este choque de mentalidade e separar nitidamente os exploradores dos idealistas. Não pode haver maior flagelo para os demagogos do que os conceitos, por vezes santamente duros, que o grande Papa expendeu sobre a “peste” do socialismo e sobre o câncer do espírito de revolução.
Tocar no cerne da questão social compete à Igreja(sua causa e a do bem comum).
Formas de exploração da força de trabalho assalariada, que permitiram a acumulação capitalista.
O direito à propriedade é um direito natural que procede da generosidade divina: quando Deus concedeu a terra ao homem fê-lo para que a use e desfrute sem que isto se oponha, em qualquer grau, à existência humana.
Poderoso discurso da religião e da Igreja Católica foi esgrimido diretamente para justificar através da inquestionável vontade divina.
A Rerum Novarum reconhece a desigualdade quando assinala que, mesmo depois de dividida a terra, ela continua servindo à utilidade comum. Entretanto, justificam que a propriedade privada é um direito natural outorgado e reconhecido pela divindade, a organização do Estado e da sociedade está sujeita à vontade de Deus – por isto, quando os socialistas lutam contra o Estado, operam contra ‘ “justiça natural”.
Ação Social.
A desigualdade não é apenas natural: é conveniente à coletividade, já que é necessária a variedade de talentos e ofícios.
As relações conflituosas entre o capital e o trabalho devem terminar acatando a força da religião cristã.
A equidade e a liberdade são fórmulas religiosas que nada têm a ver com as relações de exploração que se estabelecem entre o capital(defendido pela Rerum Novarum) e o assalariado (a quem a encíclica impõe normas de conduta).
O operário deve contribuir para a conciliação de classe, especialmente lutar contra os influxos do pensamento anarco-socialista.
A ENCÍCLICA É UMA CLARA RESPOSTA À SITUAÇÃO DA CLASSE OPERÁRIO E À AGUDIZAÇÃO DA LUTA DE CLASSES.
ENCÍCLICA QUADRAGÉSIMO ANO:
A "QUADRAGÉSIMO ANO" redigida pelo Papa Pio XI e publicada no dia 15 de maio de 1931 em comemoração aos quarenta anos da Rerum Novarum.
Nesta segunda Encíclica reafirma-se a importância da ação orientada para responder ao grande desafio do paganismo e da secularização.
Sobre o Serviço Social: 1925 – Milão – I Conferência Internacional – fundação da União Católica Internacional de Serviço Social(UCISS). Compreendia duas seções: Grupo de Escolas de Serviço Social e Associações de Auxiliares Sociais. Ambos voltados para enfatizar a necessidade e a eficiência do Serviço Social no mundo. 
Estímulo à criação de escolas de Serviço Social em todo o âmbito de influência do catolicismo.
 Apoiou a fundação da primeira escola católica da América Latina(Elvira Matte de Cruchaga).
Desenvolveu-se em tom mais radical, embora dentro do mesmo espírito da anterior.
Novo pensamento social cristão.
A inclusão de intelectuais leigos e religiosos nas práticas da Igreja frente à questão social.
Enfatizou também a recuperação dos aspectos técnicos para a eficiência do trabalho assistencial, desdobrando-se na criação de centros de formação superior incumbidos de difundir os conhecimentos requeridos para superar as limitações técnicas do trabalho artesanal tradicionalmente voluntário.
Espírito caridoso à perícia técnica.
A maioria dos estudantes era oriundo das camadas burguesas ou oligárquicas.
Os intelectuais orgânicos a favor da nova ordem.
“A ideologia da conciliação de classes, da moralidade e da educação familiar, do repúdio aos conflitos e da busca de harmonia, enquanto inculcada no povo por meio da ação evangelizadora ou como parte de programas específicos de ação social patrocinados pelo Estado, repercutia diretamente no curso das lutas de classes e na configuração do proletariado como classe” (CASTRO, 2000, p. 65)

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