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uma condensação do trabalho a um grau que só é atingível dentro da jornada de trabalho mais curta. Essa compressão de maior massa de trabalho em dado período de tempo conta, agora, pelo que ela é: como maior quantum de trabalho. Ao lado da medida do tempo de trabalho como “grandeza extensiva”, surge agora a medida de seu grau de con- densação.92 Mas influência no tempo de trabalho como medida de valor só ocorre também aqui enquanto a grandeza intensiva e a extensiva se colocam como expressões antitéticas e mutuamente excludentes do mesmo quantum de trabalho. A hora mais intensa da jornada de tra- balho de 10 horas contém, agora, tanto ou mais trabalho, isto é, força de trabalho despendida, do que a hora mais porosa da jornada de trabalho de 12 horas. Seu produto tem, por isso, tanto ou mais valor do que o da 1 1/5 hora mais porosa. Abstraindo a elevação da mais-valia relativa pela força produtiva acrescida do trabalho, agora, por exemplo, 3 1/3 horas de mais-trabalho fornecem ao capitalista, para 6 2/3 horas de trabalho necessário, a mesma massa de valor fornecida antes por 4 horas de mais-trabalho para 8 horas de trabalho necessário. Pergunta-se, agora, como o trabalho é intensificado. O primeiro efeito da jornada de trabalho reduzida decorre da lei evidente de que a eficiência da força de trabalho está na razão inversa de seu tempo de efetivação. Por isso, dentro de certos limites, ganha-se em grau de esforço o que se perde em duração. No entanto, que o trabalhador efetivamente movimente mais força de trabalho é assegurado pelo ca- pital mediante o método de pagamento.93 Em manufaturas, por exemplo na cerâmica, onde o papel desempenhado pela maquinaria é nenhum ou insignificante, a introdução da lei fabril demonstrou de modo fla- grante que a mera redução da jornada de trabalho eleva maravilho- samente a regularidade, uniformidade, ordem, continuidade e energia do trabalho.94 Esse efeito parecia, no entanto, duvidoso na fábrica pro- priamente dita, pois a dependência do trabalhador em relação ao mo- vimento contínuo e uniforme da máquina já tinha criado aí a disciplina mais rigorosa. Por isso, quando em 1844 era negociada a redução da jornada de trabalho para menos de 12 horas, os fabricantes declaravam quase unanimemente que “seus supervisores cuidavam, nas diversas dependências de tra- balho, para que os braços não perdessem tempo”, que “o grau de vigilância e atenção por parte dos trabalhadores” (the extent of vigilance and attention on the part of the workmen) “dificilmente poderia ser aumentado”, e que, pressupondo-se inalteradas as demais circunstâncias, como o andamento da maquinaria etc. MARX 43 92 Naturalmente há diferenças na intensidade do trabalho em geral em ramos diversos da produção. Estas se compensam parcialmente, como já o mostrou A. Smith, pelas circuns- tâncias peculiares a cada espécie de trabalho. 93 Isto é, por meio do salário por peça, uma forma que será desenvolvida na Seção VI. 94 Ver Reports of Insp. of Fact. for 31st Oct. 1865.
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